1 de agosto de 2010

Divã

Depois de umas pequenas férias regadas a muito cinema nacional (mais do que óbvio para quem nos últimos tempos estava cansada de assistir cinema norte-americano), estou de volta com muitas novidades na área cultural. Para começar, vamos de Divã. é horrível quando você tem expectativa de um filme e se frustra ao assistí-lo. Então, a melhor dica é: por mais que as pessoas falem bem de um filme, segura a ansiedade e vá assistí-lo como um outro filme qualquer. Daí, você consegue ser imparcial e menos influenciável. Mas não vou mentir, quando entrei de férias a sede ao pote era maior e, então, fui assistir Divã. O que achei? Um roteiro com muita obviedade. Obviedade que talvez nem os profissionais se deram conta. Será que eles não viram isso ou foi proposital? Se proposital, me expliquem, pelo amor de Deus, qual a justificativa, pois até agora não entendi, tô me sentindo burra... Numa das cenas de Voice Over*, Mercedes (Lilia Cabral) além de dizer que era professora de matemática, expõe-se lendo um livro em que a capa está escrito "Matemática". Qual o objetivo de tanta redundância? Será que eles estavam pensando que a audiência não era inteligente o suficiente para perceber isso? Em outra ponta, Mercedes encontra Theo (Reinaldo Gianecchini), irmão de sua aluna, que atende o interfone e desce para dizê-la que a irmã está doente. Será que o personagem não podia dizer isso pelo interfone mesmo? Ou o roteirista ficou com preguiça de criar uma outra solução para o encontro? Esta cena, definitivamente, não foi orgânica. Contudo, o filme não é de todo ruim. A idéia central do filme é maravilhosa e, talvez por isso e pelos atores globais escolhidos tenham tido um certo sucesso. Mas, enfim, vale à pena ver como curiosidade do que está sendo produzido pelo cinema brasileiro. É isso!

* Voice Over: o personagem explicita seus sentimentos através da fala, que, diga-se de passagem, justifica neste filme, mas trata-se de muitas vezes uma ferramenta fraca quando faz com que a audiência não questione os gestos e ações conflituais existentes em cada cena. Gestos e ações são muito mais visuais, muito mais cinema e também muito mais incompreensíveis, pois depende da vivência de cada telespectador.