8 de maio de 2018

A Profissão da Sra. Warren

Foto: Ronaldo Gutierrez

Com diálogos ácidos e brilhantes, a tragicomédia "A Profissão da Sra. Warren", do irlandês Bernard Shaw, considerado um dos maiores dramaturgos de língua inglesa ganha uma nova encenação com direção de Marco Antônio Pâmio e tradução da atriz Clara Carvalho. O espetáculo estreia no Auditório MASP, no dia 11 de maio, e segue em cartaz até 1º de julho, com sessões às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h.
A trama começa em uma casa de campo em Surrey, que a jovem e inteligente Vivie Warren (Karen Coelho) alugou para estudar direito. Com apenas 22 anos, a menina foi criada longe de casa e estudou nos melhores colégios e frequenta a Universidade de Cambridge. Por isso, ela não conviveu com a mãe, Sra Warren (Clara Carvalho).
Neste lugar, Vivie recebe a visita de amigos da mãe que não conhecia, como o arquiteto Praed (Mário Borges), um tipo romântico e esteta; o jovem de moral duvidosa Frank Gardner (Caetano O’Maihlan), que logo se enamora da moça; o barão milionário Sir. George Crofts (Sergio Mastropasqua); e o reverendo Samuel Gardner (Cláudio Curi), pai de Frank, o mais velho conhecido da Sra. Warren, cujo passado esconde uma chocante revelação.
Entre discussões fervorosas e bem-humoradas sobre o enriquecimento, a hipocrisia social e os paradoxos morais, a filha descobre que sua educação refinada foi financiada por uma rede internacional de bordéis comandada pela Sra. Warren. A mãe entrou para essa vida por necessidade, mas, no final das contas, torna-se uma bem-sucedida empresária do ramo e trabalha por puro prazer.
Escrita entre 1893 e 1894, “A Profissão da Sra. Warren” foi proibida de ser encenada na Inglaterra e nos Estados Unidos no começo do Século 20. “A peça tem um caráter transgressor, com discussões muito à frente de seu tempo, principalmente no que tange ao papel da mulher na sociedade. Shaw nos fala do hoje tão discutido ‘empoderamento feminino’ quando esse tipo de debate era impensável na época. Ele nos fala de ‘uma nova mulher’: independente, ‘dona do seu nariz’, com opinião e personalidade próprias. Na época da peça, as mulheres sequer podiam votar”, comenta Pâmio.
O Auditório MASP fica na Avenida Paulista, 1578 - SP.