6 de maio de 2019

Depois Daquela Viagem

Foto: Pedro J. Duarte

O espetáculo juvenil "Depois Daquela Viagem", inspirado no romance autobiográfico de Valéria Pollizi, segue em cartaz no Teatro Viradalata até 2 de junho. Dirigida por Abigail Wimer, a peça é uma adaptação do crítico teatral e dramaturgo Dib Carneiro Neto e traz no elenco Bruna Luisa, Eduardo Lousada, Eliot Tosta, Naiara de Castro, Maria Bia, Tati Mayumi e Vini Hideki.

A trama apresenta a história de Valéria, que contraiu o vírus HIV ainda na adolescência, depois de uma relação sexual sem preservativo com o namorado. A montagem mostra como a protagonista precisou aprender a conviver com o vírus. A partir da descoberta do HIV, a peça se torna não linear, os sonhos se desestruturam e a narrativa se fragmenta. A ideia é propor com naturalidade, delicadeza e seriedade, uma reflexão sobre o despertar da sexualidade e o preconceito.

A dramaturgia de Dib Carneiro Neto tem como proposta intercalar presente, passado e futuro, dando um ritmo dinâmico para a estrutura do espetáculo. A estética da montagem propõe diálogos cotidianos que convivem com os monólogos simbólicos. Constrói uma relação entre plano real e plano imaginário.

O espetáculo intercala drama e humor, dimensões do cotidiano e do simbólico propondo uma reflexão sobre o preconceito e a sexualidade. São temas da encenação a essência humana, os sonhos, os desafios, o irreversível, a amizade, a aceitação, a superação e o amor.

“Quando dirigi a primeira montagem de Depois Daquela Viagem no Sesc Consolação, a minha questão era: criar uma direção com a qual o jovem se identificasse e pudesse fortalecer a sua adolescência e sua juventude através desse assunto tão delicado, que é sexualidade e o HIV. E isso foi alcançado. O público riu, se emocionou e aplaudiu de pé. Nesta segunda montagem, acentuamos ainda mais a dinâmica do espetáculo para o entendimento dos muitos papéis que vivemos em nossa vida. Buscamos fortalecer o poder inerente ao jovem, para enfrentar a complexidade da sociedade da sua época. O espetáculo está mais maduro e mais íntimo”, revela a diretora Abigail Wimer.