O filme, passado na década de 1950, trata-se do encontro entre Hanna Schmitz, uma alemã cobradora de bonde, com Michael Berg um jovem de apenas 15 anos. Ambos com visão do romance, ou caso, totalmente diferente. Enquanto namoram, ele lê para ela.
O rumo da sua história fica ainda mais surpreendente quando descobrimos que a vida do garoto continua, porém, as ironias do destino trazem Hanna de volta à sua vida, mas em outras circunstâncias. Condição esta que, nem o telespectador pode imaginar e, por isso, nos causa surpresa.
As cenas de nudez nos fornecem elementos visuais maravilhosos, são bem dosadas. Uma delas, inclusive, nos revela um contraste fabuloso, quando os dois nus na banheira, o garoto ao ler para ela um trecho de um livro que se trata exatamente de uma cena de sexo, ela simplesmente repudia tal fragmento, como se ela não o tivesse desejo pelo ato sexual.
Diria que o tema circunda muito mais no analfabetismo, do que no holocausto, que serve apenas como pano de fundo para exercitar um conflito dentro da história. E, digo, um analfabetismo em todos os sentidos: o do amor, o da escolha, o da vergonha e também do não saber ler e escrever.
Não é à toa que o drama "O leitor", recebeu tantas indicações para o Oscar. A atriz inglesa Kate Winslet recebeu sua sexta indicação à estatueta e desponta como a favorita na categoria de melhor atriz. Ela está única como Hanna e empresta uma humanidade incrível para um personagem mega complexo. Kate está com a corda toda, além de sua atuação maravilhosa em “Foi apenas um sonho”, nos presenteia com mais este papel. Além desta categoria, o filme concorre com melhor filme, diretor, roteiro adaptado e fotografia. Vou torcer pelo roteiro, pois está excepcional.