No palco, o escritor e encenador é personagem e figura quase mítica. A cena vai peneirando os achados, os ditos e os quereres de Boal representando toda uma geração do teatro brasileiro refundada no Teatro de Arena.
“Boal sempre sonhou, sem fazer o Hamlet no pequeno palco do Arena. Talvez porque duvidar dê sentido a um eterno caminho. Por isso, menos como homenagem, mais como procedimento, este artefato cênico na forma de monólogo dialogado assim se autobatiza”, diz Marco Antonio. Os ecos vão ganhando materialidade - tempos, geografias e subjetividades são presenças que invadem o imaginário contemporâneo, brasilidades sublinhadas.
“Boal é nossa inspiração. Estão em cena através da figura do Rogério Bandeira, inspirações vindas da “teoria” e da “prática” dele, Augusto. A teoria no caso é a memória Hamlet e o filho do Padeiro, que passeia com graça e talento pela vida e obra do Boal em depoimento pessoal e coloquial, sua autobiografia. A prática é o dito e feito no show Opinião: a esfera privada, familiar e hamletiana do ator em tensão dialética com a atuação pública. Boal e Bandeira são intérpretes e personagens” reitera Marco Antônio.
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