30 de novembro de 2009

Mentes & Manias


O livro Mentes & Manias de Ana Beatriz Barbosa Silva é para gregos e troianos. Você não precisa ser um psicólogo ou médico, muito menos sofrer de algumas das doenças citadas no livro para lê-lo e entendê-lo. Basta apenas ter curiosidade no universo comportamental do ser humano e, pronto, se deliciar com esta leitura . Em Mentes & Manias, o principal foco da autora é falar sobre TOC - Transtorno Obsessivo-Compulsivo, mas ela faz uma comparação também com outros distúrbios da nossa engenhosa mente, tais como hipocondria, Síndrome de Tourette, cleptomania, compra compulsiva, entre outros. A leitura é fácil e esclarecedora, então, vale à pena ter um exemplar dele em casa. O TOC são, de forma bem simplória, aqueles pensamentos obsessivos que provocam sofrimento para quem sofre deste mal. E pensamentos de tudo quanto é gênero e natureza: dos que tem obsessão por limpeza, por sexo ou até mesmo de caráter religioso. As esquisitices são as mais variadas possíveis, mas acabam causando sofrimento para quem os tem e para a família. E, pasmem, 4% da população mundial sofre deste mal... Assim, você pode ter um vizinho, um filho ou até mesmo um namorado com tais manias e não sabe, agora você pode reconhecê-lo. Então, se você gosta deste tipo de assunto, este livro é um prato cheio para aprender um pouco mais. Divirta-se!

24 de novembro de 2009

Up

Este filme da Pixar é encantador. Primeiro porque trabalha com um personagem que tinha tudo para não cativar, mas cativa: um velho de 78 anos. Preconceitos ou não à parte, Up é daqueles filmes para ficar na história. Carl Fredricksen, um menino tímido e quieto, reúne com a enérgica Ellie. Eles descobrem que compartilham o mesmo interesse na exploração como seu herói, então com 24 anos de idade, famoso explorador Charles F. Muntz. Ellie expressa seu desejo de visitar o Paradise Falls na América do Sul, uma promessa que ela faz para Carl. Carl e Ellie casam-se e envelhecer juntos na velha casa onde eles encontraram pela primeira vez. Não podendo ter filhos, eles também tentam economizar para a viagem a Paradise Falls, mas outras obrigações financeiras surgem no decorrer da história. Mas, Ellie morre, deixando Carl vivendo sozinho na mesma casa, só que desta vez com o mal humor que é peculiar dos velhos "enclichezados". A cidade cresce em torno da casa de Carl. E, depois de uma desavença com um trabalhador da construção civil , o tribunal ordena que ele vá para o Shady Oaks Retirement Home. Carl, mesmo velho, não se deixa vencer, então, transforma sua casa num improvisado dirigível com milhares de balões de hélio. E a aventura começa. Carl descobre que não está sozinho, mas com Russell, uma espécie de escoteiro que tenta ganhar a medalha de mérito final por "ajudar as pessoas idosas". E este contraste, diria, é delicioso de ver na tela. Com esta casa flutuante em mãos, literalmente, muitas aventuras, decepções, amigos e inimigos serão feitos até o final do filme. Diria que, sem preconceitos, é uma película para se assistir dos 8 aos 80 anos. Está mais do que recomendado! Se você ainda não se decidiu por assistí-lo, vale à pena ver o trailler para não mais ter dúvidas.

15 de novembro de 2009

Il Cerchio d’Oro

Ouvi e gostei deste rock progressivo italiano... o grupo tem uma boa qualidade musical e arranjos. Il Cerchio d'Oro é da década de 70 e depois de cerca de 25 anos de separação, se deram a oportunidade de um novo álbum. Dizem que mais conceitual em um estilo progressivo italiano. Aqui apenas uma degustação, pois os caras tem um som com uma forte influência da Orme. As músicas sobrevivem por serem tocadas com três teclados, baixo e bateria. Não tem estilo comercial e dizem que o melhor LP dos caras foi La quadratura del cerchio de 2005 que contém 9 gravações inéditas. Algumas destas são covers de Orme, New Trolls e The Trip, juntamente com alguns originais. Vale à pena checar!


14 de novembro de 2009

A velha a fiar

Esta ficção de A velha a fiar trata-se de uma ilustração de uma canção popular do interior do Brasil, utilizando tipos e costumes das fazendas em decadência. Não há ninguém que não lembre desta canção, ela é clássia em nossa cultura e aqui, tornou-se uma pequena jóia do cinema brasileiro. O diretor Humberto Mauro já foi considerado por críticos o pioneiro do videoclip.


13 de novembro de 2009

Despedida em Las Vegas


Uma prostituta, um alcoólotra e um amor inexplicável, ou talvez, incompreendido. Mas sempre: um amor. Em Los Angeles, Ben Sanderson (Nicolas Cage) é um alcoólatra que, após ter sido demitido, decide ir para Las Vegas, onde planeja beber até morrer. Lá conhece Sera (Elisabeth Shue), uma prostituta. Eles se apaixonam e ele acaba indo morar na casa dela. O mais incrível é que ela respeita o fato dele ser alcoólatra e ele respeita seu modo de ganhar a vida. No entanto, a deterioração dele entrou em um processo irreversível. Um amor com submissões, aceitações e nenhuma cessão. A vida como realmente ela é. Um drama particular e único de duas pessoas buscando um apoio, afagando a solidão como se isso fosse possível. Um casal marginalizado ou um amor inalcansável? Um filme com uma trilha sonora maravilhosa, cortes de câmeras sensacionais e ainda de quebra a excelente atuação de Nicolas Cage. Realmente imperdível!

11 de novembro de 2009

Capítulo 21


Sofia decidiu se dar dois dias para ver se a poeira baixava. Passado alguns dias do acontecido, a poeira ainda estava lá intacta, cheia de ódio. Então, sofia levantou-se da cama e decidiu que já estava mais do que na hora de pôr o seu plano em prática. Ligou para o escritório e disse que tinha uma reunião com um cliente, que só iria na parte da tarde. A loja de ferramentas estava cheia. Sofia pegou um machado e o atendente ficou olhando para ela como se pensasse “o que uma moça tão bonita quanto ela estava querendo com um machado?”, mas podia ter sido meramente impressão. Quando a gente decide fazer algo que sabe que está errado perante as leis da sociedade, imaginamos coisas – pensou Sofia. Ela dirigiu para o apartamento de Morrice um pouco nervosa. Ficou esperando o porteiro sair para o horário do almoço, pois sabia que neste horário ninguém ficava na portaria.

O porteiro saiu, Sofia entrou. Ela sabia que no prédio não tinha cameras, decidiu não arriscar, subiu de escadas. Colocou as luvas. Abriu a porta do apartamento de Morrice e lembrou-se da primeira vez que tinha entrado nele. Olhou para o sofá e recordou uma das inúmeras noites de amor que tinha feito nele. Não conseguiu chorar. Sofia olhou cuidadosamente o apartamento como se checasse que não tinha ninguém. E não tinha. Então, Sofia respirou fundo. Bem, estamos aqui para isso, falou consigo mesma. Começou pelo som, algo que Morrice mais gostava. Deu apenas três machadadas, o suficiente para dar perda total no aparelho. Depois de ter destruido toda a sala, Sofia foi para o quarto, banheiro e chegou na cozinha. O apartamento de Morrice estava completamente destruído. Ela sorriu, um sorriso de satisfação. Caminhou até a porta. Parou. Olhou no relógio e viu que ainda dava tempo de sair sem que ninguém a visse. Olhou pela janela e a vida lá fora pulsava normalmente, sem nenhuma alteração, sem nenhum ataque cardiaco. Foi até o olho mágico e certificou-se de que ninguém passava pelo corredor. Abriu a porta e foi-se. Decidiu guardar a chave do apartamento de recordação. Pensou em amarrar um laço vermelho nela. Talvez para simbolizar algo proibido, não sabia ao certo. Desceu as escadas e antes de entrar no corredor olhou de um lado para o outro, não vinha ninguém. Andou até a portaria com passos largos. Saiu do prédio sem que ninguém a visse entrar, muito menos sair. Entrou no carro e começou a chorar. Devo estar louca de fazer uma coisa destas, pensou. Tarde demais, já tinha feito.

Sofia dirigiu alguns quilometros e decidiu parar num posto de gasolina. Ligou para Kai. O amigo ouviu pacientemente o choro dela, sem perguntar nada. Quando Sofia se acalmou, ele perguntou se ela tinha se arrependido. Ela voltou a chorar, um choro profundo. Não sei, Kai, não sei se realmente eu me arrependi ou não... Kai não queria saber o que a amiga tinha feito, só estava preocupado com ela. Disse-lhe que não podia sair do trabalho àquela hora, mas se ela quisesse se encontrar com ele à noite, ele estaria disponível. Não Kai, só queria chorar um pouco com alguém em que confio, revelou.

Ligou o carro e voltou a dirigir. Olhou no espelho, a maquiagem estava borrada. Resolveu chorar mais um pouco enquanto dirigia, só que desta vez um choro silencioso. Parou o carro na vila, enxugou as lágrimas, retocou a maquiagem e entrou no escritório. Laura notou que Sofia estava estranha, mas só desejou-lhe “boa tarde”. Sofia respondeu e pediu-lhe um café, enquanto subia as escadas. Entrou na sala de Carlinhos e ele não estava lá. Sofia foi para sua sala e, especialmente neste dia trabalhou até tarde da noite. Rascunhou o tempo todo sapatos de uma coleção que lembrasse objetos quebrados. Simulou em um deles um vidro quebrado. Vidro era mais frágil, pensou em alguma outra alternativa, mas não chegou a nenhuma conclusão. Quis fazer uma alusão a fragilidade do amor, mas deu risada e pensou que não tinha nenhum jeito para filosofia barata. Olhou toda a coleção e achou que tinha ficado linda. Agora, preciso pensar para que cliente vou vendê-la, falou consigo mesma. Olhou o relógio e viu que já eram quase meia noite. Decidiu ir para casa. Deixou um bilhete para Laura avisando que no dia seguinte chegaria mais tarde e saiu do escritório como se fosse qualquer outro dia em sua vida.

7 de novembro de 2009

Cine Majestic


Em plena década de 50, Peter Appleton (Jim Carrey) é um jovem e ambicioso roteirista de cinema que se torna alvo do macarthismo. Acusado de seguir o comunismo, Peter perde o emprego e sofre um acidente de carro. Perdendo a memória, é confundido com o filho do dono da sala de cinema local de uma pequena cidade do interior da California, que desapareceu em plena Segunda Guerra Mundial. A partir daí, ele tenta reabrir a sala de cinema até que sua memória retorne. O filme (The Majestic, 2001) é óbvio demais. Existem cenas artificiais que por vezes nos causa náuseas, a exemplo da reforma do cinema...é incrível, ninguém se machuca, ninguém fica cansado e todo mundo feliz. Nada de vida real. Quando comecei a ver este filme, pensei, "nossa Jim Carrey fazendo drama...". Queria me surpreender, até tive vontade, mas não passou disso.

4 de novembro de 2009

Irving Penn







Sabe quando aquela profissão, por mais simples que ela pudesse ser, tinha íntriseco um valor que nos atuais dias não conseguimos enxergar? Não a profissão pelo dinheiro, mas a profissão pela profissão, diria, pela realização pessoal. Pois foi assim que Irving Penn retratou e resgatou, em preto e branco, tais valores. As expressivas fotos nos transporta a outros tempos de outrora. No Getty Museum, California, podemos nos deleitar com uma maravilhosa exposição de Penn. Imperdível, caso esteja por aqui. Além do mais, o museu fica num local privilegiado e com uma vista belíssima. Cultura nunca é demais!

Kseniya Simonova

A Ucraniana Kseniya Simonova nos presenteia com um trabalho belíssimo e sensível. Enquanto faz animação na areia, nos conta a história da invasão alemã e a ocupação da Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial numa interpretação pra lá de emocionante. A música nos envolve no contexto da temática junto com a performance e o talento da moça. O que muito me impressionou, diga-se de passagem... Coisa de gente grande mesmo, um trabalho pra lá de criativo. Siminova foi vencedora do Got Talent 2009, uma versão do mesmo programa que celebrizou Susan Boyle.