6 de outubro de 2015

O Quinze


Mergulhar no universo de O Quinze, de Rachel de Queiroz, é ter contigo, no mínimo a ciência da perfeição de uma obra literária. A autora descreve com eficácia absoluta sabendo o papel de cada palavra e do que exatamente quer dizer com ela. Uma obra pura e inigualável, obrigatória àqueles que realmente gostam e entendem de boas escritas. Na narrativa, 1915, grande seca. O romance se dá em dois planos, um enfocando o vaqueiro Chico Bento e sua família, o outro a relação afetiva de Vicente, rude proprietário e criador de gado, e Conceição, sua prima culta e professora. Ficção regionalista nordestina com intensa preocupação social e análise psicológica dos personagens. Um luxo! Emoção registrada em papel sem os velhos clichês de bom ou mal, pobres ou ricos. A morte está por toda parte, mas também não lhe falta amor. Com simplicidade em sua linguagem, a autora, nos presenteia com diálogos orgânicos e sem afetações. O narrador é onisciente. E, mais do que isso, uma história atemporal.