11 de março de 2013

Cora Coralina: Raízes de Aninha


No livro biográfico Cora Coralina: Raízes de Aninha mostra não só uma poetisa de extrema sensiblidade e dominadora das letras, linhas e entrelinhas, mas também uma mulher com garra, vitalidade, empreendedora com seus defeitos e gentilezas, doceira, mas acima de tudo humana. Uma das perfeitas traduções dessa mulher foi quando questionada se temia a morte, ela respondeu: "Não, em absoluto. Não acho que ser velho significa morrer antes dos demais. Isso não significa exatamente a morte. Há uma passagem bíblica que diz: 'Na casa de meu Pai há muitas moradas'. Vamos ver como serão essas outras". Assim foi Cora! Que é mostrada ao leitor, através de uma vasta e excelente pesquisa, uma mulher frente a seu tempo, em que a biografia de mulher se confunde com a sua própria obra. Um livro para viajar no tempo e conhecer uma das maiores poetisas que o Brasil já teve. Uma das perfeitas traduções dessa artista transpõe o imaginário literário quando ela escreve em uma de suas obras Vintém de cobre: meias confissões de Aninha:

"Sou a espiga e o grão que retorna à terra.
Minha pena (esferográfica) é a enxada que vai cavando,
é o arado milenário que sulca".