29 de junho de 2018

A Barragem de Santa Luzia

Foto: Arô Ribeiro

O impacto da destruição causada pela construção de uma hidrelétrica na vida, memória e cultura dos moradores das comunidades ribeirinhas é o tema do poético "A Barragem de Santa Luzia", de Rudifran Pompeu. O espetáculo está em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade até 1 de agosto, com entrada gratuita.

Com direção de Rudifran e co-direção de Tiche Vianna, a peça narra o drama da jovem Maria Flor, que é obrigada a sair de sua terra em função do rompimento de uma barragem para a construção de uma usina hidrelétrica na região. Ela se recusa a deixar a sua vida e resolve construir um universo próprio, cheio de desejos e descobertas, a partir do barro de seu quintal. Os horizontes e sonhos de Maria são abalados quando ela encontra uma velha caixa-mala repleta de memórias de seu bisavô. Esse artefato é capaz de transformar o pensamento da jovem sobre a vida e sobre tudo que pode decorrer dela.

“A motivação do texto é a fábula da resistência. Resistência em todos os sentidos, da terra, da mulher. O espetáculo fala sobre essa mulher que, para não perder o pouco que tem, precisa resistir ao possível desaparecimento de sua história. Fala sobre memória, sobre a fragmentação do pensamento e sobre a terra e o desejo de se permanecer onde se trabalhou, viveu e plantou raízes. No desespero do fim de tudo, a personagem procura uma lacuna de salvação de sua dignidade e de sua trajetória histórica, e, mesmo que tudo seja um campo imaginário, ela resolve criar um novo mundo no quintal da casa onde vive e onde pretende ficar até o fim”, comenta o autor e co-diretor.

A Oficina Cultural Oswald de Andrade fica na Três Rios, 363 - São Paulo. Os horários das sessões são às segundas, terças e quartas-feiras, às 20h.