30 de maio de 2011

O Grilo Feliz

O desenho animado O Grilo Feliz (2001) é genuinamente brasileiro e, além de divertido, é repleto de valores positivos. Então, uma boa pedida para as crianças. Veja, para as crianças! Os adultos talvez se entediem com a história. Nela, o Grilo Feliz é um dos habitantes de um pequeno povoado da Floresta Amazônica, que se destaca dos demais por ser sensível, sabio e protetor. Além disso, o Grilo Feliz é músico e gosta de compôr novas músicas com sua companheira Estrela Linda, que é a estrela mais brilhante do céu e é o alvo de Maledeto, um lagarto ambicioso que acredita que ela seja na verdade um diamante. É bom lembrar que, a produção desta animação foi feita por uma das mais respeitadas produtoras de animação do mercado publicitário brasileiro. Comandada por Walbercy Ribas, ela desenvolveu personagens inesquecíveis como a baratinha da Rodox ou o Homenzinho Azul dos cotonetes Johnson entre tantos outros. Aliás, é bom que se ressalte que esta animação é sucesso com a criançada do exterior.

27 de maio de 2011

Noel Rosa


Quando terminei de assistir o musical Noel Rosa, pensei: Noel deve está se revirando no túmulo. E não é para menos, a peça é fraca em todos os sentidos: um péssimo texto onde a obviedade por vezes é didática, um cenário lamentável onde demonstra o amadorismo da produção e um figurino horripilantes onde é claro que o "defunto era maior" do que os atuais donos. Em suma, uma produção mediocre e, uma direção que deixa a desejar. Sem falar, é claro, que apesar dos esforços, os atores são desafinados. Na peça, a biografia musical do que fora um dos grandes poetas, músico e cronista de uma época é contada em 2 longos atos. Se quiser arriscar, o musical está no Teatro Brigadeiro em São Paulo.

26 de maio de 2011

A Dor de Amar


O livro A Dor de Amar de J.-D. Nasio é perfeito para quem quer entender as agruras do amor. O mistério deste sentimento, que é o mais nobre de todos e permeia a história de toda a humanidade, é desvendado de maneira simples e pontual. Esta dor pode ser causada pela perda, abandono e até pela humilhação, mas no livro buscamos entendê-la enquanto origem e mecanismo. Uma leitura saudável, rica e bastante original.

25 de maio de 2011

Deus da Carnificina


La Dieu du Carnage título original de Deus da Carnificina é uma excelente opção para se ir ao teatro este final de semana. O texto de Yasmina Reza é maravilhoso e tira o verniz social que protege a selvageria do ser humano sem o menor pudor. Começando com pessoas educadas que não conseguem manter a compostura por muito tempo diante de uma situação causada pelos seus filhos. Uma tragédia que mais parece comédia. Na história, o filho de um dos casais, de 11 anos, quebrou dois dentes do outro em uma briga. A hipócrita troca de gentilezas inicial cede espaço às provocações assim que os pontos de vistas se distanciam, e o perfil de cada personagem é redesenhado. Com uma direção pra lá de bem resolvida de Emílio de Mello, os atores Julia Lemmertz, Paulo Betti, Deborah Evelyn e Orã Figueiredo exploram a sintonia perfeita e equilibrada de toda a trupe. A dica é: compre logo os ingressos antes que seja tarde, pois a peça já está com dias contados para esta temporada. A peça está no Teatro Vivo em São Paulo.

24 de maio de 2011

Menecma

O espetáculo teatral Menecma (em cartaz no Teatro Popular do Sesi) traz um texto que não envolve o espectador e, pior, com uma história que não diz para que veio. Em seu significado Menecma seria nada mais, nada menos do que um dito sósia... o que podemos pensar que a peça sugere que tudo é um engano recheado de supostas certezas, mas, que, no entanto, não passa de uma ilusão. Assim, num clima de suspense tragicômico, a história se passa numa casa sombria, um diretor de cinema edita um documentário sobre seu pai, morto há pouco menos de um mês. O pai foi um grande ator de teatro que sempre desprezou o filho. Agora, o diretor pode remontar sua relação com o pai, manipulando as imagens de seu filme. O ponto alto do espetáculo, além da brilhante atuação de Paula Cohen, é o cenário que muda só com o jogo de luz.

23 de maio de 2011

Water for Elephants

Water for Elephants (2011) ou Água para Elefantes é um drama de extrema sensibilidade, temos que concordar. Baseado no best seller homônimo de Sara Gruen, o roteiro explora com muita maestria um tradicional triangulo amoroso. Dentro da película encontramos suspense, romance, drama e uma sutil comédia para abrilhantar a obra. Na história, Jacob Jankowski (Hal Holbrook) já passou dos 90 anos e não consegue esquecer seus momentos da juventude nos anos 30, período difícil da economia americana, que o levou a trabalhar num circo. Foi lá, enquanto era jovem (Robert Pattinson) e um ex estudante de Veterinária, que ele conheceu a brutalidade dos homens com seus pares e também com os animais, mas encontrou a mulher por quem se apaixonou. Marlena (Reese Whiterspoon) era a Encantora dos Cavalos, a principal atração e esposa do dono do circo: August (Christoph Waltz) um homem carismático, mas extremamente perigoso quando suas duas paixões estavam em jogo. Em suma, um bom roteiro com excelentes ingredientes de uma obra prima.

20 de maio de 2011

The Adjustment Bureau

The Adjustment Bureau (2011) ou Os Agentes do Destino, no Brasil, é um filme mediano. O drama perde, inegavelmente, o ritmo algumas vezes, bem como o talento da atriz Emily Blunt. Contudo, tem uma boa construção do personagem de Matt Damon. Controverso, pois tem uma mistura de inúmeros generos sem foco algum, temos a história de David Norris (Matt Damon) que é um político importante com uma carreira promissora, mas um escândalo atrapalhou a sua corrida ao Senado. Tão logo perde a disputa pela vaga, ele conhece a enigmática Elise (Emily Blunt), bailarina por quem se apaixona. Contudo, homens com estranhos poderes de interferir no futuro aparecem do nada e começam a pressioná-lo para que ele não dê continuidade a este romance porque isso poderá atrapalhar o futuro de ambos. Sem saber ao certo quem são essas pessoas, a única certeza que David possui é que precisará encontrar forças para enfrentá-los e encarar o que o destino lhe reserva. É um filme para se ver sem compromisso, nada além disso.


19 de maio de 2011

Parcerias de Cama e Mente

O livro Parcerias de Cama e Mente da consultora Maria da Luz Calegari é um prato cheio para as investigações amorosas. De cara, ela nos revela que até no amor, as caracteristicas individuais podem compor parcerias de sucesso. Isso tudo baseado na mitologia, filosofia, artes e psicologia. É um livro em que fixa a Teoria dos Temperamentos com muita seriedade e exemplos reais de pessoas comuns, bem como de famosos. Numa leitura fácil, encaramos a diversidade de personalidades num esquema prático onde mostra que o amor é o sentimento dos sentimentos. Curiosa leitura, diria!

18 de maio de 2011

Rabbit Hole

O drama americano Rabbit Hole (2011) ou Reencontrando a Felicidade (péssimo título, por sinal) no Brasil, é simplesmente um filme imperdível. A estrutura da trama é bem feita e segura o espectador logo no inicio. É um filme sensível e duro ao mesmo tempo. Triste, mas esperançoso. Os diálogos são curtos, mas extremamente realistas. O silêncio é pontual e momentos simples tornam-se grandes conflitos. Nicole Kidman está maravilhosa. Na história, temos Becca (Nicole Kidman) e Howie Corbett (Aaron Eckhart) formavam uma família feliz, mas suas vidas viraram do avesso após a morte do filho, Danny (Phoenix List), num acidente de carro. Depois de largar a carreira de executiva para virar dona de casa, ela tenta redefinir sua vida se cercando dos familiares e pessoas bem intencionadas para ajudar a superar a dor da perda. Enquanto dá início a uma "estranha" amizade com o jovem Jason (Miles Teller), motorista do carro no fatídico acidente, seu marido mergulha no passado, buscando apoio em estranhos que poderiam oferecer algo que a esposa não consegue. Assim, perdidos em seu sofrimento, os Corbett fazem escolhas surpreendentes para seu futuro.


17 de maio de 2011

Conversations With Others women

O romance Conversations with Other Women (2005) ou Nosso Amor do Passado (no Brasil) é um resgate e um reencontro da história de um casal. Os diálogos são bons: simples, belos e pontuais. A estrutura do filme bem desenhada, mas ele é lento e, por vezes, parece monótono. O final é sensível e feito na medida certa. Na história, durante uma festa de casamento, a atração sexual entre um homem (Aaron Eckhart) e uma mulher (Helena Bonham Carter) parece totalmente espontanea, apesar de terem uma história antiga. Decididos a passar aquela noite juntos, eles vão para um hotel onde, afinal, o flert vira uma noite cheia de paixão e culpas.

13 de maio de 2011

Dias e Noites

O drama brasileiro Dias e Noites (2008) seria interessantíssimo se a adaptação do livro para o cinema tivesse sido bem feita. Na estrutura da película, percebemos que a história poderia ter sido melhor desenvolvida e explorada. Tem bons atores, diria, um elenco de primeira, mas não convence. A produção é muito bem feita, não há como negar. Na história, Clotilde (Naura Schneider) se casou ainda jovem, por conveniência, com Pedro Ramão (Antônio Calloni), um rico fazendeiro do interior do Rio Grande do Sul. Decidida a não ceder às tentações da época e à violência do marido, Clotilde questiona os valores da sociedade local e resolve sair de casa. Isto faz com que perca a guarda de seus dois filhos. Já em Porto Alegre ela luta na justiça para reaver sua família, contando com a ajuda do advogado Motta (Zé Vítor Castiel) e do playboy Felipe Clerbon (Dan Stulbach). Entretanto a principal ajuda que recebe vem do empresário Aires de Lucena (José de Abreu). Alias, diria, um belo personagem. Para quem gosta de filme de época, vale à pena alugar o filme e ver.

10 de maio de 2011

No Olho da Rua

O drama No Olho da Rua (2011) estréia dia 13 próximo nos cinemas. O filme tem uma história simples e, por vezes,é regada com humor aqui e acolá. Um humor inteligente e sob medida. Às vezes o filme torna-se lento, talvez pela sua temática ou quem sabe pelos conflitos com ações, mas sem tantas reações. Contudo, não ofusca nem de longe a brilhante atuação de Murilo Rosa. Na história, Otoniel Badaró (Murilo Rosa) é um metalúrgico que, após trabalhar em uma fábrica por 20 anos, é demitido. A situação fica mais complicada ainda porque Camila (Gabriela Flores), sua esposa, está grávida. Revoltado, Otoniel resolve cortar o próprio braço e assina sua demissão com o próprio sangue. A partir de então ele passa a fazer carretos ao lado de Algodão (Leandro Firmino da Hora), um estudante de cinema que vive na favela e mantém um canal pirata de TV. Tudo piora ainda mais quando Otoniel tem seu carro roubado.

9 de maio de 2011

Laurita

A película Laurita é bem construída, tem bons conflitos e é muito orgânica. Laura e sua mãe passam as férias no litoral de São Paulo, numa casa de praia de classe média. O corpo pré-adolescente de Laura está mudando em descompasso com sua maturidade. Mas seu incômodo fica menor diante da situação das duas na casa. Um curta onde o choque de gerações e conflitos territoriais femininos vão tomando corpo a cada minuto e o tornando uma grande história. Aliás, uma delícia de história!



Prêmios
Melhor Atriz no Curta Cabo Frio 2010
Melhor direção no Curta Cabo Frio 2010
Melhor Filme Digital - Júri Oficial no Curta Cabo Frio 2010
Melhor Atriz no Festival de Triunfo 2010
Melhor Montagem no Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora 2009

Festivais
Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2009
Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira 2009
Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte 2010
Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2009
Goiânia Mostra Curtas 2009
Janela Internacional de Cinema do Recife 2009
Mostra de Cinema de Tiradentes 2010
Curta Taquary 2010
Mostra do Filme Livre 2010
Semana Paulistana do Curta Metragem 2010
Festival Nacional de Cinema de Petrópolis 2010

6 de maio de 2011

O Cheiro do Ralo

A comédia do renomado diretor Heitor Dhalia chamado O Cheiro do Ralo (2007) é uma deliciosa ironia. Um roteiro bem adaptado, uma perfeita construção de personagem e um delicioso anti-herói interpretado por Selton Mello. Na história, Lourenço (Selton Mello) é o dono de uma loja que compra objetos usados. Aos poucos ele desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente ao explorá-los, já que sempre estão em sérias dificuldades financeiras. Ao mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar. Uma obra prima do cinema nacional, sem sombra de dúvida. Tá aí a dica para o final de semana...

5 de maio de 2011

I Am Number Four

Para quem gosta do tipo de película à la Superman com direito a clichês I Am Number Four (2011) ou Eu Sou o Número 4 tem um roteiro pra lá de fraco, com falta de criatividade nas sequências de ação e algumas atuações deixando a desejar. O filme é óbvio, mas o leve humor e o visual dos vilões convence. Agrada, com toda certeza, os espectadores menos exigentes, mas de longe podemos dizer que não é uma unanimidade do cinema. Na história, nove alienígenas fugiram do planeta Lorien, onde eram conhecidos por números, para se esconder na Terra. O objetivo era se esconder dos Mogadorians, inimigos que precisam eliminar todos eles - e na ordem certa - para que poderes especiais não possam ser usados contra eles no futuro. A caçada já começou e os números Um, Dois e Três já foram assassinados. O número Quatro vive disfarçado entre os humanos, como John Smith (Alex Pettyfer), ajudado por seu protetor Henri (Timothy Olyphant) na tranquila cidade de Paradise, em Ohio. Enquanto descobre seus novos poderes, Smith conhece a estudante Sarah Hart (Dianna Agron) e se apaixona por ela, colocando em risco a vida de ambos e o futuro de sua raça, porque o inimigo já o localizou. A sua sorte é que a número Seis (Teresa Palmer) também o encontrou e ela pode ajudar na batalha.


4 de maio de 2011

Love Comes Lately

Está em cartaz o filme Love Comes Lately (2008), ou O Amor Chega Tarde, no Brasil. Trata-se de uma produção austríaca e alemã tão belo e sensível como o título do mesmo. Um roteiro agradável que aproxima o telespectador da história de uma forma bem peculiar. Max Kohn (Otto Tausig) é um imigrante austríaco que vive nos Estados Unidos e trabalha escrevendo contos. Ele está prestes a completar 80 anos, mas sente que sua vida está apenas começando. Max mantém uma vida amorosa agitada, seja através de relacionamentos imaginários ou reais, o que coloca em risco seu caso com Reisel (Rhea Parlman), a mulher que ama. Um dia ele vai de trem a uma palestra e, no caminho, incorpora o principal personagem de sua última criação literária. A partir de então, realidade e imaginação se misturam definitivamente. Lindo!


2 de maio de 2011

Não Se Pode Viver Sem Amor

Esta semana estreiará nos cinemas o brasileiríssimo Não Se Pode Viver Sem Amor (2010) de Jorge Durán. O filme é uma poesia, não tenho dúvidas a respeito disso. São cinco destinos que se cruzam com delicadeza, mas não tem a pretensão de trazer respostas para as perguntas. O que é uma maravilha! O roteiro consegue manter a curiosidade sem ser óbvio, surpreende, mas falha nas cenas iniciais, pois demora de envolver a história ao espectador. O que não tira o brilho da obra. A direção de Durán é sensível e acertiva. O garoto Victor Navega Motta é uma revelação. Na história, Gabriel, de 10 anos, e Roseli, de 30, chegam ao Rio de Janeiro para encontrar o pai do menino que os abandonou. Sem conhecer a cidade, eles perambulam pelas ruas sem ter ideia para onde ir. Assim encontram João, um jovem advogado desempregado que busca desesperadamente um meio de melhorar de vida; Pedro, um pesquisador universitário que precisa se decidir entre a mulher e a profissão; e Gilda, uma dançarina de boate que deseja ir embora mas está presa ao passado. Todos vivem situações limite em suas vidas, que se tornam ainda mais fortes devido à proximidade do Natal. Só que, a partir destes encontros inesperados, surge uma nova esperança. Então, fique atento, pois este é um filme que vale muito à pena ver.