26 de agosto de 2019

Vidas Medíocres ou Almas Líricas

Foto: Sergio Fernandes

Sob olhares e espíritos curiosos, “Vidas Medíocres ou Almas Líricas” chamou a atenção de público e crítica ao apresentar uma mescla de cenas baseadas em quatro textos do dramaturgo russo Anton Tchekhov - além de trechos de cartas e contos do autor – com a atmosfera poética proposta por sambas das décadas de 40 e 50. Em cartaz, desta vez no Espaço Cia da Revista, entre 4 e 26 de setembro, às quartas e quintas, a partir das 20h30.

As letras e melodias que falam do destino, da melancolia e da natureza da vida encaixavam-se bem na prática de leitura e encenação de Tchekhov e, com isso, a construção foi ganhando vida. A partir desta similaridade, mesmo que distante no espectro de tempo e espaço, induziu o diretor à reflexão que dá a tônica do espetáculo: “Afinal, seria a tristeza a essência primária da alma lírica humana?”

Com esses questionamentos em mente deu-se início a carpintaria cênica e a criação da identidade visual da peça, que também teve inspiração em outro russo, o diretor de cinema Andrei Tarkovsky, vencedor do Prêmio Especial do Júri do Festival de Cinema de Cannes em 1980 com o filme “Stalker”, de 1979. “Neste espetáculo, o público depara-se com esses espectros, fragmentos do passado, objetos abandonados, musgo, poeira, ferrugem, fotografias gastas pelo tempo... Signos que remetem à perenidade e à atemporalidade”, afirma o diretor.