Na pele do personagem João, a gente descobre os encantos da capoeira vista pelos olhos de uma criança. E quando essa arte passa de geração em geração, a percepção fica mais gostosa, pois tem uma unidade em sua história.
“Teve um tempo que a capoeira era proibida”... Isso me fez lembrar que possivelmente até hoje ainda o seja. Acredito que não mais no Brasil, pois o nosso padrão de comportamento já esteja mais aculturado, mas outro dia uma amiga minha que mora em Sarassota (Flórida, EUA) me contou que alguns brasileiros estavam jogando capoeira na praia e a policia de lá, proibiu-os de jogar tal arte, pois poderiam se machucar. Mas como brasileiro dá jeitinho pra tudo, eles se organizaram para praticar o esporte: jogam, mas sempre fica um de butuca para avisar quando a policia chega. Então, quando avisados, todos fogem. Hilário!
Voltando a película, Maré Capoeira mostra também a persistência e o foco de uma criança em busca dos seus objetivos. Tem um pouco de misticismo, história, amor pela arte/luta, jogo de Angola, berimbau e de quebra o amor por uma menina “ousada” chamada Tatuí. Reparem no casamento da letra das músicas com as imagens. É, sem trocadilhos, um jogo perfeito.