31 de julho de 2019

Cine na praça


A programação do "Cine na Praça" do mês de agosto leva o ciclo Terra-Média à Praça Victor Civita, com sessões gratuitas de filmes que remontam o imaginário de terras antigas e cheias de histórias protagonizadas por mitos heróicos. As exibições ocorrerão entre 1º e 29/8, sempre às quintas-feiras, a partir das 19h, e contarão com um ingrediente especial: cada exibição será precedida de um episódio clássico da série ‘Caverna do Dragão’, desenho animado que embalou muitas das manhãs da criançada nas décadas de 80 e 90. Os filmes selecionados para o ciclo são ‘O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel’, ‘O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos’, ‘Excalibur’, ‘Coração Valente’ e ‘Conan, o Bárbaro’.   

Logo no dia 1º, a turma de Hank, Eric, Diana, Sheila, Presto e Bobby contará com a ajuda do Mestre dos Magos para combater o Vingador no episódio “A Noite Sem Amanhã”, em ‘Caverna do Dragão’. A história de ‘O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel’ (2001) aborda a união de hobbits, humanos, elfos, anões e magos na Sociedade do Anel, constituída para apoiar a destruição de um anel super poderoso criado por Sauron, o Senhor das trevas. Na semana seguinte, o longa-metragem a ser exibido é ‘O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos’ (2014), último da trilogia de mesmo nome que narra o conflito entre elfos, anões, homens, orcs e wargs para recuperar o tesouro que Smaug, o dragão, guardou durante eras. 

A partir do dia 15/8 filmes das décadas de 80 e 90 tomam conta da programação. Começando por ‘Excalibur’(1981), que tem roteiro baseado na lenda inglesa do rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda. No dia 22/8 está reservada para um ganhador de Oscar, o filme ‘Coração Valente’ (estrelado por Mel Gibson). O pano de fundo da obra é a Escócia do século  XVIII e a história mescla a vingança pessoal do protagonista e a libertação do povo local, que lutava contra o domínio inglês. O fechamento do ciclo Terra Média terá ‘Conan, o Bárbaro’ (1982), que conta mais uma história de vingança, desta vez direcionada ao feiticeiro Thulsa Doom, algoz do povo de Conan (Arnold Schwarzenegger). Ex-escravo dos comandados de Doom, o protagonista desenvolve uma enorme força física para enfrentar os seguidores do feiticeiro.  

30 de julho de 2019

INFERNO - Um Interlúdio Expressionista

Foto: Alexandre Inserra

A montagem da peça “Inferno – Um Interlúdio Expressionista” foi desenvolvido pela Cia Triptal e contemplado no 32o edital de Fomento ao Teatro, o projeto nomeado “Homens À Deriva”, aborda as possibilidades de aprisionamento em que uma sociedade pode levar uma pessoa, os Car“Seres” Humanos.

A peça retrata a atrocidade que realmente ocorreu em uma prisão em Holmesburg, Pennsylvania, em 1938. Um grupo de 25 presos realizou uma greve de fome e foi trancado em uma cela fechada com vapor aquecido. Quatro deles morreram assados, e quando a notícia da brutalidade foi disseminada através dos jornais, a opinião pública americana ficou indignada.

O reaparecimento desse texto perdido de um autor como Tennessee Williams chocou e
surpreendeu muitos críticos e estudiosos, quando foi realizada a montagem pela primeira vez em Londres no ano de 1998. Escrito no final de 1938, mas nunca produzido até sessenta anos depois, “Rouxinóis” oferece um retrato muito diferente de seu autor ícone, um dramaturgo que é mais conhecido por seu lirismo e comoventes retratos de personagens tão vulneráveis como Laura Wingfield e Blanche DuBois.

O espetáculo ficará em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade, de 21 à 24 de Agosto de 2019 - de quarta à sexta às 19h e sábado às 17h. Ingressos gratuito.

29 de julho de 2019

2XSHAW

Foto: Ronaldo Gutierrez

Amigas há 30 anos, as atrizes Clara Carvalho e Chris Couto, tendo estreado juntas em São Paulo no palco do Teatro Aliança Francesa voltam a ele para homenagear os 70 anos de morte do dramaturgo irlandês George Bernard Shaw (1856-1950), vencedor do Prêmio Nobel de Literatura e do Oscar. Idealizado por Rosalie Rahal Haddad, o projeto 2XSHAW tem início com novas temporadas das premiadas peças "A Profissão da Sra. Warren", dirigida por Marco Antônio Pâmio, e "A Milionária", com direção de Thiago Ledier.
O projeto conta ainda com a parceria entre a atriz Clara Carvalho e o Círculo de Atores, companhia formada por profissionais oriundos de diversos grupos de destaque na cena paulistana que, com o projeto 2XSHAW, inicia um ano de atividades em homenagem ao autor irlandês, com direito a traduções atualizadas de textos, uma temporada europeia em 2020 (Portugal), debates e ciclo de leituras, com a missão de difundir mais e mais a obra deste autor tão importante, mas pouco montado no Brasil. 
A tragicomédia "A Profissão da Sra. Warren" começa numa casa de campo em Surrey onde Vivie Warren, recém-formada na Universidade de Cambridge, reencontra sua mãe, a quem pouco conhece. A Sra. Warren enriquecera administrando uma rede internacional de bordéis, ao lado de seu sócio, Sir George Crofts, mas Vivie não sabe disto. A Sra. Warren planeja para a filha uma vida convencional, através de um bom casamento.  Cercada por um mundo dominado por figuras masculinas, personificadas pelo aristocrata Crofts, pelo artístico Praed, pelo embusteiro Frank Gardner e por seu pai, o pastor Frank Gardner, Vivie descobre que sua educação privilegiada e seu estilo de vida foram possibilitados pela profissão da sua mãe. Inicia-se assim, através do brilho cintilante dos diálogos de Shaw, um dos mais memoráveis embates da dramaturgia inglesa. 
"A Milionária" começa com Epifânia, uma das mulheres mais ricas da Europa, reunindo-se com seu advogado para discutir seu provável suicídio. Pretende redigir seu testamento e deixar toda sua fortuna para seu marido, como punição por infidelidade. Seu casamento fora resultado de um desafio. Seu finado pai, por quem Epifânia tem fixação assumidamente edipiana, impôs uma condição: para se casar com ela o marido deveria receber uma quantia inicial razoável e, em seis meses, transformá-la em uma fortuna. O marido, boxeador e esportista, vence o desafio através de manobras financeiras e - ironia suprema - pela produção de uma peça teatral. Apesar disto, Epifânia perde o interesse por ele. Após jogar escada abaixo um amigo que ofendera a memória de seu pai, encontra um médico muçulmano, filho de uma lavadeira, por quem se apaixona. Para sua surpresa, ao propor casamento ao médico, é informada que sua humilde mãe, uma lavadeira, também impôs um desafio como condição à mulher que desejasse desposá-lo: a pretendente deveria receber uma quantia miserável e sobreviver, unicamente através do seu trabalho, durante seis meses. Só assim seria merecedora da mão do filho. Ao aceitar o desafio, Epifânia começa um movimento irresistível, desvendando o modo de agir e pensar de sua classe social, poucas vezes retratada em cena.

26 de julho de 2019

Projeto Revide

Foto: Leekyung Kim

Fruto de uma pesquisa iniciada na oficina de verbatim, o "Projeto Revide" estreia no dia 3 de agosto, no Teatro Cacilda Becker. O texto, que investiga a violência no Brasil, é assinado por ele e por Letícia Sobral. 

Para compor a dramaturgia, foram feitas mais de 50 entrevistas com pessoas de diferentes lugares, origens e profissões, tentando compreender as raízes dessa questão que sempre fez parte do nosso cotidiano. O espetáculo reproduz depoimentos de pessoas como uma aposentada que não sai mais de casa, um ex-integrante de uma facção criminosa, um policial condecorado duas vezes, uma deputada que pretende armar a população, um ex-viciado que esfaqueou a mulher e um jovem sonhador que vive na região mais violenta da cidade.

Essas histórias formam um painel do atual cenário da violência no Brasil. Entrelaçando entrevistas com fatos históricos, a peça desarquiva alguns casos que marcaram a trajetória do nosso país, lançando um olhar sobre uma questão que sempre fez parte do nosso cotidiano. Pontos de vista inusitados e surpreendentes convidam o espectador a refletir sobre os motivos que fazem do Brasil um dos países mais violentos do mundo.

O espetáculo é uma das ações previstas em um projeto contemplado pela 1ª edição do Prêmio Cleyde Yáconis em 2018.

25 de julho de 2019

Balada dos Enclausurados

Foto: Leekyung Kim

Figuras de destaque na cena teatral paulistana, Erica Montanheiro e Eric Lenate se reuniram para idealizar o projeto "Balada dos Enclausurados", composto pelos solos "Inventário" e "Testemunho Líquido", nos quais os dois artistas se alternam na direção, atuação e na dramaturgia. 
Os espetáculos estreiam simultaneamente para o público no dia 02 de agosto, no Teatro do Núcleo Experimental, e serão apresentados em sequência, às sextas, sábados e segundas, às 19h e às 21h, e aos domingos, às 18h e às 20h.
Os dois solos, embora escritos por dois artistas com trajetórias e estilos bem diferentes, tocam em questões similares como loucura, morte, abandono, encarceramento, interdição, memória de si, memória do outro, legado artístico, amor, além de terem sido inspirados em dois grandes artistas (Camille e Nijinski), que inclusive ficaram internados na mesma época histórica. 
O projeto Balada dos Enclausurados foi contemplado pela 7ª Edição do Prêmio Zé Renato de Apoio à Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo.

24 de julho de 2019

Caros Ouvintes

Foto: Heloisa Bortz

O premiado espetáculo "Caros Ouvintes", com texto e direção de Otávio Martins, volta em cartaz no Teatro Renaissance, entre 2 de agosto e 29 de setembro. A peça estreou em 2014, venceu os principais prêmios do teatro paulistano, como o Shell e o Aplauso Brasil, além de ter recebido destaque no site Times Square Chronicles.
"Caros Ouvintes" é uma comédia sobre o começo das telenovelas, sob o ponto de vista dos atores que faziam sucesso nas radionovelas. Na década de 1960, quando os aparelhos de televisão começaram a fazer parte das casas brasileiras, o público começou a prestar atenção não somente na voz dos personagens, mas também em sua imagem. Assim, muitos atores que faziam sucesso no rádio começaram a temer a TV: muitos galãs eram gordinhos e carecas, muitas mocinhas já eram senhoras.
Na comédia, a ação se passa numa das últimas emissoras a produzir radionovelas. O elenco prepara uma grande apresentação ao vivo, para depois se despedir do público em um palco armado do lado de fora da rádio. 
Vicente (Dalton Vigh), o produtor da radionovela, mantém com a atriz Conceição (Natállia Rodrigues) um caso amoroso que entra em colapso quando ela é chamada para estrelar uma telenovela. Empenhado para que o último capítulo seja impecável, Vicente conta com a absoluta lealdade e profissionalismo do sonoplasta Eurico (Alex Gruli) e do locutor Wilson (Eduardo Semerjian).
Vespúcio (Fernando Pavão), o publicitário, quer que o casal romântico da rádio repita a dose na telenovela que seu cliente irá patrocinar, despertando ódio no ex-galã Péricles Gonçalves (Léo Stefanini), Ermelinda Penteado (Agnes Zuliani) e a cantora decadente Leonor Praxades (Carol Bezerra). A série de atritos é desencadeada quando o anúncio de que o patrocinador passará a produzir telenovelas vem à tona, colocando em risco o final da radionovela.

23 de julho de 2019

Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida

Foto: Bob Sousa

A Cia. Teatro do Incêndio reage ao atual momento de ‘estrangulamento cultural’ e lança programação de resistência para o segundo semestre. "Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida" é o nome escolhido para dar unidade a uma programação que inclui, de julho a dezembro, cinco espetáculos do repertório do grupo, uma roda de samba e oficinas livres de artes para crianças e adolescentes.

“Essa ação tem duas intenções: não aceitar a regra do jogo para a arte que não seja a do artista criador e contar com o nosso público para manter nossas atividades”, comenta Marcelo Marcus Fonseca, diretor artístico do Teatro do Incêndio. Sobre o valor dos ingressos para os espetáculos ser de R$ 80,00, o diretor justifica: “um preço razoável para o trabalho sério que o grupo desenvolve. A companhia tem 23 anos de sobrevivência. Sabemos que nosso trabalho vale até mais. Neste momento, ingressos populares só com subsídio”.

No dia 27 de julho, uma roda de samba comemorativa dos 20 anos do grupo Inimigos do Batente inaugura a programação, aberta ao público. A Rua Treze de Maio será fechada (na região do teatro) durante todo o dia para receber convidados e moradores do Bixiga na roda de samba Incêndio na Boca da Noite.

Os espetáculos - todos dirigidos por Marcelo Marcus Fonseca - que compõem a programação são (um a cada mês): começando, em agosto, com São Paulo Surrealista (2012 / 2014 – foto) e seguindo com O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica (2014 / 2015), O Santo Dialético (2016), A Gente Submersa (2017) e Rebelião - O Coro de Todos os Santos (2018). Esta mostra sintetiza o trabalho de pesquisa de linguagem dos últimos sete anos do coletivo, período em que construiu três teatros até conquistar sua sede definitiva na emblemática entrada do bairro Bixiga, esquina das ruas Treze de Maio e Santo Antônio, onde já funcionou a lendária boate Igrejinha e o Café Soçaite.

Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida conta também com ações gratuitas, no caso do projeto Sol-Te – Oficina Livre de Teatro que oferece oficinas livres para crianças e adolescentes, divididas em idades de 6 a 11 anos e de 12 a 17 anos, aos sábados. As inscrições estão abertas. Em dezembro, acontecem apresentações artísticas dos alunos dos dois módulos. Desde 2014, o Sol-Te nunca havia ficado sem uma edição semestral, como aconteceu em 2019 por falta de verba.

22 de julho de 2019

Wallace Oliveira Trio

Foto: Bruno Morgado

O Wallace Oliveira Trio leva a versatilidade da guitarra portuguesa, instrumento tradicional do fado, para espaços da cidade de São Paulo, em quatro shows grátis, e ao 19º Festival de Inverno de Paranapiacaba (FIP).

Formado por Wallace Oliveira na guitarra portuguesa, Sérgio Borges no violão de sete cordas e Adriano Busko na percussão, o trio toca na Casa de Cultura Ipiranga, no dia 21 de julho (domingo, às 16h), Centro Cultural São Paulo, no dia 16 de agosto (sexta, às 19h), Centro Cultural da Penha, no dia 21 de agosto (quarta, às 20h) e CEU Butantã, no dia 23 de agosto (sexta, às 20h).

A apresentação no Festival de Inverno de Paranapiacaba, município de Santo André,ocorre no dia 28 de julho (domingo, às 15h), no Palco Mercado, e ainda acompanham a fadista luso-brasileira Ciça Marinho no Palco Rua Direita, às 18h.

O espetáculo dá continuidade ao lançamento do álbum de estreia, "Nova" (2017). O programa do show inclui releituras que vão de Pixinguinha e Hermeto Pascoal a Fontes Rocha e Freddie Mercury, combinando virtuosamente choro, baião, frevo, guitarradas portuguesas e world music em uma narrativa musical que une o tradicional ao contemporâneo.

Após cada show na capital paulista, acontece um workshop com o público (exceto no dia 21/8, quando o mesmo acontece antes do show, às 15h). Os músicos e a produção abordam a trajetória do grupo, o lançamento do álbum e as turnês pelo exterior. Falam também sobre as peculiaridades da guitarra portuguesa e sua história, além de temas relacionados à produção musical e carreira artística. 

Entre as composições do álbum, o trio interpreta “Chamateia / Asa Branca” (Luis A. Bettencourt e Antonio M. e Souza / Luiz Gonzaga e H. Teixeira), “Se Ela Perguntar / Fado Lopes” (Dilermando Reis / Mário José Lopes), “Carioquinha” (Waldir Azevedo), “Bachianinha nº 1” (Paulinho Nogueira), “Tico-tico no Fubá” (Zequinha de Abreu), “Love of My Life” (Freedie Mercury), “Variação em Ré Menor” (Fontes Rocha) e “Brasileirinho” (Waldir Azevedo). Completam o repertório, “Variação sobre o fado Pechincha” (Carlos da Maia), “Xote das Meninas” (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), “São Jorge” (Hermeto Pascoal), “La Partida” (Carlos Bonnet), “Variações em Lá” (Armando Freire), “Bate Coxa” (Marco Pereira), “Hallelujah” (Leonard Cohen) e “Um a Zero” (Pixinguinha), entre outras.

19 de julho de 2019

A Travessia de Maria e seu irmão João

Foto: Camila Picolo

Para não morrerem de fome, os pais abandonam seus filhos na floresta escura. Essa é a premissa do clássico João e Maria. Na recontagem imaginada por Neil Gaiman e premiada pelo 23o Cultura Inglesa Festival em 2019, a fome é causada pela guerra e a dupla de crianças, refugiados.

Em “A Travessia de Maria e seu irmão João”, que estreia no dia 3 de agosto no Teatro Cacilda Becker, a diretora Soledad Yunge, apostou na linguagem dos bonecos para começar a contar essa história: “no início da trama ainda existe paz e fartura e bonecos são manipulados para mostrar a poesia da infância e o brincar, que é interrompida pela guerra e o mundo dos adultos entra na história”, conta a diretora. Os bonecos, confeccionados por Carú Lima que é atriz da Cia. Arthur-Arnaldo, são de pão e foram panificados especialmente para a peça. Trabalhar com alimentos e com a realidade deles em cena foi um dos pontos de partida da concepção visual e simbólica da montagem. A equipe se inspirou nas obras do artista britânico Carl Wagner que cria paisagens apenas com alimentos e as fotografa. “Queremos que as crianças se encantem com as diferentes referências visuais dos elementos de comida e que pensemos juntos sobre todas as questões da produção e consumo de alimentos”, completa a diretora Soledad Yunge.

As atrizes Júlia Novaes e Luisa Taborda, se dividem nos papéis e na manipulação dos objetos de cena. Parceiras de longa data de outros espetáculos da Cia. Arthur-Arnaldo, as duas encaram o desafio de viver outro personagem icônico: a bruxa que vive em uma casa de doces. “É ótimo poder dividir o palco com a Luisa e divertir as crianças com as trocas de figurino, fazendo-as esquecer por uns instantes que somos apenas duas em cena”, diz a atriz Júlia Novaes.

A trilha sonora, especialmente composta para a montagem por Pedro Cury, acompanha a narração da história e conta com participações especiais de voz em off dos atores Guto Togniazzolo e Jackie Obrigon. O cenário da peça foi criado por Rafael Souza em parceria com o Estúdio Lava de Júlia Reis e Lucas Bueno, e os figurinos, inspirados em crianças refugiadas é de Rogerio Romualdo.

A temporada de "A Travessia de Maria e seu irmão João" vai de 3 de agosto até 01 de setembro de 2019, sábados e domingos às 16h, no Teatro Cacilda Becker. 

18 de julho de 2019

A Noite dos Mortos-Vivos

Foto: Ligia Jardim

Ronaldo de Morais e Paula Picarelli se conheceram na montagem de Amadores da Cia Hiato, três anos atrás, em 2016. Nos camarins do espetáculo trocaram histórias. Se afetaram por elas. Se conectaram. Essa amizade fez os dois pensarem em criar um espetáculo que evidenciasse as semelhanças e diferenças das suas vidas por relatos sobre suas relações com drogas. Era evidente que suas condições sociais - Paula, nascida no Morumbi, Ronaldo no Itaim Paulista – eram determinantes para a forma como cada um usava ou havia usado substâncias alteradoras de consciência – Paula, transita entre elas recreativamente de forma segura, Ronaldo foi refém das drogas por muitos anos. 

Depois de usar crack por mais de vinte anos, Ronaldo se formou bacharel em Ciências Sociais e hoje é professor da rede pública de ensino. Então, o uso de crack não destrói a capacidade de pensar? Não é verdade que, em apenas uma tragada, o usuário de crack tem sua vida destruída para sempre, sem nenhuma possibilidade de reversão? O usuário de crack não é um zumbi? Um morto-vivo, que  deixou de ser humano? Se essa premissa equivocada caía diante da prova viva de uma pessoa, que outras informações teriam sido absorvidas da imprensa de um modo geral, formando o senso comum de que o uso de drogas é um grande vilão? A quem interessa que as drogas sejam um monstro a ser combatido? 

Entendendo a complexidade do assunto, Paula e Ronaldo pensaram em convidar mais pessoas para o projeto e então agregaram Nilcéia Vicente, atriz que perdeu amigos para o tráfico e considera hoje que envelhecer é um privilégio e Flávio Falcone, psiquiatra que trabalhou durante 7 anos na cracolândia

"A Noite dos Mortos-Vivos", que estreia dia 22 de julho, às 20h, no Sesc Consolação, com direção de Paula Picarelli, fala disso tudo indiretamente, usando o filme homônimo de George Romero, de 1968, como base para as discussões. O desejo é dividir com o público histórias que conectaram esses criadores, que os uniram, que inspiraram uma relação de amizade entre eles. Trazer para o teatro a possibilidade de criar afeto através dessas histórias e quem sabe, pelo afeto, despertar em outras pessoas a uma mudança no olhar sobre a abordagem do comércio e uso de drogas no Brasil. 

17 de julho de 2019

Eu/Telma

Foto: Rafael Latorre

A atriz Nicole Marangoni estreia o solo "Eu/Telma", com provocações cênicas de Evinha Sampaio, Janaína Leite, Naiene Sanchez e Rhena de Faria, no dia 20 de julho na Sala Atelier da Aliança Francesa. A peça explora os limites entre ficção e realidade e cria uma reflexão sobre os “tabus” do morrer.

O ponto de partida para a criação do solo foi uma oficina de atuação, da qual Nicole participou em 2013, enquanto passava pelo processo de luto por seu pai. Na ocasião, foi sugerido como estímulo de pesquisa para a atriz o desenvolvimento de uma personagem cuidadora de idosos. Desde então, Marangoni vem desenvolvendo uma narrativa ficcional (Telma) pautada por uma situação autobiográfica – os cuidados de fim de vida de seu pai. 

O fio condutor da trama é a história de Telma, uma cuidadora de idosos que perdeu a mãe prematuramente e vive com seu pai, jardineiro. A dramaturgia e as cenas finais da peça são constituídas a partir de um diálogo entre depoimentos autobiográficos e ficcionais. 

Por se tratar de um processo criativo individual, afetivo, particular, longínquo e independente; a criação não é conduzida pela figura de um diretor teatral, mas por provocadores cênicos, figuras que questionam e/ou questionaram a pesquisa e as escolhas do ator-criador a partir de elementos estéticos, dramatúrgicos e de encenação. 

Como referências para a encenação, Nicole pesquisou filmes como “Amor” (2012), de Michael Haneke; “Sonata de Outono” (1978), de Ingmar Bergman; “Kya Ka Ra Ba A” (2001) e “O Segredo das Aguas” (2014) de Naomi Kawase; “Elena” (2012) e “Olmo e a Gaivota” (2014), de Petra Costa; “Fale com Ela” (2002), de Pedro Almódovar; “Jogo de Cena” (2007) e “Edifício Master”(2002), de Eduardo Coutinho; entre outros. Outra referência importante foi o livro “A Morte É Um Dia Que Vale a Pena Viver”, de Ana Claudia Quintana Arantes, médica especialista em cuidados paliativos. 

16 de julho de 2019

Carne de Mulher

Foto: Lenise Pinheiro

O solo da atriz Paula Cohen, com direção de Georgette Fadel, "Carne de Mulher" volta em cartaz em uma nova fase junto ao projeto "Qual é o seu grito?" Idealizada pela Contorno Produções, das produtoras Jessica Rodrigues e Victória Martinez, essa nova etapa fará 24 apresentações em teatros da prefeitura, de 26 de julho a 22 de setembro, com palestras e debates sobre violência contra a mulher com a advogada Isabela DelMonde, a psicóloga Carolina Cristal, a professora de feminismo Carla Cristina, além da exibição do documentário de Sarah Stopazzolli "Legitima Defesa”.
A fotógrafa Lenise Pinheiro foi às ruas com a atriz para fazer novos registros que representam essa fase do projeto. Essas fotos criam uma ponte entre o teatro e a rua, colocam a personagem em um cenário real das violências cotidianas, da violência urbana. “Carne de Mulher, nesta nova fase, ultrapassa os limites da dramaturgia, do teatro, quebra a quarta parede e vai para a rua, para o social. Na peça uma mulher conta a sua trajetória de abusos e violência, agora, com Qual é o seu grito?, mulheres voluntárias, inclusive eu, narramos nossas histórias de abusos. Todas nós em maior ou menor escala fomos e somos abusadas cotidianamente. Temos que falar sobre isso, parte de nós, só assim vamos conseguir destruir essa estrutura social machista que normatiza violências. Não vamos nos calar, nos teatros, nas ruas, onde for! Chega de violência e de permissividade” comenta Paula Cohen.
O espetáculo se apresentará na Galeria Olido nos dias 19, 20 e 21 de julho, sexta e sábado, 20h30. Domingo às 18h.

15 de julho de 2019

Cine na Praça



Após retomar às atividades no local onde tudo começou - a Praça Victor Civita – o "Cine na Praça" promove sessões a céu aberto em um dos períodos mais divertidos do ano: as férias escolares. Durante o mês de julho, o projeto levará uma programação repleta de animações premiadas aclamadas por público e crítica com o ciclo ‘Anima Julho’. As exibições ocorrerão até o dia 25 de julho, sempre às quintas-feiras, a partir das 19h. Alguns dos filmes selecionados para a temporada são ‘Ilha dos Cachorros’ e ‘Os Incríveis 2’.   

Escrito e dirigido por Wes Anderson, um dos ícones do cinema mundial, ‘Ilha dos Cachorros’ é uma animação em stop-motion com conteúdo mais denso que os filmes exibidos no ciclo até este momento. No dia 18/07 o público será brindado com uma obra tão divertida quanto imersa em questões sociais a partir da história de Atari Kobayashi, que vai atrás de seu cão após decreto do prefeito de Megasaki que decide enviar todos os cachorros locais para uma ilha usada como lixão municipal.

O fechamento do ciclo fica por conta de ‘Os Incríveis 2’, versão mais atual de franquia de sucesso iniciada em 2004. O filme se sustenta na história da família Pêra, formada por humanos com super poderes e que tenta se enquadrar a vida ‘normal’ dos civis. Entretanto, um chamado especial à Mulher-Elástico (Helena) transforma, mais uma vez, o cenário. Desta vez as surpresas ficam por conta do bebê Zezé!     

12 de julho de 2019

Desbotou

Foto: Victor Iemini

Com o desejo de despertar o interesse das crianças e jovens pela representatividade e participação e, consequentemente, pela defesa dos seus direitos, a Cia da Revista e o dramaturgo Marcos Barbosa foram desmanchando e retecendo os fios do conto “Quando as cores foram proibidas”, de Monika Feth, até chegar em Desbotou. A peça é falada em versos e narra a história de um país governado por um tirano que silencia emoções e pensamentos ao confiscar as cores do mundo. 

O elenco é composto por Bruno Lourenço, Gisele Valeri, Paulo Vasconcelos e Priscila Esteves. E o espetáculo tem ainda canções originais de Edgar Bustamante, interpretadas pelos músicos Gabriel Hernandes e Betinho Sodré.

Nesse país cinza, vemos nossa protagonista Catarina, uma menina, testemunhar o milagre do nascimento de uma flor colorida e, a partir deste fato, reunir sua vó e todo o povo contra o banimento das cores. 

Esse espetáculo finaliza o projeto “Algum dia teria que acontecer” contemplado pela 32ª Edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo que debateu, no primeiro semestre, democracia e direitos com o público adulto no espetáculo “Ensaio sobre a Lucidez”, livremente inspirado no romance homônimo de José Saramago.

11 de julho de 2019

Solidão no Fundo da Agulha

Foto: Letícia Gullo

A cantora e atriz Rita Gullo sobe ao palco ao lado de seu pai, o premiado escritor Ignácio de Loyola Brandão, ocupante da cadeira nº11 na Academia Brasileira de Letras, para apresentar "Solidão no Fundo da Agulha", no qual eles relembram canções que ficaram gravadas na trajetória do autor. Em circulação há mais de seis anos, o espetáculo ganha uma nova temporada no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, entre 13 de julho e 31 de agosto, com apresentações aos sábados, às 17h.

A Fundação Carlos Chagas decidiu em 2013 reunir literatura, música e fotografia e convidou o escritor Ignácio de Loyola Brandão para escrever um livro de crônicas e contos inspirados em músicas que remetessem a momentos marcantes de sua vida.

O repertório escolhido ganhou novas versões gravadas pela cantora Rita Gullo e gerou um CD que foi encartado com o livro, além das fotos que Paulo Melo Jr. fez especialmente para esses textos. O lançamento do livro “Solidão no fundo da agulha” em março de 2013 gerou o desejo de levar para o palco essas histórias.

O espetáculo leva o escritor aos palcos para contar histórias marcantes da sua vida, momentos que remetem a canções interpretadas pela filha cantora. No repertório estão músicas como Amado Mio (Doris Fisher/ Allan Roberts), presente na trilha sonora do filme “Gilda”, que era proibido para crianças, que estimulou a criatividade do menino Ignácio, então com 12 anos de idade, e que se fez presente muito anos mais tarde para ajudar o jovem jornalista a não voltar para a terra natal fracassado. Outros temas marcantes, como Valsinha (Chico Buarque e Vinicius de Moraes) e Que reste-t-il de nos amours? (Charles Trenet), ganham novo contexto ao vivo e permeados por lembranças.

10 de julho de 2019

Chico Bororó – Um jovem Mignone

Foto: Mariza Lima

Dia 12 de julho, das 19h às 21h30, acontece o lançamento do CD Duplo "Chico Bororó – Um jovem Mignone" com Maria Josephina Mignone, ao piano e Neti Szpilman no canto, na Livraria da Vila da Lorena.

Maria Josephina Mignone desejava gravar as obras do Chico Bororó, pseudônimo popular de Francisco Mignone (1897-1986). “Chico Bororó foi um estado de espírito” dizia Francisco Mignone. O trabalho resultou em dois CDs com 27 peças compostas entre as décadas de 1920 e 30. O primeiro CD é somente com a pianista, o segundo traz 11 canções populares que falam do universo rural: o café, o caboclo, a sertaneja, canções de ninar, etc. Neti Szpilman interpreta as canções e com a participação, em duas faixas, do tenor Ruben Gabira. Há ainda uma faixa bônus com o próprio Mignone cantando a canção Mandinga Doce. O CD Chico Bororó – Um jovem Mignone está disponível também nas plataformas digitais.

9 de julho de 2019

Como se desenha um coração?


Primeira mostra individual de Laerte Késsimos, a exposição "Como se desenha um coração?" apresenta o expoente de seus trabalhos, criados entre 2017 e 2019. São desenhos, pinturas, bordados e objetos – “objetos de desejo e de curiosidade” - criados numa relação direta, ora de espelhamento, ora de duplicidade, com os trabalhos do artista plástico José Leonilson (1957-1993).

Inspirações, traduções e revisitas à obra de Leonilson são materializadas em obras plásticas que constituem, além da exposição, o alicerce temático de um solo autoral inspirado na vida e obra do artista cearense. 

Alguns temas são abordados na coletânea de obras expostas por Laerte, tentando formar um panorama - não só interior, mas também exterior - de seu tempo e do mundo ao seu redor.  Nos tempos atuais, em que a opressão e o conservadorismo se erguem como uma onda alta que pode nos derrubar com força, trazer à tona um artista gay, HIV positivo e a favor de uma política subjetiva e íntima é, em si, um ato político. Cada vez que as ondas conversadoras nos derrubam, mergulhamos mais e mais fundo, e o momento de alívio passa antes que possamos agarrá-lo, pois a onda já está juntando forças para atingir-nos novamente. Esse trabalho acredita que a tábua a que nos sustentamos nesse naufrágio só pode ser poética – a um só tempo pessoal e política.

A exposição acontece na Galeria Zarvos, Avenida São Luiz, nº 258 – loja 14, abertura dia 10/7 das 16h às 21h, visitação de 10 de julho a 10 de agosto de 2019, de segunda a sexta das 15h às 19h e sábado 11h às 15h.

8 de julho de 2019

Homem-Bomba

Foto: Guto Muniz

O solo "Homem-Bomba", escrito por Cynthia Paulino e dirigido e protagonizado por Luiz Arthur, volta em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade, entre os dias 10 e 27 de julho, de quarta a sexta-feira, às 20h; e aos sábados, às 16h. Grátis! A peça da belo-horizontina Companhia Teatro Adulto estreou em 2018 na Mostra Solos e Monólogos do CCBB São Paulo. Homem-Bomba integra o projeto “Adultos em Cena SP MG” – ao lado do solo Coisas Boas Acontecem de Repente.

O solo se passa em um mundo desigual, cada vez mais parecido com um grande abatedouro. Nesse lugar horrível, um homem, interpretado por Luiz Arthur, tenta compreender os vários eus que o habitam e, para tal, adota métodos nada convencionais. A ideia é mostrar um personagem provocador, que busca intimamente a desconstrução e a compreensão dos monstros que existem escondidos em todas as pessoas. 

Para discutir essa dualidade do ser humano, a peça busca como referência o romance “O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde”, popularizado como “O Médico e o Monstro”, do autor britânico Robert Louis Stevenson (1850-1894). “O monstro não é alguém distante de nós. É nosso duplo. O monstro nos habita e cabe a cada um saber cuidar, compreender, educar a sua sombra. Vemos no país pessoas que se denominam ‘homens de bem’ e que trazem um discurso completamente sanguinário. De que tipo de ‘bem’ estamos falando? É uma jornada necessária essa, a de enfrentar-se, de compreender que o mal não nos é estranho. Podemos sucumbir se o transformamos em algo distante de nós, porque nós criamos a desordem e o caos que está aí. Se você estuda a história da humanidade sabe disso. O demônio é o próprio homem, o devorador, aquele que dizima seus semelhantes. O discurso contra o diferente é um exemplo disso”, revela Luiz Arthur.

5 de julho de 2019

A Sombra do Vale - A História Que Já Foi Contada Muitas Vezes

Foto: Gabriel Rodrigues

Dia 6 de julho, às 16h, estreia o espetáculo infantil "A Sombra do Vale - A História Que Já Foi Contada Muitas Vezes" no Teatro João Caetano. A peça integra a Mostra Sonhos em Tempos de Guerra, contemplado pela 32ª Edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. A temporada segue até 4 de agosto, sempre aos sábados e domingos, às 16h. Grátis!

Partindo do tema discutido no projeto – as chamadas “guerras cotidianas” – seis jovens atores trouxeram diversos questionamentos relevantes. A provocação cênica é dos artistas da República Ativa, e o elenco é composto pelos seis jovens atores: Amanda Cruz, Ana Medeiros, Caio Martins, Jhon Yuri, Jonathan Araújo e Thauany Mesquita. Dentre as diversas inquietações, duas delas foram recorrentes: as consequências da negligência, do abandono e do distanciamento e a necessidade de recuperar as relações. E encontraram nas notícias sobre o desastre ambiental de Brumadinho uma oportunidade de tratar desse assunto que, infelizmente, ainda acontece.

E como as crianças recebem notícias como essas que recheiam as manchetes de televisão? Qual a relação delas com tantas tragédias que estamos todos sujeitos, tanto nas dimensões de Brumadinho como nas relações mais pessoais e familiares? Como elas percebem essas perdas e lidam com elas? Até que ponto a inconsequência do adulto interfere na vida e nos sonhos dos pequenos? O que a gente faz para trazer de volta o que está escondido? Essas e outras questões foram latentes nesse processo, e nortearam a construção da dramaturgia, recheada de ludicidade e poesia.

Através de um processo colaborativo intenso, o grupo foi construindo a narrativa que resultou numa aventura que permite desbravar os mares de lama que a vida nos traz e buscar entender como é possível seguir vivendo, e de que maneira podemos enfrentar essa sombra que pode ter tantas formas.

Na sinopse, tudo estava como sempre, até que um dia a sombra desceu o vale. Não houve tempo para perceber o que aconteceu. Só se sabe que tudo está diferente e todos perderam algo. Diante de tantas incertezas, o espetáculo embarca numa aventura sob um rio de lama em busca de respostas.

4 de julho de 2019

COMMUNE - Coletivo Teatral

Foto: Arquivo pessoal

A COMMUNE festeja em 2019 seus 15 anos de carreira e os 12 anos de seu teatro (localizado na Rua da Consolação, 1218). Para marcar essas datas, a companhia organiza dois eventos: a nomeação da sala de espetáculos em homenagem ao ator Adilson Barros (1947-1997), que acontece hoje, às 20h; e o lançamento de um livro sobre a trajetória da trupe e de uma exposição de fotos sobre o cenógrafo Cyro Del Nero (1931-2010), que ocorre no dia 11 de julho, às 20h.
Segundo o diretor Augusto Marin, essas duas importantes figuras do teatro paulistano influenciaram diretamente o trabalho da companhia. “Adilson Barros foi meu professor de teatro na Unicamp, nos idos de 1989. Nós fomos amigos por muito tempo e ele dirigiu vários espetáculos que fizemos antes de fundar a COMMUNE. Mesmo sem ter participado da companhia, já que faleceu seis anos antes de sua criação, Adilson é uma referência para toda uma geração de atores e para o teatro brasileiro. Já Cyro Del Nero foi um brilhante cenógrafo e era muito amigo da Michelle Gabriel (cofundadora do grupo). Ele foi uma das primeiras pessoas a conhecer o imóvel onde hoje está instalada a nossa sede e disse que o espaço daria um lindo teatro de bolso. Ele, então, fez todo o projeto arquitetônico do Teatro COMMUNE, com desenhos e maquete. Dar o nome a esses grandes artistas para nosso teatro é uma forma singela de manter viva a memória deles, principalmente para as gerações de artistas jovens”, explica o cofundador da companhia.
No evento do dia 4 de julho, a sala de espetáculos do teatro passa a ter o nome de Adilson Barros, que será gravado em uma placa de acrílico e metal. Além disso, amigos do artista contarão histórias sobre o homenageado e participarão de um coquetel.  Já Cyro Del Nero também passa a dar o nome à galeria do teatro no dia 11 de julho, com placa igual. Nas duas ocasiões, acontecerão a abertura de uma exposição de fotos sobre diferentes momentos da vida dos artistas, gentilmente concedidas por fotógrafos, amigos e familiares.
A segunda cerimônia também marca o lançamento do livro "Commune 15 anos", organizado por Augusto Marin, Roselaine Araujo e Liniane Haag Brum, com imagens de Augusto Paiva, Dani Coen, Bianca Vasconcelos, Fernando Henrique, José Marcio, entre outros. Com tiragem de 500 exemplares, o livro registra o processo de criação, pesquisa e formação da companhia e o trabalho de formação dos jovens aprendizes e de espectadores, sem seguir uma cronologia. O exemplar será distribuído gratuitamente no teatro e enviado para bibliotecas públicas, escolas de teatro, grupos, teatros, órgãos públicos, pontos de cultura e outros espaços culturais.