28 de abril de 2009

A lei do desejo


Uma amiga me perguntou por que “A lei do desejo” de Pedro Almodóvar era considerado um bom filme, a resposta é simples: é um película corajosa. A estrutura e os diálogos do filme são verdadeiras obras-primas e a história é simplesmente única. Dois irmãos: Pablo e Tino, o primeiro é homosexual e o segundo, quando foi viver com o pai, passou a ser sua “esposa”. Virou Tina. Pablo vive paixões conturbadas. Tina, depois de ter sido abandonada pelo pai, odeia os homens. Ambos envolvidos num misterioso assassinato. Uma história pra lá de louca que só Almodóvar tem coragem de fazê-lo. De quebra, Antonio Banderas bem novinho. Quer mais? Só assistindo-o.

Rashomon


Relatos de história é uma questão de ponto de vista. Num único crime, encontramos exposições divergentes do mesmo fato que, em comum, a essência humana é questionada o tempo inteiro. No Japão do século XI, um padre, um lenhador e um plebeu discutem os pontos de vista das testemunhas de um crime em que envolve o estupro de uma mulher e o assassinato de um samurai. Logo no inicio do filme, o padre dispara “agora, posso acabar perdendo a minha fé na alma humana”. Uma ironia singular tal comentário e, digo, vindo logo de quem... Já quase no final do filme, ao acharmos que tudo está perdido quando o plebeu diz “os bonzinhos ficam melhor fora deste mundo. Se você não é egoísta, não pode sobreviver”, parece-me que a essência humana é salva num gesto simples de doação e amor ao próximo. O filme é baseado no conto de Ryunosuke Akutagawa chamado “Em um bosque” e foi dirigido pelo Akira Kurosawa numa produção em P&B do ano de 1950. Para quem gosta deste tipo de filme, é uma boa pedida para o final de semana.

Zé do canal e Dilene das plantas

Produzido para o festival de cinema da faculdade Mauricio de Nassau, este curta foi inspirado na obra literaria Crime e castigo, de Fiodor Dostoievski, escritor russo que tem como caracteristica marcante o conceito de existencialismo e niilismo. O curta mudo e feito em P&B nos faz refletir através das ações dos personagens, pautada nos diversos aspectos da vida moderna ou nem tão moderna assim, as questões positivas ou negativas inerentes ao ser humano. Muito bom!


O triste fim de uma história feliz

Este curta traz à tona um sentimento que todo adolescente já passou na vida, se não passou, com certeza irá passar. Adolescente é sempre adolescente, em qualquer lugar, país, ou com qualquer sentimento de amor que o liberte ou não. Atenção à música do curta que também é boa. É da banda pernambucana Martinez que influênciada por Silverchair, Los Hermanos e Lenine parece-me que construíu um estilo próprio e diferenciado.

26 de abril de 2009

Susan Boyle

Susan Boyle, uma cantora amadora escosesa, tornou-se célebre por conta de sua aparição no reality show Britain's Got Talent, algo tipo Ídolos. O preconceito quanto à aparência é tão grande ainda no mundo que mesmo antes de cantar, jurados e público demonstraram desconfiança por sua aparência esquisitona, desleixada e com um comportamento pra lá de inseguro. Ela foi lá e cantou divinamente "Os Miseráveis" e simplesmente foi ovacionada pelo público. Como história de vida, a mãe de Boyle deu a luz com então 47 anos e o parto foi deveras difícil. Susan ficou brevemente sem oxigênio, sofrendo danos cerebrais. Assim, foi diagnosticada como uma pessoa com dificuldades de aprendizagem. Atualmente ela está desempregada. Agora a expectativa é de que sua vida vire um filme, mas, completamente sem noção, estão cogitando que Demi Moore interprete a mesma. Me poupe, hein....

24 de abril de 2009

Uma rua chamada pecado

O clássico escrito por Tennesse Willians em 1951 e baseado em sua peça homônima, ainda é muito atual. E, esse, na verdade, é o grande barato das relações humanas: o tempo passa, mas a forma e disputa pelo amor continuam os mesmos. O filme trata da visita da irmã da esposa, Blanche, a um jovem casal e, conseqüentemente, dos incômodos que esta personagem poderá trazer ao marido. O principal obstáculo de Blanche é Stanley, o marido de sua irmã Stella. Ele é interpretado por Marlon Brando. Comentários à parte, o filme teve três Oscar de interpretação, dos quatro atores principais, o único não premiado foi Marlon Brando, uma pena. O diálogo torna-se uma forte ferramenta na caracterização dos personagens: ele é realista o tempo todo. Um detalhe que me chamou muito atenção foram os sons: trens, gatos, piano, entre outros. Eles verdadeiramente externam o estado conturbado e de desequilíbrio de Blanche. Não é à toa que o filme de Elia Kazan se tornou um clássico.

23 de abril de 2009

Desejo

Desejo, com Wagner Moura, Lázaro Ramos (meus queridinhos) e Roberta Rodrigues é um curta sensacional. Atanásio é um porteiro de Copacabana que acredita ter uma revelação que pode mudar sua vida. Aliás, que nome mais sugestivo para o personagem, hein! Confuso, ele tenta decifrar o seu desejo. E, nessa busca as dúvidas são constantes. O texto do roteiro é maravilhoso. Ele está dividido em duas partes, aproveitem...

Parte 1


Parte 2

Despertador

Bem criativo este curta: simples e provocativo. No cinema, imagem sem palavras, torna-se o todo...


21 de abril de 2009

Borat



Se você está a fim de rir muito, pode correr até a locadora e pegar Borat. É uma comédia irreverente e escrachada. Borat Sagdiyev é o segundo melhor repórter do Cazaquistão que, então, viaja para a América para fazer um documentário. Bem, costumes divergentes, levam o repórter e o seu produtor a passar por diversas e hilárias situações nos EUA. Em NYC, ao assistir o seriado Malibu, ele se apaixona pela Pamela Andersson e decide ir até a Califórnia para se casar com ela. Passando por Washington ele se depara com uma parada gay, em Atlanta ele janta com figuras da alta sociedade americana até chegar a Los Angeles para o encontro de sua supostamente amada. A maioria das cenas do filme tem um humor inconfundível e único, mas a cena do hotel em Dallas no qual os dois estão nus é simplesmente impagável. No DVD, ainda tem as cenas extras que não foram editadas no filme. As extras são tão hilárias quanto às outras cenas do filme, então, vale à pena dá uma espiadela. Destas, destacaria as cenas do massagista, do cirurgião plástico e da taróloga: engraçadíssimas. Gente, é pra se urinar de tanto rir, então, preparem-se.

20 de abril de 2009

Infiel


Infiel, de Ayaan Hirsi Ali, trata-se da história de uma mulher que desafiou o islã. Uma autobriografia. Uma mulher extraordinária e decidida a mudar o destino dela e de muitas outras mulheres mulçumanas. Conta sobre a sua infância até a época que eleita deputada, teve que abandonar a Europa para viver nos EUA por que fora ameaçada de morte. O livro traz curiosidades tais como, a obrigação de uma menina, de cinco anos, recitar todos os seus clãs e antepassados da família de oito séculos atrás para obter o conhecimento mais importante de sua vida: a linhagem. Sem este conhecimento ela não seria nada. Também nos conta sobre a terrível cultura de extirpação do clitóris. É um livro único. De fato somos apresentados a uma outra realidade de vida, talvez uma realidade que nem sabemos que exista. E o mundo precisa tomar conhecimento do que se passa nestes países. É uma leitura que muitas vezes choca, mas com certeza vale à pena adentrar neste universo.

19 de abril de 2009

Capítulo 9

A música lembrava a época de Rocky Balboa. As luzes do palco se ascenderam numa cor incandescente vermelha e às vezes quase roxa. Purpurinas caiam do teto. O cheiro do ambiente lembrava algumas das casas noturnas de São Paulo que mais pareciam verdadeiros “inferninhos”. O personagem Rambo entrara no palco com uma metralhadora, pra lá de falsificada, em punho. A calça dele era tão arrochada que parecia que os testículos do moço estavam estrangulados. A mulherada gritava em êxtase, quase enlouquecida pelos gomos da barriga do rapaz. Sofia aos berros anunciou o ensejo às amigas: E viva a putaria, rebanho de sacanas!!!!. E todas gritavam contagiadas por aquele ambiente escuro, quase, diria, sujo. Manuela comemorava com as amigas, primas, tias, cunhada, mãe e sogra sua despedida de solteira no Clube das Mulheres. Depois de seis meses morando com Heitor, decidiram, então, oficializar o casamento. O acordo feito entre Manuela e Heitor para que ele cedesse àquela despedida de solteiro foi morosa, uma negociação árdua que levou cerca de um mês.

Sofia e a sogra de Manuela eram as mais animadas da turma. Depois do personagem Rambo vieram o bombeiro, o marinheiro, o médico, o policial e tantos outros personagens que fomentavam e enriqueciam a imaginação feminina. Depois do desfile do grupo, passavam-se às apresentações individuais. Cada um vinha com um apetrecho diferente, mas característico do seu personagem: um chicotinho com as pontas reluzentes, uma corda dependurada na parte inferior do uniforme ou ainda uma âncora de barco nas mãos. Enfim, os rapazes faziam verdadeiros contorcionismos para agradar a mulherada e colocar os seus músculos, bíceps e tríceps às amostras. A gritaria histérica das espectadoras lembrava uma sirene contínua. Mal se podiam ouvir umas às outras. O marinheiro e o médico convidaram algumas das noivas para irem até o palco. As noivas eram identificadas com uma espécie de mini-véu e grinalda, cada uma com uma cor. Duas mais espevitadas subiram sem vergonha alguma e ficavam se esfregando aos homens. Manuela ficou receosa, mas a pressão das amigas e a quantidade de bebida que tinha consumido fez com que ela não relutasse tanto. Subiu, então. Manu, pega na bunda deles! Sofia gritava aquilo como se tivesse pedindo um isqueiro emprestado a um fumante. No palco, convidados e atores montavam um verdadeiro trem da alegria. Intercalados entre personagens e noivas, eles iam andando enquanto se esfregavam uns nos outros. Não tinha uma noiva sequer que não se aproveitasse da situação.

Assim que Manuela desceu do palco, Sofia fez sinal e o garçom trouxe-lhe a encomenda. Foi avisando as amigas, uma a uma, para o grande momento da noite. O garçom trouxe um bolo inusitado, mas apropriadamente temático para a ocasião. O bolo tinha uma boneca de doce que ficava situada em cima do que parecia ser um mini-palco. A boneca lembrava Manu e estava rodeada por vários outros bonecos nus com os pintos devidamente simulando ereções. A vela estava embutida num destes bonecos que tinha o instrumento fálico mais avantajado. Segundo Sofia, era o lugar mais coerente para enfiar algo que iria realçar o que ele tinha de melhor. Quando a mulherada começava a achar sacanagem naquelas palavras de Sofia, ela simplesmente, com a cara mais desavergonhada possível, pedia para que as amigas mordessem os pênis dos bonecos. Depois de toda a bagunça causada pelo “morde” e “não morde”, a sogra de Manuela meteu a boca e, sem dó nem piedade, mordeu. Descobriu-se, então, que os bonecos eram recheados de leite condensado juntamente com uma espécie de licor de amendoim. A partir de então, o grupo começou a cobiçar os tais homenzinhos do bolo numa algazarra incomum que mais pareciam crianças enlouquecidas lambuzando umas às outras.

No palco, os atores convidaram algumas mulheres para subir e dançarem com o homem cobra. A sogra de Manuela subiu voluntariamente, enquanto que o grupo gritava, incentivando-a. A brincadeira consistia na convidada ficar numa ponta do palco e o homem cobra na outra. Quando o apresentador desse o sinal, a convidada correria para os braços do homem cobra e iniciava a dança, então. Dado o sinal, a sogra de Manuela não só correu de encontro ao ator, como simplesmente pulou em seus braços fazendo de suas pernas um alicate na cintura do moço. O problema é que ela era gorda demais e o cara, por mais músculo e preparado que tivesse para tal situação, ficou meio cambaleando de um lado para o outro do palco sem ao menos conseguir sustentar o peso dela. Os dois caíram, então, no chão. A platéia veio abaixo de tanto rir.

Para finalizar a apresentação, os atores, desciam do palco e misturavam-se entre as mulheres dançando individualmente ou com pequenos grupos. O bombeiro aproximou-se das amigas e puxou Manuela para dançar. Sofia posicionou-se atrás do rapaz e brincou de sanduíche com o ator. Ela foi passando suas mãos vagarosamente nas costas dele e ao chegar ao glúteo, sem cerimônia, apertou fortemente com as duas mãos cheias. Ela não teve compaixão. O rapaz pulou, deu um salto. Um bando de mulher se juntou querendo fazer com ele o mesmo. Enquanto Sofia gargalhava, o bombeiro fugia do grupo. Manu, simplesmente foi ma-ra-vi-lho-sa sua despedida de solteira, o melhor foi o bombeiro fugindo da gente, diria que isso foi impagável!!! Foi gargalhando e comentando desta imagem que Sofia despediu-se do grupo na porta do famoso, mas decadente, Clube das Mulheres, quando percebeu que um rapaz a chamava fazendo sinais com as mãos. Sem reconhecê-lo, Sofia tentou ignorá-lo. O rapaz foi atrás dela e pediu perdão por importuná-la, mas disse-lhe que gostaria muito de ficar com ela aquela noite. “Se você quiser, é claro”, insistia ele. Sofia compenetrada continuou não entendendo nada daquela proposta indecorosa, mas quando olhou para Manuela percebeu que a amiga fazia gestos atrás do rapaz tentando dizer que ele era o tal do homem cobra do Clube das Mulheres. Mas, e quanto vai custar esta noite comigo? O rapaz deu o preço dele. Sofia ficou encarando-o por um momento e disse: não, obrigada, por este preço, prefiro continuar comendo minha comida caseira mesmo. O rapaz pegou no braço dela e insistiu mais uma vez. Sofia já estava perdendo a paciência. Amigo, olha só, a minha cozinha apesar de caseira, é francesa, você nunca ouviu falar da culinária francesa? É uma das melhores do mundo, se liga. E saiu sem ao menos olhar para trás, pois o medo dela era justamente de cair na tentação.

A festa de Abigaiu

Esta é uma das melhores comédias que eu assisti nos últimos tempos, sem sombra de dúvida. O texto, ao que parece simples, não o é: nas entrelinhas o autor, o inglês Mike Leigh, sabiamente demonstra as fragilidades e o realismo da década de 1970. Ela tem um humor negro bastante peculiar e nos faz rir de forma inteligente. Aliás, diga-se de passagem, que muitas vezes numa pequena pausa ou num silêncio traz-nos o riso à tona.

Num condomínio onde está acontecendo a tal festa homônima do título da peça, acontece um simples encontro de vizinhos. Numa despretensiosa rodada de comes e bebes são revelados as personalidades mais inusitadas possíveis, a sensação que temos é que conhecemos todos aqueles personagens de algum lugar em nossas vidas. A anfitriã Beverly está sempre preocupada com seus convidados, e obviamente tentando se mostrar melhor a todos. Lawrence, o marido de Beverly só pensa em trabalho e invariavelmente confronta-se com sua esposa. Ângela é uma personagem caricatural engraçadíssima que diverte o público com seus trejeitos de falar, mesmo sendo humilhada pelo seu marido, é dócil. Susan é a vizinha mais intelectual e sofisticada (a propósito não poderiam ter escolhido a atriz com biótipo perfeito para tal personagem, melhor impossível). E Tony é o tipo grosseirão, casado com Ângela.

Com esse elenco (Ester Laccava, Ana Andreatta, Eduardo Estrela, Fernanda Couto e Marcos Cesana) e o inteligente humor do texto, “A Festa de Abigaiu” pode ser considerada um sucesso de bilheteria, uma vez que fora assistida por mais de 40 mil pessoas. Ao que tudo indica, eles ficam até a semana que vem em cartaz no Teatro Augusta, mas logo, logo deverá aportar em outro teatro de São Paulo. Então, anote e fique ligado, pois esta é daquelas peças que vale muito à pena assistir.

17 de abril de 2009

KT Tunstall

Já estavam reclamando da falta de música no blog. Tá bom, então, atendendo a pedidos, tenho aqui um com muita personalidade e voz. KT (de Kate, seu primeiro nome) Tunstall tem uma voz forte e rouca, daquelas que gostaríamos de ter ao acordar para poder sussurar algo no ouvido do nosso companheiro/ marido para começar bem o dia. A curiosidade é que Tunstall foi adotada dezoito dias depois de nascer e, quando tinha vinte anos, conheceu sua mãe biológica, que, por irônia do destino, contou a ela que seu pai natural era um músico folk. A bonitona aí tem ascendência chinesa e irlandesa. Seu estilo, que varia do pop ao folk, faz com que a moiçola seja conhecida por seus concertos ao vivo em que ela se torna uma banda de uma única mulher. Com vocês KT Tunstall em "Black horse and a cherry tree". Espero que gostem...


15 de abril de 2009

O fabuloso destino de Amélie Poulain


Uma antiga caixa cheia de objetos infantis pode empolgar e mudar a vida de uma garçonete parisiense. E, com isso, temos mais do que uma linda história, temos uma vida apresentada com muita melodia. O filme "O fabuloso destino de Amélie Poulain" surpreende com um humor incomun e emociona. Não passamos incólume ao assistí-lo, pode ter a plena certeza disso. É daqueles filmes que saem em DVD e temos vontade de tê-lo em nossa coleção. Então, a dica é deixar se envolver pelo destino de Amélie.

13 de abril de 2009

Jass

Jass é um encontro. E como todo encontro é baseado em elementos simples: a chuva, o cigarro, a música e o sexo. Muito mais do que isso, o pedaço de vida deste casal pode estar cheio de dúvidas. Inclusive a nossa dúvida com relação a estes personagens. Um curta interessante de se ver.

10 de abril de 2009

Simplesmente feliz


O filme "Simplesmente feliz" é chato e caricato. Poppy (Sally Hawkins) é uma mulher de 30 anos que só sorri. Vamos combinar que não existe perfeição neste mundo, hein?! Ela é uma professora que tenta levar a vida numa boa. Numa boa até demais, mas nem sempre é compreendida. Quando ela resolve tirar a carta de motorista, encontra um instrutor (Eddie Marsan) que é o seu oposto. Um mal humorado de carteirinha. E daí, o conflito. O filme é bobo. Não vale à pena perder tempo com ele. Mas há quem arrisque, como eu....

7 de abril de 2009

O homem consumido

Corroer até à destruição, enfraquecer-se, abater-se, desgostar, mortificar... Isso é um verdadeiro homem consumido, mas me parece que quando ele joga na vaca, tudo fica bem mais fácil. Atente-se para a trilha sonora inicial de Ana Cañas.

6 de abril de 2009

Não sou feliz, mas tenho marido


Quando Zezé Polessa se mete em algum projeto, pode ir que é diversão garantida. Não me lembro de nenhuma peça com a participação dela que tenha assistido e não tenha gostado. “Não sou feliz, mas tenho marido” é um monólogo, do mesmo livro homônimo da argentina Viviana Gómez Thorpe, que apesar de ter o tema bastante conhecido, apresenta um texto gostoso e por vezes engraçado. No decorrer da comédia, a personagem revela suas frustrações e situações do seu casamento de 27 anos. O texto tem uma ironia peculiar. Ah! Atentem-se ao detalhe de que o figurino é de Alexandre Herchcovitch, simplesmente chique.

4 de abril de 2009

O reflexo Dora

Para quem gosta de Oscar Wilde (olha eu falando dele novamente, mas fazer o quê, não é?!), "O reflexo Dora" foi inspirado em seu mais famoso livro O Retrato de Dorian Gray. Não por acaso, o texto do curta feito pelos estudantes da Faculdade Maurício de Nassau, reflete tudo o que o livro traduz. Algo como a perfeição e a imperfeição de cada um caminhando juntos, lado a lado. Neste filmete, a personagem Dora questiona a natureza humana, em que não existe certo ou errado. Aqui, o homem não é mau e nem bom, apenas têm que escolher o que deve ou não ser feito. O texto é bom e profundo. Mostra-nos que, na maioria das vezes, de fato, um bom modelo pode ser copiado ou imitado.

Como não podemos e nem conseguimos viver num mundo harmônico, Dora não quer que as pessoas a vejam por dentro, pois seu interior não é dos melhores, como no personagem do livro. Ela simplesmente quer mostrar para a sociedade apenas seu exterior que é, aos olhos dela, pura perfeição. O jogo de máscaras dá um tom à parte na história. Elas constroem outra personalidade por fora para que a sociedade pense que o que é verdadeiro é a perfeição externa. Além disso, elas tornam as pegadas visuais do curta simples e maravilhosas. Sem mais delongas: o reflexo Dora...

2 de abril de 2009

O Encontro

Está aqui um curta com bom jogo de câmera e bastante sugestivo. Prestem atenção nos diálogos, você precisará deles para entender. O Encontro é com Abrahão Farc ("O Ano em que meus pais saíram de férias" e "O cheiro do ralo") e Leda Simões.



1 de abril de 2009

Ele não está tão afim de você


O filme é uma adaptação do best-seller escrito por Greg Behrendt e Liz Tuccillo sobre grupo de pessoas em Baltimore e seus desafios para lidar com o comportamento humano. Tem de tudo um pouco: mulheres e homens de perfis diferentes, com trajetórias de vida e experiências divergentes. Você realmente gosta deste cara, mas não consegue saber se ele gosta de você. Você inventa desculpas para si mesmo a fim de se convencer de algo que pode nem existir. Existe uma explicação muito mais simples: ele não está afim de você. E é daí, que toda a trama se desenrola. E quem nunca passou por isso ou, pelo menos, não teve um conhecido que viveu algo semelhante, com certeza não viveu... É uma comédia romântica deliciosa de se ver. Os diálogos têm umas sacadas bem legais e muitas vezes as pessoas se reconhecem na tela. Eu, pelo menos, me reconheci... Vale à pena ver, só tem fera atuando...