18 de maio de 2021

Codinome Madame

 

Foto: João Valério

Imagine o Brasil vinte anos à frente. Em um futuro distópico, a liberdade de expressão é controlada com mãos de ferro, o estado laico não existe e os artistas foram banidos da sociedade. Nesse contexto, qualquer manifestação artística é calada, mas a arte resiste e busca lacunas para respirar. Esta é a premissa de "Codinome Madame", segundo espetáculo da trilogia Madame da Nossa Companhia que cumpre temporada online até 31 de maio, de sábado a segunda, às 21 horas.


Com texto e direção de Tati Bueno, codireção de André Grecco e atuação de Bia Toledo. "Codinome Madame" conta a saga de Madame, uma ex-atriz que acolheu artistas perseguidos, recolheu obras de artes, instrumentos musicais e livros e passou a viver clandestinamente. Com uma proposta imersiva, o espectador é convidado a entrar no universo da peça antes mesmo do espetáculo começar. Para assistir, o público deve fazer um cadastro com um codinome no site #codinomemadame, onde notícias contextualizam o futuro distópico no qual a peça se passa. O link da transmissão será enviado pelo WhastApp cadastrado.  


"Codinome Madame" foca nos desdobramentos emocionais da protagonista e conduz o espectador pelos caminhos tortuosos da memória da personagem. “Quando começamos a trabalhar no texto o país passava por um processo de desvalorização da cultura e identificamos convergências com os períodos do pós primeira guerra e da ditadura. Começamos a imaginar para onde estávamos caminhando. Não acreditamos que esta seja uma realidade irreversível, mas é um processo que precisamos colocar em discussão”, diz a dramaturga Tati Bueno. “Vivemos em uma sociedade doente onde todos os valores estão, de alguma maneira, invertidos. A empatia é artigo raro. Esse caos todo foi causado por nós mesmos. Como vamos remediar toda essa desgraça? Não temos uma resposta, só podemos te convidar a refletir sobre como funciona a sociedade e te encorajar a mudar”, completa Bia Toledo.