31 de dezembro de 2009

Tin Toy

Tin Toy é da Pixar. Ele é irônico. Tem um "quê" de sentimento desesperador que ultrapassa barreiras até que venha aquela coisa de "sentir dó" ou compaixão para com o outro. E, finaliza, brilhantemente cumprindo a função de um verdadeiro brinquedo. Uma relação maravilhosa entre a criança e o protagonista da história...

29 de dezembro de 2009

Bubblegum Love

Bubblegum Love é uma comédia romântica sobre um nerd de quadrinhos que emprega um elaborado esquema para obter um encontro com resultados interessantes. Projeto produzido pelo pessoal da New York Film Academy, foi escrito e dirigido por Mackenzie Evans. Bem interessante...

27 de dezembro de 2009

Colorado Esporte Clube

Apesar das águas rolarem, os traumas de infância se mantêm... Esta película foi baseada num conto de mesmo nome e tem a tensão na medida certa. É simples, mas eficaz.



Prêmios

Destaque em Pesquisa de Linguagem no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2008
Melhor Filme de Futebol no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2008
Menção Honrosa de Ficção no PUTZ 2008

Festivais

Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2008
Cine Grandes Curtas 2009
Festival do Paraná de Cinema Brasileiro e Latino 2008
Maranhão na Tela 2008
Mostra Curtas Experiências 2008
Mostra Londrina de Cinema 2008
Mostra Marília de Cinema 2008
Curta Ourinhos 2008
Festival da Lapa 2008
Fest ARUANDA do Audiovisual Universitário Brasileiro 2008
Mostra Miau 2008
Perro Loco 2008

25 de dezembro de 2009

Deus é Pai

Este curta é engraçadíssimo, além de louco e corajoso. Os diálogos seriam reais de uma terapia comum entre pai e filho, se os personagens envolvidos não fossem tão conhecidos... Após milhares de anos de convivência, a relação de Deus com seu amado filho, Jesus, sofreu um inevitável desgaste. Para melhorar a relação, uma terapeuta passará por maus bocados... Vale muito à pena ver já que hoje comemoramos o aniversário do filho e de tudo o que isso possa significar!

23 de dezembro de 2009

A lente e a janela

Uma menina ganha uma câmera de vídeo no Natal e sua percepção muda através da lente e da janela. Bem, o filme é tão óbvio quanto chato apesar da proposta poética. O espectador não se envolve com o personagem, então, fica difícil de acreditar que há alguma mudança no protagonista...

21 de dezembro de 2009

Amigo Secreto

Inspirados na época de final de ano, vamos relembrar alguns curtas que traduz o sentimento do Natal e do Ano Novo. Vamos começar com Amigo Secreto... Nesta película, todas as casas do bairro recebem uma carta às vésperas do Natal, menos a de dona Olga. Inconformado, o carteiro tenta fazer de tudo para que ela receba uma correspondência também. Um curta feito para emocionar, vindo de quem menos se espera. Com Tuca Andrada, Bárbara Paz e Laura Cardoso. Obviamente que tem algumas coisas que não funcionam muito bem no curta, como o fato de o carteiro ficar esperando o filho de D.Olga aparecer na noite de Natal, mas não tira o brilho e a proposta que o curta tem.

16 de dezembro de 2009

Radio Gogó

A paixão de Gogó por futebol não tinha limites. Sua vida era narrar partidas de futebol de bairro, os babas de rua. Depois de narrar espetacularmente a final da copa de 94, onde o Brasil sagra-se campeão, Gogó revela um segredo mantido a sete chaves desde 1970: sua santinha.... Hilária tal revelação. Mas, falta algo neste curta, o personagem não convence, o espectador não o acompanha com tal paixão. Deixou a desejar tal ficção. Mas está aí para conferir...



Prêmios


Melhor direção no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba 1999
Melhor Filme Baiano no Jornada de Cinema da Bahia 1999

15 de dezembro de 2009

Sexo, mentiras e videotapes


Escrito e dirigido, na época, por um estreante, a película Sexo, mentiras e videotapes é discreto, mas tem uma predominância de diálogos pra lá de perpicaz e humorada. Os diálogos são irônicos, assim como a trama, são simples, mas fluem com naturalidade. Uma história com um drama bem particular, mas que poderia acontecer em qualquer boa familia. A escolha da profissão e do que cada personagem faz é perfeita. Apesar de ser um filme que se afastou categoricamente da corrente Hollywoodiana, ele não é lento.


A história é deliciosa, diria. Ann uma mulher adorável, porém neurótica, casada com John um homem bem sucedido na vida e extremamente egoísta. John tem um caso com a sua cunhada, Cynthia, e o casal não faz amor, em parte por culpa de Ann que se convence que não é muito chegada ao sexo. Neste universo, entra Graham, amigo de John e igualmente neurótico, impotente e que filma confissões privadas de mulheres. Tematicamente, a história gira em torno da mentira: Ann que mente para si própria o tempo todo, John que mente para Deus e o mundo, Cynthia que mente de modo muito diverso e Graham que é um mentiroso patológico em fase de recuperação. Desde o inicio, o filme faz excelente uso da ironia dramática como elemento central. Não há nada na história que não pudésse ter acontecido. Quase não tem ação, efeitos especiais, nenhum grande astro envolvido, nem elementos tradicionais propícios a uma boa bilheteria, mas ele encanta porque é uma história com a qual o público se identifica. Porque? Porque simplesmente é bem contada...

14 de dezembro de 2009

Mauro Shampoo - Jogador, Cabelereiro e Homem

Mauro Shampoo, cabelereiro e ex-jogador de futebol, ficou famoso por jogar no Ibis Sport Club conhecido como o "Pior Time de Futebol do Mundo". Neste documentário descobrimos a garra e leveza de um homem que tinha tudo para trilhar o pior caminho possível em sua vida, mas como todo bom nordestino que se preze: superou. Vale à pena ver toda esta tragetória desta figura folclórica do Recife até o final, mesmo porque somos presenteados com uma trilha sonora hilária de Oswaldo Monte Negro.



Prêmios

Melhor Curta no ABC - Academia Brasileira de Cinematografia 2006
Melhor Curta no Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2006
Melhor Curta - Júri Popular no Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2006
Melhor Documentário no Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2006
Melhor Curta - Júri Popular no Festival do Rio 2006
Prêmio Porta Curtas no Festival do Rio 2006
Menção Honrosa no Festival du Cinema de Bruxelles 2006
Melhor Documentário no Festival Latino Americano de Cinema Independente de St Petersburg 2006
Melhor Curta - Júri Popular no Goiânia Mostra Curtas 2006
Melhor Documentário em Curta-metragem no Grande Prêmio Brasil de Cinema 2006
Melhor vídeo no Mostra de CInea de Tiradentes 2007
Destaque do Júri Popular no FAM - Florianópolis 2006
Melhor Trilha Sonora no Festival Guarnicê do Maranhão 2006
Melhor Curta no Festival Pop de Cinema 2007

11 de dezembro de 2009

L. A. Country Museum (parte 4)

Woman with Blue Veil, de 1923 é de ninguém menos que Pablo Picasso. Isso mesmo, esta pintura de traços reconhecíveis é do famoso artista. E lá no L.A. Country Museum tinha muito mais, uma pena que é muita coisa para postar, mas tá valendo.



Lee Bontecou nos presenteou este peixe feito em plástico vacumm form. Dá para acreditar nisso? Coisa mais linda de se ver. A obra não tem título, mas é do ano de 1969.



Man and Woman é o título desta obra de Pablo Picasso, de 1969, diria que a fase mais marcante do artista. O tom e a combinação das cores é único!





Amei este senhor mega concentrado e de longas pernas. Aliás, diria, que o tamanho das pernas dele aqui se trata de um charme particular desta pintura. Diretamente da Alemanha, George Grosz em 1926 fez o Portrait of Dr. Felix J. Weil.








E, para finalizar nossa visita ao L.A. Country Museum, vindo do Japão, século XVIII, temos este típico traje intitulado Samurai Armor of the gusoky Type. Este traje é tão pesado que só de olhá-lo já dá canseira de usar... Brincadeiras à parte, os detalhes engrandece e sofisticam tal peça. Interessante!

10 de dezembro de 2009

L. A. Country Museum (parte 3)

Apesar de o artista deste quadro ser desconhecido, a beleza ainda se ressalta. Intitulado Casta Painting (from Spaniard and morisca, Albino) ele opõe o rosto da preocupação de uma boa mãe e da leveza de um filho. Maravilhoso!

Esta jóia, diria, vem do Mexico. Dá para se perceber pelos desenhos e cores. Sewing Box (Costurero) é de 1800. E quem não gostaria de ter uma relíquia destas em casa?



E, como não poderia deixar de ser, Diego Rivera, em 1939 nos presenteou com, nada mais, nada menos do que o Portrait of Frida Kahlo e sua famosa sombrancelha. E, por falar nela, nada como assistir o filme da história de Frida que leva o mesmo nome, uma excelente sugestão para o final de semana que logo está pintando por aí...


E também de Diego Rivera, só que de 1951, Huicholes. Perceba que os traços do artista são praticamente o mesmo, apesar de suas artes serem diferentes: uma pintura e outra desenho.






9 de dezembro de 2009

L. A. Country Museum (parte 2)







Estas duas irmãs de Thomas Sully tem personalidades diferentes, você percebe no próprio olhar. É lindo! Intitulado como Portrait of the Misses Mary and Emily McEuen, de 1823, nós nos sentimos intrusos ao olhá-las. Mas a beleza clássica é tamanha que, talvez, elas nem se incomodem!







Tenho que confessar a vocês que este quadro acabou por me inspirar na escrita do meu próximo roteiro. Ele é simples, real e toda criança que um dia teve oportunidade de conviver com o seu avô, se identifica. Em A visit from Grandfather de James Goodwyn Clonney de 1850, o mundo parece perfeito.


Mary Cassatt foi muito feliz na pintura deste quadro: Mother about to wash her sleepy child, de 1880, ele é de uma candura incomum. As cores são suaves e perfeitas como a delicadeza de todo o amor materno.



Em 1902, John White Alexander consegue uma proeza incrível: transpor a sensualidade de uma mulher através de algo simples, o movimento do seu vestido. Não é para menos, a felizarda pintada é nada mais nada menos que sua esposa no quadro intitulado Portrait of Mrs. John White Alexander.



John Singer Sargenty pintou divinamente o Portrait of Mrs. Edward L. Davis and her son, Livingston Davis, de 1890. O contraste do preto e o branco no quadro revela o que está por trás da alma de cada um...









8 de dezembro de 2009

L.A. Country Museum (parte 1)



Visitando o L. A. Country Museum descobrir vários mundos que Gostaria de compartilhar com vocês um pouco. É obvio que não dá para colocar tudo aqui, pois o museu é gigantesco, mas escolhi algumas encantadoras artes para dividir com vocês ... Espero que gostem!



Esta pintura de 1919, intitulada Emma não roxo Vestido de George Bellows Magníficamente trabalha com as cores. O olhar triste de Emma é algo à parte: bonito, apesar de melancólico.


Esta arte em bronze de Paulo tem Manship curvas perfeitas e diria ostensivas. Ela foi batizada como O vôo da Europa, Tudo a ver!


E como eu sou apaixonada por vitrais, um não poderia faltar ... este daqui é o WIndow Adoração dos Reis Magos, Simplesmente do ano de 1925. Eu tenho que confessar que fiquei horas olhando ele. A imagem por si só já conta toda a história.



Talvez se eu tivesse que intitular este quadro, chamaria-o de "O cortiço", mas Millard Sheets optou por algo menos óbvio que Angel's Flight. Do ano de 1931, ele ainda consegue ser contemporâneo.


Thomas Hart Benton foi muito feliz quando Pintou uma simplicidade do campo e em DESCOBERTA DA O Kentuckian, de 1954. O quadro traz uma masculinidade muito peculiar, gostei. Amanhã tem mais, aguardem!

7 de dezembro de 2009

About a boy



Este filme é de uma delicadeza estraordinária. No Brasil chama-se "Um grande garoto". Dois personagens, diria, brilhante e de uma complexidade emocional incrível, mas ao mesmo tempo simples e real. Ele conquista. Trata-se de uma comédia, drama e até romance. Vá ter gênero assim lá em casa.... Will, um rico londrino, livre e irresponsável em seus trinta anos que, em busca de mulheres disponíveis, inventa um filho imaginário e começa a participar nas reuniões de pais solteiros. Hilário, mas possivelmente real! Como resultado de um de seus contatos, ele conhece Marcus, um estranho garoto de 12 anos com problemas na escola. Gradualmente, Will e Marcus se tornam amigos e, como Will ensina a Marcus a ser um garoto legal, Marcus ajuda ele a "crescer" e tornar-se um homem. Os conflitos são claros e os personagens de uma riqueza extrema dentro deste contexto. O filme é quase um poema e diverte!

2 de dezembro de 2009

Frankenstein Punk

A história de Frank, uma criatura diferente, nascida ao som da música "Singing in the rain", que parte em busca da felicidade. Sim, um Frankenstein Punk num roteiro único. A música repetindo na vitrola e a primeira fala de Frank quando acorda é maravilhoso, não precisa mais de diálogos. E, além do que, só mesmo neste curta para enxergar Frankensteins como um punk...e só os punks para entendê-lo. Muito bem feita esta animação, não só pelo roteiro, mas pela direção de arte e fotografia. A trilha sonora não podia ser outra. Happy again para vocês também!



Prêmios

Melhor Filme - Júri Popular no Festival de Gramado 1986
Melhor Fotografia no Festival de Gramado 1986
Melhor Som no Festival de Gramado 1986
Prêmio Especial de Animação no Festival de Gramado 1986
Melhor Curta no Festival do Rio BR 1986

História de umbigo

Quem já não teve ciúmes do irmão mais novo que atire a primeira pedra... Aqui em História de umbigo, a pequena Milu descobre que terá de dividir seu reino particular com um irmãozinho. Então, algo estranho acontece em sua barriga, o que torna esta animação bem doce e interessante. História de Umbigo, uma fábula sobre ciúmes e afeição. Uma fábula encantadora com simbolismos intrigantes.


1 de dezembro de 2009

Gran Torino


Gran Torino é simplesmente maravilhoso. Ele é orgânico, mostra a mudança do personagem e o seu final é certeiro. Particularmente, não sou uma pessoa que é fã incondicional de Clint Eastwood, mas aqui, ele está simplesmente único. O mal humor do personagem é perceptível de forma natural, sem exageros. Talvez este tenha sido um dos grandes acertos em sua (longa) carreira, incluindo seus últimos e premiados filmes, como “Menina de Ouro” e “A Troca”. O filme fala de dor e desamor. Ele também coloca o dedo na ferida dos americanos no que se refere ao modo como eles se relacionam com estrangeiros. E ainda tem os tais guetos raciais... Não é à toa que Eastwood levou o National Board of Review 2008 como melhor ator (e o roteiro também foi premiado), além do prêmio de melhor diretor no Hollywood Film Festival 2008, mas foi esnobado, injustamente, pelo Oscar 2008/2009. Lamentável, diria! É um excelente filme... E tenho que confessar, chorei no final, pois me surpreendi...

30 de novembro de 2009

Mentes & Manias


O livro Mentes & Manias de Ana Beatriz Barbosa Silva é para gregos e troianos. Você não precisa ser um psicólogo ou médico, muito menos sofrer de algumas das doenças citadas no livro para lê-lo e entendê-lo. Basta apenas ter curiosidade no universo comportamental do ser humano e, pronto, se deliciar com esta leitura . Em Mentes & Manias, o principal foco da autora é falar sobre TOC - Transtorno Obsessivo-Compulsivo, mas ela faz uma comparação também com outros distúrbios da nossa engenhosa mente, tais como hipocondria, Síndrome de Tourette, cleptomania, compra compulsiva, entre outros. A leitura é fácil e esclarecedora, então, vale à pena ter um exemplar dele em casa. O TOC são, de forma bem simplória, aqueles pensamentos obsessivos que provocam sofrimento para quem sofre deste mal. E pensamentos de tudo quanto é gênero e natureza: dos que tem obsessão por limpeza, por sexo ou até mesmo de caráter religioso. As esquisitices são as mais variadas possíveis, mas acabam causando sofrimento para quem os tem e para a família. E, pasmem, 4% da população mundial sofre deste mal... Assim, você pode ter um vizinho, um filho ou até mesmo um namorado com tais manias e não sabe, agora você pode reconhecê-lo. Então, se você gosta deste tipo de assunto, este livro é um prato cheio para aprender um pouco mais. Divirta-se!

24 de novembro de 2009

Up

Este filme da Pixar é encantador. Primeiro porque trabalha com um personagem que tinha tudo para não cativar, mas cativa: um velho de 78 anos. Preconceitos ou não à parte, Up é daqueles filmes para ficar na história. Carl Fredricksen, um menino tímido e quieto, reúne com a enérgica Ellie. Eles descobrem que compartilham o mesmo interesse na exploração como seu herói, então com 24 anos de idade, famoso explorador Charles F. Muntz. Ellie expressa seu desejo de visitar o Paradise Falls na América do Sul, uma promessa que ela faz para Carl. Carl e Ellie casam-se e envelhecer juntos na velha casa onde eles encontraram pela primeira vez. Não podendo ter filhos, eles também tentam economizar para a viagem a Paradise Falls, mas outras obrigações financeiras surgem no decorrer da história. Mas, Ellie morre, deixando Carl vivendo sozinho na mesma casa, só que desta vez com o mal humor que é peculiar dos velhos "enclichezados". A cidade cresce em torno da casa de Carl. E, depois de uma desavença com um trabalhador da construção civil , o tribunal ordena que ele vá para o Shady Oaks Retirement Home. Carl, mesmo velho, não se deixa vencer, então, transforma sua casa num improvisado dirigível com milhares de balões de hélio. E a aventura começa. Carl descobre que não está sozinho, mas com Russell, uma espécie de escoteiro que tenta ganhar a medalha de mérito final por "ajudar as pessoas idosas". E este contraste, diria, é delicioso de ver na tela. Com esta casa flutuante em mãos, literalmente, muitas aventuras, decepções, amigos e inimigos serão feitos até o final do filme. Diria que, sem preconceitos, é uma película para se assistir dos 8 aos 80 anos. Está mais do que recomendado! Se você ainda não se decidiu por assistí-lo, vale à pena ver o trailler para não mais ter dúvidas.

15 de novembro de 2009

Il Cerchio d’Oro

Ouvi e gostei deste rock progressivo italiano... o grupo tem uma boa qualidade musical e arranjos. Il Cerchio d'Oro é da década de 70 e depois de cerca de 25 anos de separação, se deram a oportunidade de um novo álbum. Dizem que mais conceitual em um estilo progressivo italiano. Aqui apenas uma degustação, pois os caras tem um som com uma forte influência da Orme. As músicas sobrevivem por serem tocadas com três teclados, baixo e bateria. Não tem estilo comercial e dizem que o melhor LP dos caras foi La quadratura del cerchio de 2005 que contém 9 gravações inéditas. Algumas destas são covers de Orme, New Trolls e The Trip, juntamente com alguns originais. Vale à pena checar!


14 de novembro de 2009

A velha a fiar

Esta ficção de A velha a fiar trata-se de uma ilustração de uma canção popular do interior do Brasil, utilizando tipos e costumes das fazendas em decadência. Não há ninguém que não lembre desta canção, ela é clássia em nossa cultura e aqui, tornou-se uma pequena jóia do cinema brasileiro. O diretor Humberto Mauro já foi considerado por críticos o pioneiro do videoclip.


13 de novembro de 2009

Despedida em Las Vegas


Uma prostituta, um alcoólotra e um amor inexplicável, ou talvez, incompreendido. Mas sempre: um amor. Em Los Angeles, Ben Sanderson (Nicolas Cage) é um alcoólatra que, após ter sido demitido, decide ir para Las Vegas, onde planeja beber até morrer. Lá conhece Sera (Elisabeth Shue), uma prostituta. Eles se apaixonam e ele acaba indo morar na casa dela. O mais incrível é que ela respeita o fato dele ser alcoólatra e ele respeita seu modo de ganhar a vida. No entanto, a deterioração dele entrou em um processo irreversível. Um amor com submissões, aceitações e nenhuma cessão. A vida como realmente ela é. Um drama particular e único de duas pessoas buscando um apoio, afagando a solidão como se isso fosse possível. Um casal marginalizado ou um amor inalcansável? Um filme com uma trilha sonora maravilhosa, cortes de câmeras sensacionais e ainda de quebra a excelente atuação de Nicolas Cage. Realmente imperdível!

11 de novembro de 2009

Capítulo 21


Sofia decidiu se dar dois dias para ver se a poeira baixava. Passado alguns dias do acontecido, a poeira ainda estava lá intacta, cheia de ódio. Então, sofia levantou-se da cama e decidiu que já estava mais do que na hora de pôr o seu plano em prática. Ligou para o escritório e disse que tinha uma reunião com um cliente, que só iria na parte da tarde. A loja de ferramentas estava cheia. Sofia pegou um machado e o atendente ficou olhando para ela como se pensasse “o que uma moça tão bonita quanto ela estava querendo com um machado?”, mas podia ter sido meramente impressão. Quando a gente decide fazer algo que sabe que está errado perante as leis da sociedade, imaginamos coisas – pensou Sofia. Ela dirigiu para o apartamento de Morrice um pouco nervosa. Ficou esperando o porteiro sair para o horário do almoço, pois sabia que neste horário ninguém ficava na portaria.

O porteiro saiu, Sofia entrou. Ela sabia que no prédio não tinha cameras, decidiu não arriscar, subiu de escadas. Colocou as luvas. Abriu a porta do apartamento de Morrice e lembrou-se da primeira vez que tinha entrado nele. Olhou para o sofá e recordou uma das inúmeras noites de amor que tinha feito nele. Não conseguiu chorar. Sofia olhou cuidadosamente o apartamento como se checasse que não tinha ninguém. E não tinha. Então, Sofia respirou fundo. Bem, estamos aqui para isso, falou consigo mesma. Começou pelo som, algo que Morrice mais gostava. Deu apenas três machadadas, o suficiente para dar perda total no aparelho. Depois de ter destruido toda a sala, Sofia foi para o quarto, banheiro e chegou na cozinha. O apartamento de Morrice estava completamente destruído. Ela sorriu, um sorriso de satisfação. Caminhou até a porta. Parou. Olhou no relógio e viu que ainda dava tempo de sair sem que ninguém a visse. Olhou pela janela e a vida lá fora pulsava normalmente, sem nenhuma alteração, sem nenhum ataque cardiaco. Foi até o olho mágico e certificou-se de que ninguém passava pelo corredor. Abriu a porta e foi-se. Decidiu guardar a chave do apartamento de recordação. Pensou em amarrar um laço vermelho nela. Talvez para simbolizar algo proibido, não sabia ao certo. Desceu as escadas e antes de entrar no corredor olhou de um lado para o outro, não vinha ninguém. Andou até a portaria com passos largos. Saiu do prédio sem que ninguém a visse entrar, muito menos sair. Entrou no carro e começou a chorar. Devo estar louca de fazer uma coisa destas, pensou. Tarde demais, já tinha feito.

Sofia dirigiu alguns quilometros e decidiu parar num posto de gasolina. Ligou para Kai. O amigo ouviu pacientemente o choro dela, sem perguntar nada. Quando Sofia se acalmou, ele perguntou se ela tinha se arrependido. Ela voltou a chorar, um choro profundo. Não sei, Kai, não sei se realmente eu me arrependi ou não... Kai não queria saber o que a amiga tinha feito, só estava preocupado com ela. Disse-lhe que não podia sair do trabalho àquela hora, mas se ela quisesse se encontrar com ele à noite, ele estaria disponível. Não Kai, só queria chorar um pouco com alguém em que confio, revelou.

Ligou o carro e voltou a dirigir. Olhou no espelho, a maquiagem estava borrada. Resolveu chorar mais um pouco enquanto dirigia, só que desta vez um choro silencioso. Parou o carro na vila, enxugou as lágrimas, retocou a maquiagem e entrou no escritório. Laura notou que Sofia estava estranha, mas só desejou-lhe “boa tarde”. Sofia respondeu e pediu-lhe um café, enquanto subia as escadas. Entrou na sala de Carlinhos e ele não estava lá. Sofia foi para sua sala e, especialmente neste dia trabalhou até tarde da noite. Rascunhou o tempo todo sapatos de uma coleção que lembrasse objetos quebrados. Simulou em um deles um vidro quebrado. Vidro era mais frágil, pensou em alguma outra alternativa, mas não chegou a nenhuma conclusão. Quis fazer uma alusão a fragilidade do amor, mas deu risada e pensou que não tinha nenhum jeito para filosofia barata. Olhou toda a coleção e achou que tinha ficado linda. Agora, preciso pensar para que cliente vou vendê-la, falou consigo mesma. Olhou o relógio e viu que já eram quase meia noite. Decidiu ir para casa. Deixou um bilhete para Laura avisando que no dia seguinte chegaria mais tarde e saiu do escritório como se fosse qualquer outro dia em sua vida.

7 de novembro de 2009

Cine Majestic


Em plena década de 50, Peter Appleton (Jim Carrey) é um jovem e ambicioso roteirista de cinema que se torna alvo do macarthismo. Acusado de seguir o comunismo, Peter perde o emprego e sofre um acidente de carro. Perdendo a memória, é confundido com o filho do dono da sala de cinema local de uma pequena cidade do interior da California, que desapareceu em plena Segunda Guerra Mundial. A partir daí, ele tenta reabrir a sala de cinema até que sua memória retorne. O filme (The Majestic, 2001) é óbvio demais. Existem cenas artificiais que por vezes nos causa náuseas, a exemplo da reforma do cinema...é incrível, ninguém se machuca, ninguém fica cansado e todo mundo feliz. Nada de vida real. Quando comecei a ver este filme, pensei, "nossa Jim Carrey fazendo drama...". Queria me surpreender, até tive vontade, mas não passou disso.

4 de novembro de 2009

Irving Penn







Sabe quando aquela profissão, por mais simples que ela pudesse ser, tinha íntriseco um valor que nos atuais dias não conseguimos enxergar? Não a profissão pelo dinheiro, mas a profissão pela profissão, diria, pela realização pessoal. Pois foi assim que Irving Penn retratou e resgatou, em preto e branco, tais valores. As expressivas fotos nos transporta a outros tempos de outrora. No Getty Museum, California, podemos nos deleitar com uma maravilhosa exposição de Penn. Imperdível, caso esteja por aqui. Além do mais, o museu fica num local privilegiado e com uma vista belíssima. Cultura nunca é demais!

Kseniya Simonova

A Ucraniana Kseniya Simonova nos presenteia com um trabalho belíssimo e sensível. Enquanto faz animação na areia, nos conta a história da invasão alemã e a ocupação da Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial numa interpretação pra lá de emocionante. A música nos envolve no contexto da temática junto com a performance e o talento da moça. O que muito me impressionou, diga-se de passagem... Coisa de gente grande mesmo, um trabalho pra lá de criativo. Siminova foi vencedora do Got Talent 2009, uma versão do mesmo programa que celebrizou Susan Boyle.

30 de outubro de 2009

Ondas do destino

Ondas do destino (Breaking the waves, 1996) é um drama/ romance pra lá de intrigante. Mas já vou logo avisando que se você não tem estômago para assistir um bom drama, não perca seu precioso tempo, pois este é daqueles filmes que se faz questionar a mais sórdida natureza humana. No norte da Escócia uma jovem mulher, Bess (Emily Watson), se apaixona e se casa com um dinamarquês, Jan (Stellan Skarsgard), que trabalha em uma plataforma de petróleo. Ele sofre um acidente que, tudo indica, provavelmente o deixará incapacitado para o resto da vida. Nesta condição, incapazes de desfrutarem de um relacionamento sexual, ele pressiona Bess para que ela procure amantes e lhe conte detalhes de suas relações. E ela o faz. Ingenuidade? Amor? Não importa, Bess, a esta altura do campeonato, torna-se mais desviantes em seu comportamento sexual, e assim, mais ela passa a acreditar que suas ações são guiadas por Deus e estão ajudando Jan a se recuperar. Loucura? Talvez... Então, você tem que pagar pra ver e assistir a este filme.

29 de outubro de 2009

Passo

Eu não vou mentir para vocês, mas eu tive que assistir a este curta duas vezes para ver se realmente gostava ou não dele. É um curta pra lá de psicológico, então, possivelmente as pessoas num primeiro momento não simpatizem muito com esta película. A sonorização pertuba um pouco, mas sabemos que se faz necessária e é proposital. A idéia não é tão simples assim: um pássaro e sua gaiola. Ela é complexa, pois nos mostra a prisão que o homem cria para ele mesmo, mas em tempo, este mesmo homem é capaz de descobrir a liberdade. É um retrato do homem em suas repressões. Interessante!



Prêmios
Menção Honrosa no Animacór- Festival Internacional de animação de Córdoba 2007
Melhor Curta no Festival de Cinema de Ribeirão Preto 2007
Melhor Curta - Júri Popular no Festival de Cinema de Ribeirão Preto 2007
Menção Especial do Juri no Imagem em 5 minutos 2007
Menção Honrosa no Imagem em 5 minutos 2007
Prêmio do Público no Imagem em 5 minutos 2007


Festivais
Brazilian Film Festival 2007Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2007
Festival de Gramado 2007
Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2007
Goiânia Mostra Curta 2007
ResFest 2007
Amazonas Film Festival 2007
Anima Mundi 2007
Festival de Cinema de Maringá 2007
Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira 2007

28 de outubro de 2009

Romance .38

Um curta com cara de filme, acho que poderia definir assim Romance. 38. Jorge é um escritor tentando terminar seu primeiro romance com a ajuda de sua namorada. O que ela não sabe é quanto desta ficção do livro de seu namorado pode ser real. Este é o ponto e a partir dele a história se desenrola numa narração não linear e que, diria, ficou muito boa. O filme começa numa locação perfeita: um banheiro imundo... Isso já diz tudo do que iremos ver dali para frente. Uma história que se confunde com a vida real ou a vida real que alimenta a história? O contraste entre o amigo que não quer saber nada sobre a obra do escritor e da sua namorada que se torna uma critica implacável. A frase que diz algo como "ninguém ia cair num mictório sem escorregar" é uma perfeita técnica de pista e recompensa. Vale à pena ver!




Prêmios
Hors Concours no Festival do Juri Popular 2009
Destaque pelo Voto do Público no Festival Brasileiro de Cinema Universitário 2008
Melhor Ficção no Mostra Miau 2009


Festivais
Cameramundo Independent Film Festival 2009
CineSul 2009
FEST- Festival de Cinema e Vídeo Jovem de Espinho 2009
Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo 2009
IN THE PALACE International Short Film Festival 2009
Festival de Cinema de Varginha 2008
Mosca - Mostra audiovisual de Cambuquira 2009
Perro Loco 2009

26 de outubro de 2009

Gal Costa e Oscar Castro-Neves


Quem deu as caras aqui por Los Angeles num show pra lá de intimista foi a baiana Gal Costa acompanhada pelo músico carioca Oscar Castro-Neves. Apenas uma noite, nas dependências da UCLA foi o suficiente para recordar deliciosas músicas da bossa nova na doce voz de Gal acompanhada apenas de um violão e, às vezes, de um piano. Dentre elas, podemos ouvir "Garota de Ipanema", um clássico para os gringos... O público que lotava o teatro da Universidade foi ao delirio, pois estava tudo perfeito. Aqui vou deixar de presente para vocês uma relíquia... A apresentação de Gal Costa & Elis Regina, para um especial da Globo, que cantam uma das canções mais belas que pudemos escutar até hoje: Estrada do Sol. Só pra matar a saudade e relembrar dos bons tempos da música brasileira.


Beleza Americana


Sabe aqueles filmes que quando você assiste, você fica pensando o porquê de não tê-lo feito antes? Pois é, com American Beauty (em inglês) foi mais ou menos assim... Se arrependimento matasse, com certeza, estaria morta. O filme é profundo e traduz a real sensação de uma sociedade doente. Uma família com todos os defeitos e traumas que lhe são possíveis, tentam se reencontrar (e se reencontram!) a partir do relato de uma morte pré-anunciada em voiceover. Trata-se da história de um pai de família norte-americano (Kevin Spacey), em seu puro estado semi-delirante que atinge o ápice quando é atraído pela desbocada amiga adolescente da sua filha. E quem já não ouviu falar destes tais "Tio Sukita"? Aqui o enredo poderia ser o mesmo do que qualquer outro filme, se a história não fosse orgânica: ele entra em crise de meia-idade, pede demissão do emprego, mas recebe uma boa indenização ao ameaçar contar "segredos" do seu chefe aos superiores. Com o dinheiro, passa a realizar os seus desejos de adolescência, entre eles a compra de um carro desportivo anos 60. Beleza Americana, de 1999, tem uma beleza plástica maravilhosa e em tempo cativa com seus ricos personagens. O filme explora temas das nossas sociedades modernas em que a aparência e o status econômico é que nos impulsiona para algum tipo de mudança. Com isso as relações interpessoais são reduzidas, o que podem gerar, muitas vezes, um escape em nossas próprias vidas. Em termos de roteiro, é opulento e, ao contrário do que pensei que poderia encontrar, o filme não é enfadonho. Eu adorei e recomendo!

25 de outubro de 2009

Procurando Nemo


Eu costumo dizer que a grande maioria dos filmes infantis são feitos para adultos, mas Nemo não. Ele foi feito, de fato, para crianças. E, exatamente por isso, parece-me inocente e de uma candura nata. Contudo, jamais tira a beleza de um grande clássico. Ele tem conflitos claros e vemos as mudanças comportamentais de seus personagens de forma evidente. É um show de roteiro! O Nemo de antes, bem como seu pai, não é o Nemo do final do filme. É um desenho pra lá de animado. A cena do dentista com a filha má no consultório é algo inteligente e delicado que o roteirista nos presenteou. Enquanto os pacientes esperam ser atendidos, ouvem gritos horrorosos de dentro da sala. Sem saber o que realmente se passa, temem a sua vez. É aquela história de quem nunca teve medo do “motorzinho” do dentista. Uma cena construída com um humor refinado. Mas Nemo tem outras conquistas e fala do amor e da superproteção de maneira bem delicada. É maravilhoso de se ver...mesmo que você não seja um fã voraz de desenhos animados.

23 de outubro de 2009

Capítulo 20

Antes de subir para o apartamento de Morrice, Sofia repassou todas as instruções com Kai. O amigo não se sentia confortável com a situação, mas entendia Sofia e, de alguma forma, queria lhe ajudar. Então, não questionou. Sofia entrou no elevador e os minutos de subida pareciam-lhe intermináveis horas naquele cubículo que outrora assemelhava-se a um palácio. Estava ansiosa, nunca tinha feito nada parecido, mas nada como a vida para solicitar tal necessidade.

Tocou a sineta como era de costume, nem um toque a mais, nem um toque a menos. Simplesmente tocou fria e calculista. Seu sangue rodopiava entre suas veias que pareciam querer escapolir do seu corpo. Mas ela se conteve, respirou fundo e esperou que Morrice lhe abrisse a porta. Ele também abriu a porta como era de costume. Beijaram-se. O beijo estava gélido, tanto dela quanto dele. Sofia sabia que era tudo apenas pró-forma de ambas partes. Fez questão de trancar a porta. Quer algo para beber, Sofia? Ela discretamente tirou a chave da porta e enfiou no bolso. Sim. Enquanto você prepara, vou usar o banheiro... respondeu sem alterar o tom de voz.

Entrou no banheiro e tirou da bolsa a corda e o porta-prendedor de roupa. Amarrou a corda nas laterais do objeto, tirou a chave do bolso sem causar muito barulho, acomodou o chaveiro no porta-prendedor como se fosse um nenê no seu berço. Tirou os sapatos e subiu em cima da privada até que alcançasse a janela basculante e sentiu um certo alívio ao ver Kai olhando para ela lá de baixo. Posicionou a traquitana horizontalmente, segurou cada uma das pontas das cordas com cada uma de suas mãos e foi soltando a corda devagarinho até ter a certeza de que Kai pegara o objeto. Ouviu o assobio de Kai e em tempo percebeu um leve puxão nas cordas. Era sinal de que estava tudo dando certo. Sofia puxou o objeto novamente para si e meio apressada, na tentativa de que Morrice não questionasse o tempo que estava no banheiro, enfiou o porta-prendedor com corda e tudo dentro da sua bolsa.

Abriu a porta do banheiro e deu de cara com Morrice segurando dois copos de suco de laranja na mão. Ele não estava sorrindo. Naquele momento o coração de Sofia disparou, sabia que o que estava prestes a ouvir e a fazer não tinha mais volta. Andou de encontro a Morrice, pegou um dos copos da mão dele e caminhou até o sofá. Ela sentou e começou a beber o suco, sabia que iria ter que engolir muito sapo naquela conversa, então, achou por bem começar a deglutir o suco. Morrice também sentou, mas na poltrona. Ele não bebeu, colocou o suco na mesa de centro e ficou olhando. Silêncio. Apenas o som de cada gole que Sofia dava, pairava no ar da sala. Sofia bebia o suco na tentativa de deixar que Morrice se pronunciasse. Ele olhava fixamente para ela. Ela fingia não ver. Sofia, eu preciso ser honesto com você. Sofia terminou o suco e colocou o copo vazio do lado do copo dele e disse: Acabou! Morrice meio desconcertado disse: “É, Sofia, acabou”. Mas ela não queria facilitar a vida do francês, precisava ganhar tempo, então não deixou nem ele respirar e foi logo perguntando: “posso beber o seu?”. Aquela pergunta deixou Morrice meio atordoado e fez-lhe pensar alguns segundos até entender que Sofia estava falando do suco e não do relacionamento. Meio desconcertado ele respondeu que positivamente com a cabeça: “Sim, você pode beber o meu suco”. Sofia olhava para ele e ficava pensando, como era fácil pegá-lo na curva...por tão pouco já me entregou todo o final do papo. Ridiculo!

O celular de Sofia tocou. Era Kai. Sofia atendeu, fingiu conversar por alguns minutos com o amigo e desligou. Pegou a bolsa e avisou a Morrice que ia novamente no banheiro, pois tinha bebido muito suco. Ele acreditou. Ela tirou a traquitana da bolsa, percorreu novamente todo o caminho e quando subiu com o porta-prendedor sentiu-se aliviada ao ver a chave da porta de Morrice. Colocou no bolso e foi para a sala para ouvir o veredito do final do namoro. Morrice, desta vez, foi objetivo e sem rodeios com referência ao término do namoro. Mas fez questão de dizer para Sofia que ela não só tinha sido uma pessoa importante para ele, como iria marcar sua vida de uma forma muito singela. Quando Sofia ouviu aquelas palavras, deu uma leve risada. Pensou: e você ainda não viu nada o quanto, de fato, vou marcar a sua vida... Ela manteve o controle, quando queria bater nele. Ela deu um abraço em Morrice, quando, na verdade, queria lhe chutar. E finalmente lhe deu um beijo no rosto, quando queria cuspí-lo. Não falou nada, apenas ouviu. O término do namoro teria que parecer civilizado, e foi até aquele momento. Morrice fez intenção de acompanhá-la até a porta, mas Sofia pediu que ele continuasse sentado. Vai ser pior se despedirmos na porta! Morrice aceitou os argumentos de Sofia e manteve-se intacto sentado na poltrona. Sofia tirou discretamente a chave do bolso, enfiou na fechadura da porta e abriu. Não olhou para trás, simplesmente fechou a porta e se foi.

21 de outubro de 2009

Galinha ao molho pardo

Para se fazer uma galinha ao molho pardo além dos tomates, cebola, pimentão e cebolinha, é necessário a galinha e o seu próprio sangue. Para quem já pode ver de perto uma galinha sendo morta, de fato é algo inesquecível. Lembro-me que na minha infância fiquei uma semana tendo pesadelos, além de fazer xixi na cama... E este curta é delicioso, pois ele traduz com perfeição o sentimento que a perda de uma galinha pode provocar numa criança. Na película, o menino Fernando vive aventuras ao tentar salvar a vida de uma galinha que seria preparada ao Molho Pardo pela cozinheira Alzira, para o almoço de domingo. O filme é baseado em conto do livro "O menino no Espelho" de Fernando Sabino. Daí, a delicadeza e a poesia no roteiro. É encantador, toca o coração e o final é maravilhoso.



Prêmios
Melhor Curta - Júri Popular no Brazilian Film Festival of Miami 2007
Melhor Direção de Arte no Brazilian Film Festival of Miami 2007
Melhor Roteiro Adaptado no Brazilian Film Festival of Miami 2007


Festivais
Cine Ceará 2007
Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2007
Curta-se - Festival Luso-Brasileiro de Curtas Metragens de Sergipe 2007
Festival do Paraná de Cinema Brasileiro e Latino 2007
Curta Canoa 2007
Festival de Cinema e Vídeo de Muriaé 2007

19 de outubro de 2009

Moyseis Marques - Nomes de Favela

Moyseis Marques é uma revelação do samba. Tem muito tempo que não ouço um bom samba, encontrei. A Lapa e o Rio de Janeiro devem estar felizes com seu trabalho encantador. Vale à pena escutá-lo e resgatar algo de bom que tem em nossa cultura... E Nomes de Favela é daqueles som que fica na mente, porque simplesmente tem ritmo e alma na música.

18 de outubro de 2009

As faces da inocência

Mesmo se dermos um desconto na interpretação dos atores deste curta metragem dos alunos da Faculdade Maurício de Nassau, pois de fato é péssima, ainda assim não teríamos salvação para tal película. O curta que foi baseado numa releitura do livro O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, tem um roteiro fraco e um texto forçado, apesar de uma idéia razoável considerada a extensão da obra de Wilde. Quer arriscar?


17 de outubro de 2009

Heat


Se o filme tem Al Pacino e Robert De Niro, podemos apostar que coisa boa tem dentro dele. Heat (Fogo contra fogo, no Brasil) é um drama que fala sobre crimes americanos. De um lado um ladrão profissional com o nome Neil McCauley (De Niro): calmo, solitário e um metódico introvertido. Do outro lado o Vincent Hanna (Pacino): um detetive veterano da polícia de Los Angeles, cuja devoção a seu trabalho leva o seu casamento a desmoronar. O conflito central do filme foi baseado nas experiências do ex-oficial da polícia de Chicago Chuck Adamson e sua perseguição de um criminoso chamado McCauley na década de 1960. Só o fato de ser baseado em algo real já me agrada muito. Além disso, este é o primeiro filme que Pacino e De Niro apareceram juntos na tela, embora ambos atores já terem atuado em O Poderoso Chefão II (1974), sem ter aparecido em nenhuma cena juntos. O filme é um remake do LA Takedown, um 1989 feito para a televisão. O roteiro foi tão bem feito que chega uma hora em que nós, meros telespectadores, nos vemos torcendo pelo bandido. O final do filme é surpreendente: dois homens e um um momento reflexivo final juntos antes de McCauley morrer. Maravilhoso!

16 de outubro de 2009

A sauna

Um pai de família não resiste a tentação e trai sua mulher. O problema é que ele não esperava que aquela noite de dor e prazer pudesse mudar todo o rumo de sua vida. Este curta é maravilhoso. Fiquei apaixonada pelos diálogos e locações escolhidas.

14 de outubro de 2009

Les Misérables


Jean Valjean, um francês preso por roubar pão, precisa fugir de um policial chamado Javert. Tão simples quanto a fome, esta película traduz a situação política e social francesa no período da Insurreição Democrática ou Revolução de 1830. Trata-se de uma das principais obras escritas pelo escritor francês Victor Hugo, em 1862 da qual o cinema impecavelmente produziu.

Jean Valjean, orfão de pai e mãe, foi criado pela irmã mais velha. Quando o cunhado morre, assume o papel de homem da casa, cuidando da irmã e dos sete sobrinhos pequenos. Um dia, quando não há trabalho, dinheiro ou comida, Jean Valjean rouba um pão em uma padaria, mas é preso. No tribunal ele é condenado a passar cinco anos na prisão por roubar um pão, pena agravada pelo fato de ele possuir uma arma de fogo em casa. A pena vai aumentando devido às suas repetidas tentativas de fuga, de forma que Jean Valjean acaba por passar dezenove anos na prisão. Após cumprir a pena é posto em liberdade condicional, caso não se apresente regularmente, ficará preso por toda a vida. Por isso, Valjean sente-se marginalizado por todos que encontra, e só é ajudado pelo bispo Benvindo. Ao invés de mostrar-se grato, rouba-lhe todas as pratas. Após alguns anos, Valjean torna-se um próspero empresário, mas é então que seus conflitos e obstáculos transparecem nesta caminhada... Ao contrário do que seria didático fazer, contei um pouquinho apenas deste filme para que o gosto de assistir o resto da película esteja intríseco na mente do espectador, mas, especificamente nesta obra, vou me dar o luxo de parar por aqui, pois ela vale muito à pena ser vista com outros olhares que não direcionados ao meu. Então a descoberta de um ótimo roteiro e uma produção impecável, fará parte da mais critica experiência de assistir a um dos clássicos do cinema que vira e mexe também anda pelos teatros da vida. Divirtam-se!

13 de outubro de 2009

Historietas Assombradas

Esta curta é doce, encantador. A voz da vovózinha lembra algo escondido na nossa infância e as histórias contadas traduzem o nosso folclore. A do corpo seco, tenho que confidenciar, nem conhecia, mas depois fiquei sabendo que é famosa. A fusão de estilos fascina. O roteiro é bem criativo. Em Historietas Assombradas (para crianças mal criadas) são três histórias que sua avó não contou, senão você ia fazer xixi na cama.



Prêmios
Prêmio Canal Brasil no Festival de Tiradentes 2006
Melhor Curta - Júri Popular no Festival do Rio 2005
Menção Honrosa ABD&C no Festival do Rio 2005
Prêmio CTAV no Festival do Rio 2005
Prêmio Porta Curtas Festival do Rio no Festival do Rio 2005
Os 10 Mais - Escolha do Público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2005
Prêmio TV Cultura no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2005
Prêmio da Crítica no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2005
Melhor Animação no Vitória Cine Vídeo 2005
Melhor Curta no Goiânia Mostra Curtas 2005
Melhor Curta Infantil no Goiânia Mostra Curtas 2005


Festivais
Cine PE 2006
Anima Mundi 2005

9 de outubro de 2009

Hustle& Flow


Do ano de 2005, o filme Hustle&Flow (no Brasil chama-se “Ritmo de um sonho”) nos traz o cafetão e traficante malandro, DJay (Terrence Howard) em busca de um sonho de ser rapper. O filme é orgânico, tem um fluxo natural e as personagens tem vida própria. Além do cafetão, temos as três prostitutas Shug (Taraji Henson) que está grávida e não trabalha, Lexus (Paula Jai Parker) que trabalha em um clube de strip-tease, e Nola (Taryn Manning) que trabalha nas ruas com Djay em um beco. Aqui a vida não tem poesia, a vida é árdua e realista, daí a magia do roteiro. Diria que este, mais do que acertado. O conflito é claro e assim como na vida que rege o universo de prostituição, seus personagens não retratam modelos ideais. A empresa de serviços públicos está prestes a desligar as utilidades desta trupe, se eles não pagarem a conta. DJay sente que ele está no fundo do poço, e ele precisa de uma mudança em sua vida. Um vagabundo na rua lhe vende um teclado e então o sonho de ser rapper é alimentado. Os personagens, diria, eles têm ambiguidades moral e ética. Um cafetão que quer ser um rapper e as mulheres com seus sonhos intimos. É uma boa pedida para quem gosta de conhecer o outro lado da vida... Tá afim de encarar?

8 de outubro de 2009

MOCA- Museum of Contemporary Art (Parte 2)

Sem título, 1991 de John Miller
Sei muito pouco sobre este artista, mas achei interessante este amontoado de materiais que mais lembram que eles estão sujos de barro. Miller nasceu em Cleveland, Ohio e atualmente vive entre Nova York e Berlim. É tudo que sei....

Sem título, de Barbara Kruger
Kruger arrasou nesta fotografia em preto e branco. Geralmente ela trabalha com instalações dinâmicas feitas de papel e vinil, placas de metal gravadas, áudio, vídeo, escultura, sinal pintado textos e cartazes.


“610 Function of 15” de Mario Merz
O artista é italiano e sua instalação datada de 1971/89 é feita inteligentemente de jornais, vidros e neon. Eu achei interessante é que apesar de ser italiano, ele usou nesta intalação jornais velhos do “Los Angeles Time”.

“Blue Denim” de Alexis Smith
Alexis Smith tem um talento incrível para combinar o objeto certo com a citação perfeita. O resultado disso? Colagens que tocam a tal da “nostalgia de uma América”. Na sua obra, nota-se tem humor, carinho e um toque de leveza.




“Office Baroque” de Gordon Matta-Clark
E quem disse que obra de arte não pode ser originária de um prédio? Então aqui está a prova disso: em maio de 1972, Matta-Clark instalou um contentor de resíduos industriais entre as ruas 98 e 112 Greene Street, no distrito de Nova York. Depois coletou portas descartados e pedaços de madeira e dividiu o interior em três aberturas. Matta-Clark fez um corte em um prédio de cinco andares comercial localizado em frente ao Steen, um ponto turístico em Antuérpia, e deu nisso. Pena que o edifício foi demolido...

“Nu Debout (Standing Nude)” de Nicolas de Staël
Neste quadro aqui vi uma combinação perfeita de cores sobre um nú maravilhoso. Ele chama atenção de longe quando se entra na sala. De bom gosto, diria.


“Vestigial Appendage” de James Rosenquist
O artista ressalta o fato de que somos constantemente bombardeados pela publicidade e por várias vezes comentou sobre o impacto entorpecimento do meio-ambiente saturado e sua aplicação à sua arte. Em Vestigial Appendage (1962), uma parte de uma Pepsi-Cola é ladeado por fragmentos do corpo processado em um foco suave. Bem interessante esta viagem...



“White Gym Shoes” de Claes Oldenburg
Pra mim, este é um dos melhores trabalhos visuais da exposição. O artista sueco-americano explora os aspectos irônico e bem-humorado de objetos comuns por grosseiramente distorcê-las em escala, forma e material. Ele é conhecido por esculturas moles de pano recheadas, bem como objetos gigantes. Eu amei este trabalho, é uma pena que a foto não representa muito do que vemos pessoalmente, mas de qualquer forma, está valendo!








7 de outubro de 2009

MOCA- Museum of Contemporary Art (Parte 1)

E eu não resolvi visitar o MOCA estes dias? Mas o duro pra mim foi escolher, dentre tantas das artes intrigantes e com visuais maravilhosos, o que realmente eu tinha gostado para selecionar para vocês. A missão foi árdua e como têm muita coisa decidi dividir os comentários das obras em duas partes. É bom que saibam que ele é o único museu em Los Angeles dedicado exclusivamente à arte contemporânea. Atualmente tem mais de 5.000 obras e está alojado em três instalações únicas: MOCA Grand Avenue, The Geffen Contemporary at MOCA, e MOCA Pacific Design Center. Já de cara nos deparamos com uma enorme escultura chamada “MOCA Apprentices” que faz parte do projeto educacional deles, mas vamos entrar para conhecer um pouco mais...

“Sociopathic Real Estate” de Eduardo Abaroa
Este artista mexicano tem um trabalho irônico e com um senso de humor que o distingue. Achei hilário, aliás, o título deste trabalho, especificamente sugere uma lógica racional mas estranhamente prudente...


“Brown Bear” de Marnier Weber
Parece-me que os ursos são personagens recorrentes na obra de Weber. É como se ela estivesse perto do selvagem e da natureza primitiva do homem. Ao mesmo tempo achei divertido achá-lo dentro do museu.


“War Never Ends” de Matthew Monahan
Monahan usa simbolismo em sua arte para expressar seus significados. Ele usa uma variedade de materiais diferentes em sua produção criativa. Neste trabalho, especificamente, podemos encontrar madeira, cera, gesso, carvão, papel vidro e espuma. O artista criou este trabalho em 2005, provavelmente relacionadas com a guerra no Iraque.





Matthew Barney
Matthew Barney nasceu em San Francisco em 1967 e foi criado em Boise, Idaho. Ele explorou a transcendência das limitações físicas em uma prática de arte multimídia, que inclui longas-metragens, vídeo-instalações, escultura, fotografia e desenho.


“Cheyney and Eileen Disturb a Historian at Pompeii” de Lucy McKenzie
Artista escocês Lucy McKenzie é muito influenciada pelo trabalho do artista belga Hergé, criador de Tintin (o jovem detetive com as calças curtas e nunca muda o penteado). Isto é bastante claro em algumas de suas peças mais recentes. Esta obra daqui, eu adorei!

“A Decorated Chronology of Insistence & Resignation” de Lari Pittman
Este painel é simplesmente divertidíssimo. Sugere tantos caminhos, tantas interpretações, um show de resignação... A combinação das cores também é um caso à parte. Bem, amanhã voltaremos com a segunda parte desta visita...aguarde!