17 de dezembro de 2013

Smultronstallet

Lúcido, estimulante e intenso Smultronstallet ou Morangos Silvestres (1957), de Ingmar Bergman, é cheio de referências iconográficas com uma função preponderante. O escritor e diretor faz uma notável investigação sobre a mente num roteiro bem estruturado. O tema é claro e bem trabalhado. É bom que se diga que Bergman foi um dos primeiros diretores a misturar sonho e realidade sem usar imagens desfocadas ou qualquer outro subterfúgio que avisasse o telespectador tal mudança. É como alguém que de fato acredita na inteligencia e capacidade da mente humana. Contudo, elementos como a iluminação ajuda nessa mudança e as alterações drásticas de plano são feitas com muita maestria revelando o mesmo objetivo. Na história, Isak Borg (Victor Sjöström) é um professor de medicina que revisita vários momentos marcantes de seu passado durante uma viagem de carro até sua antiga universidade, onde ele irá receber uma honraria. Acompanhado de sua nora Marianne (Ingrid Thulin) ele evoca memória de sua família e de sua ex-namorada. Durante a viagem ele conhece uma garota adolescente que em muito se assemelha a Sara, seu antigo amor. A jovem pega carona com o professor e Marianne. Quanto mais Borg recorda as decepções e desilusões que viveu, mais ele se sente frio e cheio de culpa. Esses sentimentos se afloram quando ele encontra seu filho, igualmente frio e ressentido. Imperdível!