Num primeiro instante quando você lê sobre a proposta e a ideia da peça Carro de Paulista, você espera bem mais do que ela pode lhe oferecer. Até mesmo para os turistas de teatro. A ideia é bacana, tem aspectos explícitos do universo dos jovens da periferia, tais como ascensão social e cultura alternativa, mas quando você começa assistir, você se depara com um texto pobre e conteúdos pra lá de previsíveis, além dos personagens esteriótipados, é claro. Tudo bem que é uma peça descompromissada, talvez daí o seu sucesso de 7 anos em cartaz e um público de mais de 40 mil pessoas, mas ela não se sustenta com palavrões e tantos clichês. Pedrão, Jorginho, Júnior e Raio de Sol são jovens da zona leste de São Paulo que saem de carro em um sábado à noite dispostos a paquerar meninas dos Jardins, bairro nobre da capital paulista. Há dicotomia e conflito de situações recheados pelo humor negro e palavrões. O único elemento cênico é bem resolvido e interessante: o esqueleto de um carro. O pessoal da zona leste vai entender, sem preconceitos, algumas piadas melhor do que o resto da plateia. A direção é de Jairo Mattos e o elenco é formado por Aline Abovsky, Vinicius Calamari, Thiago Catelani, Jorginho, Fábio Neppo e Tadeu Pinheiro. A comédia está no teatro Ruth Escobar que pela desorganização teve um atraso de inicio da peça de mais de meia hora neste último sábado. Sem comentários! O respeito pelo público passou longe...