Antes de subir para o apartamento de Morrice, Sofia repassou todas as instruções com Kai. O amigo não se sentia confortável com a situação, mas entendia Sofia e, de alguma forma, queria lhe ajudar. Então, não questionou. Sofia entrou no elevador e os minutos de subida pareciam-lhe intermináveis horas naquele cubículo que outrora assemelhava-se a um palácio. Estava ansiosa, nunca tinha feito nada parecido, mas nada como a vida para solicitar tal necessidade.
Tocou a sineta como era de costume, nem um toque a mais, nem um toque a menos. Simplesmente tocou fria e calculista. Seu sangue rodopiava entre suas veias que pareciam querer escapolir do seu corpo. Mas ela se conteve, respirou fundo e esperou que Morrice lhe abrisse a porta. Ele também abriu a porta como era de costume. Beijaram-se. O beijo estava gélido, tanto dela quanto dele. Sofia sabia que era tudo apenas pró-forma de ambas partes. Fez questão de trancar a porta. Quer algo para beber, Sofia? Ela discretamente tirou a chave da porta e enfiou no bolso. Sim. Enquanto você prepara, vou usar o banheiro... respondeu sem alterar o tom de voz.
Entrou no banheiro e tirou da bolsa a corda e o porta-prendedor de roupa. Amarrou a corda nas laterais do objeto, tirou a chave do bolso sem causar muito barulho, acomodou o chaveiro no porta-prendedor como se fosse um nenê no seu berço. Tirou os sapatos e subiu em cima da privada até que alcançasse a janela basculante e sentiu um certo alívio ao ver Kai olhando para ela lá de baixo. Posicionou a traquitana horizontalmente, segurou cada uma das pontas das cordas com cada uma de suas mãos e foi soltando a corda devagarinho até ter a certeza de que Kai pegara o objeto. Ouviu o assobio de Kai e em tempo percebeu um leve puxão nas cordas. Era sinal de que estava tudo dando certo. Sofia puxou o objeto novamente para si e meio apressada, na tentativa de que Morrice não questionasse o tempo que estava no banheiro, enfiou o porta-prendedor com corda e tudo dentro da sua bolsa.
Tocou a sineta como era de costume, nem um toque a mais, nem um toque a menos. Simplesmente tocou fria e calculista. Seu sangue rodopiava entre suas veias que pareciam querer escapolir do seu corpo. Mas ela se conteve, respirou fundo e esperou que Morrice lhe abrisse a porta. Ele também abriu a porta como era de costume. Beijaram-se. O beijo estava gélido, tanto dela quanto dele. Sofia sabia que era tudo apenas pró-forma de ambas partes. Fez questão de trancar a porta. Quer algo para beber, Sofia? Ela discretamente tirou a chave da porta e enfiou no bolso. Sim. Enquanto você prepara, vou usar o banheiro... respondeu sem alterar o tom de voz.
Entrou no banheiro e tirou da bolsa a corda e o porta-prendedor de roupa. Amarrou a corda nas laterais do objeto, tirou a chave do bolso sem causar muito barulho, acomodou o chaveiro no porta-prendedor como se fosse um nenê no seu berço. Tirou os sapatos e subiu em cima da privada até que alcançasse a janela basculante e sentiu um certo alívio ao ver Kai olhando para ela lá de baixo. Posicionou a traquitana horizontalmente, segurou cada uma das pontas das cordas com cada uma de suas mãos e foi soltando a corda devagarinho até ter a certeza de que Kai pegara o objeto. Ouviu o assobio de Kai e em tempo percebeu um leve puxão nas cordas. Era sinal de que estava tudo dando certo. Sofia puxou o objeto novamente para si e meio apressada, na tentativa de que Morrice não questionasse o tempo que estava no banheiro, enfiou o porta-prendedor com corda e tudo dentro da sua bolsa.
Abriu a porta do banheiro e deu de cara com Morrice segurando dois copos de suco de laranja na mão. Ele não estava sorrindo. Naquele momento o coração de Sofia disparou, sabia que o que estava prestes a ouvir e a fazer não tinha mais volta. Andou de encontro a Morrice, pegou um dos copos da mão dele e caminhou até o sofá. Ela sentou e começou a beber o suco, sabia que iria ter que engolir muito sapo naquela conversa, então, achou por bem começar a deglutir o suco. Morrice também sentou, mas na poltrona. Ele não bebeu, colocou o suco na mesa de centro e ficou olhando. Silêncio. Apenas o som de cada gole que Sofia dava, pairava no ar da sala. Sofia bebia o suco na tentativa de deixar que Morrice se pronunciasse. Ele olhava fixamente para ela. Ela fingia não ver. Sofia, eu preciso ser honesto com você. Sofia terminou o suco e colocou o copo vazio do lado do copo dele e disse: Acabou! Morrice meio desconcertado disse: “É, Sofia, acabou”. Mas ela não queria facilitar a vida do francês, precisava ganhar tempo, então não deixou nem ele respirar e foi logo perguntando: “posso beber o seu?”. Aquela pergunta deixou Morrice meio atordoado e fez-lhe pensar alguns segundos até entender que Sofia estava falando do suco e não do relacionamento. Meio desconcertado ele respondeu que positivamente com a cabeça: “Sim, você pode beber o meu suco”. Sofia olhava para ele e ficava pensando, como era fácil pegá-lo na curva...por tão pouco já me entregou todo o final do papo. Ridiculo!
O celular de Sofia tocou. Era Kai. Sofia atendeu, fingiu conversar por alguns minutos com o amigo e desligou. Pegou a bolsa e avisou a Morrice que ia novamente no banheiro, pois tinha bebido muito suco. Ele acreditou. Ela tirou a traquitana da bolsa, percorreu novamente todo o caminho e quando subiu com o porta-prendedor sentiu-se aliviada ao ver a chave da porta de Morrice. Colocou no bolso e foi para a sala para ouvir o veredito do final do namoro. Morrice, desta vez, foi objetivo e sem rodeios com referência ao término do namoro. Mas fez questão de dizer para Sofia que ela não só tinha sido uma pessoa importante para ele, como iria marcar sua vida de uma forma muito singela. Quando Sofia ouviu aquelas palavras, deu uma leve risada. Pensou: e você ainda não viu nada o quanto, de fato, vou marcar a sua vida... Ela manteve o controle, quando queria bater nele. Ela deu um abraço em Morrice, quando, na verdade, queria lhe chutar. E finalmente lhe deu um beijo no rosto, quando queria cuspí-lo. Não falou nada, apenas ouviu. O término do namoro teria que parecer civilizado, e foi até aquele momento. Morrice fez intenção de acompanhá-la até a porta, mas Sofia pediu que ele continuasse sentado. Vai ser pior se despedirmos na porta! Morrice aceitou os argumentos de Sofia e manteve-se intacto sentado na poltrona. Sofia tirou discretamente a chave do bolso, enfiou na fechadura da porta e abriu. Não olhou para trás, simplesmente fechou a porta e se foi.