31 de julho de 2018

Rinocerantas

Foto: Diyo Coelho

O fantástico universo do dramaturgo romeno Eugène Ionesco (1909 – 1994), conhecido mundialmente por suas peças teatrais, chega ao público infantil pelas mãos da Cia Lona de Retalhos e do espetáculo Rinocerantas, estreiou em 28 de julho, em curta temporada, e fica até o dia 25/8 no Sesc Consolação, no Teatro Anchieta.

Criado a partir de “O Rinoceronte”, uma das obras mais famosas de Ionesco que conta a história de pessoas que passam a ser intolerantes umas com as outras e acabam se transformando em rinocerontes de verdade e a partir de alguns contos escritos para crianças como a história onde todas as personagens se chamam Jaqueline ou quando seu pai muda o nome de tudo e um “queijo” pode se chamar “caixa de música”, a peça cria situações divertidas e inusitadas, ao mesmo tempo que propõe a reflexão sobre temas atuais ou como podem ser absurdas as coisas no mundo real.

O Sesc Consolação – Teatro Anchieta fica na Rua Dr. Vila Nova, 245 - São Paulo. O espetáculo acontece aos sábados, 11h.

30 de julho de 2018

Um Povo Omitido

Foto: Divulgação

Com texto e direção de Marcelo Marcus Fonseca, "Um Povo Omitido" estreia no dia 4 de agosto, às 21h no Teatro do incêndio. A peça é uma leitura surrealista – ainda que transite por outras linguagens – do massacre final sofrido pela cultura brasileira em nome de toda forma de lucro, apoiado por uma falsa religiosidade de políticos pastores e ruralistas sem quaisquer resquícios de valores que não o dinheiro e uma moral falida.

No enredo, Caboclos e Índios Gamela ressuscitam o espírito da rebelião por meio da resistência da ancestralidade, compreendendo a formação do brasileiro como um fato político e retornando ao estado animalesco toda relação de negociação sobre direitos.

Uma “parteira de encantados” (Gabriela Morato) busca, ao lado dos Caboclos Darcy (Marcelo Marcus Fonseca) e Arlinda Rosa (Lia Benacon) e do Guerreiro Gamela (Francisco Silva), o parto dos espíritos da cultura popular que estão mortos dentro das pessoas, transformando o movimento em insurreição após um violento ataque a aldeias e sentimentos indígenas. Sem se importarem se é vingança ou justiça, revidam a pele arrancada sem piedade dos seus inimigos, doutrinadores de profissão.

O cenário idealizado por Gabriela Morato e Marcelo Marcus Fonseca coloca em cena a memória recente dos três últimos espetáculos da companhia (O Santo Dialético, A Gente Submersa e Rebelião – O Coro de Todos os Santos) sobre a formação do povo brasileiro, sobre a cultura tradicional popular e a luta pelo não apagamento da memória brasileira.

O espetáculo fica em cartaz até o dia 24 de setembro, aos sábados (às 21h), domingos (às 19h) e segunda (às 21h). O Teatro do Incêndio fica na Rua Treze de Maio, 48 - São Paulo.

27 de julho de 2018

Concerto para João

Foto: Ale Catan

O emocionante exemplo de talento, genialidade e superação de João Carlos Martins inspira o espetáculo teatral "Concerto Para João", com direção de Cassio Scapin e texto de Sérgio Roveri, que estreia no dia 10 de agosto no Teatro FAAP. A trajetória do maestro mais amado do país já foi contada no cinema pelo filme “João, O Maestro” (2017), de Mauro Lima, que, assim como a peça, traz como protagonista o ator Rodrigo Pandolfo.
“Cinema e teatro são veículos muito distintos, então, invariavelmente, existe um pequeno abismo entre os dois. Desta vez, certamente, vou descobrir camadas mais profundas e me apropriar com mais segurança dessa figura tão interessante. A dramaturgia do espetáculo é muito distinta do filme. Ela foge da biografia cronológica e os personagens, a temperatura,  a direção, as situações, os atores são todos diferentes”, comenta Rodrigo Pandolfo.
Para ele não há muita diferença entre interpretar um personagem real ou fictício. “O trabalho é o mesmo. A responsabilidade de fazer o João já está implícita. Quero mais é me divertir e jogar alegremente com meus companheiros de cena”, diz.
A encenação se passa durante uma das várias cirurgias às quais o pianista foi submetido para tentar continuar tocando. Dividido entre o sono da anestesia e a vigília, ele revive alguns de seus grandes concertos, narra os inúmeros episódios de superação e recebe a visita de um homem misterioso, com quem estabelece uma relação humana e musical.

A trama transita entre fantasia e a realidade para narrar as glórias e os desafios enfrentados por um dos maiores músicos brasileiros ao longo de seus 60 anos de carreira.
O Teatro Faap fica na Rua Alagoas, 903 - Prédio 1 - São Paulo. A Temporada do espetáculo vai até o dia 02 de dezembro, às sextas e sábados às 21h. Domingos às 18h.

26 de julho de 2018

Meu Filho Vai Casar

Foto: Priscila Prade

Com texto de Ed Júlio e direção de Alexandre Reinecke, a divertida "Meu Filho Vai Casar" estreia no dia 3 de agosto no MASP Auditório. O elenco é composto por Suzy Rêgo, Anderson Müller, Clara Carvalho, Blota Filho, Martha Meola, Daniel Tavares e Rita Batata.
A montagem é uma caricatura sobre a importância dada pela elite decadente aos sobrenomes de famílias tradicionais e a hipocrisia presente nesse meio social. Na história, que se passa na década de 1980, os falidos Herculano e Adalgiza Barroso Pimenta Leão vivem um casamento de aparências e não se suportam mais.
Quando o filho Norberto anuncia o casamento com Serena Urime Constantino Aribello Colonna Mannucci, Herculano e Adalgiza enxergam a chance de sair do lamaceiro, pois deduzem que a menina tem uma situação abastada, já que possui cinco sobrenomes. O casal apaixonado pede aos pais do noivo para organizar um jantar para Loretta e Eliseu, os pais da noiva, para oficializar o noivado.
Correndo contra o tempo, Adalgiza precisa encontrar uma pobre coitada disposta a assumir a identidade de uma refinada empregada europeia, capaz de preparar uma recepção refinada aos ilustres convidados. Nesse hilário encontro, em que manter as aparências é a única coisa que importa, segredos de família são revelados.
A encenação tem uma estética que faz referência ao surrealismo de Salvador Dalí e a pop art de Andy Warhol. Além disso, alguns elementos utilizados nos filmes de Tim Burton estabelecem os limites da fantasia.
Segundo o diretor Alexandre Reinecke, “o espetáculo faz uso do politicamente incorreto e da linguagem da farsa, da pantomima e dos palhaços, em cima do melodrama, para ressaltar a hipocrisia da sociedade, quase como um circo-teatro”.
O espetáculo segue em cartaz até 7 de outubro, com sessões às sextas-feiras e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h no MASP Auditório que fica na Avenida Paulista, 1578 - São Paulo.

25 de julho de 2018

Alegria É Guardada em Cofres, Catedrais

Foto: Geraldo Rocha

No ano em que se comemora 45 anos do Clube da Esquina, o CD "Alegria É Guardada em Cofres, Catedrais" - que une o canto ímpar de Alaíde Costa com a guitarra, o violão e as harmonias de Toninho Horta – tem, finalmente, seu lançamento na capital paulista. O show acontece na CAIXA Cultural São Paulo, entre os dias 9 e 12 de agosto, às 19h15, com ingressos grátis.

O CD nasceu da ideia do produtor Geraldo Rocha que, em 2011, convidou Alaíde e o mestre arranjador mineiro para um projeto com músicas, na sua maioria, do repertório do Clube da Esquina. O resultado é um dueto primoroso. Em tom de recital, traz arranjos feitos especialmente para a voz cristalina de Alaíde Costa, executados com o requinte do violão preciso e sensível de Toninho Horta, ora alternado com a guitarra.

O título "Alegria É Guardada em Cofres, Catedrais" foi extraído da letra de “Aqui, oh!”, parceria de Horta com outro importante compositor mineiro, Fernando Brant (1946-2015). Com capa assinada por Leonardo Tasori, o CD foi gravado entre 2011 e 2014 no estúdio Na Trilha, de Belo Horizonte, sendo lançado em 2016 de forma independente, mas só agora o show chega a São Paulo. Nesse ano a cantora também comemorou seu aniversário de 80 anos.

A faixa instrumental inédita “Nos Tempos do Paulinho” - feita em memória de seu irmão, o baixista Paulo Horta - abre o CD. Na sequência, Alaíde empresta seu canto aos clássicos mineiros: “Aqui, Óh!” (T. Horta e Fernando Brant), “Travessia” e “Outubro” (ambas de Milton Nascimento com F. Brant), “Beijo Partido” (T. H.), “Nascente” (de Flávio Venturini e Murilo Antunes), “Sol de Primavera” (de Beto Guedes e Ronaldo Bastos), “Tudo que Você Podia Ser” (de Márcio e Lô Borges), “Saguin” (T. Horta) e “Bons Amigos” (T. Horta e Ronaldo Bastos). Fechando o disco está “Sem você”, uma composição dos ícones da bossa nova Tom Jobim e Vinicius de Moraes, a primeira música que Horta ouviu na voz de Alaíde, em 1961, ao som do violão de Baden Powell (1937-2000) no disco Alaíde, Joia Moderna.

Para 2018, Alaíde Costa prepara também o lançamento de seu primeiro DVD, em parceria com o Canal Brasil, e Toninho Horta trabalha o lançamento de seu songbook. E esta histórica parceria entre os artistas vai se tornar um documentário, ainda sem data prevista de lançamento, reunindo cenas de bastidores das gravações, musicais inéditos, depoimentos e passeios por Minas Gerais.

Vale ressaltar que a cantora participou do LP Clube da Esquina, estreia do movimento em 1972, dividindo com Milton Nascimento a faixa “Me Deixa em Paz”, de Monsueto e Airton Amorim. Sua participação tornou-se um dos destaques e fez a carioca radicada em São Paulo ser acolhida por aqueles jovens mineiros.

A CAIXA Cultural São Paulo fica na Praça da Sé, 111 - São Paulo.

24 de julho de 2018

Montanha-Russa

Foto: João Caldas Filho

O transtorno bipolar, caracterizado por mudanças radicais de humor – da depressão à mania -, é tema do documentário cênico "Montanha-Russa", de Marcelo Braga. Dirigido por José Eduardo Vendramini, o espetáculo estreia no dia 3 de agosto no Viga Espaço Cênico, onde fica em cartaz até 23 de setembro.

Com momentos realistas e outros mágicos, a história é narrada pelo filho de um homem com transtorno bipolar. Por meio de situações inspiradas em fatos verídicos, elementos ficcionais e uma pesquisa sobre o tema, a peça revela como a família lida com a doença do pai e o impacto sobre os relacionamentos entre os integrantes daquele núcleo.

O espetáculo tem vários planos, que são imbricados cenicamente - como o realista, o poético e o épico. Na representação da consciência, por exemplo, há as cenas do cotidiano da família, principalmente entre o Pai doente e a Mãe devastada pela doença do marido. Já nas referências ao subconsciente, existe a menção ao efeito quase indescritível da mania – estado de extrema euforia e agitação – e da depressão sobre a pessoa bipolar.

A direção parte do conceito do “jogo revelado”: os atores representam mimeticamente as cenas oferecidas pelo dramaturgo, mas a presença do Filho narrador traz o elemento metalinguístico da encenação dentro da encenação e da revelação dos procedimentos teatrais, sem perder a poesia do texto, porque tudo será incorporado e aproveitado, de modo que um plano não desvalorize o outro.

A cenografia parte dessa dualidade entre consciente e inconsciente. Uma cortina transparente separa a realidade da fantasia. O cenário é composto por cinco cadeiras e um apoio, onde ficam os objetos de cena e alguns adereços das personagens episódicas.

O Viga Espaço Cênico fica na Rua Capote Valente, 1323 - São Paulo. A temporada vai de 3 a 26 de agosto, às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos às 19h. De 1º a 23 de setembro, aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h.

23 de julho de 2018

Literatura para crianças de comunidades carentes




Em 2018, o projeto gata Bia entra no seu 3º ano contando muita história. O projeto tem dois objetivos: doar livros infantojuvenis para comunidades carentes e alimentar animais de rua. Durante esses dois anos de campanha a Rede Solidária Você Feliz já doou mais de 145 livros infantojuvenis para 20 bibliotecas de comunidades carentes do Brasil, bem como alimentaram mais de 100 gatos durante 2 meses. A campanha nasceu com uma doação tímida de livros infantojuvenis da trilogia da gata Bia, daí o nome do projeto. Foi crescendo aos poucos e agora eles querem doar mais de 140 livros. 

Quer ajudar a espalhar literatura para crianças de comunidades carentes e, de quebra, ajudar na alimentação de animais de rua? Acesse o link da campanha, para conhecer mais detalhes e contribuir. A campanha ficará no ar até o dia 17/09/2018.

Para maiores informações:

20 de julho de 2018

Aquarius


O brasileiríssimo "Aquarius" (2016) tem um excelente roteiro com construções e dinâmicas de cenas belíssimas. Além disso, a trama prende a audiência do inicio ao fim. Sem falar que a ideia original é bem trabalhada, tornando-a singular. A atuação de Sônia Braga é irretocável. A trilha sonora é ma-ra-vi-lho-sa! E, claro, a direção é criativa. Na história, Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaça para que mude de ideia. O filme foi selecionado para a Mostra Competitiva do Festival de Cannes em 2016. Uma curiosidade: As filmagens aconteceram ao longo de sete semanas entre agosto e setembro de 2015, em vários bairros do Recife.

19 de julho de 2018

O Julgamento Secreto de Joana D’Arc

Foto: Bob Sousa

O espetáculo "O Julgamento Secreto de Joana D’Arc" estreia no dia 26 de julho, às 20h no Teatro Oficina, em São Paulo, com direção artística de Fernando Nitsch e direção musical de Miguel Briamonte. O texto de Aimar Labaki foi escrito por uma encomenda de Silmara Deon vivendo a heroína francesa numa trajetória épica que inspira coragem, há mais de 500 anos, onde o verdadeiro embate está entre a ameaça que o feminino pode provocar nas instituições estruturadas a partir do poder masculino.

De forma lúdica, a peça reproduz o ambiente de seu julgamento inquisitório e apresenta a ‘virgem de Orleans’ como uma mulher de estética comum, derrubando padrões e estereótipos impostos pela Igreja, reforçados pela maioria dos filmes e documentários que contam sua história. A peça condensa os últimos quatro meses de vida da heroína, a partir de sua captura e do confronto com o inquisidor Pierre Cauchon, interpretado por Rubens Caribé. A cenografia é assinada por Marisa Bentivegna, a iluminação por Wagner Pinto e o figurino por Daniel Infantini.

Aimar Labaki explica que não é exatamente a história de Joana D'Arc que a peça apresenta, mas a forma como é espelhada por outros olhos, principalmente os de seu inquisidor. “Esse é um processo político, mas também um julgamento íntimo que deflagra uma crise íntima; a crise de fé de Cauchon. E se tornou metáfora do processo de mediação de cada um de nós para viver o cotidiano, acreditando em algo superior para resolver as questões”,comenta o autor.

A encenação não realista é carregada de força e sensações ao expor o medo do feminino deflagrado por Joana D’Arc. O enredo aborda desde o momento em que ela é capturada pelos borgonheses numa emboscada - quando ia para a batalha em Paris - até sua morte.  “Esta é uma história aberta. Existem muitas versões de um mesmo fato, portanto temos liberdade de apresentar ‘nossa Joana’ com reflexos nos dias de hoje, representando todas as mulheres, seja ela da época da inquisição ou do mundo atual. Para isso, temos um recurso épico, além do fato da condução deste julgamento ser, por natureza, um grande circo de horrores”, argumenta o diretor Fernando Nitsch.

As personagens de O Julgamento Secreto de Joana D’Arc mantêm seus nomes reais, mas ganharam personalidades inventadas, subjetivas, abrindo uma licença poética para o inquisidor que, na encenação, faz visitas à prisioneira na cela, cheio de dúvidas e curiosidades, demonstrando fascínio pela sua determinação. E, vislumbrando a possibilidade de projeção no seu primeiro julgamento importante, Cauchon não percebe que também é uma peça de manipulação no jogo, onde somente um veredito seria possível.

Joana reunia atributos que incomodavam. Era mulher, analfabeta e uma guerreira com um carisma arrebatador, cuja liderança ganhava fama. Carregava armadura, espada e estandarte (em cima de um cavalo), comandava soldados, lutava nas batalhas e conquistava propósitos absolutamente masculinos numa época em que para a mulher não era permitida nenhuma expressão. Segundo Fernando Nitsch, a peça revela essa mulher determinada, que buscava a verdade, acima de tudo, e acreditava ter a missão de libertar a França.

O espetáculo "O Julgamento Secreto de Joana D’Arc" fica em cartaz até o dia 20/9 - quartas e quintas, às 20h - no Teatro Oficina que fica na Rua Jaceguai, 520 - São Paulo.

18 de julho de 2018

A Ira de Narciso

Foto: Marcelo Almeida

Seguindo a linha da auto-ficção em que o dramaturgo franco-uruguaio Sergio Blanco tem se aventurado há alguns anos, seu texto teatral "A Ira de Narciso" é um monólogo em primeira pessoa que relaciona a permanência do autor na cidade de Liubliana (Eslovênia), onde é convidado a dar uma palestra sobre o famoso Mito de Narciso. Tendo como única ambientação o quarto 228 do hotel onde o autor permanece, o texto narra os últimos preparativos desta conferência, os diferentes encontros que o autor tem com um jovem esloveno e a descoberta de uma mancha de sangue no carpete – que lentamente revelará os detalhes macabros de um crime. Alternando sutilmente narração, palestra e confissão, "A Ira de Narciso" conduz o espectador em um labirinto do eu mesmo, da linguagem e do tempo, enquanto aborda questões como a criação, a solidão, a morte, a sexualidade, o vício, a separação, o desespero, a beleza, a linguagem, o tempo e o eu.

A montagem original com Gabriel Calderón foi dirigida pelo próprio Sergio Blanco e  participou da programação da última edição do Mirada – Festival Ibero-americano de Artes Cênicas de Santos. Será a primeira vez que "A Ira de Narciso" será montada no Brasil envolvendo equipe artística das mais prestigiadas do teatro brasileiro. A nova temporada será no Teatro Sérgio Cardoso de 4 a 19 de agosto, às Sextas e Sábados, 19h e Domingos, 20h.O Teatro Sérgio Cardoso fica na Rua Rui Barbosa, 153 - São Paulo.

13 de julho de 2018

Imaginary Friend


A trama da película "Imaginary Friend" ou "Amigo imaginário"(2012) é bem construída. Os dilemas são efetivos e entrelaçados. Lacey Chabert dá um show de interpretação. As reviravoltas são assertivas e instigantes. Na história, Emma é uma bela e talentosa artista. Seu marido, Brad, é um psiquiatra de renome. Eles têm o casamento perfeito de amor. Mas Emma está tendo alguns problemas psicológicos. Ela se voltou para Brittany, sua amiga de infância imaginária, que a ajudou a superar um trauma com seu pai. Brad, o marido amoroso, ajuda e consola, mas eles vão enfrentar dificuldades para superar esse momento.

12 de julho de 2018

I'm with Lucy


A película "I'm whith Lucy" ou "Os encontros de Lucy" (2002) tem uma história água com açúcar e, por vezes, cansativa. O roteiro é previsível, mas cumpre o objetivo proposto do gênero. Alguns personagens são chichês. Na narrativa, durante o último ano, Lucy (Monica Potter) teve encontros às cegas com cinco rapazes: Doug (John Hannah), Gabriel (Gael García Bernal), Bobby (Anthony LaPaglia), Barry (Henry Thomas) e Luke (David Boreanaz). Um deles está no altar esperando pela jovem quando ela resolve contar à melhor amiga os momentos que a levaram àquela situação.

11 de julho de 2018

Encontro com o cineasta Cristiano Burlan

Foto: Divulgação

No dia 20 de julho, às 16 horas, a Companhia de Teatro Heliópolis promove palestra sobre justiça com o cineasta Cristiano Burlan, autor do documentário "Mataram Meu Irmão". O evento, aberto ao público e com entrada franca, acontece na Casa de Teatro Maria José de Carvalho com mediação da jornalista e crítica teatral Maria Fernanda Vomero.

No encontro, o cineasta faz reflexões sobre os sentidos e sentimentos de justiça durante o processo de realização do filme Mataram Meu Irmão. Na pauta estão ainda os temas: Sensação de impunidade e desejo de justiçamento (ou vingança) e Repensar a justiça como exercício de imaginação política (e afetiva). Esta atividade integra as ações do projeto "Justiça - O que os Vereditos Não Revelam", contemplado pela 31ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, que resultará no próximo espetáculo do grupo.

Cristiano Burlan é diretor de cinema e teatro. Na década de 90 morou em Barcelona, onde dirigiu o grupo de cinema experimental Super-8. Em São Paulo, esteve à frente do grupo de teatro A Fúria. Sua filmografia soma mais de 15 títulos, entre ficções e documentários. É professor na Academia Internacional de Cinema, na Escola Superior de Artes Célia Helena e na Universidade do Estado do Amazonas. Entre seus filmes, destaque para: Mataram Meu Irmão (documentário vencedor do festival É Tudo Verdade 2013, do 40º Festival SESC de Melhores Filmes e do Prêmio do Governador do Estado de São Paulo), Hamlet (adaptação livre da peça de W. Shakespeare), Fome (premiado em diversos festivais, entre eles o Festival de Brasília, de Melhor Som e Prêmio Especial do Júri para o ator Jean-Claude Bernardet), Em Busca de Borges (ficção inspirada na obra de Jorge Luis Borges), Antes do Fim (longa com Helena Ignez e Jean-Claude Bernardet) e Elegia de um Crime (documentário que encerra sua Trilogia do Luto).

"O projeto Justiça – O que os Vereditos Não Revelam" tem como objetivo investigar, ao longo de 15 meses, os sentidos e as representações de justiça, tendo por base a realidade dos integrantes da Companhia de Teatro Heliópolis como moradores da comunidade. Para tanto, buscam traçar paralelos e confrontações entre a justiça ditada pelo crime organizado local e a justiça tida como oficial, aquela praticada pelo sistema legal brasileiro. O processo de investigação e criação aborda também o estudo dos aspectos teatrais e performativos do exercício concreto da justiça, que são os elementos e as funções que compõem os rituais de julgamento: tribunal, júri, juiz, advogados, testemunhas, a própria lei etc.

A Casa de Teatro Maria José de Carvalho fica na Rua Silva Bueno, 1533 - São Paulo.

10 de julho de 2018

9ª edição do Festival de Férias

Foto:Marcelo Sarmento

A 9ª edição do Festival de Férias está recheada de espetáculos infantis, pensados para proporcionar a toda a família momentos de diversão e muito aprendizado. História, amizade, coragem, preservação da água e empatia são alguns dos temas abordados nas 7 produções que compõem a programação.
O objetivo é incentivar os pais a participarem do teatro com seus filhos, além de proporcionar cultura e entretenimento para as crianças em período de férias. Esta edição acontecerá até o dia 29 de julho e contará com uma promoção especial: com a compra de 01 ingresso inteiro para uma das peças, você paga meia na próxima.
"A procura da água"; "Cordel Fabuloso"; "Se essa rua fosse minha"; "O Circulo das Fábulas"; "Dois idiotas sentados cada qual em seu barril"; "Os três mosqueteiros" e "Joaninha douradinha" são alguns dos espetáculos que acontece no Teatro Viradalata  - Rua Apinajés, 1387. 

9 de julho de 2018

Na minha pele


Quando Lázaro Ramos fala de si em "Na minha pele", dando voz as suas experiências pessoais, o texto não só flui de forma divina como toca o leitor. Quando ele cita opiniões de outros ou dados estatísticos, mesmo dentro do contexto, nos remete a trabalho acadêmico. Sabemos que somos educados e aprendemos todo o tempo com o que nos cerca, contudo, quando as experiências são nossas há mais verdade de alma na fala e emoção compartilhada. O livro tem essas duas falas, mas vai de cada leitor, paginá-las como melhor lhe convier.

O autor contorna o leitor o tempo inteiro com indagações fortes sobre o tema. Não o branco,o negro ou o índio, mas toda uma sociedade que se permitiu errar por tanto tempo e, pior, continua errando. A escrita de Lázaro consegue ser forte e sensível, nos seduzindo ora com humor, ora com coragem ou dor, mas indubitavelmente com a verdade. 

Na narrativa, movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. O autor compartilha episódios íntimos de sua vida e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. "Na minha pele" é sincero e revelador, além de propor uma mudança de conduta, nos convoca a ser mais vigilantes e atentos ao outro.

6 de julho de 2018

Get Low


Robert Duvall interpreta um personagem interessantíssimo no filme "Get Low" ou "Segredos de um funeral" (2010). A história é cativante e sensível. Os diálogos são bem trabalhados e a direção é assertiva. A película tem uma belíssima fotografia. O final é delicado e espetacular. Na narrativa, Felix Bush (Robert Duvall), o "Eremita do Condado de Caleb", tem orgulho de viver isolado e sozinho há décadas. Certo dia, ao perceber que a morte se aproxima, ele decide organizar um funeral para si mesmo ainda em vida. Interessado em conhecer as lendas que cercam sua figura, ele convida todos os vizinhos para uma grande festa.

4 de julho de 2018

The Flintstones in Viva Rock Vegas


A película "The Flintstones in Viva Rock Vegas" ou "Os Flintstones em Viva Rock Vegas" (2000) tem uma história simples e previsível, mas atende ao objetivo proposto. O encantamento está na criatividade da produção cinematográfica, seja pela caracterização, figurino ou locações. A adaptação da animação é assertiva. Na narrativa, a história volta no tempo até a época em que Fred Flintstone (Mark Addy) conhece e paquera a bela Wilma Slaghoople (Kristen Johnson). Junto com seu melhor amigo Barney Rubble (Stephen Baldwin) e sua futura noiva Betty (Jane Krakowski), Fred e Wilma partem num romântico fim-de-semana em Rock Vegas, o hotel mais badalado do continente.

2 de julho de 2018

1968


O livro "1968: O ano que não terminou", de Zuenir Ventura é daqueles livros para ser dado de presente a essa juventude desinformada que quer o retorno da ditadura. Sempre é tempo de expandir a mente quando não se conhece a história de uma época. Apesar da escrita jornalistica, quase dura, no inicio o leitor pode ter dificuldades de se prender aos fatos e assuntos, mas a viagem é bem proveitosa. O livro é resultado de depoimentos e pesquisa em jornais e revistas da época. Uma bela reconstituição do ano. O autor, que foi testemunha dos tempos de exaltação mostra o legado de toda uma luta de uma sociedade e intelectuais da época contra à ditadura.