31 de maio de 2017

Carlos Navas & Swami Jr.

Foto: Victor Soldano

Dia 1º de junho, às 21h, acontece o show de Carlos Navas (canto) e Swami Jr. (violão de 7 cordas) no Teatro Sesc Anchieta. Única apresentação. Amigos de longa data, o cantor e o violonista registraram quatro gravações em duo. No segundo CD de Navas, “Sua Pessoa” (2000), gravaram “Lua de Vintém” (Zé Renato/Cacaso) e “O Sopro” (Fred Martins/Manoel Gomes). No recente e elogiado décimo álbum do intérprete paulistano, “Crimes de Amor” (2015), o violonista, que também é diretor musical da Diva cubana Omara Portuondo, arranjou e empunhou seu personalíssimo 7 cordas em “Sem Destino” (Luiz Tatit) e “Palavras de Vento” (Alzira E/ Tiago Torres da Silva). Dividem o palco pela primeira vez num encontro inédito, mesclando autores contemporâneos e clássicos da memória musical brasileira. O espetáculo se divide harmoniosamente entre o contemporâneo e a memória musical, reverenciando autores como Luiz Tatit, Vitor Ramil, Alzira E, Itamar Assumpção e Fred Martins (no primeiro bloco) e Caymmi, Custódio Mesquita, Dilermando Reis, Sinhô e Noel Rosa (no segundo). O Teatro Sesc Anchieta fica na R. Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque. Informações: 3234 3000.

30 de maio de 2017

Sutil Violento

Foto: Geovanna Gellan

A Companhia de Teatro Heliópolis estreou o espetáculo "Sutil Violento" na Casa de Teatro Maria José de Carvalho. Com texto de Evill Rebouças e encenação assinada por Miguel Rocha (diretor e fundador do grupo), a montagem trata da violência sutil - visível ou comodamente invisível - do nosso cotidiano. A encenação de "Sutil Violento" inicia com um frenesi cotidiano, as pessoas correm. Não param. Mal se percebem. Desviam umas das outras, em alguns momentos se esbarram e, em átimos de atenção, reparam que há outros tão próximos e tão parecidos (ou tão diferentes?). Ali, logo ali, há um corpo caído no chão. Será um homem ou um bicho? Apenas se cansou ou não respira mais? Queria comunicar algo, mas será que conseguiu? Um olhar mais atento ao entorno começa a revelar abusos, agressões, confrontos e opressões diárias: formas de coerção privadas ou públicas. Sutis violências do nosso tempo; tão sutis que se tornam invisíveis, naturalizadas. Segundo o diretor Miguel Rocha, o espetáculo aborda o tema microviolência por meio de uma estrutura fragmentada, tanto na cena quanto no texto. A dramaturgia é composta por um conjunto de elementos: ações físicas, movimentos, música ao vivo e texto. Não há personagens com trajetórias traçadas, mas “figuras” cujas relações com o contexto social em que vivem estão em foco, a exemplo da mulher que é silenciada e do jovem que usa sapatos de salto mediante olhares atravessados. “As microviolências se revelam a partir dessas relações que se estabelecem entre essas pessoas e a sociedade”, argumenta o diretor. O espetáculo acontece todos os Sábados, às 20 horas na Casa de Teatro Maria José de Carvalho que fica na Rua Silva Bueno, 1533. Ipiranga/SP.

29 de maio de 2017

O Conde Lucanor


Para quem gosta do universo de reis e seus conselheiros, o livro "O Conde Lucanor", de Don Juan Manuel, é um prato cheio. A obra traz historietas de diversas conversas entre o Conde Lucanor e seu conselheiro Patrônio. Cada história traz implícito o viés da moral popular, beirando o didatismo. Há riqueza em tantas narrativas, são pouco mais de cinquenta histórias no total. Contudo, a estrutura das tramas cansa, pois trata-se da mesma fórmula narrativa: uma pergunta do Conde, o contar de alguma história do reino pelo seu conselheiro, o conselho em si e  a moral da história, escrita em versos. Da metade pro fim, provavelmente o leitor já se cansou da fórmula. Príncipe e guerreiro, Don Juan Manuel nasceu em 1282 e morreu em Múrcia, em 1348. Era sobrinho de Afonso X, o Sábio, foi regente do reino depois da morte de Fernando IV, e muito mais, conforme se poderá ler na sua biografia. O Conde de Lucanor é um livro didáctico, conforme os princípios morais ilustrados por Patrônio, com numerosos e belos exemplos ao Conde Lucanor, seu senhor. Inspiram-se no bom senso consuetudinário, em histórias antigas árabes e romanas e nos contos das Mil e Uma Noites. A influência deste livro na literatura mundial é impressionante desde, por exemplo, o Livro da Montaria, de D. João I, a Jorge Luis Borges, que tanto o apreciava e que chegou a parafrasear algumas das suas histórias, como pode comprovar-se no conto "O Bruxo Preterido", de História Universal da Infâmia.

26 de maio de 2017

Cisne

Foto: Julio Leão

O espetáculo "Cisne", concebido, dirigido e coreografado por Dinah Perry, faz curta temporada no Teatro Ruth Escobar até o dia 4 de junho com sessões aos domingos, às 16 horas. Com estética que mistura teatro e dança, "Cisne" faz uma reflexão sobre questões íntimas do homem e da mulher, buscando ressaltar sentimentos intensos de forma lúdica. Dinah comenta que “a forma de expressão corporal está na linguagem da dança teatralizada e do teatro musicado, ligados por uma dramaturgia subjetiva, embasada em textos e poemas que norteiam o conceito da criação”. As sensações e as emoções são referências usadas pela diretora para contar histórias de personagens que vivem a beleza e a fragilidade da alma. Entregues às situações, deixam transparecer a essência das paixões. As cenas ora são românticas e alegres, ora tristes e vazias, ora inocentes e exuberante, ora sensuais e sexuais. A gênese do trabalho se dá pelos gêneros poético, lírico e épico, alinhados por uma composição contemporânea. As cenas resultam em um conceito corporal técnico e requintado de movimentos desconstruídos. O espetáculo é formado por cenas independentes, configuradas por sketches de coreografia que unidas formam o corpo do espetáculo e a composição da obra. O Teatro Ruth Escobar (Sala Gil Vicente) fica na Rua dos Ingleses, 209 - Bela Vista.

25 de maio de 2017

Desdobrando Imagens


Até o dia 13 de junho, o Sesc Belenzinho realiza o projeto "Desdobrando Imagens", que reúne palestras, bate-papo, mostra de vídeos, cursos e oficinas ligados ao uso de realidade virtual e imersão nas práticas cinematográficas. A palestra com o norte-americano Michael Naimark, um dos pioneiros e principais nomes na criação da realidade virtual, é um dos destaques da programação, no dia 4 de junho. Produtor, inventor e estudioso do campo da realidade virtual e novos meios, Michael é conhecido por seu trabalho em mapeamento de projeções, com o Google Street View, com transmissão global de vídeo e patrimônio virtual. Ele foi premiado por 16 patentes relacionadas a câmeras e displays e seu trabalho foi visto em mais de 300 exposições de arte, festivais de filmes e apresentações ao redor do mundo. Desde 2009, integra o corpo docente do departamento de Cinema da Universidade da Califórnia do Sul, do programa de Telecomunicações Interativas da Universidade de Nova York e do Media Lab do MIT. Em 2015, Naimark foi contratado como o primeiro "artista residente" da Google, no seu recém-criado departamento de realidade virtual. Outro destaque é a exibição do documentário "Fogo na Floresta", primeiro filme em realidade virtual produzido numa aldeia indígena na Amazônia, dirigido por Tadeu Jungle, que será exibido em óculos de realidade virtual, junto com outras produções, nos dias 3 e 4 de junho. O Sesc Belenzinho fica na Rua Padre Adelino, 1000 - Belenzinho – São Paulo (SP). Telefone: (11) 2076-9700.

24 de maio de 2017

A Aurora é Coletiva – Residência Artística



A Cia. Teatro do Incêndio recebe inscrições até o dia 7 de junho para o edital "A Aurora é Coletiva – Residência Artística". A companhia vai selecionar dois coletivos teatrais para que desenvolverem, em sua sede, trabalhos de pesquisa estética, incluindo imersão em suas produções. Os grupos poderão utilizar as dependências do Teatro do Incêndio durante quatro meses (de 3 julho a 30 outubro de 2017) com apoio financeiro de 16 mil reais. As inscrições devem ser feitas unicamente pelo portal SP Cultura, onde pode ser acessado o regulamento e o edital: http://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/projeto/2718/. Os selecionados serão divulgados no dia 17 de junho, quando os grupos serão convocados para reunião no Teatro do Incêndio a fim de formalizar a parceria. Como parte do projeto, ao final da residência, os coletivos contemplados participarão de uma semana de experimentação com os atores do Teatro do Incêndio, dentro do projeto "Poesia Cênica Conjugada", aberto gratuitamente ao público. “O intuito é possibilitar que os grupos continuem organizados, sem paralisarem suas atividades, já que o número de coletivos que realizam um trabalho de pesquisa continuada é muito maior que o total de editais oferecidos atualmente em todas as esferas”, argumenta Marcelo Marcus Fonseca, diretor e fundador da Companhia Teatro do Incêndio.

23 de maio de 2017

O Jogo do Amor e da Morte

Foto: Vagner Click

A peça teatral "O Jogo do Amor e da Morte" estreia 27 de maio com texto e direção de Eliseu Paranhos. “O Jogo do Amor e da Morte” busca inspiração em diversas obras literárias para contar a história de um homem (interpretado por Eliseu Paranhos) e de uma mulher (interpretado por Juliana Fagundes), fragilizados e paralisados diante de suas dores. A cada noite um jogo é proposto. Assim, “Os Maias” de Eça de Queiroz, “Giovanni” de James Baldwin e “Olhos Azuis – Cabelos Pretos” de Marguerite Duras emprestam seus personagens para que esses “jogos” se estabeleçam, numa expiação incessante que só acontece à noite – durante os dias os personagens somem, como vampiros. Os espectadores ficam a poucos metros dos atores de forma que uma experiência naturalista é levada às últimas consequências, ainda que elementos distanciadores desafiem esta lógica – como o notebook ligado o tempo todo ou o som de mar intermitente vindo de alto-falantes. Na narrativa, um homem contrata uma mulher para lhe fazer companhia por cinco noites. A cada noite um jogo é proposto no qual eles devem representar papéis diferentes, sempre relacionados a amores frustrados e abandonos. A peça fica em cartaz na Casa dos Fagundes: Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1239. As apresentações serão aos sábados  às 21h e domingos às 20h.

22 de maio de 2017

Será o Benedito!


Mário de Andrade é simples e eficaz na narrativa de "Será o Benedito!" Com uma ironia extraordinária e ao mesmo tempo trivial, ele relata a história de belíssimos personagens numa história bem brasileira e rural. Sexto volume da premiada coleção "Dedinho de Prosa", a crônica ilustrada por Odilon Moraes, retrata o encontro entre o homem maduro e o jovem menino, trazendo à tona os temas da amizade e da pureza, numa leve prosa cotidiana. Durante as férias na Fazenda Larga, o narrador encontra Benedito, um negrinho obcecado por conhecer a cidade grande, que ouvia atento a narração do visitante sobre os arranha-céus, chauffers, cantores de rádio, o presidente da República... As belas ilustrações traduzem a separação dos dois universos (cidade e campo), construída ao longo do texto. É sempre bom lembrar e ressaltar que Mário de Andrade foi um dos mais importantes nomes do modernismo brasileiro. 

19 de maio de 2017

Roque Santeiro

Foto: João Caldas Filho

A peça escrita em 1963 deveria ter sido encenada em 1965, mas foi censurada pelo governo militar. Em 1975, Dias Gomes (1922-1999) adaptou a obra para a televisão e esta versão também foi proibida. Só dez anos depois, em 1985, já com o país vivendo um processo de democratização, é que a novela foi levada ao ar. Esta é a primeira montagem de Roque Santeiro, em formato musical, em São Paulo. O texto foi pensando originalmente pelo autor Dias Gomes como uma opereta popular. A trilha sonora composta por Zeca Baleiro é executada ao vivo pelos atores com o apoio de dois músicos - André Bedurê (baixo e violão) e Érico Theobaldo (guitarra, percussão e eletrônicos). Baleiro musicou algumas letras do autor que já existiam na versão original do texto e compôs outras canções especialmente para a peça. “A trilha traz um toque levemente marcial, um certo tom militar, mas também tem elementos de bolero, tango, baião, valsa, muita brasilidade e brejeirices. Mas é bom deixar claro: a peça é diferente da novela, desde o texto até a música”, comenta Zeca Baleiro. Roque Santeiro marca a quarta parceria da diretora Debora Dubois com o compositor. Juntos, eles já fizeram “Quem tem Medo de Curupira?”, “Lampião e Lancelote” e “A Paixão Segundo Nelson”. A direção de movimento é de Fabrício Licursi que, junto com Debora Dubois, optou por coreografias mais orgânicas, que misturam gestos e traços característicos dos personagens com a movimentação coletiva nos números musicais, como se reproduzissem festas populares na fictícia cidade de Asa Branca. A peça está no Teatro FAAP, Sextas e Sábados às 21h e Domingos às 18h. O teatro fica na Rua Alagoas, 903 - Higienópolis, São Paulo.

18 de maio de 2017

ABCDança

Foto: Paulo Popo

Em sua 12ª edição, o Projeto ABCDança circula pelas cidades do ABCD Paulista e capital São Paulo, propondo uma diversificada programação de dança em seus múltiplos estilos, que envolve espetáculos, intervenções, cursos, oficinas, fóruns e diálogos. A programação continua acontecendo até o dia 28 de maio e todas as atividades são gratuitas. A programação de espetáculos e oficinas passa por Mauá (Espaço das Oficinas e Praça 22 de Novembro), Rio Grande da Serra (Teatro Municipal de Rio Grande da Serra), São Bernardo do Campo (Escola Prof. Paulo Bugni e Centro Livre de Artes Cênicas), Ribeirão Pires (Praça Vila do Doce e Centro Cultural - Escola de Dança), Santo André (Sesc Santo André, Praça do Carmo, Teatro Municipal de Santo André e Centro de Dança de Santo André), São Caetano do Sul (Teatro Paulo Machado de Carvalho, Sesc São Caetano e Fundação das Artes de São Caetano do Sul) e São Paulo (Centro Cultural São Paulo). Fiquem de olho!

17 de maio de 2017

Na Laje

Foto: Gustavo Morita

No ápice dos anos 90, o pagode viveu o seu auge com diversas músicas e grupos. Com inspiração nessa atmosfera, o musical "Na Laje" prorroga sua temporada, após grande sucesso de público no Teatro Viradalata, até o dia 24 de junho. A montagem tem concepção e direção geral de Fezu Duarte e dramaturgia de Marcos Ferraz, direção musical de Crikka Amorim Ivan Parente além da coreografia de Juliana Sanches. O espetáculo é uma comédia romântica musical conduzida por canções do universo do pagode que fizeram sucesso nos anos 90. Apresenta personagens cativantes e os clássicos que estão na ponta da língua dos espectadores. Lançando mão de recursos cênicos megalomaníacos, que satirizam os grandes musicais, a produção conta a história de um grupo de pessoas que vive na Cohab. Pimpolho é um cara bem legal que quer levar sua vida simples, administrando seu boteco, tocando seu pagode com os amigos e casando com sua namorada,Tânia. Contudo, o concurso de televisão nacionalmente conhecido como “A Garota da Laje” vai fazer uma seleção no bairro, algo que mudará a vida dos dois e da produtora do concurso InaraClássicos de Negritude Júnior (Cohab City), Katinguelê (Lua Vai) e Art Popular (Pimpolho e Temporal) estão no repertório. O elenco é formado por Diego Rodda, Fábio D'Arrochella, Fernando Fecchio, Marilice Cosenza, Paula Flaibann, Pedro Passari e Veridiana Toledo. O Teatro Viradalata fica na Rua Apinajés, 1387 - Sumaré, São Paulo.

16 de maio de 2017

Arte e Expressão

Foto: Alessandra Fratus

O intérprete Zé Guilherme apresenta o repertório de seu terceiro CD "Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva" no Sesc Santana, no dia 24 de maio, às 15 horas. O espetáculo, que integra o projeto Arte e Expressão - Trabalho Social com Idosos traz o olhar de um intérprete contemporâneo para um clássico da música brasileira. O disco, lançado em 2015, é uma bela homenagem a um dos mais significativos intérpretes da música popular brasileira, que completaria 100 anos na época do lançamento do álbum. O trabalho é norteado por uma releitura delicada e pessoal de 18 canções do repertório do Cantor das Multidões, selecionadas em um longo processo de pesquisa sobre sua trajetória. Entre as músicas do show, destaque para “A Jardineira”, “A Primeira Vez”, “Abre a Janela”, “Aos Pés da Cruz”, “Curare”, “Faixa de Cetim”, “Lábios Que Beijei”, “Lealdade”, “Malmequer”, “Pela Primeira Vez”, “Preconceito” e “Alegria”, entre outras. Na apresentação, Zé Guilherme também tece alguns comentários, entre uma e outra canção, a respeito da vida e obra de Orlando Silva, bem como sobre o contexto social da época e as razões que nortearam sua escolha do repertório. O intérprete se apresenta acompanhado por Cezinha Oliveira (direção musical e violão), Adriano Busko (percussão), Luque Barros (baixo e violão de 7 cordas) e Pratinha Saraiva (flauta). O Sesc Santana fica na Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Jardim São Paulo/SP. 

15 de maio de 2017

Vai e vem


A obra "Vai e vem" é simplesmente encantadora em suas imagens amáveis. Aliás, são elas, as ilustrações, que além de contar a história, cativa o leitor. O autor, Laurent Cardon, francês radicado no Brasil desde 1995 nos sugere um diálogo sem ao menos dizer uma palavra. Aliás, este não é o único livro feito apenas de ilustrações dele. O protagonista é delicioso e tem seu objetivo muito bem traçado na trama. Um luxo de leitura visual! Na narrativa, um garotinho se assusta com o vai e vem das ondas quebrando na praia, um peixinho aparece, e com ele uma incrível aventura se inicia. Na tentativa de salvar o peixinho, o menino é levado por uma ave para uma viagem aérea sobre o mar e vê animais assustadores, como tubarões e polvos gigantes, e vive cenas engraçadas, até conseguir voltar para a segurança da terra firme. Super recomendo!

12 de maio de 2017

Mata teu pai

Foto: Elisa Mendes

“Mata teu pai”, de Grace Passô, é uma livre adaptação do mito de Medéia e foi escrita especialmente para a atriz Debora Lamm, com direção de Inez Viana e direção de produção de Claudia Marques. Neste novo projeto, entre expatriados e imigrantes, Medéia questiona valores atuais, como o feminismo e o preconceito. Medéia está em movimento, vive em meio a escombros da cidade onde agora está. Encontra mulheres: síria, cubana, paulista, judia, haitiana. Se vê na mesma condição de imigrante. Algumas tornam-se suas cúmplices, outras suas algozes. Percorre um caminho interior, onde decide que quem tem que morrer é Ele, que a desprezou e tirou seu direito de ser sua mulher. “Que direitos temos nós?” Ela tem consciência de seus direitos e luta por eles. Para além de um paralelo sobre o mito, a autora recria a sua feiticeira, performatizada por Lamm, e a insere nos dias de hoje, criando assim um debate sobre a condição da mulher atual. Também propõe uma mudança na história, inaugurando uma nova perspectiva e versão para o mito. A primeira temporada na cidade de São Paulo acontece até o dia 28 de maio, às sextas e sábados às 21h e domingos às 18h, no Sesc Ipiranga. O Sesc Ipiranga fica na Rua Bom Pastor, 822.

11 de maio de 2017

Cavalos


Apesar de visualmente criativa e dinâmica, ocupando todos os espaços do palco, a peça “Cavalos” não empolga. Mal conseguimos ouvir partes do texto que, aliados a péssima impostação de voz de algumas atrizes e a acústica do teatro, se perde em seu tempo e espaço. A proposta e ideia original são boas, mas peca no recheio do conteúdo como um todo. Contudo, nos traz, de qualquer forma, certas questões à tona, a exemplo da discussão sobre o “capitalismo selvagem” que insiste em nos incomodar rotineiramente. É por vezes sutil, mas é justamente este elemento que nos traz a eficácia do texto. Alguns relances de humor aqui e acolá presenteiam o público com certa comicidade.


Na peça, 11 atores estão prontos para realizar um teste para uma peça a ser dirigida por importante diretor/diretora, na cidade de São Paulo. O teste exige técnica, exposição por vezes pessoal e de visão de mundo. Cada um deles vai se virando como pode. O espetáculo acontece todas as Terças e Quartas às 20 horas na Sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo – SP).

2º Festival Cine Inclusão


Até o dia 2 de julho, as inscrições para a Mostra Competitiva e Mostra Idosos em Ação do 2º Festival Cine Inclusão ficarão abertas. Nesta edição, o Festival lança um olhar para a terceira idade, uma faixa etária crescente na população brasileira e que necessita, cada vez mais, de ações culturais e visibilidade. Idealizado pelo produtor Daniel Gaggini, o Festival será realizado entre os dias 9 e 23 setembro nas Comunidades de Heliópolis e Paraisópolis, além da região central da cidade de São Paulo. A programação é composta por oficinas de capacitação cinematográfica para pessoas com mais de 60 anos, debates e exibição de 23 curtas (nacionais e internacionais) e um longa-metragem. A curadoria do 2º Festival Cine Inclusão é de responsabilidade do cineasta Victor Fisch e da pesquisadora e curadora Luciana Rossi, tendo participação também da produtora portuguesa Elsa Barão, responsável pela seleção dos filmes da Abertura Oficial. A direção geral do evento é de Luh Moreira.

Mostra Competitiva: Podem ser inscritos filmes de curta-metragem cujos temas estejam relacionados à terceira idade (ou seus protagonistas já tenham mais de 60 anos).

Mostra Idosos em Ação: Podem ser inscritos filmes de curta-metragem que tenham sido realizados por diretores com mais de 60 anos de idade.

As inscrições: A participação é aberta a cineastas, entidades e artistas independentes. É imprescindível que os filmes se enquadrem no perfil de cada mostra. As inscrições devem ser efetuadas por meio da ficha de inscrição disponível no site www.cineinclusao.com.br/festival. Só serão aceitas inscrições de cineastas independentes e/ou periféricos.

10 de maio de 2017

Diásporas

Foto: João Caldas Filho

"Diásporas", novo trabalho da Cia Elevador de Teatro Panorâmico, estreia dia 11 de maio no Sesc Pompeia. Concebido e dirigido por Marcelo Lazzaratto, o espetáculo foi criado a partir do pensamento sobre os movimentos migratórios da história mundial, que nesse mundo globalizado sacodem as estruturas, ressignificam geografias e territórios, trazem para a agenda dos governantes e empresários dos conglomerados financeiros, para os intelectuais de diversas disciplinas, para os artistas e cidadãos de todo o mundo o complexo debate entre identidade e alteridade. A narrativa apresenta três histórias sobre três povos fictícios. Em uma aldeia montanhesa, uma suspeita sobre a real existência de um de seus habitantes abre uma série de acontecimentos que alterará para sempre o modo de vida do pequeno povoado. Em uma ilha, uma tribo liderada por mulheres se vê às vésperas de ser deslocada para um continente. Por fim, em um território desértico, duas dissidências de um mesmo povo travam uma guerra de longa data, repleta de consequências. Ao aproximar as três histórias, os deslocamentos de seus personagens nos lançam interrogações sobre os movimentos migratórios. O espetáculo fica em cartaz de 11 de maio a 4 de junho, de Quinta a Sábado, às 20h, e, Domingo, às 18h. O Sesc Pompeia fica na Rua Clélia, 93.

9 de maio de 2017

A adoção de Júlia


No próximo dia 13 de maio será lançado o livro infanto-juvenil “A adoção de Júlia”, de Ana Dantas, na Livraria Cultura do Market Place a partir das 16h30. Você já se aventurou a ler ou escrever um roteiro de uma história feita para cinema e TV? Em “A adoção de Júlia” a autora apresenta os elementos e as normas básicas da narrativa audiovisual em uma linguagem clara e didática. Além disso, orienta o leitor na composição e criação de um roteiro, bem como o convida e o incentiva a compor uma obra da 7ª arte. Ao final, Ana Dantas disponibiliza uma história roterizada e intitulada “A adoção de Júlia” para que os leitores produzam-na e compartilhem no blog do livro. Na trama do roteiro, as crianças de um abrigo se aprontam para ir a um jantar com uma voluntária e, enquanto se arrumam, os personagens conversam sobre o interesse de um casal de mulheres pela adoção de uma linda menina, Júlia. Sempre conectada aos assuntos da contemporaneidade, a autora aborda vários contextos no livro, dentre eles, a questão da adoção tardia, a adoção por casais homoafetivos, realização de sonhos, bullying entre outros assuntos. Um livro sensível com uma história atual. O Market Place fica na Avenida Dr. Chucri Zaidan, 902 – Vila Cordeiro – São Paulo – SP. Prestigie!

8 de maio de 2017

Terças Musicadas

Foto: Ângelo Pastorello

A atriz, cantora e bailarina Renata Ricci estreará amanhã o projeto "Terças Musicadas" no Teatro Itália. A data também marca a reestreia do show "French Kiss", espetáculo pensado para comemorar os dez anos de carreira da atriz, completados em 2016. Nesta nova temporada da comédia musical, a atriz contará com a participação especial do ator Felipe Tavolaro. O espetáculo conta a história de uma cantora de cabaret que viaja o mundo em busca de seu amor. As canções que compõem o espetáculos vão desde Kiss (Prince), Tatuagem (Chico Buarque) e Is This Love (Bob Marley), até “Depois do Prazer” (Só pra Contrariar), “chocolate” (Tim Maia) e “Rehab” (Amy Winehouse), versionadas para o francês pelo músico e artista plástico Edgar Duvivier. Alguns clássicos do cancioneiro francês também fazem parte da apresentação, como Ne me Quitte Pas (Jacques Brel), C’Est si Bom (Yves Montand) e La Vie en Rose (Edith Piaf). O show tem a direção de Celso Correia Lopes e direção musical de Reinaldo Sanches. O projeto "Terças Musicadas" foi pensado pelos produtores Fran Carlo e Petterson Mello, e ainda receberão nomes como a cantora Vânia Bastos e o trio Dona Zefa. O Teatro Itália fica na Av. Ipiranga, 344 – República, em São Paulo.

O poder dos gatos na cura das doenças


"O poder dos gatos na cura das doenças", de Cristina Cairo, é um livro de conteúdo esclarecedor e revelador. A obra fala sobre o amor aos animais, em especial aos gatos, e nota-se que foi escrito com muito sentimento e carinho. A linguagem é clara e acessível. O miolo é bem embasado em pesquisa. Este é o sétimo livro da autora. Nele, você conhecerá a verdadeira função dos gatos no nosso planeta e especialmente na sua vida. Aprenderá como o gato influencia positivamente seu lar, seu relacionamento amoroso, suas finanças e sua evolução espiritual. No final da obra, um capítulo dedicado a explicar os significados xamânicos dos insetos, ratos, morcegos, baratas, dengue, pulgas, cobras, gafanhotos, lagartixa, borboletas, etc. na sua casa ou nos seus caminhos. Bem interessante, por sinal. Cristina Cairo é conhecida mundialmente pela série Linguagem do corpo, best-seller desde 1999. Mais que recomendo esta leitura, principalmente para aqueles leigos e ignorantes que ainda cultivam o pensamento de que o gato é interesseiro, traiçoeiro e só se afeiçoam-se pela casa, não pelos seus possuintes. Um livro com uma essência belíssima, acredite!

5 de maio de 2017

Cavalos

Foto: Franciele Meireles e Juliana Smanio

No próximo dia 9 de maio estreia no Centro Cultural São Paulo o espetáculo "Cavalos." Com dramaturgia e direção de Lucienne Guedes, o espetáculo questiona a relação da arte com o espaço de passagem da cidade, a possibilidade de alteridade entre indivíduos e o empoderamento da mulher. O projeto "Cavalos", da Cia Zero8 de Teatro iniciou-se em 2015 na Escola Superior de Artes Célia Helena, quando Lucienne Guedes  foi convidada para dirigir e fazer a dramaturgia em processo colaborativo com os atores. O grupo partiu da obra de Luiz Ruffato, “Eles eram muitos cavalos (2001)”, assim como de outros textos, incluindo o discurso do autor proferido na Feira de Frankfurt em 2013, no qual Ruffato questiona-se a respeito do que significa ser um escritor num país como o Brasil, onde “o termo ‘capitalismo selvagem’ não é uma metáfora”, segundo suas próprias palavras. Na sinopse, 11 atores estão prontos para realizar um teste para uma peça a ser dirigida por importante diretor/diretora, na cidade de São Paulo. O teste exige técnica, exposição por vezes pessoal e de visão de mundo. Cada um deles vai se virando como pode. O espetáculo acontece todas as Terças e Quartas às 20 horas na Sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo – SP).

4 de maio de 2017

Doutor Fausto

Foto: Priscila Prade

O espetáculo "Doutor Fausto", livre adaptação de Calixto de Inhamuns, baseada na obra de Goethe, estreia com direção de Neyde Veneziano no dia 5 de maio no Teatro Sérgio Cardoso. Uma das mais importantes e respeitadas obras da literatura universal, na narrativa temos: Tomando como mote o pacto com o demônio e seus reflexos no imaginário coletivo, a adaptação de Calixto de Inhamuns busca sua principal referência nos clássicos Fausto, uma Tragédia e UrFaust (Fausto Zero), de Goethe. Ao transportar a lenda para a realidade brasileira, surge um Fausto intelectual, deprimido, ateu e estudioso da essência humana: uma espécie de neurocientista empenhado em entender a frágil natureza humana. Um Mefistófoles moderno lhe devolve o desejo de poder, de viver e lhe devolve também a sexualidade. Mas esta retomada do sopro vital tem o preço descrito no acordo: Fausto vendeu sua dignidade. A sensual e meiga Margarida, objeto do desejo carnal, depois de seduzida e rejeitada, perde o rumo de sua vida e comete um infanticídio “à la brasileira”, produto da marginalização e da miséria. Noites de Valpúrgis, loucuras e drogas, levam Fausto à destruição moral arquitetada por Mefistófoles. É a tragédia da vaidade, combinada ao erotismo e à sede de poder. Pelo poder Fausto vendeu sua alma ao diabo. O Teatro Sérgio Cardoso fica na Rua Rui Barbosa, 153. O espetáculo fica em cartaz até o dia 21 de maio de Sextas a Domingo às 19h30. 

3 de maio de 2017

Aeroplanos

Foto: João Caldas Filho

O espetáculo "Aeroplanos" estreia dia 5 de maio e tem direção de Ednaldo Freire. Nele apresenta, com humor, o medo da sombra da morte, a solidão, a perda de independência e a esperança de desfrutar livremente os últimos anos de vida. O espetáculo foi escrito pelo argentino Carlos Gorostiza e adaptado por Antonio Petrin, que, ao lado de Roberto Arduin, compõe o elenco. A peça compõe o terceiro espetáculo do projeto "Velhos Protagonistas", que iniciou-se quando Antonio Petrin completou trinta e cinco anos de carreira profissional. Na época, com sessenta e dois anos de idade e mais da metade de sua vida dedicada ao teatro, cujo repertório sempre esteve comprometido com obras de conteúdo humanitário, o ator resolveu comemorar essa longa jornada com um texto que pudesse marcar esse momento. Na narrativa de "Aeroplanos", velhos amigos que chegaram juntos aos 75 anos, Cristo e Chico se identificam em suas respectivas solidariedades: um no âmago de uma possível enfermidade (da qual decidira não se inteirar) e outro internado em um asilo por sua família, que se mudará para outro país. A solidão e a inexorável perspectiva da morte são encaradas de frente, exigindo atitudes, dado que “A eternidade está no minuto que vivemos’, como filosofa um dos personagens.  Brincando, mas sem forçar a barra, superam e quebram as regras. Tomam um avião, um “aeroplano” em suas fantasias, e decidem dar uma volta ao mundo. Finalmente convertidos em “aeroplanos”, se entrecruzam as cenas em pleno delírio, esquecidos de tudo e imensamente felizes. O Teatro Cacilda Becker fica na Rua Tito, 295 – Lapa e a Temporada vai até 25 de junho, Sextas e sábados, às 21h, e, Domingos, às 19h.

2 de maio de 2017

Multi

Foto: Maurício Barone

O paulistano Alexandre Grooves lança o CD “Multi”, segundo trabalho de sua carreira solo, que chega com influências do rock, folk e blues, mas sem perder a identidade pop e as referências da MPB. O show de lançamento acontece no dia 18 de maio no Bourbon Street, às 22h. O disco (independente com distribuição da Tratore) traz 10 faixas das quais nove são autorais e uma, regravação: “Ska” (do Paralamas do Sucesso), numa versão vibrante e surpreendente. Multi-instrumentista, Grooves gravou a maioria dos instrumentos e fez os arranjos, além de produzir o álbum. O álbum “Multi” chega 10 anos depois do primeiro lançamento, “Amanhã Eu Não Vou Trabalhar”, que foi pré-selecionado para o Grammy Latino em cinco categorias eescolhido pelo iTunes como um dos 10 melhores discos brasileiros de 2007. Após um hiato de seis anos afastado da música, devido a uma lesão nas cordas vocais, Alexandre Grooves retoma a carreia como um compositor mais maduro, tanto nas letras - que podem ser ao mesmo tempo engajadas e emocionantes - quanto no instrumental - mais criativo e virtuoso. O repertório de “Multi” é formado por: “É Tudo Gente“, “Sou Louco por Ela”, “Cancela”, “Respeite-me”, “Ska”, “Pra Viver Só com Você“, “Na Parede”, “O que Seria das Flores”, “Garota da Capa” e “Quando o Mar Quebra”. O Bourbon Street fica na Rua dos Chanés, 127 – Moema. São Paulo/SP.

1 de maio de 2017

Gulliver's Travels


Esses livrinhos fininhos em inglês são uma delicia! Além de trazer histórias clássicas, neste caso Gulliver's Travels, de Jonathan Swift, podemos renovar nosso inglês de forma prazerosa. São 6 estágios de evolução e todos vem com audio para exercitarmos nossos ouvidos. Em 88 páginas, ele resume as quatro partes da história da viagem de Gulliver. Na parte I fala da estadia do personagem em Lilliput. Após escapar de um naufrágio, Gulliver é aprisionado por uma raça de pessoas minúsculas, com menos de 15 centímetros de altura. Inicialmente, os Lilliputeanos são hospitaleiros com Gulliver, mas eles também tem receio da ameaça que seu tamanho representa a eles. Os Lilliputeanos logo se mostram um povo que gosta de exibições de autoridade e poder, e propenso a dar grande ênfase a questões triviais. Na Parte II, Gulliver chega em Brobdingnag. Quando seu navio se perde após uma tempestade e é forçado a navegar às terras mais próximas, para obter água fresca, Gulliver é abandonado pela sua tripulação em uma península na costa oeste da América do Norte. Ele é encontrado por um fazendeiro de aproximadamente 22 metros de altura, que lhe leva pra sua casa, onde sua filha Glumdalclitch cuida dele. o fazendeiro trata Gulliver como uma curiosidade e cobra para exibi-lo. Na Parte III, Gulliver chega em Luggnagg. Gulliver é atacado por piratas e ele é abandonado em uma ilha rochosa perto da Índia. Ele é resgatado pela ilha voadora de Laputa, um reino devotado às artes musicais, matemáticas e astronômicas, mas incapazes de usá-las para fins práticos. O costume de Laputa de jogar pedras em cidades rebeldes no solo pressagia o uso de ataques aéreos em guerras. E por fim, na Parte IV: Uma Viagem ao país dos Houyhnhnms. Gulliver encontra uma raça de criaturas humanóides selvagens e deformadas a qual ele ganha uma antipatia violenta. Logo depois, ele encontra os Houyhnhnms, uma raça de cavalos falantes. Eles são os governantes, enquanto que os humanóides, chamados de Yahoos, são humanos na sua forma mais primordial. Mais que recomendo!