19 de novembro de 2018

Poesia de Pai Para Filho - Encontro de Duas Gerações

Foto: Rodrigo Resende Coutinho

Os escritores e poetas, pai e filho, Carlos Nejar e Fabrício Carpinejar, apresentam "Poesia de Pai Para Filho - Encontro de Duas Gerações", espetáculo teatral com a leitura dos principais títulos de ambos, mostrando cumplicidade na criação dentro de casa, seja em dicas do método literário ou em histórias de aprendizado. Em São Paulo, acontece única apresentação no dia 23 de novembro no palco do Teatro Frei Caneca, às 21 horas, com ingressos grátis.

A peça é comemorativa de seis décadas de literatura de Carlos Nejar - 79 anos, membro da Academia Brasileira de Letras e indicado ao Nobel pela Academia Brasileira de Filosofia - e os 20 anos de carreira de Fabrício Carpinejar - 45 anos, premiado com o Jabuti e Associação Paulista dos Críticos de Arte.

O espetáculo, que tem roteiro e direção assinados por Carpinejar, estreou em setembro, em Brasilia, seguiu, em outubro, para Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, encerrando a turnê na capital paulista.

Em versos, a montagem é uma homenagem à importância da família. No palco, duas gerações diferentes de autores, apresentam os seus ideais de criação literária, os seus métodos de trabalho, as dificuldades e desafios que tiveram que superar para alcançar o reconhecimento. No texto, momentos das suas trajetórias líricas: Carlos Nejar faz leitura de seus poemas prediletos e Fabrício conta histórias da convivência entre eles. “É poesia e crônica se envolvendo. Falamos o quanto são duas dicções diferentes, dois temperamentos diferentes, duas gerações diferentes, mas que partilham o mesmo respeito em ouvir. Ouvir a tempestade, ouvir a respiração, ouvir o coração”, comenta Carpinejar. 

Em "Poesia de Pai Para Filho:  os poemas são trabalhadas a partir de objetos simbólicos e emocionais, como  relógio, escapulário, porão, retrato, revelando um universo marcado por rituais masculinos. Juntos, Carlos e Fabrício explicitam que o homem chora, emociona-se e está cada vez mais aberto a transparecer seus sentimentos de continuidade e afinidade. O espetáculo mostra que nada melhor que a relação entre pai e filho para promover confissões de medos e alegrias entre os homens. “No mundo de extremismo, de intolerância, a gente quer mostrar que a poesia cumpre essa carência de emoção. A poesia ensina a aceitar a solidão e aceitar as diferenças. Quem tem poesia em sua vida, é mais sensível e menos preconceituoso”, reflete Carpinejar.