31 de agosto de 2017

Histórias de Alexandre

Foto: Divulgação

O Grupo 59 de Teatro apresenta, em setembro, o espetáculo infanto-juvenil "Histórias de Alexandre", a partir da obra de Graciliano Ramos, no Teatro Anchieta do Sesc Consolação. Com direção de Cristiane Paoli Quito, a temporada vai de 2 a 30 de setembro, aos sábados e feriado de 7 de setembro, às 11 horas. A peça reúne histórias e fanfarronices de um típico mentiroso do sertão, numa encenação recheada por canções inéditas. Publicado em 1944 por Graciliano, o livro, homônimo traz contos coletados na memória oral do folclore nordestino, resgatando crenças, costumes e mitos da região. Na transposição para o palco, foram selecionadas algumas histórias, respeitando e mantendo na íntegra as palavras do autor. Alexandre é um homem já velho; tem um olho torto e fala bonito: um típico contador de histórias. Está sempre acompanhado pelos moradores das redondezas e até por pessoas de consideração, que vem à sua modesta casa para ouvir as narrativas “fanhosas” que conta: Seu Libório, cantador de emboladas; o cego preto Firmino; mestre Gaudêncio Curandeiro, que reza contra mordedura de cobras; e Das Dores, benzedeira de quebranto. Cesária, mulher de Alexandre, está sempre por perto, e pronta para socorrer o marido quando ele se “engancha” ou é questionado em suas narrativas. Apropriando-se do universo linguístico e das imagens sugeridas por Graciliano Ramos, "Histórias de Alexandre" dá corpo e voz à palavra escrita, tecendo uma “colcha de retalhos” onde os atos de contar, cantar e dramatizar se entrecruzam e criam uma poética propícia à invocação da memória afetiva. O Teatro Anchieta fica no Sesc Consolação - Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque/ SP.

30 de agosto de 2017

Bull

Foto: João Caldas Filho

Espetáculo "Bull" discute o bullying no ambiente de trabalho e estreia dia 2 de setembro no Viga Espaço Cênico às 21hs. Com texto do dramaturgo inglês contemporâneo Mike Bartlett, a montagem que estreou e teve uma temporada de sucesso de público e crítica em 2014 no Tucarena, investiga a pressão psicológica no ambiente de trabalho, levantando questionamentos sobre os limites entre a ambição descontrolada e a busca irrefreável pelo sucesso. Cenograficamente a montagem opta pelo minimalismo. Com um cenário composto apenas de aparadores empresariais e dress code corporativo, a força da ação fica por conta dos conflitos das cenas e gestos dos atores que, no decorrer do espetáculo, transformam o escritório em um ringue de luta. Com um tom ácido e tragicômico, a montagem de fácil auto identificação aproxima-se de um hiperrealismo que beira o absurdo, construindo gradativamente um ambiente de violência e opressão que, acima de tudo, não julga seus personagens e busca apenas revelar os meandros de todo ser humano. O espetáculo fica até o dia 29 de outubro com apresentações aos sábados às 21h e domingos às 19h. O Viga Espaço Cênico fica na Rua Capote Valente, 1323 - Pinheiros/SP.

29 de agosto de 2017

Palavra de Stela

Foto: João Caldas Filho

Completando 50 anos de carreira, a atriz Cleide Queiroz reestreia solo, "Palavra de Stela", inspirado na vida e na obra poética de Stela do Patrocínio agora no Teatro do Núcleo Experimental. A dramaturgia e direção são de Elias Andreato. A peça faz temporada de 1 setembro a 29 de outubro. Nascida em 1941, Stela do Patrocínio foi internada no Centro Psiquiátrico Pedro II aos 21 anos, quando diagnosticada como psicopata e esquizofrênica. Quatro anos depois, foi transferida para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde permaneceu até sua morte em 1992. Durante seus anos de isolamento, Stela desenvolveu um discurso poético. Seu “falatório”, carregado de angústias, retrata a rotina manicomial e, sobretudo, revela sua visão da vida, do mundo e de si mesma. No espetáculo a personagem narra sua trajetória, expõe seu cotidiano e revela seu olhar de perplexidade diante da vida e dos seres humanos. “Por meio da fala de Stela do Patrocínio, pretendemos levar o espectador a uma reflexão acerca da visão que temos sobre loucura e lucidez, bem como chamar sua atenção para como a sociedade enxerga a diferença e lida com o outro”, diz Elias Andreato. O Teatro do Núcleo Experimental fica na Rua Barra Funda, 637 e o espetáculo acontece todas às sextas às 21h30, sábados às 21h, e domingos, às 19h.

28 de agosto de 2017

Relicário

Foto: Paulo Barbuto

Formada por 12 atrizes e uma diretora, a estreante A Musa Heroica Companhia de Teatro apresenta o espetáculo de improviso "Relicário". Em seu trabalho inaugural, A Musa Heroica Companhia de Teatro apresenta novas possibilidades estéticas e dramatúrgicas para a improvisação. Ao contrário da maioria de espetáculos desse gênero, que geralmente usam jogos de desafios para provocar a risada na plateia, "Relicário" mostra que também é possível empregar a linguagem do improviso teatral para criar cenas dramáticas, cômicas, naturalistas, etc. A partir de inspirações fornecidas pelos espectadores de cada sessão, a trupe cria oito histórias curtas sobre o relacionamento entre várias mulheres - mães, filhas, amigas, irmã, colegas de trabalho, vizinhas, amantes - em diferentes situações cotidianas. As 12 atrizes do elenco se revezam em cena (em trios, quartetos, duplas ou outras combinações) de acordo com as demandas de cada contexto proposto. Elas só sobem ao palco juntas no último quadro, um desafio maior em termos técnicos. De acordo com a diretora Rhena de Faria, a ideia da peça é lançar um olhar feminino - sem pretensão panfletária ou sexista - sobre a arte de improvisar, que, na América Latina, é majoritariamente dominada por homens. “É ano de quebrarmos paradigmas e abrimos o leque de possibilidades na linguagem improvisacional. Felizmente há muita gente boa em São Paulo trabalhando duramente para que isto aconteça”, diz. "Relicário" foi contemplado pela 5ª edição do Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo. As apresentações serão gratuitas na Oficina Cultural Oswald de Andrade que fica na Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro. A temporada inicia em 1º de setembro e fica até o dia 30 de setembro, às sextas, às 20h; e aos sábados, às 18h. 

25 de agosto de 2017

Yi Yi


Há pontos de vistas plurais e diversos no drama japonês "Yi Yi" ou "As coisas simples da vida" (1999). Cada história apresentada tem seu dilema e um estágio apropriado na narrativa. Cativa, do casamento à morte. A direção é excelente e a fotografia é bem pensada e planejada em cada cena. É bom que se diga que o filme é longo: 137 minutos. Precisa disposição e tempo para assistí-lo. Na trama, NJ Jian mora com sua esposa, seus dois filhos e a sogra já idosa, formando uma típica família de classe média. NJ é sócio de uma bem-sucedida empresa de computação, mas, se não buscar novos rumos, em breve irá falência. Para tanto, ele busca fazer uma parceria com Ota, um inovador designer de jogos de computação no Japão, que pode dar o novo toque que sua empresa precisa. Mas as coisas começam a desandar para os Jian quando a integrante mais velha da família sofre um derrame e entra num coma, o qual poderá nunca mais acordar. Neste meio termo, NJ ainda reencontra Sherry, seu primeiro amor de infância, que reaparece em sua vida, agora casada com um americano. Confira uma das lindas cenas do filme!



24 de agosto de 2017

Cindy

Foto: João Caldas Filho

Com direção de Marcelo Lazzaratto, estreia no dia 4/9 o solo cômico com o ator Gabriel Miziara Cindy que narra saga de mulher que quer criar um novo conceito de gênero. A temporada do espetáculo "Cincy" fica até o dia 25 de setembro na Biblioteca Municipal Mário de Andrade. A missão de Cindy Spencer é acabar com as definições atuais de homem e mulher e apresentar um novo gênero, livre de tabus e sem tantas predefinições. A comédia "Cindy" é inspirada em personagens de autores homossexuais, como Caio Fernando Abreu, Oscar Wilde, Gore Vidal e Pedro Almodóvar, figuras que desafiam a fronteira dos gêneros conhecidos. “Pensei em fazer uma colcha de retalhos de diversos autores. No entanto, durante o período de pesquisa e o começo dos ensaios, conversando com Marcelo Lazzaratto, entendemos que poderíamos construir uma única figura baseada em várias personagens e, assim, discutir o masculino e o feminino presentes em um único ser. E fazemos isso através do humor e não do drama”, explica Miziara, que também dá vida à protagonista. Outras referências da peça são o livro “Amor em Tempos Sombrios”, do irlandês Colm Tóibim, textos das escritoras Elisabeth Bishop, Gertrud Stein e Marguerite Yourcenar e autorretratos do ícone da pop art Andy Warhol vestido de drag queen. Na sinopse, Cindy Spencer, que se autointitula “A Nova Mulher”, tem a missão de apresentar outras possibilidades de vivenciar o ser humano, para além das noções de homem e mulher, um outro gênero, sem tantas predefinições e tabus. Na Biblioteca Municipal Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94, Centro/SP) o espetáculo se apresenta às segundas-feiras, sempre às 19h. Os ingressos são gratuitos, com distribuição de ingressos 30 minutos antes de cada sessão. 

23 de agosto de 2017

XI Circuito de Teatro em Português

Foto: Divulgação

Até o dia 27 de agosto acontece no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, a décima primeira edição do Circuito de Teatro em Português, um festival internacional de países lusófonos. O Circuito tem participação de companhias teatrais de países de língua portuguesa, em uma programação que prevê também a realização de oficinas, debates e seminários. São nove companhias envolvidas, onze espetáculos, oito oficinas e dois seminários. A novidade da edição fica por conta do Circuitinho, trazendo espetáculos para crianças. Na foto o espetáculo "Os bolsos cheio de pão" com apresentação amanhã às 20h30. Após realização na capital, o Festival segue para sete cidades paulistas e Teresina, no Piauí, sempre com espetáculos e atividades gratuitas. A programação completa do Circuito, incluindo todas as cidades contempladas e inscrições para oficinas e seminários, está disponível no site do evento: www.circuitodeteatroportugues.com.br. A entrada é franca e o Teatro fica na Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista. São Paulo/SP. 

22 de agosto de 2017

Quinteto Persch

Foto: Marcos Muzi

De 24 à 27 de agosto, às 19h15, a Caixa Cultural São Paulo apresenta o Quinteto Persch. São cinco acordeões interpretando belas composições brasileiras com participação especial do acordeonista e compositor Toninho Ferragutti. O Quinteto Persch apresentará obras de importantes compositores brasileiros, tais como Henrique Alves de Mesquita, Carlos Gomes, Radamés Gnattali, Ernesto Nazareth, César Guerra-Peixe, Ernani Aguiar, Otavio de Assis Brasil e Toninho Ferragutti. Algumas delas, inclusive, registradas em álbum homônimo e o terceiro da carreira deste importante grupo de acordeonistas gaúchos. Lançado em 2015, o CD "Brasileiríssimo" foi imensamente reconhecido pelo Prêmio Açorianos de Música 2015, tendo conquistado 5 troféus nas categorias Melhor Arranjador (Adriano Persch), Melhor Álbum Erudito, Melhor Instrumentista e Melhor Intérprete (Quinteto Persch), Melhor Compositor (Toninho Ferragutti). A entrada é franca e a Caixa Cultural São Paulo fica na Praça da Sé, 111 – Centro - São Paulo.

21 de agosto de 2017

O amante


O livro "O amante", de Marguerite Duras (1914-1996), é envolvente, não só em sua história, mas principalmente em sua escrita literária. Não à toa, recebeu o Prêmio Goncourt, o mais importante da literatura francesa e se consagrou como sua obra mais célebre. O livro tem alma e tece com maestria a narrativa. Considerado o mais autobiográfico da escritora, dramaturga e cineasta, a obra foi escrita em 1984. O romance narra um episódio da adolescência de Duras: sua iniciação sexual, aos quinze anos e meio, com um chinês rico de Saigon. Se as personagens e fatos são verídicos, a escrita os transfigura e transcende; não sabemos em que medida a história é verdadeira. Os encontros amorosos são, ao mesmo tempo, intensamente prazerosos e infinitamente tristes; a vida da família contrapõe amor e ódio, miséria material e riqueza afetiva. A presença da mãe, sua desgraça financeira e moral, do irmão mais velho, drogado, cruel e venal, e do irmão mais novo, frágil e oprimido, constituem uma existência predominantemente triste, e por vezes trágica, de onde Duras extrai um esplendor artístico que se reflete em sua própria pessoa - personagem enigmática, quase de ficção. Daí, conhecemos personagens que, de fato, traduzem o comportamental de toda uma sociedade. É um trabalho primoroso, sem sombras de dúvidas. Uma leitura imperdível!

18 de agosto de 2017

The Last Hangman


O drama biográfico inglês "The Last Hangman" ou "O lavador de almas" (2005) tem uma temática forte e muito bem abordada na película. Com excelente direção, o filme traz a angustia à flor da pele. O protagonista é intrigante e dicotômico. Aliás, impossível deixar de notar a excelente atuação de Timothy Spall. Há bons diálogos e a fotografia é feita sob medida. Na narrativa, Albert Pierrepoint (Timothy Spall) tentou evitar, mas terminou seguindo os passos de seu pai e tornou-se carrasco em 1934. Aos poucos seu conceito cresce, devido ao uso sofisticado e frio de seus métodos, o que o faz ser o mais respeitado e temido carrasco da Inglaterra. Quando abandonou a profissão, em 1956, Pierrepoint tinha mais de 600 execuções em seu currículo. Assista o trailer!

17 de agosto de 2017

Recital de piano e violão no CMB

Foto: Christian Maldonado

No dia 19 de agosto às 20h, o Centro de Música Brasileira (CMB) apresenta a pianista Maria Helena de Andrade e o violonista Paulo Porto Alegre (foto acima). No repertório obras de Chiquinha Gonzaga, Francisco Mignone, Guerra Peixe, Laurindo Almeida, Osvaldo Lacerda, Paulo Porto Alegre, Radamés Gnattali, Ricardo Tacuchian,Villa-Lobos e Zequinha de Abreu. As obras de Villa-Lobos farão referências ao alemão Bach, que o compositor considerava “o maior dos maiores dos mortais”; as de Camargo Guarnieri, ao russo Scriábin; as de Lacerda ao italiano Scarlatti e as de Mignone à música francesa. O recital festejará ainda o centenário do chorinho sapeca Tico-tico no Fubá de Zequinha de Abreu. Paulo Porto Alegre fará homenagem aos 100 anos de nascimento do compositor Laurindo Almeida. 



Maria Helena de Andrade é Mestre em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com tese sobre Francisco Mignone que escreveu uma Suíte especialmente para o assunto de sua tese. A apresentação é gratuita, então, anote aí: Dia 19 de agosto às 20h no Centro de Música Brasileira (CMB) que fica na Rua Ferreira de Araújo, 741 - Pinheiros - São Paulo.

16 de agosto de 2017

Iluminados

Foto: Divulgação

O Sesc Belenzinho inaugura, no dia 17 de agosto a exposição "ILUMINADOS - Experiências Pioneiras em Cinema Expandido". A mostra - com curadoria de Roberto Moreira S. Cruz - é uma antologia de obras pioneiras do cinema expandido, resultantes da experimentação da linguagem audiovisual, realizada entre os anos de 1960 e 1980, período em que os artistas se interessavam pelo entrecruzamento entre as artes visuais e o desenvolvimento das novas mídias. Segundo o curador, “ILUMINADOS" traz uma seleção de trabalhos, de fundamental importância histórica, que utilizam o cinema como forma de expressão artística, relacionando possibilidades de explorar os recursos da imagem em movimento, da linguagem audiovisual e os diversos dispositivos de projeção, elaborados pelos artistas no contexto embrionário da arte contemporânea”. Cinema expandido é o termo utilizado para tratar as muitas maneiras de trabalhar essa linguagem, ampliando-a e multiplicando-a para além da tela. Ao ser projetado em um espaço onde o espectador circula livremente, o filme ganha nova perspectiva, propondo narrativas descontínuas com outras formas de estímulos visuais e sonoros. E rompe com a obrigatoriedade de uma tela única e frontal, de um discurso audiovisual linear e sequencial. A exposição é composta por nove trabalhos que formam um mosaico de informação visual de artistas que pesquisavam essas interfaces, propondo formas originais, incomuns, não arbitrárias de criação, experimentando com a técnica e a forma da imagem e do som. Todas as obras foram produzidas em película. A mostra fica até o dia 15 de outubro, de terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 19h30 no Galpão e Espaço Expositivo do Sesc Belenzinho. O local fica na Rua Padre Adelino, 1000 - Belenzinho – São Paulo.

15 de agosto de 2017

Autobiografia Autorizada

Foto: Mauro Kury

Paulo Betti é generoso ao dividir com sua audiência relatos simples, mas embasados com um amor tão profundo que delineou toda sua história em “Autobiografia Autorizada”. Não à toa, prova do ser humano interessante que se consolidou. Com um texto leve e cativante, o ator nos relata seus deliciosos momentos de infância até os dias atuais, com sua sólida carreira. Personagens encantadores arrebatam nossas emoções e ficamos desejosos de conhecer um a um: seja pela sua mãe benzedeira, seja por sua avó e seus ensinamentos pitorescos. O cenário é despretensioso, pois o foco é a narrativa. Contudo, ele é de uma eficácia e bom gosto singular. Sem falar nas fotos antigas que dão o toque final, como se fossem a cereja do bolo. A narrativa que por vezes convida o espectador a pura imaginação é recheada com detalhes primorosos que nos perdemos (ou nos encontramos) em nossas próprias infâncias. O texto tem força, mas também candura. Um luxo!

Betti interpreta histórias que viveu e ouviu na infância e adolescência. São passagens que ficaram registradas em sua memória e em anotações que fazia sobre tudo que acontecia à sua volta, em busca de compreender a própria vida. Os textos eram anotados em grandes blocos onde também fazia colagens de fatos da época. Este “livro” de memórias compõe a cena do espetáculo. A história dele começou no mundo rural onde o avô, um imigrante italiano, trabalhava como meeiro para um fazendeiro negro, em Sorocaba (SP). Paulo é o décimo quinto filho, temporão, com 10 anos de diferença do irmão mais novo. Um espetáculo que realmente vale à pena ser visto!


“Autobiografia Autorizada” fica no Teatro Vivo (Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460. Vila Cordeiro. São Paulo/ SP) até o dia 1º de outubro todas às sextas (21h30), sábados (21h) e domingos (18h).

Em busca da viagem eterna

Foto: Divulgação

O BIKE se prepara para sua primeira turnê européia e apresenta seu segundo álbum, "Em Busca da Viagem Eterna", que traz sonoridade psicodélica sensorial e leva o ouvinte a uma viagem cósmico-caótica, guiada por letras lisérgicas, guitarras reverberadas e cheias de delay. O disco foi mixado e masterizado por Rob Grant que já trabalhou com artistas como Tame Impala e Miley Cyrus, no Poons Head Studio, na Austrália. A banda é composta por Julito (guitarra e voz), Diego Xavier (guitarra e voz), Rafa Bulleto (baixo e voz) e Daniel Fumega (bateria). A estreia do álbum acontece no Sesc Belenzinho no dia 18/08, às 21h. O Sesc Belenzinho fica na Rua Padre Adelino, 1000 - Belenzinho – São Paulo.

14 de agosto de 2017

42,195


Com leve toque de humor, o autor de "42,195 - a Maratona de desafios que superei nos meus 42 Anos e 195 dias de vida por meio da corrida" relata sem firulas os seus conflitos e superação física e de saúde. O leitor não deve esperar uma literatura admirável nessas entrelinhas, mas há veracidade nelas. Fauzer Simão Abrão Júnior não se despe por completo, mas o que lemos já é o suficiente para se construir uma clássica narrativa de um destemido personagem. Há conflitos e dilemas claros, mas não emociona. Na narrativa, em 2 de dezembro de 2010, data em que o autor completou 42 anos e 195 dias de vida, ele escreve as últimas linhas do livro. Comparando a vida à uma ultramaratona, o livro relata as passagens marcantes e difíceis que ele viveu na primeira “Maratona” de sua vida, com o objetivo de eternizá-las. Tendo encontrado forças para vencer os desafios na corrida e no apoio da família, Fauzer conta as lições que aprendeu com as dificuldades superadas. "42,195" tem uma leitura clara e fácil.

11 de agosto de 2017

Jack the Giant Slayer


A aventura americana "Jack the Giant Slayer" ou "Jack, o caçador de gigantes" (2013) é, literalmente, uma aventura cem por cento do tempo. Além dos excelentes efeitos especiais, a história tem boa estrutura e envolve a audiência pela fantasia e fábula. Os personagens são clichês, claro, mas atende ao gênero proposto. Na trama, Jack (Nicholas Hoult) é um fazendeiro que adquire grãos de feijão com a única recomendação de que não devem ser molhados. Obviamente, isto acaba ocorrendo e criando um enorme pé de feijão que vai dar em um mundo de gigantes. Em meio a tudo isso, a princesa Isabelle (Eleanor Tomlinson) é sequestrada pelos gigantes e Jack se unirá ao Rei (Ian McShane) numa cruzada para a salvar a jovem. Assista o trailer!

10 de agosto de 2017

O Vendedor de Sacis & Outras Lorotas

Foto: Divulgação

Vicentini Gomez já representou centenas de personagens no teatro, na televisão e no cinema. E, depois do sucesso do italiano Giuseppe Cavichioli, seu personagem na novela Cúmplices de um Resgate (SBT), ele estreia a comédia infantil "O Vendedor de Sacis & Outras Lorotas" no dia 12 de agosto, às 16h, no Teatro Ruth Escobar. O espetáculo é um divertido passeio pelas lendas urbanas e pelo folclore brasileiro. José, ou simplesmente Zé, é um desses personagens que resolveu cair no mundo e conhecer as histórias, os causos e as lorotas de cada cidade que surge em seu caminho. Aventureiro e curioso, ele se mete em muitas enrascadas, deixando crianças e adultos curiosos para entender como ele se envolveu em tais aventuras, e encantados com a magia das personagens ao se livrarem de tantas encrencas. "O Vendedor de Sacis & Outras Lorotas" é carregado de humor e emoção: são chegadas e partidas, aventuras que só o carismático Zé sabe contar tão bem. O Teatro Ruth Escobar fica na rua dos ingleses, 209 - Bela Vista - São Paulo. A temporada tem apresentações aos sábados e domingos, às 16h.

9 de agosto de 2017

O ovo da serpente


A peça “O ovo da serpente” conta com uma ideia original ordinária e a narrativa é bem estruturada em seus dilemas crescentes e revelações apropriadas, contudo, a temática nazista inspirada e trabalhada, certamente, não aproxima a audiência do objetivo definido por tal inspiração. Seja pelo o assunto tão distante à atual realidade brasileira, seja por um assunto tão batido. Falta o sal do tempero. Entretanto, tal tônica goste o espectador ou não, entrega o que propõe. O texto é bom, mas ao se posicionar como visceral, por vezes força a barra e perde sua pujança. O diálogo restitui o que promete de maneira singular: muitas vezes são monólogos e repletos de eco. Aliás, diria que este é um ponto alto da dramaturgia. A cenografia é péssima. As atuações são nítidas e, em certos momentos, significativas.


Na trama, três personagens insólitos, Lascívia (Glória Rabelo), Jack (Zaqueu Machado) e Mike (vivido pelo próprio autor), fala de um assassino neonazista que convida um jovem psicopata para testar o caráter de sua esposa, uma ex-prostituta judia. No entanto, algo foge do controle. O espetáculo “O Ovo da Serpente”, de Rudson Mazzorana, está no Viga Espaço Cênico até o dia 27 de agosto, sempre aos sábados (às 21h) e domingos (às 19h). O Viga Espaço fica na Rua Capote Valente, 1323 – Pinheiros/ SP.

Boca de ouro

Foto: João Caldas

Dia 11 de agosto estreia no Teatro Tucarena o espetáculo "Boca de ouro" com direção de Gabriel Villela e texto de Nelson Rodrigues. "Boca de Ouro" é um lendário bicheiro carioca, figura temida e megalomaníaca, que tem esse apelido porque trocou todos os dentes por uma dentadura de ouro. Também é conhecido como o Drácula de Madureira. Quando Boca é assassinado, seu passado é vasculhado por um repórter. Sua fonte é dona Guigui, a volúvel ex-amante do contraventor, uma mulher que, ao longo da peça, revela diferentes versões do bicheiro. Dentro das iconografias do subúrbio carioca, Gabriel se utiliza da simbologia do Candomblé e das mascaradas astecas no espetáculo. A casa de Celeste e Leleco traz muitas representações de Orixás sincretizados. A figura de Iansã aparece toda vez que uma cena de morte acontece. Iansã faz a contrarregragem das mortes da estóriaO Brasil cabe todo nesta arena: a política, as narrativas contraditórias, a libido, a festa da gafieira, o jogo do bicho, a fé e a música. Retratos de uma época que nos mostram que o Brasil pouco mudou, e que nosso dramaturgo nascido em Pernambuco em 1912 e radicado no Rio de Janeiro, nunca foi tão atual. O Teatro Tucarena fica na R. Monte Alegre, 1024 - Perdizes, São Paulo - SP e o espetáculo acontecerá todas às Sex e Sáb 21h, Dom 18h30.

8 de agosto de 2017

Autobiografia Autorizada

Foto: Mauro Khouri

O ator Paulo Betti estreia o monólogo "Autobiografia Autorizada", no dia 11 de agosto às 21h30, no Teatro Vivo, em São Paulo. O espetáculo, dirigido pelo próprio ator em parceria com Rafael Ponzi, comemora os 40 anos de carreira de Paulo, que também assina o texto. No palco, Betti interpreta, com muito humor, histórias que viveu e ouviu na infância e adolescência. São passagens que ficaram registradas em sua memória e em anotações que fazia sobre tudo que acontecia à sua volta, em busca de compreender a própria vida. Os textos eram anotados em grandes blocos onde também fazia colagens de fatos da época. Este “livro” de memórias compõe a cena do espetáculo. O testemunho do ator, autor e diretor, que interpreta pai, mãe, avó e muitos outros personagens da própria vida, brinda o público com uma peça emocionante. Segundo Paulo Betti: “Minha fixação pela memória da infância e adolescência, passada num ambiente inóspito e ao mesmo tempo poético, talvez mereça ser compartilhada no intuito de provocar emoção, riso, entretenimento e entendimento”. O espetáculo será apresentado todas as sextas (21h30), sábados (21h) e domingos (18h) no Teatro Vivo que fica na Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 - Vila Cordeiro - São Paulo/ SP.

7 de agosto de 2017

Histeria


Escrita pelo inglês Terry Johnson e dirigida por Jô Soares, a comédia Histeria” além de trazer o riso fácil, faz a plateia pensar um pouco, mesmo que ela não queira. O texto é brilhante com seus pontos altos e dilemas crescentes. A direção virtuosa tem o time exato para a gargalhada escrachada e os momentos um pouco mais complexos com certa sobriedade. Também não podemos deixar de notar a produção primorosa. Cassio Scapin, como Salvador Dalí, faz uma interpretação singular. Na narrativa, ambientada na Londres de 1938, o psicanalista Sigmund Freud enfrenta um câncer terminal e anda amedrontado com a perseguição nazista aos judeus. Fixa, então, residência na capital inglesa para enfrentar essa dura fase. A pedido de um amigo, ele interrompe o sossego e recebe o pintor espanhol Salvador Dalí, curioso para estabelecer pontes entre o surrealismo e a mente humana. Como se não bastasse, uma aloprada moça implora por uma consulta, mas, na verdade, quer decifrar um segredo que envolve sua família. Tudo é observado por um médico judeu, encarregado da saúde do protagonista. Divertida e com conteúdo marcante, a peça vale à pena ser assistida. Recomendo!! A peça está em cartaz no Teatro Raul Cortez que fica na Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista.

Declínio de um homem


O livro "Declínio de um homem", de Osamu Dazai é denso, detalhista e apresenta um personagem riquíssimo sob o ponto de vista comportamental. O ritmo da leitura, por vezes, se arrasta, mas nada tira o brilho da obra. A curta passagem pela vida do escritor japonês Osamu Dazai — suicidou-se aos 38 anos de idade — não o impediu de se transformar num autor bastante popular. A obra sintetiza em cenas e passagens notoriamente biográficas muitas das angústias que tanto alimentavam a personalidade autodestrutiva do autor, a saber: a dificuldade de entendimento com seus familiares, sua antissociabilidade niilista, seu patológico apego ao álcool — vício do qual nunca conseguiu se livrar —, sua autoestima inexistente, enfim, sua evidente sensação de deslocamento em relação ao mundo — como se tivesse sido enviado à existência por mero descuido. O êxito editorial de "Declínio de um homem" talvez possa ser explicado pela maneira catártica com que Dazai escreve: diferentemente de seus pares mais tradicionais da literatura japonesa, em geral caracterizados pela sutileza e por tons etéreos. O autor, simplesmente, não se importa em trazer à tona fantasmas interiores obscuros. Sua escrita simplesmente angustia. e, talvez, por isso mesmo, seja tão raro.

4 de agosto de 2017

Take Care


A comédia romântica "Take Care" ou "Se cuida" (2014) tem uma boa ideia original, dilemas crescentes com conflitos naturais e verossímeis. Os diálogos são assertivos. A película é leve e gostosa de assistir, boa para aqueles momentos que não queremos filosofar sobre nada. A trama leva ao clímax e final com desenvoltura e perfeição. Na narrativa, após ser atropelada por um carro, Frannie passa um tempo no hospital e depois retorna para casa. Mas debilitada, ela precisa da ajuda de outras pessoas e inicialmente conta com os amigos, que aos poucos vão se afastando. Desesperada, ela pede ajuda ao seu ex-namorado, que agora tem uma nova namorada. Confira o trailer!

3 de agosto de 2017

Lasanha de berinjela

Foto: Tati Wexler

Estreia dia 5 de agosto "Pais e filhos" (ou Lasanha de Berinjela 1) e "Irmãos" (ou Lasanha de Berinjela 2), espetáculos que colocam em perspectiva relações familiares em estado de emergência e calamidade pública. A primeira peça do projeto é "Pais e filhos" (foto) e traz a tona um diálogo essencial entre um pai advogado e um filho artista plástico. As cobranças paternas, as expectativas dos pais em relação aos filhos e os diálogos ortodoxos entre eles vão se desenrolando a ponto deles decidirem deixar suas construções psicológicas de si de lado em busca de um desnudamento das próprias simbologias para uma tentativa de reconstrução dessa relação previsível e muitas vezes hipócrita. Numa espécie de ensaio teatral do encontro, eles buscam construir a relação de modo a não entrarem em conflito, ficando na linha tênue entre o que é ensaio do encontro e o que é de fato real nesse encontro. Já o segundo espetáculo, "Irmãos", traz um conflito entre a relação paradoxal de uma dupla de irmãos que perdeu os pais em um acidente de automóvel quando ele era bebê e ela pré-adolescente. Ele hoje é escritor e financeiramente está falido, mas continua tentando viver de literatura, mesmo que financiado pela irmã que apesar de também ser escritora exerce a profissão de professora de português na rede pública de ensino. Ao completar seus 33 anos de idade, ele escreve um livro que pensa que poderá lhe trazer independência financeira e passa a ser sua grande aposta: trata-se da história de uma escritora fracassada e frustrada inspirado justamente na história de sua irmã. As peças serão apresentadas na SP Escola de Teatro – Praça Roosevelt, 210, metrô República. "Pais e filhos" de 7 de agosto a 25 de setembro, todas as segundas às 21h. Já "Irmãos" de 5 de agosto a 17 de setembro, sábado às 21h e domingo às 20h.

2 de agosto de 2017

Pés Pequenos contra bullying

Foto: Bruno di Torino

Estreia no dia 5 de agosto no Teatro Décio Almeida Prado o espetáculo infantil "Pés Pequenos contra bullying". A peça levanta uma questão muito presente em nossa sociedade: o bullying e suas implicações. São muito recorrentes os casos de discriminação racial, de gênero, sexualidade, classe social, entre outras situações. O tema polêmico motivou "Grupo Salto Fino" a uma verdadeira imersão através de laboratórios e pesquisas de campo com psicólogos e educadores infantis. Na narrativa, Gui, uma menina diferente, divertida e órfã, embarca em uma aventura ao fugir da casa da tia malvada com seu melhor amigo Marlon Lu, um pássaro que foi expulso do próprio bando, por não saber voar nem cantar. Abrigados no Lar Pés Pequenos, Gui é obrigada a entrar na rotina das outras crianças e encontra dificuldades de adaptação na escola nova, onde Henrique Junior (um garoto muito encrenqueiro que sofre de complexo de superioridade) passa o tempo praticando bullying contra outras crianças da classe como Babalu  (uma menina comilona), Celeno (um menino afro descendente que adora colecionar figurinhas) e Olegário (um menino paraplégico que é muito rápido). Ao longo do ano passado, o espetáculo foi apresentado para crianças e jovens residentes de casas de acolhimento em regiões de vulnerabilidade social de São Paulo. A peça faz curtíssima temporada popular no Teatro Décio de Almeida Prado até o dia 27 de agosto. O teatro fica na Rua Cojuba, 45 - Itaim Bibi - São Paulo. O espetáculo acontecerá todos os sábados e domingos, às 16h.

1 de agosto de 2017

São Paulo Refúgio

Foto: Vitor Manon

"São Paulo Refúgio" estreia dia 3 de agosto na Funarte. O projeto tem como objetivo principal dar voz e criar espaços para o diálogo com a população de refugiados da capital paulista. Foram desenvolvidas diversas ações culturais, como laboratórios teatrais direcionadas a imigrantes e refugiados, rodas de conversa e festas temáticas em parceria com instituições como o Grupo​ de Refugiados e Imigrantes Sem-teto de São Paulo, Mesquita do Pari, Oásis Solidário, MSTC, Museu da Imigração, Adus e Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes. Ações, essas, que deram origem ao espetáculo teatral. A peça tem três movimentos que retratam diferentes momentos do processo de mudança vivido por refugiados que chegam ao Brasil. No Movimento I, A Vida e Guerra, é abordado o período anterior à migração, quando situações de violência, vulnerabilidade e miséria modificam profundamente a realidade de um país e acabam provocando movimentos migratórios forçados. No Movimento II, A Mudança, são retratadas as dificuldades do processo de travessia e da busca por um novo país. Por fim, em Cultura em Choque, o Movimento III, são abordadas as dificuldades de integração e o choque cultural sofrido por imigrantes e refugiados ao se depararem com a realidade brasileira. A Temporada vai até o dia 27 de agosto, todas as quintas, sextas e a sábados às 21h e domingos às 20h. A Funarte fica na Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos​.