31 de maio de 2019

Cine na Praça

Foto: Divulgação

O projeto Cine na Praça está de volta ao seu palco de origem, a Praça Victor Civita. Com uma programação especial com temática focada no orgulho LGBTQIA+, a programação vai acontecer entre 6 e 27 de junho, sempre às quintas e a partir das 19h. A programação do mês, chamada ‘Orgulho em Todas as Cores’, contará com a exibição de títulos como ‘Bohemian Raphsody’, ‘XXY’, ‘A Garota Dinamarquesa’ e ‘Desobediência’.  Gratuito, o evento quer promover a reflexão sobre os temas por meio de uma linguagem acessível e universal, o cinema.

No dia 21/6, dois dias antes da Parada LGBTQIA+, o evento promoverá sessão especial com projeção do filme ‘Paraíso Perdido’ seguido pelo show do músico Jaloo, que é um dos protagonistas do longa-metragem. Antes do início da sessão, haverá também uma roda de conversa liderada pela professora Sheila Farias Costa.

A PROGRAMAÇÃO

6 de Junho - A abertura do ciclo trará uma das produções que marcou o cinema mundial recentemente. Indicado ao prêmio de Melhor Filme e vencedor nas categorias ‘Melhor Ator’ (Rami Malek), ‘Melhor Edição’, “Melhor Edição de Som” e “Melhor Mixagem de Som” no Oscar 2019, “Bohemian Rhapsody” conta a história da lendária banda inglesa ‘Queen’, desde sua criação até o show Live Aid, em 1985. 

13 de Junho - Será exibido o filme ‘XXY’, um drama dirigido por Lucía Puenzo sobre a história de Alex, um adolescente interssexual (com características de ambos os sexos). Sua família, em fuga da cultura social vigente e da medicina tradicional, resolve viver isolada numa área de dunas. Entretanto, numa visita de amigos que levam consigo o filho adolescente, grandes conflitos voltam a assolar Alex. 

20 de Junho - “A Garota Dinamarquesa”. Retrato pseudo-biográfico do drama de Einar Wegener, um pintor dinamarquês que não se vê dentro de suas configurações corporais de nascença, o filme dirigido por Tom Hooper mostra a vida dele com a esposa, Gerda Wegener, que acaba por apoiá-lo na busca por uma das primeiras cirurgias de mudança de sexo da história. 

21 de Junho | Sexta | Programação especial - um programa especial foi preparado para o público: além da projeção de praxe, que nessa oportunidade trará ‘Paraíso Perdido’, será realizado um bate-papo anterior à exibição, a partir das 18h, com a professora Sheila Farias Costa, referência em situação de gênero e diversidade e coordenadora da Revista Alternativa L. 

27 de Junho - O fechamento do ciclo ‘Orgulho’ terá a exibição de ‘Desobediência’, produção que mostra a ida de Ronit ao seu país de origem após a morte do pai, um respeitado rabino local.  

30 de maio de 2019

O Auto da Compadecida

Foto: Divulgação

A partir de obra clássica de Ariano Suassuna, a peça "O Auto da Compadecida", que mistura cultura popular e tradição religiosa, ganha encenação com alunos da Escola de Atores Wolf Maya. O espetáculo - que tem adaptação e direção assinadas por Dan Rosseto - acontece nos dias 3, 4 e 5 de junho, no Teatro Nair Bello, às 21h.

Ariano Suassuna (1927-2014) escreveu o Auto da Compadecida em 1955, e sua primeira encenação aconteceu, em 1956, em Recife (PE). O drama se passa no nordeste do Brasil, reunindo elementos da tradição da literatura de cordel e do gênero comédia com traços do barroco católico brasileiro. O enredo se desenvolve em torno de dois personagens principais: João Grilo, um sertanejo mentiroso e esperto, e Chicó, o maior covarde e contador de causos da região. Ambos são muito pobres e sobrevivem de pequenos negócios e golpes, enquanto vagam pelo sertão.

O diretor Dan Rosseto comenta que “a montagem traz personagens imortais e músicas do cancioneiro popular que marcaram época”. O estudo sobre a obra, apresentado pela Escola Wolf Maya, celebra essa comédia tipicamente brasileira com suas reflexões religiosas e morais. “Esperamos que Suassuna nos aprove e nos abençoe por tamanha ousadia, esteja ele onde estiver”, completa o diretor.

29 de maio de 2019

Kardec


De aspecto sombrio e com fotografia assertiva para a época, a película "Kardec" (2019) tem uma boa direção e um roteiro focado num recorte bem específico do personagem nascido Hypolite Leon Denizard Rivail. Há de se atentar para a interpretação de Leonardo Medeiros. A narrativa conta a jornada de Allan Kardec (Leonardo Medeiros) desde quando trabalhava como educador em Paris até iniciar seu processo de codificação do espiritismo ao lado de sua esposa Amélie-Gabrielle Boudet (Sandra Corveloni). Assista ao trailer!

28 de maio de 2019

Ricardo III ou Cenas da Vida de Meierhold

Foto: Luciana Zacarias

Considerado um dos mais importantes representantes atuais do Teatro do Absurdo, o dramaturgo romeno Matéi Visniec tem mais uma de suas peças montadas pela diretora e atriz Clara Carvalho. Trata-se de "Ricardo III ou Cenas da Vida de Meierhold", idealizado e produzido por Lívia Prestes, com estreia marcada para 1º de junho, no Centro Cultural São Paulo, às sextas e sábados, às 21h; e aos domingos, às 20h.

Na trama, o consagrado diretor russo Meyerhold (1874-1940), inventor da Biomecânica e membro do Teatro de Arte de Moscou, tenta encenar a peça “Ricardo III”, de William Shakespeare (1564-1616). Durante a montagem, ele tenta entender o que se passa na própria cabeça, mas é constantemente impedido de realizar seu trabalho por personagens políticos, familiares e fantasmas presentes em sua mente.

Da tentativa de concluir a encenação do clássico shakespeariano, nasce um filho do diretor russo: um boneco de manipulação que é o próprio Ricardo III. Até mesmo essa criatura animada desaprova a direção do pai. Meyerhold acaba sendo preso por conta de um ato audacioso do filho, e a peça é finalmente cancelada.

27 de maio de 2019

1984

Foto: Ronaldo Gutierrez

A adaptação dirigida por Zé Henrique de Paula para a distopia clássica "1984", do jornalista e romancista britânico George Orwell (1903-1950), volta em cartaz no Teatro do Núcleo Experimental, entre 1º e 24 de junho, aos sábados e às segundas, às 21h, e aos domingos, às 18h. Considerado um dos romances mais influentes do mundo no século 20, "1984" foi publicado em 65 países e virou minissérie, filmes, quadrinhos, mangás, ópera e até inspirou o reality show Big Brother, criado em 1999 pela produtora holandesa Endemol. Recentemente, a obra foi transformada em uma adaptação teatral dos ingleses Duncan MacMillan e Robert Icke. Esta última versão foi o ponto de partida da montagem brasileira.
A distopia se passa no fictício Estado da Oceânia, governado por um líder supremo chamado Grande Irmão, que chegou ao poder depois de uma guerra mundial que eliminou as nações e criou três grandes potências totalitárias. Esse Estado é pautado pela burocracia, censura e, sobretudo, pela vigilância. Quase sem qualquer forma de privacidade, cidadãos são espiados o tempo todo pelas “teletelas”, uma espécie de televisores espalhados nos lares e em lugares públicos, capazes de monitorar, gravar e espionar tudo.
Nesse lugar vive Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade, responsável por falsificar registros históricos para garantir que eles respaldem os interesses do Grande Irmão. O protagonista detesta o novo sistema, mas não tem coragem de desafiá-lo. Ele apenas declara seu ódio nas páginas de um diário secreto. Isso muda quando ele conhece Júlia, uma funcionária do Departamento da Ficção. Juntos eles sonham com uma rebelião e praticam pequenos atos de desobediência. A represália aos amantes será brutal.

24 de maio de 2019

Somos Tão Jovens

Foto: Laércio Luz

O espetáculo "Somos Tão Jovens" reestreia no dia 1º de junho, às 21h, no Teatro Décio de Almeida Prado, onde permanece somente até o dia 23 de junho. Com texto de Vinícius de Oliveira e direção de Ricardo Grasson, o espetáculo traz a história de adolescentes que vivem a intensidade de sentimentos, característica da idade.

Em cena, seis jovens sentem-se livres para expressar e compartilhar tudo que estão sentindo e vivendo, sem filtros nem meias palavras. Suas dúvidas, seus medos e suas angústias se alternam com as alegrias, erros e acertos das personagens vividas por Júlio Oliveira (Théo), Gabriel Moura (Renato), Fernando Burack (Daniel), Danillo Branco (Guilherme), Luís Fernando Delalibera (Plínio) e Marcos Oli (Beto).

A trilha sonora proporciona um clima intenso e vibrante à encenação, conduzindo a temática jovem, colorindo as cenas com canções que embalaram a juventude nas décadas de 1980 a 2000. A música Tempo Perdido, da banda Legião Urbana, por exemplo, garante um dos momentos mais nostálgicos para o público.

O diretor Ricardo Grasson comenta que "Somos Tão Jovens" está em plena sintonia com os dias atuais, onde os diálogos são cada vez mais difíceis. Ele explica que a aposta da direção na simplicidade e na mensagem direta para o jovem confere dinamismo e fluidez à encenação. “O teatro tem a característica de mostrar a vida como ela realmente é para, assim, propor questionamentos. Não importa se é clássico ou contemporâneo, o bom do teatro é a possibilidade de falar do ser humano com todas as camadas que o envolve”.

O autor Vinícius de Oliveira revela que se inspirou no espetáculo Garotos, de Leandro Goulart, no filme Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro, e no livro As Meninas, de Lygia Fagundes Telles, para escrever o texto e elaborar a dramaturgia. “Essas obras impulsionaram e ajudaram a costurar a trama. Histórias que aconteceram comigo e com pessoas próximas também serviram como propulsores”. E completa dizendo que “Somos Tão Jovens é um espetáculo que cativa não só os jovens, que vivem essas cenas cotidianamente, como as pessoas adultas, que passaram por esses momentos em algum ponto da vida”.

23 de maio de 2019

Vamos Comprar um Poeta

Foto: Renato Mangolin

Inspirado no livro homônimo de Afonso Cruz, o musical infantojuvenil inédito "Vamos Comprar um Poeta" está em cartaz até dia 31 de agosto no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, todos os sábados às 11h. A peça tem direção de Duda Maia, adaptação de Clarice Lissovsky, trilha sonora original Ricco Viana e elenco formado por Letícia Medella, Luan Vieira e Sergio Kauffmann.
O musical narra a chegada de um poeta à casa de uma família comum. Nesse lar, moram um pai que só pensa em ganhar dinheiro; uma mãe que organiza todos os dias os trabalhos domésticos; uma menina esperta e curiosa que gosta de entender o significado das coisas; e um menino que adora fazer contas.
O poeta ensina os pequenos a observar borboletas, compor os próprios poemas e aprender a dar abraços. A montagem cria uma divertida reflexão sobre a nossa capacidade de invenção, fazendo um importante paralelo entre cultura e economia. É uma homenagem à cultura, em um espetáculo que mistura poesia, música e dança.
"Vamos Comprar um Poeta" é a última parte da trilogia de histórias de amor para crianças, composta também pelos premiados musicais A Gaiola e Contos Partidos de Amor.

22 de maio de 2019

Quem Fica Com Quem

Foto: João Caldas Filho

As relações amorosas, familiares, pessoais e sociais contemporâneas são objeto de reflexão em "Quem Fica Com Quem", com texto e direção de José Eduardo Vendramini e Marcelo Braga, que estreia no dia 31 de maio no Viga Espaço Cênico, onde segue em cartaz até 28 de julho. O elenco é composto por Alex Moreira, Ana Carolina Capozzi, Clóvis Gonçalves, Luciano Gatti, Salete Fracarolli e Valéria Lauand.

A peça constitui-se por um mosaico de narrativas sobre relações afetivas e como lidamos com elas. Trata-se de um universo fiel de possibilidades e impossibilidades que povoam tais relacionamentos, escancarando as incongruências dos amores, amizades e laços familiares. Algumas dessas histórias são: uma senhora solitária faz encomendas via telefone só para poder seduzir os entregadores e aplacar sua solidão; uma mulher recém-separada decide resgatar o projeto de ter um filho via inseminação artificial; um jovem gay busca uma parceria consistente em uma agência de “matchs virtuais”; e o inesperado encontro no metrô de um rapaz e uma moça que foram namorados na adolescência e se conscientizam de que, apesar da boa memória do passado, o amor de outrora não tem mais espaço na vida de ambos.

A dramaturgia deste projeto é extremamente peculiar desde sua origem, pois contou com dois escritores trabalhando paralelamente a partir de um tema único. Ela teve sua origem na observação das vidas que rodeavam os autores, que ampliaram seu espectro sensitivo para detalhes cotidianos com potencialidades teatrais. Portanto, neste projeto Realidade e Teatro são vasos comunicantes que se alimentaram mutuamente.

O espetáculo acontece todas às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h.

21 de maio de 2019

Comédias Furiosas

Foto: João Caldas Filho

Figura de destaque na dramaturgia paulistana, o dramaturgo Leonardo Cortez estreia seu novo trabalho, "Comédias Furiosas", no dia 31 de maio, no Teatro Cacilda Becker. Os horários da apresentação são todas às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h.
A peça reúne quatro histórias independentes, entrelaçadas por um engarrafamento causado por um aparente suicídio, e que apresentam a fúria de personagens vitimados pela ausência de comunicação e entendimento num mundo cada vez mais conectado e tecnológico. Em uma sequência desenfreada, uma profissional liberal passa a limpo sua relação com o marido no celular enquanto tenta desesperada e inutilmente chegar em casa para consertar um erro imperdoável. No mesmo trânsito, um publicitário tem uma crise de pânico, passa mal no carro e procura abrigo no apartamento de seu sócio; longe dali, um pintor recluso recebe a visita do Secretário de Cultura de uma pequena cidade do interior sem desconfiar das reais intenções do visitante e; finalmente, num apartamento hipster, um diretor de cinema tem a autoria de um de seus filmes questionada no dia em que recebe o maior prêmio de sua carreira.
Os personagens são figuras da modernidade, profissionais liberais, artistas frustrados e representantes do poder público, que, solitários e neurotizados, dão voz às suas angústias, frustrações, mágoas, descontentamentos e esperanças. Para unir os universos de cada um, parti do tema da ausência do entendimento e da comunicação num momento em que paradoxalmente estamos cada vez mais próximos e conectados”, revela Cortez.

20 de maio de 2019

Nem Isso Nem Aquilo

Foto: Divulgação

Quatro novos nomes da dramaturgia atual unem suas forças para explicar o divórcio para crianças no espetáculo "Nem Isso Nem Aquilo – Quando os Pais Se Separam", trabalho inaugural do Sabadinho em Cena com direção de Lucas Mayor e Marcos Gomes. A peça está em cartaz no Teatro Cemitério de Automóveis até 25 de maio, com apresentações aos sábados, às 17h. O elenco traz Anette Naiman, Antoniela Canto, Gabriela Fortanell, Marcos Amaral, Marcos Gomes, Rebecca Leão e Walter Figueiredo.

A montagem reúne quatro cenas curtas sobre os impactos da separação dos pais para a vida das crianças. Em “Como Falar com um Anjo?”, de Claudia Barral, a menina Lucila fala com seu amigo-imaginário sobre conversas difíceis de ter com qualquer pessoa. Cansado de ter que frequentar as duas casas de seus pais separados, o menino Hélio decide montar um acampamento no porão de sua mãe em “Uma barraca para o resto de minha vida”, de Bruna Pligher.

A pequena Rebecca tem uma profunda conversa com seu terapeuta em “Pé na Estrada”, de Lucas Mayor. Já em “Ninguém Sabe”, de Marcos Gomes, são apresentados Cris e Marcos, que se conheceram ainda na infância, começaram a namorar, casaram-se, tiveram um filho e se separaram.

17 de maio de 2019

O Pequeno Príncipe

Foto: Will Siqueira

No Teatro Folha, até o dia 25 de agosto, ficará em cartaz o espetáculo infantil "O Pequeno Príncipe", que tem adaptação e direção de Ian Soffredini. A encenação, que integra o trabalho de ator com manipulação de bonecos e técnicas de teatro com luz negra, tem sessões aos sábados, domingos e feriados, às 16h.

"O Pequeno Príncipe" é uma adaptação da obra homônima escrita pelo aviador francês Antoine de Saint-Exupéry, publicada em 1943. O livro se tornou um clássico da literatura universal, traduzido em mais de 220 idiomas e dialetos.

O Pequeno Príncipe mora no asteroide B-612 com uma rosa, baobás e três vulcões. Um dia ele pega carona numa revoada de pássaros e vai conhecer novos mundos e pessoas. Depois de passar por diversos planetas e conhecer inusitados personagens - como o Rei, o Homem de Negócios e o Vaidoso - acaba caindo no planeta Terra, em pleno deserto do Saara. Na Terra conhece o narrador, que coincidentemente sofreu uma queda de avião no mesmo local.

O diretor Ian Soffredini conta que, ao adaptar a obra literária, preservou ao máximo as imagens poéticas sugeridas pelo autor e concentrou o foco em criar uma ação dramática fortalecendo, assim, a narrativa da peça. “O livro começa contando a história do aviador e depois conta a história do Pequeno Príncipe. Eu fui direto à história do Pequeno Príncipe, destacando a ação e o que acontece com ele. O primeiro ato mostra a viagem do personagem pelos planetas e o segundo, as experiências dele na Terra”, explica o diretor.

15 de maio de 2019

Argumento Contra a Existência de Vida Inteligente no Cone Sul

Foto: Divulgação

"Argumento Contra a Existência de Vida Inteligente no Cone Sul", do dramaturgo uruguaio Santiago Sanguinetti, ganha uma nova temporada gratuita no Teatro de Contêiner, entre 23 de maio e 2 de junho. O espetáculo apresenta de maneira tragicômica uma geração criada após a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética, que é bombardeada cotidianamente pela publicidade e pelo imaginário capitalista, não conseguindo mais pensar em outras formas de relação ou existência que não sejam pela eliminação absoluta do outro e pela destruição.
Essas pessoas são violentadas constantemente pelo imaginário neoliberal e globalizado da cultura de massa norte-americana, que digere tudo à moda fast-food, mas que intui que algo em tudo isso não está bem, não faz sentido. Apesar disso, não consegue encontrar vias para se articular, fazer política ou sequer entender as referências de pensamento que encontra brevemente nas estantes de algumas bibliotecas.
Na trama, quatro amigos tentam organizar um atentado contra a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP). Os desencontros e a falta de sentido dessa e de tantas outras ações revelam a idiotização de nossos tempos e a necessidade de buscarmos e discutirmos algum imaginário possível sobre os ideais de revolução que permearam a América Latina nos anos de 1960 e 1970. O texto uruguaio foi adaptado pelo grupo para o contexto brasileiro em conjunto com o dramaturgo Santiago Sanguinetti.

13 de maio de 2019

Amanda


O drama francês "Amanda" é sensível, profundo e singelo. O roteiro é bem construído com reviravoltas assertivas e muita emoção em volta dos personagens. As questões atuais, como a dos ataques terroristas ocorridos na França nos últimos anos, aparecem no cotidiano como se objetivasse um diálogo entre a brutalidade e a delicadeza de um relacionamento construído a partir dele. Isaure Multrier cativa na atuação de seu personagem. A direção é afetiva e bastante criativa. Na narrativa, um homem de 20 anos vive adiando o tempo para tomar decisões mais sérias. Este sonhador solitário sucumbe ao encanto de uma vizinha recém-chegada. Porém, o ritmo descontraído de sua vida aumenta a sua velocidade quando sua irmã mais velha é brutalmente morta em um ataque. Agora, ele deve se encarregar de sua sobrinha de sete anos, Amanda. O filme é um dos selecionados para a 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Assista o trailer!

10 de maio de 2019

A Vida Útil de Todas as Coisas

Foto: Heloísa Bortz

Figura de destaque na cena teatral paulista atual, o diretor e dramaturgo Kiko Rieser estreia a distopia "A Vida Útil de Todas as Coisas" em 23 de maio na Oficina Cultural Oswald de Andrade, onde segue em cartaz até 15 de junho. Em seguida, o espetáculo tem uma curta temporada no Teatro do Núcleo Experimental, entre os dias 21 de junho e 21 de julho. O elenco é formado por Eduardo Semerjian, João Bourbonnais, Louise Helène e Luciana Ramanzini.
Em uma ficção que pode ser lida como um futuro distópico ou um realismo fantástico situado nos dias de hoje, o pai de uma família comum constata que seu próprio pai está com problemas de memória, e procura uma assistência técnica para tratá-lo. Nesse lugar, o idoso recebe o diagnóstico de que não há mais conserto ou troca para seu cérebro, portanto, seu fim está próximo. A indústria de órgãos biônicos – sempre programados para durarem pouco e serem substituídos por modelos mais novos – ainda não conseguiu criar um cérebro artificial, único órgão impossível de trocar.
Como alternativa ao problema, a loja oferece a substituição do idoso por uma máquina com aparência humana. Indignado, o protagonista rejeita a possibilidade e passa a lutar contra o comércio de substituição de pessoas por máquinas, vendo nisso um objetivo para sua vida, até então banal e rotineira. No entanto, nem sua própria filha nem mesmo seu pai aderem a essa campanha, e ele percebe que a sociedade não está interessada nos valores que ele tenta defender.
A encenação parte dessa situação para propor uma discussão sobre os limites entre o público e o privado, um tema cada vez mais atual. Em um tempo em que não há individualidades e identidades, apenas pessoas úteis a tais ou quais propósitos socialmente designados, não pode haver respeito à privacidade, já que tudo e todos devem servir ao sistema do qual fazem parte.

8 de maio de 2019

Yuri Marchese e Taíssa Poliakova-Cunha

 
Foto: Gustavo Rampini

No dia 18 de maio, às 20h, o Centro de Música Brasileira homenageia o compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959) no Centro Brasileiro Britânico em Pinheiros. Primeiro apresenta-se o violonista Yuri Marchese e depois a pianista portuguesa Taíssa Poliakova-Cunha. A série de apresentações do projeto é gratuita.

Nascida em Lisboa, Taíssa Poliakova-Cunha é Mestre em Música pela Universidade de Aveiro (Portugal). Chegou no Brasil em 2017, realizando recitais e tocando com orquestras de Londrina.

Já Yuri Marchese é brasileiro e Mestre em Música pela Universidade de Aveiro (Portugal). Conquistou diversos prêmios, com destaque para o 1º Lugar no IX Concurso Jovens Músicos-Música no Museu (RJ, 2017), 1º Lugar no Concurso Internacional de Leiria (Portugal, 2017) e 1º lugar no VII concurso FITO (SP, 2012).

6 de maio de 2019

Depois Daquela Viagem

Foto: Pedro J. Duarte

O espetáculo juvenil "Depois Daquela Viagem", inspirado no romance autobiográfico de Valéria Pollizi, segue em cartaz no Teatro Viradalata até 2 de junho. Dirigida por Abigail Wimer, a peça é uma adaptação do crítico teatral e dramaturgo Dib Carneiro Neto e traz no elenco Bruna Luisa, Eduardo Lousada, Eliot Tosta, Naiara de Castro, Maria Bia, Tati Mayumi e Vini Hideki.

A trama apresenta a história de Valéria, que contraiu o vírus HIV ainda na adolescência, depois de uma relação sexual sem preservativo com o namorado. A montagem mostra como a protagonista precisou aprender a conviver com o vírus. A partir da descoberta do HIV, a peça se torna não linear, os sonhos se desestruturam e a narrativa se fragmenta. A ideia é propor com naturalidade, delicadeza e seriedade, uma reflexão sobre o despertar da sexualidade e o preconceito.

A dramaturgia de Dib Carneiro Neto tem como proposta intercalar presente, passado e futuro, dando um ritmo dinâmico para a estrutura do espetáculo. A estética da montagem propõe diálogos cotidianos que convivem com os monólogos simbólicos. Constrói uma relação entre plano real e plano imaginário.

O espetáculo intercala drama e humor, dimensões do cotidiano e do simbólico propondo uma reflexão sobre o preconceito e a sexualidade. São temas da encenação a essência humana, os sonhos, os desafios, o irreversível, a amizade, a aceitação, a superação e o amor.

“Quando dirigi a primeira montagem de Depois Daquela Viagem no Sesc Consolação, a minha questão era: criar uma direção com a qual o jovem se identificasse e pudesse fortalecer a sua adolescência e sua juventude através desse assunto tão delicado, que é sexualidade e o HIV. E isso foi alcançado. O público riu, se emocionou e aplaudiu de pé. Nesta segunda montagem, acentuamos ainda mais a dinâmica do espetáculo para o entendimento dos muitos papéis que vivemos em nossa vida. Buscamos fortalecer o poder inerente ao jovem, para enfrentar a complexidade da sociedade da sua época. O espetáculo está mais maduro e mais íntimo”, revela a diretora Abigail Wimer.

3 de maio de 2019

A Quarta Parede


O longa-metragem “A Quarta Parede” estreia no dia 9 de maio. Dirigido por Hudson Senna e produzido pela Labuta Filmes, o filme tem roteiro assinado por Bruno Autran, e, Rodrigo Trevisan Siqueira na produção. “A Quarta Parede” marca a estreia de Hudson Senna na direção de longas.

Na sinopse, Teo é um jovem e talentoso ator, membro de uma companhia de teatro que está prestes a encenar “Entre Quatro Paredes”, de Jean Paul Sartre. No processo de escolha do elenco, o diretor utiliza de critérios duvidosos para selecionar os protagonistas - popularidade nas redes sociais – e o rapaz acaba ficando de fora da montagem. Sentindo-se injustiçado, Teo decide fazer sua própria performance a fim de provar que o “inferno são os outros”, máxima da obra de Sartre. Para tal, o rapaz enxerga nas redes sociais, uma ferramenta poderosa para manipular todo o grupo. Quando um dos integrantes da companhia comete suicídio, Teo percebe que o plano fugira de seu controle.

1 de maio de 2019

A Desumanização


De 10 de maio a 30 de junho próximo, o Sesc Santana apresenta a peça “A Desumanização”, adaptação inédita no Brasil do livro homônimo do premiado autor português Valter Hugo Mãe. O espetáculo tem direção de José Roberto Jardim e conta, no elenco, com as atrizes Fernanda Nobre e Maria Helena Chira.

A peça retrata poeticamente a busca da identidade e da integridade de uma mulher em luta íntima para encontrar o espaço de sua existência em contraponto à perda de sua irmã gêmea, analogicamente, seu espelho. Sigridur falece e sua irmã gêmea, Halla, começa a sentir a solidão e as incertezas da vida sem seu "espelho". Com 12 anos de idade e morando com pai e mãe, brotam pensamentos perturbadores em sua mente infantil, que jura sentir a terra sobre seu corpo, exatamente como deveria estar sentindo a irmã morta e enterrada.

Nesse cenário, Halla inicia uma busca por sua identidade ao mesmo tempo em que o mundo lhe descortina os sentimentos em torno do luto, da solidão, do desamparo e vai lhe revelando uma vida real com menos ilusões e fantasias pueris.

Em 15 de junho, ainda sem confirmação de horário, Valter Hugo Mãe é aguardado para um bate-papo com o público, diretor, elenco e Fernando Paz (responsável pela adaptação) sobre essa inédita adaptação de seu romance para os palcos brasileiros.