2 de setembro de 2019

Bolhas

Foto: Valéria de Lima

As distâncias geográfica, cultural, intelectual e espiritual existentes entre uma mãe fundamentalista religiosa e um filho que pertence à comunidade LGBTQUIA+ são temas de “Bolhas”, com texto e direção de Haroldo França. O espetáculo estreia dia 13 de setembro na SP Escola de Teatro – Sede Roosevelt, Sala Hilda Hilst. As apresentações seguem até 14 de outubro e acontecem às sextas, aos sábados e às segundas-feiras, às 21h, e aos domingos, às 19h.
“A peça fala sobre polarização. Vivemos em um tempo em que os ânimos estão muito inflamados para discutir qualquer coisa. As pessoas criam muitos pré-julgamentos em relação a quem não concorda com elas e automaticamente interrompem o diálogo e partem para a intolerância. Estamos dispostos a entender quem pensa diferente, a entrar nesse outro campo, a furar essa bolha?”, indaga o autor e diretor Haroldo França.
A trama aborda as tensões e expectativas de uma mãe e seu único filho, que vivem em cidades distintas e planejam se reencontrar depois de muito tempo sem se ver. Ela é uma pastora evangélica de pensamento fundamentalista e ele é homossexual e está em processo de rompimento com a igreja. Mãe e filho se amam na mesma medida em que se machucam.
A dramaturgia é fundamentada na contradição entre amor e violência, relacionamento e incomunicabilidade, presença e ausência. Cada cena comporta dois tempos e dois espaços, de modo que os personagens parecem dialogar, mas, na verdade, estão em situações opostas, distantes. Para acentuar essas dualidades, a plateia é dividida em lados opostos do espaço cênico.