O livro Um gato de rua chamado Bob, de James Bowen, tem uma história sensível que por vezes nos traz lágrimas aos olhos. É edificante saber que um animal em sua simples inocência ou existência pode transformar um ser humano perdido em drogas, dando-lhe muito mais do que um horizonte de vida. Bob para James é como um filho, assim como é a relação de todos os animais de estimação e seus donos em que há proximidade e cumplicidade. A escrita é simples e clara. Para os devoradores de livros, ela se faz não mais que um dia. O leitor torce com certa constância pelos dois: dono e animal. Um contraponto a se pensar em meio a toda essa magia: ficamos mais fascinados em ajudar um gato de rua que vive no ombro de seu dono à estender a mão ao nosso semelhante, com as mesmas necessidades, e poder prover para ele uma palavra ou ao menos um gesto de carinho. Temos muito o que aprender, penso, e é exatamente dentro de uma história encantadora que podemos nos permitir e ter tais reflexões no ensejo de mudar o mundo. O livro é um encanto, tanto pela cativante história quanto pela narrativa simples e eficaz. Bob e James nos conquistam! Na trama que acontece numa tarde de outono em Covent Garden, Londres, trabalhadores correm para o almoço, turistas brotam de todos os lados e clientes entram e saem das lojas. No meio de tudo isso está um gato. Usando um vistoso lenço Union Jack em volta do pescoço e cercado por uma multidão de 30 espectadores de boca aberta, Bob, o gatinho cor de laranja, sorri — é, sorri — timidamente. Próximo a ele, está seu dono James Bowen, com seu violão surrado, cantando músicas do Oasis. Então, ele para de tocar e se abaixa para Bob: “Vamos, Bob, cumprimente!”, diz. Bob mexe os bigodes, levanta uma pata e a estende para James. A multidão assobia. Não é todo dia que se vê um gato sentado, calmamente, no centro de Londres, aparentemente sem se abalar com o barulho das sirenes, os carros passando e todo aquele movimento — mas Bob não é um gato comum. Para saber mais sobre James e Bob, visite-os por esse link da página deles. Também veja essa entrevista que saiu no Jornal Nacional sobre a trajetória dos dois.