4 de abril de 2019

Tchekhov é um Cogumelo

Foto: Jennifer Glass 

O tecnológico "Tchekhov é um Cogumelo", do Estúdio Lusco-Fusco, ganha uma nova temporada no Teatro Sérgio Cardoso, entre 12 de abril a 5 de maio. Com direção de André Guerreiro Lopes, o espetáculo mistura teatro, dança, neurociência e música ao vivo para montar de forma original trechos do clássico ‘As Três Irmãs’, do autor russo Anton Tchekhov (1860-1904). O espetáculo foi selecionado para o 42º FITEI e segue em maio para Portugal, se apresentando no Porto, no tradicional Teatro Nacional São João.
A encenação retrata a vida de três mulheres presas nas memórias de um tempo passado e acuadas por um mundo em transformação. Atrizes de diferentes gerações, Djin Sganzerla, Helena Ignez e Michele Matalon, criam um jogo cênico que embaralha os diversos tempos. Seriam elas as três irmãs ou a mesma mulher em três momentos da vida?

A partir das contradições do presente, a peça cria uma reflexão sobre os temas da apatia, do caos, do medo e do desejo de mudança. O elenco tem, ainda, participação dos dançarinos Samuel Kavalerski e Fernando Rocha, do cantor e ator Cleber D’Nuncio e do grupo musical Embatucadores.

Durante a apresentação, o diretor André Guerreiro Lopes veste um capacete de eletrodos que capta sua atividade cerebral e emoções, ativando uma instalação sonora e visual desenvolvida pelo músico Gregory Slivar. Dessa forma, as ondas mentais produzidas pelo encenador controlam frequências que tocam sinos e fazem vibrar poças d’água nesse aparato tecnológico instalado no palco.

O espetáculo, que estreou em 2017, foi indicado aos prêmios APCA (na categoria de melhor espetáculo) e Shell (de melhor música), além de ter sido eleito um dos três melhores daquele ano pelos críticos do jornal Folha de S.Paulo. A montagem original marcou os 10 anos de trajetória do Estúdio Lusco-Fusco.