28 de junho de 2011

Budapeste

Baseado no livro de Chico Buarque, o drama Budapeste (2009) para os mais desavisados é confuso em sua cronologia, pois sua edição não é linear. Às vezes enfadonho, mas irônico e providencial. Numa boa produção que instiga, tem falas que mais parecem poesias. É corajoso! E, um foco especial na atuação do protagonista que é única por ser delicada e sensível. Na película contamos com a aparição de Chico Buarque, um luxo! O filme tem uma ironia por si só quando diz que húngaro é a única lingua que o diabo respeita, e, apesar do protagonista ser brasileiro, é nesta lingua que ele consegue escrever suas poesias (mesmo porquê o húngaro é uma lingua poética em sua construção), afinal, sem nenhum trocadilho, esta é uma lingua que não se aprende nos livros. Na história, José Costa (Leonardo Medeiros) é um bem sucedido ghost writer. Ao retornar do Congresso de Escritores Anônimos, em Istambul, uma ameaça de bomba faz com que seu vôo aterrisse em Budapeste, na Hungria. Logo ao chegar, se apaixona pelo idioma local. Já de volta ao Rio ele reencontra Vanda (Giovanna Antonelli), sua esposa, e o filho. Entretanto sua vida torna-se cada vez mais infeliz, o que faz com que comece a murmurar em húngaro enquanto dorme. Para salvar o casamento Costa passa a escrever autobiografias, numa tentativa de que a vida de outras pessoas o salve do tédio que sente. Seu maior sucesso comercial é "O Ginógrafo", que conta as aventuras amorosas de um alemão, Kaspar Krabbe (Antonie Kamerling), no Brasil. Só que Vanda se apaixona por Krabbe, acreditando ser ele o autor do livro, o que faz com que Costa sinta-se traído e ressentido com o trabalho que exerce.