26 de outubro de 2009

Beleza Americana


Sabe aqueles filmes que quando você assiste, você fica pensando o porquê de não tê-lo feito antes? Pois é, com American Beauty (em inglês) foi mais ou menos assim... Se arrependimento matasse, com certeza, estaria morta. O filme é profundo e traduz a real sensação de uma sociedade doente. Uma família com todos os defeitos e traumas que lhe são possíveis, tentam se reencontrar (e se reencontram!) a partir do relato de uma morte pré-anunciada em voiceover. Trata-se da história de um pai de família norte-americano (Kevin Spacey), em seu puro estado semi-delirante que atinge o ápice quando é atraído pela desbocada amiga adolescente da sua filha. E quem já não ouviu falar destes tais "Tio Sukita"? Aqui o enredo poderia ser o mesmo do que qualquer outro filme, se a história não fosse orgânica: ele entra em crise de meia-idade, pede demissão do emprego, mas recebe uma boa indenização ao ameaçar contar "segredos" do seu chefe aos superiores. Com o dinheiro, passa a realizar os seus desejos de adolescência, entre eles a compra de um carro desportivo anos 60. Beleza Americana, de 1999, tem uma beleza plástica maravilhosa e em tempo cativa com seus ricos personagens. O filme explora temas das nossas sociedades modernas em que a aparência e o status econômico é que nos impulsiona para algum tipo de mudança. Com isso as relações interpessoais são reduzidas, o que podem gerar, muitas vezes, um escape em nossas próprias vidas. Em termos de roteiro, é opulento e, ao contrário do que pensei que poderia encontrar, o filme não é enfadonho. Eu adorei e recomendo!