30 de setembro de 2019

2º Ensaios Coreográficos

Foto: Arthur Kolbetz

Talentosos artistas da dança contemporânea apresentam fragmentos de seus trabalhos a partir de diferentes desdobramentos do tema “Corpos como manifestos” na segunda edição dos Ensaios Coreográficos, que acontece entre 2 e 6 de outubro, no TUSP – Teatro da USP | Centro Universitário Maria Antônia. Os encontros acontecem de quarta a sábado, às 20h, e no domingo, às 19h. O evento, que tem curadoria da coreógrafa e pesquisadora Helena Bastos, recebeu em 2018 o Prêmio Denilto Gomes na categoria Difusão em Dança pela Cooperativa Paulista de Dança, obtendo assim reconhecimento da classe artística de dança e crítica.
A dinâmica do evento funciona da seguinte maneira: a cada dia dois artistas e um mediador, reunidos por proximidade temática, apresentam ensaios abertos, fragmentos ou breves partilhas do pensamento.  Os encontros mostram algumas das especificidades das figuras convidadas, abrindo espaço para revelar os diferentes modos de trabalho e como se dá a mediação entre a linguagem, os artistas e o público.
“Os Ensaios Coreográficos têm um lado bastante pedagógico, ao proporcionar um espaço em que artistas e público tenham um tipo de convivência mais próxima para que a plateia possa entender como essas ideias vão se firmando em um processo criativo com ênfase em dança contemporânea. Trazemos processos que o artista está testando, pesquisando, e tem a oportunidade de se aventurar e compartilhar seu processo de forma pública”, comenta a curadora Helena Bastos sobre o projeto.  
O tema “Corpos como manifestos” explora a noção de que cada corpo se expõe como contexto específico de subjetividades. Nas diferentes existências, cada uma compreendida em sua vulnerabilidade – negros, indígenas, pobres, gays, lésbicas, trans –, entramos em contato com provocações que lidam com fenômenos identitários na produção coreográfica contemporânea. São urgências que lidam com questões de empoderamento, diversidade, acessibilidade gênero, raça etc. 

27 de setembro de 2019

Há Dias Que Não Morro

Foto: Paula Hemsi

O espetáculo "Há Dias Que Não Morro" estreia no dia 3 de outubro no Espaço Cênico do Sesc Pompeia.  A peça teve uma pré-estreia em maio na Turquia e é a segunda parte da Trilogia da Morte, que teve início em 2016 com a estreia de Adeus, Palhaços Mortos. Agora a busca estética pela linguagem desenvolvida anteriormente se aprofunda e se mescla à criação de um texto original de Paloma Franca Amorim e a uma direção coletiva de Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi.
Inspirada na discussão sobre segurança e liberdade e na fricção dessa balança em foco na política atual, a encenação busca ampliar o debate sobre os aprisionamentos contemporâneos e corpos em paranoia. Em cena, estão três atrizes em um cubo-jardim feito para agradar. Elas acordam para seus dias sempre ensolarados, escutam sempre os mesmos pássaros, alegram-se com a mesma nuvem. As intérpretes viram figuras-bonecas exteriormente idênticas. O público acompanha dia após dia o decorrer dessas figuras. Suas falas partiturizadas e seus corpos estáticos passam por uma dimerização de tônus que deslocam seus estados diários. 
Na sinopse, Três mulheres. Um jardim artificial. Uma rotina sem acidentes ou perigos. Porém algumas coisas ao seu redor as fazem perceber que esse mundo ideal tem também seus limites. Por que as flores não crescem? Por que os dias são tão curtos? O que há para além do jardim?
A visualidade é toda pautada por cores vibrantes e formas graciosas, exacerbando um universo confortável das aparências, uma caixa instagramável, uma representação de armadilha moderna para aprisionamentos contemporâneos. Esse cubo-jardim é um desdobramento do premiado cenário de Adeus, Palhaços Mortos. Já a trilha sonora se instaura como um mantra e cai como uma âncora em alto-mar. 
O Sesc Pompeia – Espaço Cênico – fica na Rua Clélia, 93, Água Branca - SP. A temporada vai até o dia 27 de outubro, de quinta a sábado, às 21h30, e aos domingos, às 18h30.

26 de setembro de 2019

A Um Passo da Aurora

Foto: Cláudio Gimenez

A Cia. Mariana Muniz de Teatro e Dança mergulha na poética do músico, maestro e múltiplo artista Guilherme Vaz (1948-2018) com "A Um Passo da Aurora", das intérpretes-criadoras Mariana Muniz e Regina Vaz, que cumpre uma temporada de estreia de 2 a 12 de outubro, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Em sequência o espetáculo de dança contemporânea tem apresentações no Centro Cultural Olido – Sala Paissandú, nos dias 1, 2 e 3 de novembro; no Centro de Referência da Dança - CRD, dias 20, 21, 22 e 23 de novembro; e no Espaço Cia da Revista, dias 28, 29 e 30 de novembro e 01 e 02 de dezembro, totalizando 20 apresentações.
Mariana Muniz, que assina a direção do trabalho, e Regina Vaz - irmã do artista Guilherme Vaz, e responsável pela dramaturgia de “A Um Passo da Aurora”-, se reencontram, em cena, depois de terem trabalhado juntas, no Grupo Coringa (1977-1985), durante dez anos, sob a direção da coreógrafa uruguaia, Graciela Figueroa. 

“Com esse trabalho damos continuidade às nossas pesquisas e criações em dança contemporânea, e prestamos uma justa homenagem ao múltiplo artista Guilherme Vaz”, afirma Mariana Muniz. 

Obra em dança contemporânea inspirada nos trabalhos e partituras gráficas do músico e maestro Guilherme Vaz (1948-2018). Um mergulho nas paisagens sonoras do multiartista; um convite à escuta dos maracás, do silêncio e do imaginário simbólico dos povos indígenas do Brasil. Na criação e composição de “A Um Passo da Aurora” o compromisso com o hibridismo de linguagens artísticas está a serviço da exploração dos limites das conexões entre questões cênicas, coreográficas e dramatúrgicas, visuais e performáticas. 

Oficina Cultural Oswald de Andrade - Rua Três Rios, 363. Bom Retiro
Estreia: 2 de outubro
Temporada: 2 a 12 de outubro, às quartas, quintas e sextas-feiras, às 20h; e aos sábados e feriados, às 18h

Centro Cultural Olido – Sala Paissandú - Av São João, 473 – Centro
Apresentações: dias 1, 2 e 3 de novembro, na sexta-feira e no sábado, às 20h, e no domingo, às 19h
Ingressos: devem ser retirados com 1h de antecedência

Centro de Referência da Dança - CRD
Baixos do Viaduto do Chá, s/n - Centro
Dias 20, 21, 22 e 23/11 | quarta a sábado as 19h
Ingressos Gratuitos

Espaço Cia da Revista
Alameda Nothmann, 1135 - Santa Cecília
Dias 28, 29, 30/11, 01 e 02/12 - quinta, sexta, sábado e segunda - 20h, domingo, 19h
Ingressos Gratuitos

25 de setembro de 2019

Visceral

Foto: João Caldas Filho

A montagem da peça "Visceral", texto da mineira Nanna de Castro, ganha uma versão em formato de instalação a cargo da produtora cultural Inmersivus, com direção cênica de Dan Rosseto, direção imersiva de Paulo Gabriel, pesquisa e iniciativa teatral de Chica Portugal e produção de Edinho Rodrigues. O espetáculo ganhador da 8a edição do Prêmio Zé Renato faz temporada nos meses de setembro e outubro, no Estação Satyros, no centro da Cidade de São Paulo. O elenco é composto por Chica Portugal, Iara Jamra, Joca Andreazza, Paulo Gabriel e Alê Menezes.
Na trama, João Gabriel, faz uma exposição de lançamento de suas obras e lança um livro autobiográfico. Avesso ao contato social, vive recluso em um casarão na Cracolândia. Sua marca registrada são as cores que trafegam entre o vermelho, laranja e marrom e roxo, além de uma estranha textura presente em suas telas. Suas obras são fortes e primitivistas, que retratam normalmente rostos mundanos e pedaços de corpos humanos, . O renomado Jordão, crítico de arte, de difícil trato é escalado para busca uma entrevista com o tal artista do momento. 

João Gabriel acaba por apresentar seu processo criativo ao famoso crítico de forma visceral e o induz o famoso jornalista a vivenciar seu processo criativo. Seu lado psicológico conturbado é controlado pela solícita e segunda mãe, Alice que o mantém em constante estado de vigília. Entre seu processo criativo, João titubeia ao conhecer Angélica uma usuária de crack que move os instintos mais profundos do artista, e que luta contra sua fúria para poupar a jovem do seu lado mais desumano e cruel. 

“Visceral é um texto voltado a temas atuais e ambientado na Cracolândia em São Paulo. Traz uma crítica social e um questionamento do lugar da arte no mundo contemporâneo, mas num formato ágil, como um triller de suspense com pitadas de humor. Os personagens carregam dramas humanos profundos e dançam na borda do abismo. Foram inspirados em figuras reais da nossa sociedade como o inesquecível jornalista Paulo Francis e o Canibal de Garanhuns”, comenta a autora Nanna de Castro.

A peça será encenada na Estação Satyros que fica na Praça Franklin Roosevelt, 134 – Centro, São Paulo, entre os dias 7 de setembro a 28 de outubro, aos sábados e domingos, 18h e segundas às 21h.

24 de setembro de 2019

Voltaire Rousseau

Foto: João Caldas Filho

A peça "Voltaire Rousseau" tem sua estreia nacional em São Paulo, dia 6 de setembro, em curta temporada de 21 apresentações, no Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno, depois de ganhar bem-sucedidas montagens de crítica e de público em diversos países. As apresentações ocorrerão todas as sextas e sábados às 19 horas; domingos e segundas às 20 horas.

Escrito pelo diretor e dramaturgo francês Jean-François Prévand em 1991, o texto (de Jean-François Prévand) conduz à uma revisão de valores políticos e sociais fundamentais ao revisitar os pensamentos desses dois homens que revolucionaram a filosofia ocidental.

A montagem, com direção de Lígia Pereira, reúne dois atores que contracenam pela primeira vez no teatro (Marcelo Andrade e Washington Luiz Gonzales) trazendo à cena, em meio a divergências filosóficas as discussões importantes acerca da atual realidade brasileira.

Os personagens, embora sejam figuras históricas com seus episódios verídicos, são elaborados com uma perfeita carpintaria dramatúrgica que faz com que os vejamos como pessoas comuns: suas paixões são palpáveis, suas razões, completamente justificáveis. ‘Dessa forma, o autor, Jean-François Prévand, habilmente consegue fazer com que nos identifiquemos com cada um deles, e que possamos chegar às nossas próprias conclusões sobre princípios fundamentais que determinam diferentes correntes ideológicas, explica Lígia.

Na sinopse: Ano de 1765. Um panfleto anônimo ataca a moral e a honra de Jean Jacques Rousseau, culpando-o de ter abandonado cinco filhos, entre outras “fake news”. Por esse motivo, ele vai até o castelo onde vive Voltaire para desvendar a autoria da difamação. Com humor e sarcasmo, enquanto desvendam o crime, os dois filósofos confrontam suas convicções acerca de Deus, igualdade, educação e teatro.

23 de setembro de 2019

Villa

Foto: Leekyung Kim

A memória coletiva sobre a Ditadura Militar no Chile (1973-1990) é tema de "Villa", do premiado dramaturgo e diretor chileno Guillermo Calderón. A peça fica em cartaz no Teatro Arthur Azevedo até o dia 6 de outubro. O espetáculo tem direção de Diego Moschkovich e elenco formado por Flávia Strongolli, Rita Pisano e Angela Ribeiro.
Na trama, três mulheres avaliam diferentes propostas sobre o que fazer com a Villa Grimaldi, um dos mais famosos centros de tortura e extermínio na ditadura do chileno Augusto Pinochet (1915-2006). Em torno de uma mesa, elas discutem dilemas atuais de organizações de direitos humanos e o presente dos espaços ligados à violência do Estado. Como explicar o horror do passado sem cair em uma produção de parque temático ou na fria reprodução de um museu de arte contemporânea?
O texto fala sobre os espaços de memória, aquilo que escolhemos como memória e o que aprendemos como memória coletiva de um povo; sobre como são feitas as edições que geram a História; e por quem a nossa história coletiva vem sendo construída, lembrada e contada.
O Teatro Arthur Azevedo – Sala Multiuso fica na Av. Paes de Barros, 955 – Mooca - SP. A temporada tem sessões às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h.

20 de setembro de 2019

Os Quatro Elementos de Timbuca e Fiúza

Foto: Divulgação

A Galeria Modernistas, localizada no bairro cultural de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, recebe, até dia 22 de setembro, a exposição "Os Quatro Elementos de Timbuca e Fiúza" - uma homenagem póstuma aos dois artistas tão importantes no cenário cultural da baixada fluminense. A mostra, com curta duração, tem coordenação do artista visual Raimundo Rodriguez e texto de abertura da crítica de arte e professora adjunta do IART-DEACP-UERJ Renata Gesomino.

Os artistas Deneir, Jorge Duarte, Julio Ferreira Sekiguchi e Raimundo Rodriguez expõem trabalhos autorais em paralelo as obras de Timbuca e Fiúza pertencentes a seus acervos pessoais.

"Timbuca e Fiúza são dois grandes nomes das artes plásticas que marcam uma produção cultural singular na Baixada Fluminense. Com uma ênfase no contexto cultural popular, suas obras pretendem revelar, de maneira atemporal, a complexidade das poéticas do “proletariado”. Uma beleza que repousa nos calos de mãos que trabalham com vigor, incansavelmente em busca da forma, da cor, do relevo e da profundidade. Reinventam as diluídas práticas e saberes de sobrevivência das áreas periféricas através da arte e de sua inegável necessidade", descreve Renata Gesomino no texto da mostra.

As obras de Timbuca e Fiúza são elaboradas partir de sobras de matérias-primas como: gesso estuque, latas de alumínio, chapa galvanizada, arame queimado, isopor e infinitas e inimagináveis sobras de tantos outros materiais. Assim como as obras dos quatro artistas contemporâneos que são seus discípulos. Júlio Ferreira Sekiguchi apresenta "pinturas-cartazes". Deneir esculturas cinéticas. Jorge Duarte apresenta pinturas brochadas. E, por fim, Raimundo Rodriguez apresenta sua série "Latifúndios" e outras obras, que criam uma narrativa com a história de Timbuca, Fiúza e os demais artistas da exposição coletiva.

A exposição fica em cartaz até 22 de setembro de 2019. A entrada da mostra é gratuita e livre para todas as idades. Para visitar basta comparecer a Galeria Modernistas, que fica localizada na Rua Paschoal Carlos Magno, nº 39, Santa Teresa, Rio de Janeiro. Horários de visitação: quarta-feira a segunda, das 11h às 17h, sendo, excepcionalmente, de 10h às 14h aos domingos.

19 de setembro de 2019

Este Corpo que Não Te Pertence

Foto: Divulgação

A Cia. dos Bonitos estreia o espetáculo "Este Corpo que Não Te Pertence" no dia 24 de setembro no Espaço Parlapatões, às 21 horas. Com texto e direção de Djalma Lima, a comédia conta a hilária história de um militar idoso que planeja trocar de corpo com seu sobrinho jovem por meio de um beijo.

Um jogo ágil e divertido se estabelece entre atores Cleber Tolini, Edson Gonçalvez, Rick Conte, Van Manga e Vânia Bowê. Todos interpretam todas as personagens de forma inesperada e surpreendente. A temporada de Este Corpo que Não Te Pertence segue até o dia 29 de outubro com sessões sempre às terças-feiras, às 21 horas.

Mascarenhas é um general aposentado e rico que pretende voltar a ser jovem. Para isso, ele planeja trocar de corpo com o ingênuo Henrique, seu jovem sobrinho, e contrata uma mãe de santo que tem o poder de fazer a troca de corpos por meio de um beijo. Paralelamente, a esposa infiel do militar se une ao médico da família para seduzir o rapaz, envenenar o marido e ficar com toda a fortuna. Sem saber dos planos, o sobrinho comparece a uma leitura do testamento do general, em vida, ignorando que seu corpo seja o objeto mais desejado da noite. Sem condições físicas de beijar o sobrinho à força, o general acaba trocando de corpo com outras pessoas, descobrindo seus segredos e verdadeiras intenções.

18 de setembro de 2019

Marcos Munrimbau

Foto: Marcelo Macaue

O cantor e compositor Marcos Munrimbau apresenta no dia 22 de setembro, às 19h, na Casa de Cultura Vila Guilherme - “Casarão”, o show "Aquarela de Batons". No repertório, músicas autorais resultantes da fusão criativa do artista de elementos da música afro, pop, jazz, latino-americana e erudita.

O Show “Aquarela de Batons” é uma homenagem às Mulheres de todas as “tribos”, realçando a riqueza das diversas nuances do feminino. Na percepção do Artista, essa diversidade representada pelos vários tons de batons, identifica o ponto de convergência da presença feminina em nossas vidas, ao mesmo tempo forte e delicada. As canções falam da mulher brasileira e seu papel na sociedade moderna, sua força, coragem seu jeito e sua sensualidade.

Como em “Quando Você se Aproxima”, em total sintonia com importância de se ter todo esse cuidado e carinho com o “Universo Feminino”, o artista demonstra a paixão de um homem pelo mistério da mulher. Com ela Munrimbau dedica esta composição “às mulheres de todos os continentes, guerreiras de luz, magas transformadoras, merecedoras da atenção e respeito ao seu Ser.

A é na riqueza dos arranjos, com “batidas” e “levadas diferentes” em cada música, que leva aos expectadores viajarem pelas paisagens e cenários pitorescos, em que a mulher, da cidade ou da periferia, altiva ou recatada, dança e brinca na voz do cantor. No show Marcos Munrimbau será acompanhado por Luciana Rosa (Violoncelo), Anete Ruiz  (teclado) e Paula Padovani (Bateria) .

17 de setembro de 2019

Canto Nosso

Foto: Divulgação

No dia 21 de setembro às 20h, o trio "Canto Nosso" de canto, flauta doce e violão e a pianista Consuelo Quireze se apresentam no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo. Grátis!

O trio Canto Nosso é formado pela Sonia Goussinsky no canto, Marilia Macedo na flauta doce e Rosimary Parra ao violão. As canções terão poemas de Airas Nunes, Guilherme de Almeida e Mário Quintana. No repertório, obras de Camargo Guarnieri, Chiquinha Gonzaga, Fabiano Lonzano, Joaquim Callado, Nilcéia Baroncelli, Osvaldo Lacerda, Sergio Roberto de Oliveira, Villa-Lobos, Villani-Côrtes e Yolanda Gama de Macedo.

Consuelo Quireze é professora adjunta da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. A pianista interpretará obras de Alexandre Levy, Camargo Guarnieri, Fernando Cupertino, Mignone, Osvaldo Lacerda e Villa-Lobos.

16 de setembro de 2019

Cine na praça


Se agosto trouxe de volta a uma realidade de pós-férias, setembro já faz correr nas veias o espírito das grandes metrópoles em movimento. Se São Paulo nunca pára, as vidas de seus habitantes também se desenvolvem numa atmosfera dinâmica, de idas e vindas, e cercadas da energia pulsante pela cidade. É nesse espírito que o Cine na Praça promove o ciclo "Cidades e Conexões", com exibições gratuitas às quintas-feiras, às 19h na Praça Victor Civita. 

Em complemento ao calendário do evento, no dia 26/9, a partir das 18h, ainda será realizada a roda de conversa "Mobilidade Urbana e os desafios na cidade São Paulo", com Denise Silveira (ciclo ativista) e convidados. Na mesma data ainda haverá, antes do filme principal, exibição do curta documentário 'Ciclovia Musical'.

O clássico do cinema Cult ‘Encontros e Desencontros’, de 2003, acompanha, em 1h42 de duração, o desenvolver de uma improvável amizade entre os personagens vividos pelos atores Bill Murray e Scarlett Johansson. O filme faz sentir, absorver e refletir sobre as escolhas que fazemos e onde elas nos levam. Focado exclusivamente em dois personagens, Bob Harris - uma estrela de cinema que está em Tóquio para fazer um comercial de uísque - e Charlotte - que está na cidade acompanhando seu marido, um fotógrafo workaholic que a deixa sozinha o tempo todo. Sem conseguir dormir por conta do fuso horário, Bob e Charlotte acabam, por acaso, se encontrando no bar de um luxuoso hotel e, em pouco tempo, tornam-se grandes amigos.

Faz tempo que Woody Allen deixou de ter apenas Nova York como cenário de suas obras. No fantasioso ‘Meia Noite em Paris’, de 2011, a Cidade Luz é uma importante protagonista da história vivida pelo personagem de Owen Wilson, que sempre idolatrou grandes escritores americanos e sonhava em ser como eles. Em 1h40 de filme somos levados a importantes pontos turísticos da capital francesa e, da mesma forma, nos deparamos com as figuras de grandes personalidades que moldaram a cultura do século passado, dentre eles, nomes como: Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Pablo Picasso, Salvador Dalí, T. S. Eliot, Henri Matisse, Edgar Degas, Paul Gauguin e Henri de Toulouse-Lautrec. O filme é uma verdadeira obra-prima de Allen e também uma viagem ao passado, que se entrelaça com o presente, e mostra o organismo vivo que são as grandes cidades.

Para fechar o ciclo “Cidades e conexões” a capital paulista serve de cenário ao filme ‘De Onde Eu Te Vejo’, de 2016, sob a direção de Luiz Villaça. A história narra a vida de um casal separado que, aos poucos, redescobre a cidade que habitam.

A Praça Victor Civita fica na Rua Sumidouro, 580, Pinheiros - SP. E o evento é gratuito.

13 de setembro de 2019

Chet Baker, Apenas Um Sopro

Foto: Victor Iemini

O texto de "Chet Baker, apenas um sopro" é envolvente e repleto de nuances onde os personagens se despem com um silêncio, um carinho ou simplesmente um olhar. Os diálogos fluem livremente. Uma delícia! A dinâmica de espaço cênica é dinâmica: por vezes divertida, por vezes tensa. 

Livremente inspirada na vida do lendário trompetista norte-americano Chet Henry Baker Jr. (1929-1988), o espetáculo protagonizado pelo músico e ator Paulo Miklos viajará em turnê pelo nordeste. Com direção de José Roberto Jardim e dramaturgia de Sérgio Roveri, a peça ainda traz no elenco Anna Toledo, Jonathas Joba, Piero Damiani e Ladislau Kardos. 
O ponto de partida para a trama é um episódio real ocorrido na vida do músico. No fim da década de 60, ele foi violentamente espancado em uma rua de São Francisco. A agressão, que teria sido motivada por dívidas com traficantes, produziu no trompetista um efeito devastador: ele teve os lábios rachados e perdeu alguns dentes superiores, sendo obrigado a interromper a carreira até se recuperar dos ferimentos. 
A peça sobre Chet Baker mostra a primeira sessão de gravação do músico após o acidente. Ele está inseguro e arredio – e seus quatro companheiros de estúdio (um contrabaixista, um baterista, um pianista e uma cantora) parecem estar ainda mais. Todos foram reunidos por um produtor que, por ser amigo e admirador de Chet, acredita que ele está pronto para voltar à ativa. 

12 de setembro de 2019

Um Passeio no Bosque

Foto: Leekyung Kim

Na atual época de intolerância e violência vivida no Brasil, o espetáculo "Um Passeio no Bosque", do autor norte-americano Lee Blessing, propõe a ideia de “desarmamento” entre os homens. O texto ganha uma nova montagem dirigida por Marcelo Lazzaratto que estreia no dia 20 de setembro, na sede da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, e segue em cartaz até 22 de dezembro. O elenco é composto pelos atores Gustavo Merighi e Beto Bellini, que participou de uma montagem da mesma peça no começo dos anos 2000. Na época Beto fazia o papel do personagem mais jovem e Emílio Di Biasi (vencedor do Prêmio Shell naquele ano) fazia o papel do mais velho. Nesta montagem Bellini tem a oportunidade de fazer o papel com o qual contracenava em 2000. 
Escrita em 1988, a peça revela o encontro entre dois diplomatas representantes de potências adversas em um bosque na Suíça, uma terra de neutralidade e perfeição cívica. Um deles é um russo com larga experiência diplomática e cético em relação ao próprio trabalho; o outro, um jovem americano idealista, com firme crença no poder da diplomacia e em sua habilidade pessoal.
O mais velho dos diplomatas está mais propenso a uma relação sem formalidades e usa os mais variados recursos para vencer os obstáculos em seu caminho. Já o jovem e menos experiente prefere o argumento direto e objetivo e um conhecimento menos íntimo e mais protocolar com o companheiro. As grandes questões da política internacional – a guerra ou a paz – são tratadas permanentemente pelos dois diplomatas, frustrando a ambos, pois o poder prefere utilizar-se delas em seu próprio benefício e segundo as conveniências do momento.
“Gosto do modo como Blessing escreve que te deixa preso às palavras. É um texto da década de 1980, que discute a questão da Guerra Fria, do desarmamento nuclear. É impressionante como essa circunstância básica se mostra tão atual. É claro que não temos mais a Guerra Fria, mas, devido à polarização tão crônica que estamos vivendo sem o menor esforço a peça dialoga com o contemporâneo”, comenta o diretor Marcelo Lazzaratto.
A encenação é pautada no jogo entre os dois intérpretes. “É um jogo de atores. "Trabalhamos para fazer com que eles elaborem o texto lindamente para que consigam dizê-lo com bastante sutileza e clareza e com os contornos específicos de cada personagem. Um deles é um  russo mais velho, que está muito tempo nessa lida, e o outro é um jovem idealista americano. Um já tem o entendimento de que as coisas não são exatamente possíveis de ser transformadas, e que a paz é uma constante tentativa e não um êxito a ser alcançado; enquanto o jovem ainda acredita que isso é possível”, comenta o encenador Marcelo Lazzaratto.
O diretor aposta na simplicidade cênica para trazer ao público a complexidade da relação entre os diplomatas. “É uma peça muito simples no sentido da visualidade, mas essa simplicidade está ali para conter ou expor a complexidade do jogo, das relações e do quanto essa relação binária coloca quase em xeque mate a humanidade. Então, mais do que tentar reproduzir um bosque da Suíça, vou me apropriar de todo o espaço cênico para dar a poética da coisa. A dinâmica entre os atores vai se dando dentro da concretude daquela arquitetura. Isso oferece um dado de realidade que fortalece o jogo dos atores. E o imaginário fica por conta das palavras que nos remetem à Suíça, ao bosque, à Rússia, aos Estados Unidos e ao Brasil”, acrescenta.

11 de setembro de 2019

Tatianices

Foto: Bob Sousa

A saudosa escritora russa radicada no Brasil Tatiana Belinky (1919-2013) é homenageada no infantojuvenil "Tatianices", de Marcello Airoldi, que estreou no Teatro Sérgio Cardoso. O espetáculo tem direção de André Capuano, músicas originais de Joaz Campos, que também está no elenco ao lado de Rita Gutt, André Pereira e Gabriel Ivanoff.

Com bom-humor e música tocada ao vivo, essa espécie de peça-festa comemora o centenário da escritora ao promover o encontro entre a Tatiana criança, recém-chegada ao Brasil, e a Tatiana adulta, prestes a publicar seu primeiro livro. Para que isso aconteça, entra em cena um ser chamado Atemporal, personagem criado pela autora em um de seus livros, que é capaz de ultrapassar as barreiras do tempo.

Essa figura conecta a história da família que sai da Rússia foragida da guerra na primeira metade do século XX, com a da mulher que escreveu 250 livros ao longo de sua vida e foi responsável, por exemplo, pela criação, ao lado do marido Júlio, de centenas de episódios do Sítio do Pica Pau Amarelo na TV Tupi.

A ideia é reunir atores-narradores e personagens famosos de Belinky para organizar uma espécie de festa de aniversário e de celebração da carreira dela. No caminho de sua festa a menina encontra inúmeros personagens que habitam seus livros no futuro, mas que ela ainda não sabe que os inventou.

É como se o tempo apresentasse à futura autora a sua própria obra. Os personagens são responsáveis por fazê-la viver essa experiência para que possa chegar à sua maturidade como autora, caso contrário, não haverá celebração. Atemporal e sua equipe têm a missão de fazer a Tatiana criança viver de forma plena sua vida, cercada de livros, do amor da família, de um ambiente criativo e propício para a imaginação.

“Escrever um texto para o público infantojuvenil sobre Tatiana Belinky é tão desafiador quanto prazeroso. Certamente ela é uma das autoras mais importantes desse país e sua obra influenciou um sem número de pessoas interessadas na literatura para crianças e jovens”, afirma o autor Marcello Airoldi.

A temporada vai até o dia 13 de outubro, aos sábados 15h e domingos, às 16h.

10 de setembro de 2019

Sísifo

Foto: Elisa Mendes

Depois de uma pré-estreia no Festival de Curitiba e de uma temporada no Rio de Janeiro, o monólogo "Sísifo", de Gregório Duvivier e Vinícius Calderoni, chega ao palco do Sesc Santana para uma temporada entre 13 de setembro e 20 de outubro. A produção é de Andréa Alves, da Sarau Agência, responsável pela idealização dos premiados ‘Elza’ e ‘Suassuna - O Auto do Reino do Sol’.
A travessia talvez seja a grande protagonista de ‘Sísifo’. Inspirado no mito grego – do homem que carrega diariamente sua pedra morro acima para vê-la rolar ladeira abaixo e começar tudo de novo –, o texto conecta a mitologia ao caótico mundo hiperconectado e ao Brasil dos memes. Tal panorama aparece em 60 cenas curtas, assinadas por Gregório Duvivier e Vinícius Calderoni neste trabalho que marca o início da parceria destes dois artistas multifacetados. 
“Sísifo é o gif fundador da mitologia histórica, com essa ideia de eterno retorno. Percebemos como isso dava combustível para falar do momento histórico brasileiro, ao mesmo tempo em que falamos sobre travessia, sobre um trajeto que é preciso seguir. Não se chega a um novo Brasil sem passar por um Brasil distópico. Não se chega a um lugar sem passar por outro”, analisa Calderoni, autor das premiadas Ãrrã, Elza e Os Arqueólogos, que também assina a direção do trabalho.
Em cena, Gregório Duvivier repete o mesmo movimento constantemente: caminha de um ponto a outro do palco. A cada início de uma nova cena, ele retorna ao ponto inicial, como em um gif, formato de imagem altamente difundido no universo digital. A investigação cênica neste formato deu origem ao trabalho, que incorporou outras características das novas formas de comunicação.
Se os memes e gifs são capazes de resumir uma situação às vezes complexa em apenas uma imagem, a ideia em ‘Sísifo’ é de poder falar sobre temas bem diversos em uma única cena, ou em uma das travessias que Gregorio faz pela rampa que ocupa o palco, elemento central da cenografia de André Cortez. Desta forma, as cenas apresentam um vasto panorama do caótico mundo contemporâneo, com todo o seu excesso de informação e tecnologia.
Entre os muitos temas pelos quais o texto passa, entram em pauta os influenciadores digitais, alguns absurdos nas transmissões ao vivo pelas redes sociais, o complexo momento político brasileiro e até mesmo as desilusões pessoais em um mundo hiperconectado.
A produção ainda tem figurino de Fause Haten, iluminação de Wagner Antônio, direção musical de Mariá Portugal e direção de movimento de Fabrício Licursi.