14 de janeiro de 2013

50 Tons de Cinza

 
 
Um dia uma amiga minha me perguntou perplexa: como eles podem fazer apenas um filme de uma trilogia do best sellers de E.L.James? Então, me propus ao árduo desafio de ler o tão já criticado primeiro livro da trilogia para poder dar uma resposta mais assertiva para ela. E, com muito esforço, consegui acabar o primeiro livro da série jurando não ler mais uma linha sequer de nenhum dos outros. A resposta é simples, se espremer o primeiro livro com muito boa vontade não dá muito caldo. Adaptado para o cinema, então, o primeiro livro torna-se 30 minutos de um filme de duas horas. O livro 50 Tons de Cinza é muito fraco em termos de história e construção dos personagens. A leitura é repetitiva, chegando quase a chamar o leitor um pouco mais consciente de burro. Tem doses de humor nos pensamentos da protagonista que, a propósito, é infantil, insegura, ninfomaníaca e punheteira mental. Vamos combinar que isso é livro para adolescente/ moça jovem ler. James usa a descritiva em detalhes em favor da sua escrita, mas ainda assim, a leitura não empolga, pois é rasa, cansativa e popularesca em suas entrelinhas. Culpa da tradução? Pode ser como uma parcela de culpa, jamais em sua totalidade. Não há uma história estruturada que dê suporte a 455 páginas. O sexo pelo sexo e em demasia enjoa até mesmo as leitoras mais vorazes por tais novidades. Mantendo certo distanciamento, acho que as feministas fizeram mais alarde do que deveriam. A ação da protagonista é tipica da idade que tem versus experiência que não tem. Dito isto, o tal do Christian nada mais é do que um principe encantado das histórinhas infantis que tanto estamos acostumadas a ouvir: rico, gentil e sedutor, ou seja, ele não existe de fato. O sucesso dessa trilogia com certeza se deve ao fato da grande maioria das leitoras não estarem saciadas por completo e se satisfazerem em suas fugas a partir da leitura dessa relação que não tem nenhuma novidade: uma submissa e um dominador. Já vimos isso em tantos lugares que, pelo amor de Deus, não sei porque tanto alarde. Em suma, minha dica é: homens, são vocês que têm que ler tais livros para que suas companheiras não se sintam mais frustradas do que já estão.