3 de outubro de 2010

Coco avant Chanel


O filme francês Coco avant Chanel (no Brasil chama-se Coco Antes de Chanel, 2009) é morno e monótono. Quando a audiência vê uma garotinha deixada junto com a irmã num orfanato no coração da França, e todos os domingos ela espera, em vão, que o pai volte para buscá-la, pensa que trata-se de uma obra-prima, mas engana-se. O filme é recheado de acontecimentos banais que leva a trama para frente, mostrando a fragilidade de um roteiro superficial. Gabrielle "Coco" Chanel (Audrey Tautou) torna-se uma artista de cabaré com voz fraca que canta para uma plateia de soldados bêbados e, depois vira uma humilde costureira que conserta bainhas nos fundos de uma alfaiataria de cidade pequena. Mas, de verdade ela é uma cortesã jovem e magricela, a quem seu protetor, Etienne Balsan (Benoît Poelvoorde), oferece um refúgio seguro, em meio a um ambiente de decadência, e, depois, uma mulher apaixonada que sabe que nunca será a esposa de ninguém, recusando-se a casar até mesmo com Boy Capel (Alessandro Nivola), o homem que retribuiu seu amor. Chanel é uma rebelde que considera as convenções de sua época opressoras e prefere usar as roupas dos homens com quem se envolve e a história não mostra, por exemplo, a lendária estilista de alta-costura que personificou a mulher moderna e se tornou um símbolo atemporal de sucesso, liberdade e estilo, e, muito menos, a relação perigosa desta estilista - e vergonhosamente cooperativa - com os líderes nazistas. Uma personagem fascinante com uma trajetória recheada de sexo, heroís­mo e política foi deixada de lado. Uma pena que a diretora Anne Fontaine , optou apenas por mostrar, o lado heroico da estilista, ignorando a complexidade da mulher que revolucionou a moda, bem como a colaboração de Chanel com o 3o Reich de Adolf Hitler. O filme não tem emoção alguma, não perca seu tempo em assistí-lo.