24 de março de 2020

Não conte a ninguém

Foto: Stephane Sousa

Segredos de pessoas comuns coletados durante uma intervenção urbana são o ponto de partida para a dramaturgia de “Não conte a ninguém”, do Coletivo Pulsante. A peça, terá direção de Stephane Sousa e texto de Luan Carvalho.
O espetáculo surgiu de um processo colaborativo, no qual os atores, provocados pela diretora, se depararam com os próprios segredos junto aos segredos de anônimos e perceberam que estes podem revelar sintomas de uma sociedade imersa num mal-estar social que parece não ter saída, mas sim presa à uma caminhada inevitável para o fim. 
A dramaturgia foi surgindo da intervenção já mencionada, de improvisações na sala de ensaio e de questões como: “Qual a função social desses segredos?” e “Como essas verdades escondidas podem interferir na relação do indivíduo com o mundo?”.
As verdades secretas partilhadas pelas pessoas anônimas trouxeram disparadores sobre as angústias do ser pessoal/social e fizeram com que o grupo seguisse por uma linha existencialista, dando voz aos reais anseios de uma sociedade que oprime e aliena o indivíduo. 
Na trama, cinco atores esperam pela chegada de uma figura primordial para o começo do espetáculo. Eles decidem, então, quebrar essa longa espera e começam a passar as cenas. “Enquanto aguardam essa figura opressora, eles passam as cenas, quebram para conversas de camarim e voltam para o ensaio. Esse jogo de on/off segue até o fim do ensaio, quando eles partem efetivamente para a estreia. É como se codificássemos que ali começa a dramaturgia”, revela a diretora Stephane Sousa.

Atenção: Diante do coronavírus (COVID-19), o Coletivo Pulsante optou por cancelar suas temporada teatral, prevista para o dia 27 de março na SP Escola de Teatro, foi adiada, ainda sem previsão de datas para a temporada.