8 de novembro de 2019

Os Inquilinos

Foto: Valerio Trabanco

Em diálogo com a luta do Movimento Antimanicomial, o  espetáculo “Os Inquilinos”, de Fábio Takeo,  conta a história de almas abandonadas e solitárias que travam uma batalha intensa para viver e existir, apesar de sua aparente invisibilidade. Por meio de estudos sobre a literatura de Anton Tchekhov e uma pesquisa a respeito da vida nos manicômios judiciais e hospitais psiquiátricos brasileiros, o grupo criou os personagens encontrados na narrativa. As apresentações acontecem no Ágora Teatro até 15 de dezembro, com sessões aos sábados e domingos, às 17h
Em um manicômio prestes a ser fechado, um homem luta para manter vivas suas memórias. Ao registrar suas lembranças, ele relembra das pessoas que fizeram parte da sua vida, dos sonhos deixados para trás e das perspectivas em relação ao futuro. Ao longo da peça, o público vê se materializar no palco uma série de pessoas complexas, profundas e contraditórias que lutam para não serem esquecidas. 
“A principal inspiração para a peça foi o conto ‘Enfermaria N. 6’, de Anton Tchekhov. No entanto, outras histórias do autor auxiliaram na criação da essência dos personagens, como  ‘Sonhos’, ‘Vanka’, ‘Volodia’, ‘Um Homem conhecido’ e a ‘A Dama do Cachorrinho’. Além disso, serviram como material de estudo para o grupo o livro ‘Holocausto Brasileiro’ (Daniela Arbex) e os documentários ‘Juqueri’ (Goulart de Andrade), ‘Stultifera Navis’, ‘Em Nome da Razão’ (ambos de Helvecio Ratton), ‘Imagens do Inconsciente – Nise da Silveira’ (Leon Hirszman) e ‘Estamira’ (Marcos Prado)”, conta Takeo.