Jamal é um jovem pobre que está prestes a se tornar um milionário. A dúvida é se ele está trapaceando, tendo sorte ou o quê? O filme é simples em sua fórmula, mas doce como história. Jamal é persistente, mas suave. Ele endurece com o tempo (até mesmo em suas expressões por conta de toda a sua trajetória de vida), mas sua essência e índoles permanecem intactas. E eu acho que daí está o sucesso. A cada pergunta do jogo, existe uma parte de sua vida contada pelas suas respostas. É poético e realista, um paradoxo. Por mostrar uma parte da Índia que sabemos que existe, mas preferimos não acreditar que está ali, o filme acaba se parecendo, em alguns momentos, com Cidade de Deus, inclusive esteticamente falando. Já adianto que não tem nada a ver com aquela Índia que passa na TV Globo. “Quem quer ser um milionário?” tem uma magia intrínseca. E o final você até fica com a garganta embargada, não necessariamente chora, mas dá aquela travada. Merecido o Oscar!