15 de janeiro de 2013

O Som ao Redor

Tem muito barulho para pouco filme em O Som ao Redor (2012). Quando um roteiro tem como protagonista a rotina de uma comunidade ele simplesmente deixa de contar a evolução e aprendizados de uma história protagonizada para se ater a meros fatos e, em geral, isso fragiliza a trama, pois não tem nenhuma história. Obviamente foi o que aconteceu com a película. Ao demonstrar o cotidiano típico de uma região nordestina, ele deixou de envolver e encantar o espectador através de um personagem/ protagonista que esse se identificasse. Com isso, o espectador sai do filme com a questão, e pior, com a sensação: “não sei onde o autor quer chegar”. Exatamente porque não há um arco do protagonista. O espectador fica à margem, não se envolve na história. Mas o filme não é ruim, ele tem pontos bons a serem notados, como por exemplo: os efeitos sonoros e trilha sonora que se tornam elementos fundamentais e que muitas vezes roubam as cenas. A película tem humor e um sotaque maravilhoso natural do nordeste, sem forçar a barra como costumeiramente estamos acostumados ao assistir determinadas obras televisivas. Os diálogos são bem construídos e o elenco foi muito bem escolhido. É uma película que diverte, mas não envolve o espectador. Na trama, a presença de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos moradores do local. Ao mesmo tempo em que alguns comemoram a tranquilidade trazida pela segurança privada, outros passam por momentos de extrema tensão. Ao mesmo tempo, casada e mãe de duas crianças, Bia (Maeve Jinkings) tenta encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro de seu vizinho. Como curiosidade, o roteiro foi premiado pelo Fundo Hubert Bals, do Festival de Roterdã, onde o filme fez sua première mundial.