29 de janeiro de 2009

Amel Bent


Quem pensa que na França a cultura é velha e histórica, está muito enganado. A França se reinventa a cada dia, seja pela sua gastronomia maravilhosa ou pelos inúmeros museus aqui e acolá que esbarramos no meio do caminho. A cultura transborda e está cada dia mais pop. A prova disso é Amel Bent que além de pop, é Francesa e tudo o que há de bom.

O site oficial dela para visitas onde rola as músicas da moiçola é http://www.amelbent.com/

Vale à pena entrar e conferir!

A menina que roubava livros



O título é convidativo, e tenho que confessar que já até andei dando alguns livros deste de presente por aí, sem ao menos lê-lo antes, apenas por recomendação da vendedora, mas enfim, o recheio é péssimo. Markus Zusak, escritor australiano, e autor de “A menina que roubava livros” conseguiu fazer o pior livro que eu já li nos últimos tempos, a escrita é dura e você dispersa constantemente. Aliás, digo, ler mesmo, não o fiz, pois o texto é tão ruim que eu empaquei num capitulo logo no inicio e de lá não consegui mais sair. Achei que o problema estava comigo, então, deixei a obra literária de lado e embarquei na aventura de outros dois livros nesse meio tempo. Resolvi tentar lê-lo esta semana novamente e, definitivamente, não consegui. Coincidências à parte, eu encontrei duas leitoras vorazes de boa literatura que tiveram a mesma opinião: uma delas empacou e não conseguiu sair do lugar assim como eu, a outra me disse que pulou vários capítulos, fez leitura dinâmica em outros tantos e ainda teve a coragem de nos dizer que no final o livro consegue até ficar “legalzinho”. Senti-me uma pessoa mais normal... Não consigo entender, de fato como este livro pode ser um best-seller e como o autor foi considerado um 'fenômeno literário' por críticos australianos e norte-americanos. Sem comentários!

28 de janeiro de 2009

Geri's Game

Quando estamos num jogo, podemos conhecer as duas faces de um único personagem: o bem e o mal, lado a lado. Sendo vencedor e derrotado, num tempo linear onde, não importa como, o personagem é único nesta história cativante e cheia de personalidade. A escolha do jogo de Geri, neste contexto de vida, não é por acaso. As expressões falam por si só, não se faz necessário às palavras. Maravilhoso este curta da Pixar!

O desaparecimento da cueca

Dizem que pra gente saber o que é bom, tem-se que conhecer o que é ruim também. Mas, pelo amor de Deus, existem algumas produções culturais que, das duas uma: ou você não as leva literalmente a sério ou você parte para traduzir a obra de forma menos (ou mais, se preferir) jocosa possível. No caso do curta-metragem (desculpem, mas ele se intitula como tal) de Feira Nova, “O desaparecimento da cueca” isso ainda tende a ser mais grave do que podemos imaginar. É no mínimo hilário, a começar pelo roteiro que é péssimo: o conflito do personagem pode até ser real, mas suas ações não são nada orgânicas. Bem, pelo menos, dá para dar umas risadas dos efeitos sonoros. Feira Nova fica no agreste de Pernambuco e tem um pouco mais de 19 mil habitantes, e ao que tudo indica, os atores e sotaques são locais. Sem dar mais pano para manga (e sem trocadilhos, pois nem manga cueca tem), deleite-se com este cinema pra lá de trash...

Austrália


O filme Austrália com Nicole Kidman e Hugh Jackman não é tão ruim quanto a critica especializada fala. Também não é o melhor filme que vi nos últimos tempos, mas a história é interessante e tem uma boa fotografia. Possivelmente o que mais deve ter irritado foi, em tempo de crise, o valor gasto para realizar o filme. Dizem as más línguas que o investimento foi de 130 milhões de dólares, mas justificável se a verdadeira intenção é promover o turismo lá por aquelas bandas. Mas dá para se entreter um pouco com Austrália, sem compromisso. O pequeno Nullah, uma criança aborígine encantadora, nos faz querer saber um pouco mais sobre esta geração perdida.
E em tempos de Austrália, se você acha que já viu e ouviu de tudo, dá uma olhadinha nesta banda de rock aborígene australiano: Warumpi. Eles surgiram na região do deserto central do Território do Norte, no início dos anos oitenta. O nome da banda deriva do sítio “mel-formiga sonhando” localizado perto do assentamento de Papunya. Os caras não são brincadeira, eles inspiraram e acompanharam o Midnight Oil, em uma turnê de comunidades Aborígines em 1986 e gravaram "GO BUSH" no seu regresso. Aqui, curta a participação deles no Festival de Rock aborígine – 1988, com vocês: Warumpi Band!


27 de janeiro de 2009

Quem vê cara não vê nada

Definitivamente, na vida o ser humano só entende o que quer, mesmo que, muitas vezes, a obviedade esteja tão às claras. “Quem vê cara não vê nada” é um curta de extrema elegância onde se consegue ir mais a fundo, num simples encontro, no pensamento e fingimento de um e de outro. A moeda com duas faces: a dele e a dela. Resta, então, saber quem é cara e quem é coroa.

Bô Francineide

Se você é um “pornôanalfabeto”, provavelmente vai se lembrar da sensual Bô Francineide, famosa personagem interpretada por Jô Soares, que nos anos 80 “curtia o corpo numa nice”. Sua mãe pornográfica, interpretada por Henriqueta Brieba (1901-1995), dava um toque especial neste quadro hilariante. “E pensar que eu sai de dentro dela”... Basta sacudir um pouco a naftalina e entrar de cabeça nesse quadro recheado com "delírios da alcatra".

26 de janeiro de 2009

Dossiê Rê Bordosa

Lembra da famosíssima personagem Rê Bordosa? Pois é, saiba como Angeli matou ela sem dó nem piedade neste engraçado curta. Melhor que a reportagem do Linha Direta. Dossiê Rê Bordosa

Joana d'Arc



Concordo com o historiador Jules Michelet quando diz que “Joana d’Arc amava tanto a França que a França começou a se amar”. A história romanceada da jovem camponesa, mais conhecida como Donzela de Orléans, é apaixonante. Joana foi uma revolucionária, visionária e patriota, apesar de ter sido traída pelas elites e pela Igreja. É um livro que tem alma. Vale à pena apostar nesta leitura pra lá de interessante: Joana d'Arc de Mark Twain.

O Curioso Caso de Benjamin Button

Nunca vi um tema tão simples como o tempo ser tratado de uma forma, digamos, pra lá de peculiar. O filme é longo, mas vale à pena ver, mesmo sabendo que em alguns momentos a obviedade é necessária como o nascimento e a morte, ele não procura explicações científicas para este estranho caso. A gente sabe que isso não existe, que é pura fantasia, mas a gente acaba se envolvendo com os personagens. A maquiagem é perfeita! Não é à toa que ele tem tanta indicação pro Oscar.

Lemon Tree

No filme Lemon Tree, por trás de simples limoeiros, há uma grande história com muitos percalços: conflitos culturais, raciais e bélicos que se estendem na região da Cisjordânia há 3 mil anos. Há também uma resistência da mulher árabe, bem como conflitos pessoais que se dá entre a personagem principal e a esposa do ministro. O filme prende pela simplicidade e há algo sutil no ar quando as árvores são comparadas a pessoas. O final é interessantíssimo. Vale à pena assistir antes que saia de cartaz.

E por falar em Lemon Tree, olha só o que encontrei por aí... A banda alemã Fools Garden que desde 1995 vem encantando o mundo com uma música homônima traduzida em 40 países.




Agora, a versão japonesa desta música com a cantora Tracy é, digamos, esquisita, apesar de reconhecermos a melodia original.


Julieta Venegas


Ouvi pela primeira vez uma linda canção com uma doce melodia. Duas mulheres cantavam. Uma delas, reconheci: Marisa Monte. A outra pelo que cantava era mexicana, com certeza. A partir de então, não consegui mais deixar de escutá-la. Julieta Venegas: mexicana, de voz suave, moderna, versátil, além de cantora é também compositora. Ela canta com Deus e o mundo: Lenine, Otto, Pedro Guerra, Coti, Juanson entre tantos outros. Para quem ainda não conhece, vai um “test
drive de Julieta Venegas - Ilusión con Marisa Monte (MTV UNPLUGGED). ´




Se quiserem conhecer o site dela e que toca umas músicas bem bacanas pra ir degustando, é só entrar no http://www.julietavenegas.net/


Capítulo 1

Sofia desceu as escadas do metrô correndo assim que avistou Kai. Beijou-o e, ao mesmo tempo, passou a mão pela bunda dele dando uma leve apertadinha. Porra Sofia, que merda é essa? Kai ficava irado quando ela inventava alguma alternativa boba de sucumbir o seu corpo. E, Sofia se divertia rindo do amigo com um sorriso maroto e provocador. Ah! Vai me dizer que você não gostou, aposto que de fio terra você gosta! Literalmente não tinha como levar Sofia a sério...


Entraram no metrô e quando chegaram no terminal Tietê, Sofia ficou estarrecida com tamanha quantidade de gente. Nunca, em toda sua vida, tinha ido aquele lugar. Queria até desistir de ter inventado aquela merda toda, mas agora não dava mais pra voltar atrás, Kai ia ficar puto da vida se ela dissesse pra eles desistirem. Compraram as passagens, entraram no ônibus e seguiram com o que tinham combinado. Antes de sair da cidade, o motorista parou em uma rua próxima a rodoviária e um senhor de cabelos bem alvos e pele ressecada entrou no ônibus entregando um chocolate de uma marca desconhecida. Ele tinha uma voz grossa e firme e, dizia que aquela amostra era apenas uma degustação, se gostassem, os passageiros podiam comprar um pacote com dez chocolates que custava apenas uns míseros R$ 5,00. “É para vocês comerem e irem se distraindo durante a viagem”, dizia. O chocolate era ruim pra dedéu, mas ainda assim, tinha gente que comprava.


A viagem durou um pouco mais de duas horas quando chegaram em Rio Claro, uma cidade quente, mas com ares bastante interioranos. Seguiram por uma avenida que, parecia ser a principal, virando aqui a acolá até chegarem ao Horto Florestal. Sofia não sabia bem ao certo da história, mas parecia-lhe que um tal de Edmundo Navarro de Andrade, que emprestava o seu nome ao horto, morou lá, no que é hoje um casarão. Ele fez pesquisas sobre eucaliptos e foi responsável pela aquisição de várias espécies vindo da Austrália. À medida que Sofia e Kai andavam parque à dentro iam sentindo que o ar estava mais leve e, extasiados com a beleza do local decidiram caminhar bem devagarinho para curtir mais o lugar. Não demorou muito e já encontraram um grupo grande se formando. A maioria vestida de moleton e tênis, conforme pedira o tal do guru. Para Kai, aquilo tudo era uma farsa, mas não queria deixar Sofia se meter em mais uma estripulia sozinha. E, óbvio, que ela pediu pra ele com aquele jeitinho tão sedutor em que fazia biquinhos com aquela boca carnuda. E ele, mais uma vez, não teve como negar à amiga aquele pedido. Kai lembrou que virava e mexia, Sofia metia ele em encrencas. Um dia, ele ainda iria beijar aquela boca!


O tal do guru iniciou aquele encontro com uma prece que mais parecia um canto gregoriano do que qualquer outra coisa, mas, enfim, vai ver que era assim mesmo. E, depois disso, pediu a todos que vendassem os olhos e começassem a se deslocar da mata em direção à saída do horto florestal seguindo apenas a voz do guia, ou seja, ele. Porra Sofia, que merda é essa, a gente está no meio da mata e este maluco aí quer fazer treinamento pra cego? Sofia foi logo dizendo que Kai estava mal humorado e sem ao menos dar chance de reação, simplesmente vendou o amigo. Logo no começo, ainda ouvia-se algumas pessoas rindo disfarçadamente, mas depois eles só conseguiam ouvir passos: alguns em direção ao guru, outros lá sabem Deus onde. O que dava pra ouvir era muitos “ais” e “uis” e o barulho da mata se mexendo através dos seus galhos secos distribuídos pelo solo. Kai sentiu por, pelo menos, umas duas vezes que alguém passou a mão nos seus órgãos genitais, mas preferiu não alardear muito por duas razões: vergonha de escândalos e respeito pelo ritual que, apesar de achar que aquilo ali era o maior 171 da história, tinha que manter as aparências por conta de Sofia. Os dois voltaram para São Paulo e quase não se falaram, estavam cansados. Apenas riram da menina que seguiu em direção contrária a voz do guru e se embreou no meio da mata, fazendo com que todo aquele ritual planejado fosse interrompido para que pudessem ajudar a procurar a tal da garota.


Diário de Sofia


Oi diariozinho,
Kai foi comigo naquele exercício espiritual daquele guru que me indicaram. Ele é um amor de amigo, sempre atendendo aos meus pedidos. Tenho de confessar que me aproveitei da situação e, no primeiro exercício que o guru pediu para fazer, peguei em um monte de bundas e até em outros negócios também, só não me aproveitei mais da situação, pois o que peguei não era tão convidativo assim. O guru não entendeu minhas brincadeiras e me disse no final que eu precisava de terapia. Resolvi que lá, então, eu não volto mais. Prefiro ficar contigo mesmo que pelo menos você não fala e muito menos me dá conselhos. O Kai vai ficar puto, pois mais uma vez começo algo e não termino, mas isso aí, eu dou um jeito depois.
Sofia.