27 de fevereiro de 2013

Beasts of the Southern Wild

Beasts ofthe Southern Wild ou Indomável Sonhadora (2012) é encantador, envolvente com uma narrativa simples, mas eficaz. A atuação de Quvenzhané Wallis é um fascínio a parte. A película tem emoção e mostra uma realidade que desconhecemos dos EUA. Na trama Hushpuppy (Quvenzhané Wallis) é uma menina de apenas 6 anos de idade que vive em uma comunidade miserável isolada às margens de um rio. Ela está correndo o risco de ficar órfã, pois seu pai (Dwight Henry) está muito doente. Ele, por sua vez, se recusa a procurar ajuda médica. Um dia, pai e filha precisam lidar com as consequências trazidas por uma forte tempestade, que inunda toda a comunidade. Vivendo em um barco, eles encontram alguns amigos que os ajudam. Entretanto, o pai vê como única saída explodir a barragem de uma represa próxima, o que faria com que a água baixasse rapidamente e a situação voltasse a ser como era antes. Como curiosidade, mais da metade do elenco é da mesma região do estado de Louisiana (EUA) em que o filme se passa, incluindo a protagonista. A película foi indicada para o Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado. Mas não levou nenhuma estatueta.

26 de fevereiro de 2013

Lincoln

Lincoln (2012) é um filme grandioso pela sua narrativa histórica com foco bem político e, claro, pela excelente atuação de Daniel Day-Lewis. O roteiro não é envolvente, falta emoção e sentimento. A fotografia da película é bem interessante, diria. O figurino é assertivo. Baseado no livro “Team of Rivals: The Genius of Abraham Lincoln”, de Doris Kearns Goodwin, o filme se passa durante a Guerra Civil norte-americana, que acabou com a vitória do Norte. Ao mesmo tempo em que se preocupava com o conflito, o 16º presidente norte-americano, Abraham Lincoln (Daniel Day-Lewis), travava uma batalha ainda mais difícil em Washington. Ao lado de seus colegas de partido, ele tentava passar uma emenda à Constituição dos Estados Unidos que acabava com a escravidão. O filme ganhou o Oscar de Melhor Ator para Daniel Day-Lewis, que, a propósito, quebrando o recorde da Academy Awards, e, Melhor Design de Produção.
 

25 de fevereiro de 2013

The 85th Academy Awards

Em sua octogésima quinta edição The Academy Awards foi equilibradíssima e Argo foi considerado o melhor filme. As principais categorias indicadas, temos melhor diretor Ang Lee. Melhor ator foi Daniel Day-Lewis para Lincoln. Melhor atriz foi Jennifer Lawrence em O Lado Bom da Vida. O roteiro original ficou com Quentin Tarantino para Django Livre. Roteiro adaptado foi para Chris Terrio para Argo. Amor é premiado pela sua delicadeza como melhor filme estrangeiro. E uma raridade no empate da categoria de edição de som. Vejam os ganhadores das principais categorias:
Filme
Argo era mais que esperado, digamos não foi surpresa.
Diretor
Adorei que Ang Lee ganhou o Oscar de melhor diretor para As Aventuras de Pi. Não foi uma surpresa, o trabalho foi bem feito.
Ator
Daniel Day-Lewis levou a estatueta para Lincoln. Não me surpreendeu, pois ele está realmente maravilhoso no papel. Surpreenderia-me se algum outro levasse. Excelente escolha apesar de o filme, como um todo, não ser lá isso tudo.
Atriz
Jennifer Lawrence em O Lado Bom da Vida levou o Oscar na categoria. Uma atriz em ascensão que tem feito um bom trabalho e, realmente, teve uma bela atuação nesse filme, mas não foi a sua melhor atuação. Mas, tenho que confessar que também estava na torcida por Emmanuelle Riva (Amor), bem como fiquei apaixonada por Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora).
Ator coadjuvante
Christoph Waltz em Django Livre foi o vencedor dessa categoria e muito merecido, aliás, particularmente, era a minha torcida. Contudo, não posso deixar de dizer que Tommy Lee Jones (Lincoln) e Robert De Niro (O Lado Bom da Vida) estavam também muito bons em suas interpretações.
Atriz coadjuvante
Era esperada que Anne Hathaway em Os Miseráveis ganhasse o Oscar. Se foi justo ou não, há controvérsias. Particularmente gosto muito da atuação de Sally Field em Lincoln.
Filme estrangeiro
Surpresa seria se Amor não ganhasse a categoria de melhor filme estrangeiro. É um filme belíssimo daqueles para se guardar na vida eterna. Mais que merecido!
Roteiro original
Quentin Tarantino levou para Django Livre o Oscar de melhor roteiro original. Justo! É um roteiro divertido e critico ao mesmo tempo.

Roteiro adaptado

Chris Terrio levou o melhor roteiro adaptado para Argo. Merecido! Contudo, nota minha, Lucy Alibar e Benh Zeitlin (Indomável Sonhadora) e David O. Russell (O Lado Bom da Vida) não ficam atrás, seus roteiros foram primorosos.
Animação
Valente é o grande e merecido vencedor dessa categoria com sua ruivinha mais famosa. Boa escolha!
Fotografia
As Aventuras de Pi ganha a categoria com muito louvor.

Demais estatuetas:
Curta-metragem de animação
Paperman.
Documentário em longa-metragem
Searching for a Sugar Man.
Documentário em curta-metragem
Inocente.
Edição
Argo.
Trilha sonora original
Mychael Danna para As Aventuras de Pi.
Canção original
Skyfall, de 007 - Operação Skyfall – Adele (música e letra).
 Efeitos visuais
As Aventuras de Pi.
Edição de som
A Hora Mais Escura e 007 – Operação Skyfall.

Mixagem de som
Os Miseráveis.
Melhor curta-metragem
Curfew.

Figurino
Anna Karenina.
Design de produção
Lincoln.
Maquiagem e cabelo
Os Miseráveis.

22 de fevereiro de 2013

Flight

Quando numa história, o espectador sabe que, digamos, o protagonista é ruim de conduta social, mas ele acaba torcendo para que o protagonista se dê bem ou se salve de uma grande enrrascada, podemos dizer que o roteiro tem um grande ponto forte: segura a audiência do inicio ao fim. E é isso que acontece em Flight ou O Voo (2012), um verdadeiro cinema de envolvimento. Apesar dessa ligação  toda, a película não emociona a ponto de arrancar lágrimas do espectador. O tema é claro como a água. Denzel Washington tem uma bela atuação, contudo, tenho dúvidas de se ele leva o Oscar de Melhor Ator. Na história, Whip (Denzel Washington) está separado de sua esposa e filho, é um experiente piloto da aviação comercial, mas tem sérios problemas com bebidas e drogas. Certo dia, ele acabou salvando a vida de diversas pessoas quando a aeronave que pilotava apresentou uma pane, mas sua frieza e conhecimento permitiu que uma aterrisagem, praticamente, impossível acontecesse. Agora, apesar de ser considerado um herói por muitos e contar com o apoio de amigos, ele se vê diante do jogo de empurra na busca pelos culpados da queda e das mortes ocorridas. É quando seus erros e escolhas do passado passam a ser decisivos para definir o que ele irá fazer de seu futuro. A película concorre ao Oscar de Melhor Ator e Melhor Roteiro Original. Boa pedida para o final de semana!


21 de fevereiro de 2013

A Good Year

A Good Year ou Um Bom Ano (2006) tem uma história previsível e apesar de boa intenção, não comove, apenas entretém. A película tem uma boa fotografia. Na trama, aos 11 anos, Max Skinner (Freddie Highmore) é cuidadosamente educado na arte de saborear vinhos por seu tio Henry (Albert Finney), dono de um vinhedo na França. Adulto, Max (Russell Crowe) torna-se um bem-sucedido homem de negócios em Londres, sem qualquer tempo para degustações mais duradouras. Certo dia Max recebe a notícia de que Henry morreu, deixando-o como único herdeiro. Prevendo bons negócios, resolve fazer uma rápida viagem para visitar a nova propriedade. Mas, uma vez ali, percebe que não será tão fácil vender o lugar que lhe traz tantas lembranças de infância.
 

20 de fevereiro de 2013

As Cotias do Campo de Santana

O curta As Cotias do Campo de Santana não envolve, nem emociona. Não há uma história, o espectador não sabe de onde sai e muito menos para onde vai. A trilha sonora não é criativa. A trama aborda um dia na vida deste parque situado bem no coração da cidade do Rio de Janeiro, com seus personagens reais, fantásticos. Preto e Branco são moradoras do Campo, dois animais que se perdem em meio à fauna urbana, duas cotias que travam uma batalha contra tudo em favor da sobrevivência diária, da violência banal, da crueldade da cidade, da magia da vida. A proposta da ideia é boa, mas não passa da vontade de fazer algo diferente.

18 de fevereiro de 2013

Zero Dark Thirty

Zero Dark Thirty ou A Hora Mais Escura (2012) tem um excelente roteiro com uma estrutura impecável, diálogos ótimos que deixa o espectador ligado do inicio ao fim da trama, mesmo que ele saiba qual o resultado final desta. Jessica Chastain é imprescindível para a trama. O clima de tensão na obra é latente. Na história, os ataques terroristas sofridos pelos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 deram início a uma época de medo e paranoia do povo americano em relação ao inimigo, onde todos os esforços foram realizados na busca pelo líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Maya (Jessica Chastain) é uma agente da CIA que está por trás dos principais esforços em capturar Laden, por ter descoberto os interlocutores do líder do grupo terrorista. Com isso ela participa da operação que levou militares americanos a invadir o território paquistanês, com o objetivo de capturar e matar Bin Laden. Como curiosidade Mark Boal reescreveu o roteiro para centrar a trama diante do assassinato de Bin Laden. A produção foi pega de surpresa com o anúncio da morte de Osama Bin Laden. A história girava em torno da caçada ao terrorista. O Pentágono investigou a produção para impedir que ela revelasse segredos confidenciais da operação militar. A película concorre ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Atriz para Jessica Chastain, Melhor Roteiro Original, Melhor Edição e Melhor Edição de Som.

15 de fevereiro de 2013

Silver Linings Playbook

Silver Linings Playbook ou O Lado Bom da Vida (2012) é um filme com bons ingredientes: ótimos conflitos, boa estrutura, excelentes atores, diálogos divinos e uma boa produção. Na trama, por conta de algumas atitudes erradas que deixaram as pessoas de seu trabalho assustadas, Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) perdeu quase tudo na vida: sua casa, o emprego e o casamento. Depois de passar um tempo internado em um sanatório, ele acaba saindo de lá para voltar a morar com os pais. Decidido a reconstruir sua vida, ele acredita ser possível passar por cima de todos os problemas do passado recente e até reconquistar a ex-esposa. Embora seu temperamento ainda inspire cuidados, um casal amigo o convida para jantar e nesta noite ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma mulher também problemática que poderá provocar mudanças significativas em seus planos futuros. Atentem-se para a excelente atuação de Cooper: irretocável! E, claro, também de Jennifer Lawrence que fez Winter's Bone e tem um jeito muito peculiar de atuar: marcante. A película concorre ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado (David O. Russell), Melhor Ator (Bradley Cooper), Melhor Atriz (Jennifer Lawrence), Melhor Ator Coadjuvante (Robert De Niro), Melhor Atriz Coadjuvante (Jacki Weaver) e Melhor Edição. É uma excelente pedida para o final de semana!


14 de fevereiro de 2013

Celebrity

Celebrity ou Celebridades (1998) não é, com toda certeza, nem de longe um dos melhores filmes de Woody Allen. Falta um ingrediente que prenda o espectador a trama: a própria história. As criticas a sociedade celebritivas são notórias, ao estilo Allen, mas a trama por si só é fraca. Os diálogos têm seus altos e baixos, não são perfeitos, mas quando acerta é primoroso. Na história, quando um repórter (Kenneth Branagh) começa a andar com celebridades, ele automaticamente fica excitado com a nova situação. Mas ele nunca esperava entrar em rota de colisão com quatro das pessoas mais estranhas que ele já conheceu: uma sensual atriz em ascensão (Melanie Griffith), um astro do cinema fora do controle (Leonardo DiCaprio), uma aspirante a atriz (Winona Ryder) e uma sexy modelo (Charlize Theron). Juntos, irão fazer um passeio pelo lado selvagem da fama e da fortuna.

13 de fevereiro de 2013

Jean Charles

A película Jean Charles (2009) é uma história baseada em fatos reais. O roteiro constroi um protagonista humano, é conciso e assertivo. Emociona! O diretor teve a ousadia de misturar atores com não-atores e deu certo. A atuação de Selton Mello também é de se prestar atenção. O filme consegue traduzir sim a vida de imigrantes brasileiros fora do país e, mais especificamente, em Londres. Na trama, Jean Charles (Selton Mello) é um eletricista mineiro que vive em Londres, onde tem um extensa rede de amigos e conhecidos. Ele consegue levar sua prima Vivian (Vanessa Giácomo) para morar com ele, junto com Alex (Luís Miranda) e Patrícia (Patricia Miranda). Como tantos brasileiros que moram fora do País, Jean se vira para fazer dinheiro e consegue introduzir sua prima no mercado de trabalho ilegal. Infelizmente, alheio aos atentados que ocorriam na região, ele estava na hora errada e no lugar errado quando foi confundido com um terrorista no metrô londrino e acabou morto em julho de 2005, mudando para sempre a vida das pessoas que o cercavam. Para que saiba, esta é a primeira co-produção entre Brasil e Inglaterra. E, Patrícia Armani interpreta a si própria. Patrícia era prima do verdadeiro Jean Charles de Menezes. Um excelente filme!

6 de fevereiro de 2013

Patricia Polayne

Prestem atenção na voz e dramaticidade de apresentação da sergipana Patricia Polayne. A letra é uma delicia, o ritmo é único com uma melodia que conquista de cara. A cantora e compositora tem em sua obra, referências que vão da tradição oral à Tropicália, do coco ao Cocteau Twins, da música latina aos ritmos afrobrasileiros. Mega amplo! Com um trabalho pra lá de original, linguagem própria e uma qualidade artistica invejável, a artista transita por diferentes linguagens, como o cinema, o teatro, o circo e a poesia. Um deleite de se ouvir e ver. Polayne gravou seu primeiro disco intitulado de O Circo Singular – As Canções de Exílio. E aqui ela canta Sapato Novo. Divirta-se!


5 de fevereiro de 2013

Les Misérables

Adaptação de musical da Broadway, que por sua vez foi inspirado em clássica obra do escritor Victor Hugo, Les Misérables ou Os Miseráveis (2012) tem uma excelente produção. Para quem gosta de musicais, uma boa oportunidade de ver cenários grandiosos e figurinos bem trabalhados. Para quem não gosta, a película é morosa e longa demais, três horas de duração. Na trama, a história se passa em plena Revolução Francesa do século XIX. Jean Valjean (Hugh Jackman) rouba um pão para alimentar a irmã mais nova e acaba sendo preso por isso. Solto tempos depois, ele tentará recomeçar sua vida e se redimir. Ao mesmo tempo em que tenta fugir da perseguição do inspetor Javert (Russell Crowe). A película concorre às estatuetas do Oscar como Melhor filme, Melhor ator para Hugh Jackman, Melhor atriz coadjuvante para Anne Hathaway, Melhor mixagem de som, Melhor figurino, Melhor design de produção e Melhor maquiagem e cabelo.


1 de fevereiro de 2013

Bruna Surfistinha

A película brasileira Bruna Surfistinha (2011) tem um roteiro morno, mas é bem dirigida e conta com uma bela atuação de Secco. Na trama, Raquel (Deborah Secco) era uma jovem da classe média paulistana, que estudava num colégio tradicional da cidade. Um dia ela tomou uma decisão surpreendente: saiu de casa e resolveu virar garota de programa. Com o codinome de Bruna Surfistinha, Raquel viveu diversas experiências "profissionais" e ganhou destaque nacional ao contar suas aventuras sexuais e afetivas num blog, que depois acabou virando um livro e tornou-se um best seller. Como curiosidade Raquel Pacheco, a verdadeira Bruna Surfistinha, aparece em uma ponta como a garçonete na cena em que Bruna e Hudson jantam fora. E ela e Deborah não tiveram contato algum antes do filme.