28 de fevereiro de 2018

Flicts

Foto: Victor Iemini

O espetáculo "Flicts", com direção e adaptação de Lívia Gaudencio estreia no Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró, no dia 3 de março. A partir do primeiro livro infantil escrito pelo cartunista Ziraldo, a montagem narra o drama de uma cor chamada Flicts, que não está presente no arco-íris, nas bandeiras e nem em nada deste mundo. Por esse motivo, o personagem é excluído e mal recebido onde quer que vá e parte em uma jornada mundo afora para descobrir o seu lugar.
"Flicts" é uma metáfora para as pessoas excluídas, solitárias e diferentes. A ideia da encenação é mostrar para os pequenos que o bullying e toda forma de discriminação devem ser tratados como algo nocivo e desrespeitoso, além de reforçar a noção de que cada um tem sua individualidade e subjetividade. Outro tema é a relativização do belo, a noção de que a beleza não tem um padrão pré-determinado e cada um deve desenvolver seu pensamento crítico sobre o que é bonito ou não.
Escrita em 1969, ano em que o homem pisou pela primeira vez na Lua, a obra de Ziraldo foi dada como presente da embaixada brasileira nos Estados Unidos ao astronauta Neil Armstrong, que, em resposta ao autor, disse: “A Lua é Flicts”. A temática do livro que encantou o viajante espacial continua atual quase 50 anos depois de seu lançamento, por isso o grupo resolveu encená-lo.
Como a história se passa nos anos de 1960, a montagem tem uma trilha sonora original, composta por Leo Mendonza, inspirada na sonoridade da banda inglesa The Beatles. Já os figurinos, assinados por Paolo Suhadolnik, dialogam com as cores e formas geométricas presentes nas obras do pintor holandês Piet Mondrian. O trabalho com os atores, proposto por Gaudencio, é baseado em partituras físicas inspiradas no circo-teatro e no melodrama, utilizando vários registros de energia do corpo em cena.

Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró fica na Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro - SP. A temporada se apresenta de 3 de março a 1º de abril, aos sábados e domingos, às 16h.

27 de fevereiro de 2018

Experimento Espelho

Foto: Cacá Meirelles

Em "Experimento Espelho", o Núcleo Instável mergulha em uma investigação sobre a alma humana, a imagem, o tempo e as memórias, partindo do conto clássico “O Espelho – Esboço de uma nova teoria da alma humana”, de Machado de Assis. A peça, que contou com a orientação de Luiz Fernando Marques estreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade dia 1º de março.
A encenação é estruturada a partir de três planos narrativos. No primeiro, há três jovens montando uma peça e conversando com o público; no segundo, os atores narram a história de Jacobina, o protagonista do conto de Machado de Assis; e, no terceiro, é Jacobina quem narra uma história de seu passado. Para borrar os limites entre esses planos, os atores usam em cena tecnologias obsoletas e atuais, como câmeras, computadores, projetores, iluminação e trilha sonora.
No conto de Machado, diante de um espelho antigo, Jacobina entra em conflito entre o que ele acredita ser e o que os outros dizem a seu respeito, ou seja, são desmanchadas as diferenças entre o ser e a sua imagem. Na montagem, o que se desmancha é a percepção da realidade, do tempo e da ficção. As palavras de um jovem de 2018 se confundem com as do narrador machadiano e com as das próprias personagens.
Oficina Cultural Oswald de Andrade fica na Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - SP. A temporada vai até o dia 30 de março, todas às quartas, quintas e sextas-feiras, às 20h. Os ingressos são gratuitos, distribuídos uma hora antes de cada sessão.

26 de fevereiro de 2018

Se Existe Eu Ainda Não Encontrei

Foto: Priscila Prade

A montagem do diretor Daniel Alvim para "Se Existe Eu Ainda Não Encontrei", do dramaturgo britânico Nick Payne ganha uma nova temporada no Teatro Eva Herz entre os dias 1º de março e 4 de maio. No espetáculo, personagens viscerais mostram como as pessoas, mesmo que estejam preocupadas em salvar a humanidade, encontram subterfúgios para fugir dos problemas íntimos na própria casa. Nesse contexto, os filhos são muitas vezes negligenciados por seus pais.
É o que acontece com a adolescente Anna (papel de Lyv Zieze), que está acima do peso e, por isso, tem sofrido com o bullying de seus colegas de classe. Ignorada pelos pais, ela caminha, de decepção em decepção, para a beira do abismo. Enquanto a filha enfrenta os desafios dessa turbulenta fase da vida, o ambientalista George (papel de Leopoldo Pacheco) está obssessivamente envolvido com seu livro sobre as emissões de carbono na atmosfera. Já sua mulher Fiona (interpretado por Helena Ranaldi) usa seu novo musical, que está prestes a estrear na escola, como pretexto para fugir das questões conjugais e da doença degenerativa de sua mãe.
A velocidade dos acontecimentos na vida contemporânea é responsável por essa incomunicabilidade entre pessoas próximas, acredita o diretor Daniel Alvim. “O mundo parece girar mais rápido. Parece que temos menos tempo para tudo, mesmo sem sabermos por que precisamos correr tanto?! Temos a impressão de um atropelamento constante. As pessoas tentam se salvar e, talvez, seja por isso que não enxergam o outro. É uma luta individual e solitária”, esclarece.
As barreiras existentes nessa família são ressaltadas com a chegada de Terry (interpretado por Luciano Gatti), o irmão mais jovem e disfuncional de George, um beberrão boca suja apaixonado por uma mulher comprometida. O cotidiano aparentemente simples desse pequeno núcleo evoca, no entanto, uma série de temas contemporâneos relevantes, como sustentabilidade, bullying, incomunicabilidade e aquecimento global, que são discutidos com um tom dramático, mas temperado com o conhecido humor britânico.
Teatro Eva Herz fica na Livraria Cultura da Av. Paulista, 2073. Os horários de apresentação desta temporada são às quintas e sextas-feiras, às 21h.

23 de fevereiro de 2018

El Eterno Silencio


Com uma estrutura não linear e recortes intensos, o drama mexicano "El eterno Silencio" ou "Eterno silêncio" (2017) aborda um tema atual e importante à sociedade. Visceral, a película tem várias narrativas em suas diversidade de câmeras. Há muita tensão e conflito. Incomoda e, ao mesmo tempo, aproxima a audiência. Na narrativa, Sophia só tem 22 anos quando decide ir embora com seu namorado à uma cidade perto da Cidade do México, sem dizer a ninguém. A viagem transcorre bem até que um mal-entendido muda tudo. O drama é rodeado de suspense e circunstâncias estranhas. 

22 de fevereiro de 2018

127 Hours


Com uma história corajosa e de fortes decisões, "127 Hours" ou "127 Horas" é pura tensão. Apesar de ser baseado num plot que tinha tudo para o marasmo, o ritmo do roteiro e a atuação eficaz e verossímel de James Franco prende a audiência do inicio ao final do filme. Além dessas peculiaridades, precisamos ficar atentos para a excelente direção, trilha sonora impactante e uma maravilhosa fotografia. A trama é baseada na história real de como alpinista Aron Ralston lutou para salvar a própria vida após um acidente. Em maio de 2003, Aron (James Franco) fazia mais uma escalada nas montanhas de Utah, Estados Unidos, quando acabou ficando com seu braço preso em uma fenda. Sua luta pela sobrevivência durante mais de cinco dias foi marcada por memórias e momentos de muita tensão. Dirigido por Danny Boyle, o longa conquistou seis indicações ao Oscar. Quem não viu, mais que recomendo!



21 de fevereiro de 2018

Os inquilinos


O drama brasileiríssimo "Os inquilinos"(2009), de Sergio Bianchi, tem uma história concisa e boas interpretações. Os personagens são bem construídos e o roteiro é bem estruturado. Atentem-se para os diálogos, são orgânicos e assertivos. Não podemos deixar de falar no belo trabalho da escolha das locações. Na narrativa, Válter (Marat Descartes) e Iara (Ana Carbatti) moram com os dois filhos, na periferia da cidade de São Paulo. Eles levam a vida normalmente, até a chegada de três rapazes que se tornam seus novos vizinhos. Iara passa a achar que, como eles não trabalham, devem ser bandidos. Pouco se sabe sobre a história do trio, apenas que eles costumam levar mulheres para casa e falam palavrões constantemente. Valter, que trabalha de dia e estuda à noite, pouco se importa com o que eles fazem e quer apenas dormir. Só que a tensão do dia a dia e o barulho que os vizinhos fazem de madrugada atrapalham seu sono. Vale ressaltar que a película foi premiada nos Festival do Rio (Melhor Atriz Coadjuvante para Cássia Kiss e Melhor Roteiro), Festcine Goiânia (Melhor Filme, Melhor Diretor para Sérgio Bianchi e Melhor Roteiro) e no Festival de Cinema Luso-Brasileiro (Melhor Filme, Melhor Ator para Marat Descartes e Melhor Atriz para Ana Carbattie).

20 de fevereiro de 2018

Rebelião - O Coro de Todos os Santos

Foto: Ítalo Iago

O Teatro do Incêndio estreia, no dia 24 de fevereiro, às 20 horas, o espetáculo "Rebelião - O Coro de Todos os Santos" com texto e direção de Marcelo Marcus Fonseca. No enredo, Artura (Gabriela Morato), Cacimba (Elena Vago) e Jí (Francisco Silva) saem do interior do país com o intuito de salvar o Brasil, devolvendo para Portugal símbolos da colonização. Para cumprirem a missão eles enfrentam os terríveis Arranca-línguas, figuras míticas que encontram durante a viagem.

"Rebelião – O Coro de Todos os Santos" é a segunda peça inédita do projeto A Gente Submersa, trabalho de pesquisa do grupo sobre heranças e descaracterização da cultura e da sabedoria popular pelo esquecimento das raízes que moldaram o brasileiro. Trata da manifestação popular como revide contra seu apagamento, como arma de guerra no combate à intolerância religiosa, à infantilização cultural produzida atualmente e às ingenuidades que aceitam lutas separadas e compartimentadas na sociedade moderna.

O diretor desabafa: “Esse é o espetáculo ‘de saco cheio’. Saco cheio de insensibilidade, de em cima do muro, de engolir a pobreza de manifestações sociais, políticas e culturais no país de Jorge Amado, Vinícius de Moraes, Nelson Sargento. Saco cheio de dizer que gostamos do que não gostamos, de dar ibope para o que não queremos, de desprezar a cultura do nosso país em prol de uma manifestação rasa. A indústria do entretenimento cria um mundo falso, de barulho ensurdecedor para destruir nossa identidade”. E finaliza: “Teatro não é entretenimento”.

A temporada vai até o dia 24 de junho, aos sábados (às 20h) e domingos (às 19h). O Teatro do Incêndio fica na Rua Treze de Maio, 48 - Bela Vista - São Paulo.

19 de fevereiro de 2018

Negras Raízes


Com um trabalho de pesquisa impecável, o autor, Alex Haley, emociona, revolta-nos e nos faz rir em seu livro "Negras Raízes". A saga de uma família de origem africana nos EUA é detalhada com requinte, o que muito enobrece as entrelinhas, não só pela composição da escrita, mas, principalmente, através da realização da investigação dos fatos em si. Na sinopse, seu nome era Kunta Kinte. Sequestrado na África e escravizado na América em 1767, ele se recusou a aceitar o seu nome de escravo "Toby". Kunta Kinte manteve sua rebeldia heroica viva, transmitindo sua história ao longo de gerações, até a chegada de um menino crescido no Tennessee. Seu nome, Alex Haley. Através da linhagem de família, Haley e as suas raízes ganham o Prêmio Pulitzer, aliás bem merecido, contando sua história para toda a América e o mundo. Um excelente livro em todos os sentidos. Super recomendo!

16 de fevereiro de 2018

John Carter


A aventura americana, "John Carter" ou "John Carter: Entre dois mundos" (2012) conta com uma excelente construção de mundo, personagens e dilemas. O ritmo da história é de tirar o folego. O roteiro é bem estruturado e, claro, a trama instigante é alicerçada com muita ação. Na narrativa, o soldado americano John Carter (Taylor Kitsch), para a tristeza de seus parentes, faleceu no planeta Terra. Contudo, para a alegria de outros, ressuscitou em Marte. Agora, em meio a uma guerra civil no planeta vermelho, habitado por seres de cor verde e criaturas gigantescas, ele é visto como a única esperança de ajudar a princesa Deja Thoris (Lynn Collins) a salvar o seu mundo, numa batalha que mudará para sempre o seu destino. O roteiro foi baseado no livro "A Princess of Mars" e nos personagens de Edgar Rice Burroughs. Uma curiosidade: "John Carter" está entre os filmes mais demorados para sair do papel nos últimos 79 anos. Seu primeiro processo de produção começou em 1931, quando Robert Clampett pensou em fazer uma animação com a mesma história, que só começou a ser filmada, com atores reais, em janeiro de 2010 em Londres. Ufa!

15 de fevereiro de 2018

A Fantástica Baleia Engolidora de Circos

Foto: Mariana Rocha

Sem usar qualquer palavra falada, a carioca Cia. Frita apresenta para a criançada o universo mágico do circo em "A Fantástica Baleia Engolidora de Circos", que ganha uma temporada na CAIXA Cultural São Paulo, entre 22 de fevereiro e 4 de março. O elenco conta com as atrizes Érika Freitas, Mariana Rabelo e Florencia Santángelo, e a direção e o roteiro são assinados por Alvaro Assad. Os ingressos são gratuitos e começam a ser distribuídos às 9h do dia da apresentação.
O público conhece a hilária saga de três palhaças que foram engolidas por uma baleia junto com seu pequeno circo durante uma enchente que alagou a cidade. Enquanto o animal navega pelos sete mares do globo, as artistas precisam se adaptar àquele cotidiano surreal. Elas esperam ansiosamente pelas surpresas que virão com a próxima mordida da baleia e sonham com o mundo externo. Durante cada tempestade no meio do mar, as palhaças se comportam de modo completamente nonsense.
Durante o processo criativo da peça, a trupe pesquisou o universo da pantomima e das reprises e gags (piadas) clássicas do circo. Como o espetáculo não tem falas, o elenco teve um treinamento corporal para a comédia física, em que os gestos são usados para provocar a comicidade e narrar de forma eficiente a história. A proposta da encenação é resgatar e difundir a arte da palhaçaria clássica.
Além do espetáculo, o grupo ministra uma oficina gratuita de Palhaçaria para Crianças, com Érika Freitas. A atividade pretende despertar o lúdico, o riso, a espontaneidade e a relação com o outro a partir de brincadeiras e jogos de improviso. A oficina acontece no dia 3 de março, das 10h às 12h, e oferece 20 vagas para crianças de 10 a 14 anos. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo telefone (11) 3321-4400. A seleção será a partir da ordem de inscrições.
CAIXA Cultural São Paulo fica na Praça da Sé, 111 – Centro  e o espetáculo inicia-se às 15 horas.

9 de fevereiro de 2018

É Carnaval!


Ó abre alas
Que eu quero passar
Ó abre alas
Que o carnaval quer passar

Voltamos dia 15 de fevereiro!!

8 de fevereiro de 2018

Caciporé Torres



Considerado o escultor com maior número de obras públicas do Brasil, Caciporé Torres adora colocar a mão na massa das chapas metálicas, material típico de suas invenções. Sua arte tem um quê de expressionismo. Abusa da brutalidade das formas cilindricas, fazendo com que cada peça adquira vida e significado. O escultor, desenhista e professor frequentou durante dois anos os ateliês de escultura de Marino Marini (1901-1980) e Alexander Calder (1898-1976), além de ter estudado história da arte na Sorbonne, Paris. Muitas de suas esculturas são feitas em grandes dimensões e integram museus e espaços públicos de diversas cidades, como São Paulo e Miami.

7 de fevereiro de 2018

Entre irmãs


O drama brasileiro "Entre irmãs" (2017) tem uma história forte com personagens encantadores. Cenas lindíssimas de cumplicidade embargam a garganta e emocionam. A narrativa é construida por cenas curtas com ritmo e diálogos bem trabalhados. A direção criativa é, também, sensível. A bela fotografia é recheada de cenários magníficos. E, claro, não podemos deixar de ressaltar as primorosas interpretações de Nanda Costa, Marjorie Estiano e Cyria Coentro. Além de tudo isso, tem um excelente figurino e uma precisa trilha sonora. Na narrativa, Pernambuco, década de 1930. Luzia (Nanda Costa) e Emília (Marjorie Estiano) são irmãs que vivem na pequena Taguaritinga do Norte, ao lado da tia Sofia (Cyria Coentro), que lhes ensinou o ofício de costureira. Enquanto Emília sonha em se mudar para a cidade grande, Luzia se conforma com a realidade ao mesmo tempo em que lida com as dificuldades de ter um braço atrofiado, por ter caído de uma árvore quando criança. A vida destas três mulheres muda por completo quando o cangaceiro Carcará (Júlio Machado) cruza seu caminho, obrigando-as a costurar para o bando que lidera. É bom lembrar que a obra é baseada no livro "A Costureira e o Cangaceiro", de Frances de Pontes Peebles. Um belíssimo filme que vale à pena ver e rever.

6 de fevereiro de 2018

Silêncio.doc

Foto: Naava Bassi

Com texto e atuação de Marcelo Varzea, a tragicomédia "Silêncio.doc" desnuda homem que tenta digerir uma separação amorosa. O Espetáculo é dirigido por Marcio Macena e estreia no Teatro MuBE Nova Cultural no dia 20 de fevereiro. O  monólogo ficou engavetado por dez anos até que autor e o diretor resolveram fazer uma leitura nas Satyrianas 2017. E, graças ao sucesso da apresentação nesse festival, eles decidiram estrear a peça. Com tom trágico e cômico, o espetáculo dá voz a um homem desesperado que mergulha em seu universo íntimo para entender os enigmas de uma separação amorosa devastadora e repentina. Ele busca a catarse coletiva dos ideais românticos e a possibilidade de descobrir um novo modelo de homem. O personagem revela seu fluxo de consciência compulsivo, descrevendo sua situação de forma ora patética, ora dolorosa. O público é convidado a assistir a isso tudo de forma ativa ou apenas como espectador. A encenação é pautada na brincadeira com a morfologia e etimologia das palavras, como se o personagem estivesse escrevendo um texto, ou ministrando uma aula sobre a dor de amor. Um olhar que tragicômico sobre o homem romântico contemporâneo. Teatro MuBE Nova Cultural fica na Rua Alemanha, 221 - Jardim Europa - São Paulo. A temporada vai até o dia 8 de maio, todas às terças-feiras, às 21.

5 de fevereiro de 2018

O dia em que os bichos votaram


A poesia conta história ou a narrativa é poética? Bem propício para o ano de eleição, o livro "O dia em que os bichos votaram" fala de escravidão e liberdade, ditadura e democracia com humor e requinte de ironia. Bem atual aos nossos tempos, diria. A ilustração é caprichosa. A poesia curta tem seus altos e baixos. Uma força incomum e que cativa. Na trama, os bichos do Matão estão reunidos para uma votação. Qualquer semelhança é mera coincidência.

2 de fevereiro de 2018

The Crucible


O drama "The Crucible" ou "As bruxas de Salém" (1996) é filme obrigatório para os cinéfilos de plantão. A história é bem estruturada com pistas e recompensas astuciosas e diálogos brilhantes. Os personagens são bem construídos e desenvolvidos. O tema é claro e edificante. As reviravoltas concretas surpreendes os mais desavisados. Com atuações admiráveis, a película ainda conta com uma direção primorosa. Na narrativa, em Salem, Massachusetts, 1692, algumas jovens fazem "feitiços". Uma delas, Abigail Williams (Winona Ryder), tinha se envolvido com John Proctor (Daniel Day-Lewis), um fazendeiro casado, quando trabalhou para ele, mas após o fim do caso foi despedida. Assim, desejava a morte de Elizabeth Proctor (Joan Allen), a esposa deste. Elas são descobertas no seu "ritual" e, acusadas de bruxaria, provocam uma histeria coletiva que atinge várias pessoas, sendo que Abby, a jovem desprezada por John, faz várias acusações até ver Elizabeth ser atingida. Um excelente filme! Super recomendo.

1 de fevereiro de 2018

Daniel Murgel


Na cena contemporânea, nem sempre a arte é tão óbvia. Bacharelando em Belas Artes pela UFRJ, o artista plástico Daniel Murgel tem uma retórica própria. Com exposições individuais e coletivas no seu currículo, o artista, natural de Niterói, tem obras que fazem parte dos acervos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), do Banco do Nordeste do Brasil (CE), do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea (RJ) e do Museu da Cidade (SP). Em 2011, foi indicado ao Prêmio Pipa. Seus desenhos aquarelados e suas instalações recentes são paisagens contemporâneas. A cena dá lugar a espaços fragmentados. Seus principais emblemas são: árvore, homem e cidade seccionados do ambiente comum que os deveria acolher e aconchegar. Tão convencionais quanto quaisquer outros, só que Murgel consegue deslocar o homem da exterioridade contemplativa de sua obra para dentro do mundo desarticulado. Na foto temos "É o muro que transborda", de 2013, feita com tijolos, cimento e madeira (220 x 120 x 160 cm). Um luxo, pero no mucho