12 de dezembro de 2019

Rebelião – O Coro de Todos os Santos

Foto: Ítalo Lago

Nos dias 14 e 15 de dezembro (sábado, às 20h, e domingo, às 19h), o espetáculo "Rebelião – O Coro de Todos os Santos" finaliza o projeto Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida, iniciado em agosto, que reuniu cinco montagens da companhia, entre outras atividades. Marcelo Marcus Fonseca, que fundou o grupo há mais de 23 anos, assina o texto e a direção de todas as montagens.

No enredo, Artura (Gabriela Morato), Cacimba (Elena Vago) e Jí (Paula Almeida) saem do interior do país com o intuito de salvar o Brasil, devolvendo para Portugal símbolos da colonização. Para cumprirem a missão eles enfrentam os terríveis Arranca-línguas, figuras míticas que encontram durante a viagem.

"Rebelião - O Coro de Todos os Santos" é a segunda peça do projeto A Gente Submersa, um trabalho de pesquisa do grupo sobre heranças e descaracterização da cultura e da sabedoria popular pelo esquecimento das raízes que moldaram o brasileiro. Trata da manifestação popular como revide contra seu apagamento, como arma de guerra no combate à intolerância religiosa, à infantilização da cultura produzida atualmente e às ingenuidades que aceitam lutas separadas e compartimentadas na sociedade moderna.

O diretor desabafa: “Esse é o espetáculo ‘de saco cheio’. Saco cheio de insensibilidade, de em cima do muro, de engolir a pobreza de manifestações sociais, políticas e culturais no país de Jorge Amado, Vinícius de Moraes, Nelson Sargento. Saco cheio de dizer que gostamos do que não gostamos, de dar ibope para o que não queremos, de desprezar a cultura do nosso país em prol de uma manifestação rasa. A indústria do entretenimento cria um mundo falso, de barulho ensurdecedor para destruir nossa identidade. Teatro não é entretenimento”.