Com Wagner Moura é mais do que um espetáculo, é uma re-visita a Shakespeare com um olhar mais moderno diante de uma obra pra lá de clássica. Moderno em suas vestes e no uso da tecnologia wireless. Para quem já viu algumas das inúmeras montagens do príncipe dinamarquês tomado por impulsos de vingança após a morte do pai e a coroação subseqüente do tio (nesta montagem interpretada por Tonico Pereira), aqui a linguagem de Shakespeare continua poética sem ser rebuscada.
O tempo da peça é coisa de louco, são quase 4 horas, mas você se quer sente, apenas na hora do intervalo que pode parecer suicídio, mas não se pensa em outra coisa a não ser fazer xixi. Nestas horas, penso que os banheiros das mulheres deveriam ter mais cabines que o dos homens. Será que os engenheiros nunca pensaram nisso na hora de construir banheiros femininos públicos?! Mesmo assim, Hamlet de William Shakespeare com Wagner Moura vale à pena. Está em cartaz na FAAP.