As parcerias acontecem em “Pé Vermelho” com Sérgio Duarte, “Moedão” com Juca Filho e “Um Arame Só (Marimbau Tietê)” com Socorro Lira. Todas estão em versão instrumental, sendo que as letras das duas últimas precedem as respectivas partituras. Ao revisitar a própria obra, o violeiro — que sempre compôs de forma intuitiva — experimentou dar um formato final a criações com tantas possibilidades de execução. Algumas foram gravadas com mais de 3 arranjos diferentes que, aliás, ele costuma fundir quando sobe no palco, às vezes acompanhado de Guarabyra, Tuia, Zé Helder, Levi Ramiro, e tantos outros parceiros.
A transcrição musical foi realizada por Domingos de Salvi, que também assina esta obra. Nas palavras dele, “Vignini é um cara quase que de outro tempo. Consegue trazer pra viola esse ar mais despojado do rock e do blues, mantendo a questão do manejo de um instrumento moldado a partir da música da cultura caipira.” Como diz Guarabyra, o resultado dessa “alquimia, magicamente, apesar de percorrer um mundão de estradas, [Ricardo] manteve o tempero e o sabor da sonoridade brasileira”.
Da guitarra para a viola, Vignini traz o inusitado uso do Bottleneck, um tubo cilíndrico de metal popularmente conhecido como Slide. Nas músicas “O Bonde dos Fontes” e “Amálgama” a interpretação do autor é mista, mas “Um arame Só (Marimbau Tietê)” é tocada inteiramente com o acessório. O efeito é singular, mas há indicações de como interpretá-las sem Bottleneck. Maiores informações no www.ricardovignini.com.br