31 de maio de 2010

O Melhor do Homem


Assim que aportei para uma temporada aqui no Brasil, me falaram tanto desta peça, que fui assistir com muita sede ao pote e vi que não era esta Coca-Cola toda, ou quem sabe uma Brastemp, mas, enfim, depois de tanto tempo sem ouvir o nosso belo e rico português, me dei ao luxo de ir assistir O Melhor do Homem no Teatro Martim Gonçalves em Salvador. Escrita pela dramaturga norte-americana Carlota Zimmerman, em 1991, a peça explora o jogo de sedução e poder entre dois presidiários com muita sutileza e atrações pra lá de explicita. Uma excelente idéia, mas um texto fraco. Senti necessidade de mais vozes orgânicas dos personagens, sejam através de suas gírias ou trejeitos usuais que os presidiários usam. Me senti numa prisão imaginária de ricos. O grupo carioca, radicado na Bahia, Ateliê Voador, investiu nesta montagem de um texto considerado a primeira gay-play (peça gay) que se tornou conhecida no Brasil, em 1995. Os atores fizeram um bom trabalho e o cenário foi bem solucionado. Aliás, diria, a última cena é muito boa, forte e bem trabalhada. O Melhor do Homem se passa em Manhattan, nos Estados Unidos, e fala da relação marginal, sexual, fascinante e excitante entre dois homens ex-presidiários. Apesar de se tratar de duas personagens que vivem um jogo homo-erótico, os personagens não são afeminados, diria que uma bela construção de personagens. Em suma, não a classificaria como uma excelente peça, não é das melhores com certeza, mas, para matar a curiosidade está mais do que indicada.