26 de janeiro de 2016

Filhos do Éden: herdeiros de Atlântida


Com uma editoração péssima do livro, Filhos do Éden: herdeiros de Atlântida, de Eduardo Spohr, não empolga. De cara, falta pontuação, alguns espaços a mais, outros a menos, frases que começam com letra minúscula e por aí se vai. Um desastroso exemplo de revisão de original e cuidado com a obra literária. Diria: imperdoável! No que se refere à construção da narrativa, os diálogos são pobres e previsíveis. Informações dadas no livro sobre o mundo celestial proposto, por vezes, são boas e demonstra inclusive a capacidade de pesquisa do referido assunto e que o autor mergulhou de cabeça. Contudo, e na grande maioria das vezes, elas são jogadas como mero conhecimento para pontuar ou esclarecer o leitor sobre determinados pormenores, tornando assim, a trama fraca já que elas não fazem parte intrínseca no emaranhado da narrativa. Mas o livro não é de todo ruim, por vezes e pontualmente é criativo. Ele nos revela anjos de uma menina preso num avatar de humano, querubins e anjos de várias castas em embates de guerra e ex-espião em busca de anistia. A escrita é fácil e clara, o que ajuda um pouco o ritmo da leitura já que a história em si perde o embate de prender o leitor à trama. No final, o leitor que não conseguiu se conectar de corpo e alma ao esqueleto principal da narrativa, provavelmente dispensará os outros livros da série. No final de Filhos do Éden: herdeiros de Atlântida há um apêndice muito curioso que vale à pena ler. Na história proposta por Spohr, há uma guerra no céu. O confronto civil entre o arcanjo Miguel e as tropas revolucionárias de seu irmão, Gabriel, devasta as sete camadas do paraíso. Com as legiões divididas, as fortalezas sitiadas, os generais estabeleceram um armistício na terra, uma trégua frágil e delicada, que pode desmoronar a qualquer instante. Enquanto os querubins se enfrentam num embate de sangue e espadas, dois anjos são enviados ao mundo físico com a tarefa de resgatar Kaira, uma capitã dos exércitos rebeldes, desaparecida enquanto investigava uma suposta violação do tratado. A missão revelará as tramas de uma conspiração milenar, um plano que, se concluído, reverterá o equilíbrio de forças no céu e ameaçará toda vida humana na terra. Ao lado de Denyel, um ex-espião, os celestiais partirão em uma jornada através de cidades, selvas e mares, enfrentarão demônios e deuses, numa trilha que os levará às ruínas da maior nação terrena anterior ao dilúvio – o reino perdido de Atlântida.