Se vocês fizerem uma busca no Google sobre este filme encontrarão uma extraordinária variedade de diretores que se embrenharam por esta tragédia. Mas o Hamlet dirigido por Laurence Olivier ganhou três estatuetas: melhor filme, melhor direção de arte e melhor ator. Assim, me aterei aos comentários deste que, para mim, foi uma das melhores adaptações de roteiro. Digo e repito: uma das melhores adaptações de roteiro. Nele, temos um personagem central falível, humano, atormentado com obstáculos internos e externos, e, ao mesmo tempo, um personagem inteligente e sensível. Um verdadeiro estudo para a psicologia. Em tempo, este mesmo Hamlet que busca a vingança pela morte do pai, não consegue agir a não ser quando se é tarde demais. Os diálogos criados por Shakespeare, diga-se de passagem, são de uma modernidade incrível que conseguem transpor a barreira do tempo e se tornarem atuais. Quem, em pleno 2009, não usou as expressões There is something in the state of Denmark (Há algo de podre no reino da Dinamarca), There’s the rub (Eis o xis do problema) e a mais famosa delas To be or not to be, that’s the question (Ser ou não ser, eis a questão). Pronto, o filme tem um excelente roteiro. Eu tenho de confessar que me causaram estranheza os elementos visuais. Mais parecia que estava assistindo uma peça dentro de um filme do que um filme propriamente dito. Perdoem-me, mas mesmo que eu dê um desconto pelo filme ter sido de 1948, ainda assim há algo de podre no reino da Dinamarca. De qualquer forma, vale à pena ver este filme para se tocar por um dos personagens mais famosos de Shakespeare.