20 de dezembro de 2021

Interrupção

Foto: Divulgação

O premiado dramaturgo Eduardo Aleixo Monteiro aborda sobre o direito ao aborto em seu novo trabalho. O texto foi criado a partir de um caso real de uma menina de 12 anos que engravidou do namorado de 17. A mãe da garota, por entender que ela não teria condições psicológicas de criar e sustentar um bebê, requereu judicialmente a autorização para a interrupção da gravidez. A partir desse argumento, um juiz e um escrivão precisam dar a sentença e se deixam influenciar por suas ambições, convicções e pelas opiniões dos envolvidos no caso.  
 
Essa dramaturgia será lançada no dia 22 de dezembro, a partir das 20h. A obra fica disponível, gratuitamente, no site https://interrupcao2021.wordpress.com/. O público também desfruta de uma oficina de dramaturgia, ministrada por Cintia Alves, e de uma leitura dramática do texto dirigida por Solange Dias, com seu grupo Teatro da Conspiração. Todos esses conteúdos ficam disponíveis permanentemente. 

O texto da peça “Interrupção” é disponibilizado online e publicado pela Editora Efêmera. O trabalho foi contemplado no Concurso Literário Mário Quintana do Sintrajufe-RS de 2018, no Concurso Literário ABRAMES em Prosa e Verso da Academia Brasileira de Médicos Escritores de 2019 e no Prêmio por Histórico de Realização em Literatura do ProAC Expresso LAB de 2020.

“Foi um caso real que me motivou a escrever essa história. Em 2013, no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de São Paulo, soube de uma menina de 12 anos que engravidou do namorado de 17 anos. A mãe da garota, que é a sua representante legal, entendeu que a gestação deveria ser interrompida, tendo em vista que a menor não possuía condições psicológicas e discernimento necessários para criação e sustento do bebê. Por isso, requereu, judicialmente, uma autorização para a prática de aborto”, conta o dramaturgo.

A partir desse argumento, Aleixo construiu uma peça curta, em que um juiz e um escrivão precisam dar uma sentença e se deixam influenciar por suas ambições, convicções e pelos demais envolvidos no caso. O texto passou por várias transformações até atingir sua forma final – e as contribuições de Solange Dias e Cintia Alves foram fundamentais nesse processo. 

“Nunca tive acesso às identidades dos envolvidos, na medida em que o processo correu em segredo de justiça. Acreditando, porém, que a história merece ser compartilhada, porque pode fomentar o debate público sobre o tema, comecei a escrevê-la em 2017, no Núcleo de Dramaturgia da Escola Livre de Teatro de Santo André”, completa.