O texto da peça “Interrupção” é disponibilizado online e publicado pela Editora Efêmera. O trabalho foi contemplado no Concurso Literário Mário Quintana do Sintrajufe-RS de 2018, no Concurso Literário ABRAMES em Prosa e Verso da Academia Brasileira de Médicos Escritores de 2019 e no Prêmio por Histórico de Realização em Literatura do ProAC Expresso LAB de 2020.
“Foi um caso real que me motivou a escrever essa história. Em 2013, no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de São Paulo, soube de uma menina de 12 anos que engravidou do namorado de 17 anos. A mãe da garota, que é a sua representante legal, entendeu que a gestação deveria ser interrompida, tendo em vista que a menor não possuía condições psicológicas e discernimento necessários para criação e sustento do bebê. Por isso, requereu, judicialmente, uma autorização para a prática de aborto”, conta o dramaturgo.
A partir desse argumento, Aleixo construiu uma peça curta, em que um juiz e um escrivão precisam dar uma sentença e se deixam influenciar por suas ambições, convicções e pelos demais envolvidos no caso. O texto passou por várias transformações até atingir sua forma final – e as contribuições de Solange Dias e Cintia Alves foram fundamentais nesse processo.
“Nunca tive acesso às identidades dos envolvidos, na medida em que o processo correu em segredo de justiça. Acreditando, porém, que a história merece ser compartilhada, porque pode fomentar o debate público sobre o tema, comecei a escrevê-la em 2017, no Núcleo de Dramaturgia da Escola Livre de Teatro de Santo André”, completa.