23 de abril de 2019

Lado B: O disco de vinil na arte contemporânea brasileira

Foto: The Record, por Felipe Barbosa – (foto cortesia do artista)

A partir de 25 de abril de 2019, o Sesc Belenzinho recebe "Lado B: O disco de vinil na arte contemporânea brasileira".Com curadoria de Chico Dub e coordenação geral de Luiza Mello, a exposição coletiva reúne 61 obras de mais de 30 artistas visuais e sonoros do país, mostrando toda uma ampla gama de usos do disco de vinil enquanto material estético de intervenção sonora, física, conceitual, ritualística e poética - em muitos casos ressignificando as formas e funções originais dos long plays e objetos de seu universo. Com entrada gratuita, a mostra fica em cartaz até 30 de junho de 2019.
“Lado B realiza um importante papel na aproximação da música com as artes contemporâneas. As convergências são inúmeras (...). Convidar o visitante do museu para, além dos olhos, usar os ouvidos tem se tornado uma constante. O som, em si mesmo, devido a avanços na tecnologia e, também, pelo desejo de ultrapassar os limites da experimentação, passou a ser reconhecido e exibido como arte”, afirma Chico Dub.
O visitante encontra em todo o espaço expositivo do Sesc Belenzinho instalações sonoras e interativas, pinturas, esculturas, discos conceituais, vídeos, fotografias, manipulações sônicas e objetos-instrumentos que abordam todas essas questões. As obras de Thomas Jeferson e Xico Chaves, por exemplo, criticam a obsolescência dos bens de consumo duráveis. O trabalho de Chiara Banfi, que apresenta as séries Discos Vazios (2013-2014), Aquele Disco (2018) e Capas (2018), lança uma perspectiva crítica sobre os novos tempos digitais e aponta para a perda do ritual entre corpo (audição) e som.
A exposição também apresenta comentários políticos (presentes nos trabalhos de Fabio Morais, Pontogor, Romy Pocztaruk e Hugo Frasa), gambiarras tecnológicas (nas vitrolas preparadas pela dupla O Grivo e na foto de Cao Guimarães), reflexões sobre a morte (na instalação de Gustavo Torres), o orgulho da propriedade e o disco como retrato da individualidade (na obra de Felipe Barbosa).