28 de fevereiro de 2020

Mau Lugar e Piratas de Galocha

Foto: Leonardo Fernandes

Para comemorar seus 10 anos de trajetória, o Coletivo de Galochas ocupa o Espaço Cia. da Revista, entre os dias 7 e 29 de março, com uma programação especial composta pelos espetáculos "Mau Lugar" e "Piratas de Galocha", por uma oficina teatral, um cineclube e uma ocupação no hall do teatro.
O tema do suicídio como um ato de resistência é discutido em "Mau Lugar", dirigido por Daniel Lopes, com apresentações nos dias 7, 8, 14 e 15 de março. A peça narra uma realidade distópica na qual uma onda de suicídios toma conta da cidade, e, em resposta a isso, o Estado – dominado por corporações e milícias – torna esse ato um crime hediondo, com violentas punições aos familiares de quem tirou a própria vida.
Já a peça "Piratas de Galocha", encenada nos dias 21, 22, 28 e 29 de março, estabelece um diálogo entre a pirataria clássica e o movimento social de luta por moradia. A comédia narra a saga de uma tripulação de piratas que ocupa a Ilha de Providence, liderada pelo capitão Willie William Will o’Well. Nesse lugar, eles fundam a bem-sucedida Federação de Piratas, mas, em pouco tempo, a Coroa Inglesa encontra problemas no aumento vertiginoso de bucaneiros.

27 de fevereiro de 2020

Amor em 79:05”

Foto: Rodrigo Chueri

O ator Josemir Kowalick volta ao cartaz com o espetáculo Amor em 79:05”, na Giostri Livraria Teatro. A reestreia acontece no dia 7 de março, às 21 horas. A montagem é uma adaptação do diretor Elias Andreato para o livro homônimo de Vinícius Márquez, cuja estreia foi em 2016.

Com abordagem contemporânea, a montagem apresenta um escritor de meia idade em momentos de solidão, vivenciando o amor em seus múltiplos sentidos. Amor em 79:05” mostra os sentimentos, as frustrações, os desejos e as derrotas da personagem sob intensa égide poética.

E em pleno momento criativo, o homem imagina seu encontro com um jovem e belo rapaz (vivido por Eduardo Ximenes) e relata um cotidiano fictício desse relacionamento homoafetivo. Ele expõe as dificuldades da relação, alternando devaneios, discussões e momentos de ternura. As imagens são difusas. O jogo entre imaginação e realidade sugere também a possibilidade de ser o jovem quem escreve a história. “O que fica claro na peça é a certeza de que o artista é capaz de todas as fantasias. Para falar de uma dor é preciso inventar uma história”, comenta o diretor Elias Andreato.

A presença desse jovem em cena não tira o caráter de monólogo da peça, pois sua presença é quase etérea. Os diálogos não chegam a ocorrer, são solitários. A presença do interlocutor - imaginário ou não - reforça o sentido das palavras e atinge de forma eficaz aquele a quem são destinadas. “O jovem representa a presença da ausência nesse momento de amor e dor”, explica Josemir Kowalick. “Esse rapaz pode representar também um desejo do escritor, projetado em sua cama”, completa o diretor.

21 de fevereiro de 2020

Estamos na folia...


... E vamos voltar no dia 27/02. Até lá, relaxe ou brinque, mas se divirta na maior festa cultural do Brasil. 

20 de fevereiro de 2020

O Portal Encantado

Foto: Aílton Rosa

O Grupo Dragão7 de Teatro estreia no dia 7 de março, às 11 horas, o espetáculo de bonecos para bebês "O Portal Encantado", no Teatro das Artes, com direção de Creuza F Borges.

Com enredo sensorial e lúdico, o espetáculo apresenta a criação do universo a partir do átomo e suas combinações, dando origem à matéria. A viagem passa pelo surgimento das estrelas, das galáxias, dos planetas, da Terra, dos continentes, das florestas.

Explorando os efeitos de luzes e de cores, a encenação chega à Floresta Amazônica, trazendo para os pequeninos a exuberância de sua fauna e flora, apresentando-lhes o índio, além de mitos, lendas e seres da Amazônica: o boto, o curupira, o canto do uirapuru, a arara azul e a boiuna (cobra grande).

O roteiro foi desenvolvido conjuntamente por Sérgio Portela, Creuza F Borges e pelas atrizes manipuladoras Mônica Negro e Marisa Mainarte. Às falas coube somente o papel necessário, a exemplo do jogo com sinônimos de palavras ou coisas na língua tupi-guarani. No espetáculo predominam o visual, as sensações e o encantamento dos bonecos, criados por Lucas Luciano.

O Dragão7 de Teatro é uma companhia que atua, desde 1988, tendo em seu repertório várias montagens, adultas e infantis, que já foram apresentadas em palcos nacionais e internacionais. Atualmente, com O Portal Encantado, investe nessa nova linguagem, que vem sendo explorada em vários países: o teatro para bebês de seis meses a quatro anos de idade. Em novembro de 2019, aconteceram quatro sessões muito bem sucedidas no Teatro Sérgio Cardoso, estimulando o grupo a colocar o espetáculo em cartaz.

19 de fevereiro de 2020

Uma Frase Para Minha Mãe

Foto: Dalton Valério

Com 40 anos de carreira, a atriz e diretora Ana Kfouri estreia no dia 6 de março no Sesc Belenzinho o bem-sucedido monólogo "Uma Frase Para Minha Mãe", pelo qual foi indicada aos prêmios Shell, Cesgranrio e Botequim Cultura de melhor atriz. De 6 a 29 de março, sexta e sábado, 21h30, e, domingo, 18h30.
A dramaturgia, assinada pelo escritor, poeta e crítico literário francês Christian Prigent, tem toques proustianos ao refletir sobre o despertar para a literatura e o nascimento de um escritor. O texto mobiliza sensações afetivas e corporais ligadas à figura da mãe e à língua materna, envolve afeto, filosofia, pensamento, visão de mundo, política e pesquisa de linguagem. A direção é da própria Ana Kfouri, com colaboração artística de Marcio Abreu
A peça encena o despertar para a língua e para a literatura, mobilizando sensações afetivas e corporais ligadas à figura da mãe. É também um convite ao público para transitar pela experiência da palavra, antes de tudo, e, portanto, um convite à escuta. A peça sugere um exercício de abandono do espectador, que ele se deixe estar ali não para ver alguém atuar, mas para se deixar tocar, afetar, rememorar, atravessar-se por palavras, ritmos e sentidos.

18 de fevereiro de 2020

Caros Ouvintes

Foto: Heloisa Bortz

Visto por mais de 70 mil espectadores, o premiado espetáculo "Caros Ouvintes", com texto e direção de Otávio Martins, volta em cartaz no Teatro Vivo a partir de 4 de março. A peça estreou em 2014, venceu os principais prêmios do teatro paulistano, como o Shell e o Aplauso Brasil, além de ter recebido destaque no site Times Square Chronicles.
O elenco é formado por Marcello Airoldi, Thiago Albanese, Agnes Zuliani, Natállia Rodrigues, Eduardo Semerjian, Alex Gruli, Carol Bezerra e Léo Stefanini.
Caros Ouvintes é uma comédia sobre o começo das telenovelas, sob o ponto de vista dos atores que faziam sucesso nas radionovelas. Na década de 1960, quando os aparelhos de televisão começaram a fazer parte das casas brasileiras, o público começou a prestar atenção não somente na voz dos personagens, mas também em sua imagem. Assim, muitos atores que faziam sucesso no rádio começaram a temer a TV: muitos galãs eram gordinhos e carecas, muitas mocinhas já eram senhoras.
Na comédia, a ação se passa numa das últimas emissoras a produzir radionovelas. O elenco prepara uma grande apresentação ao vivo, para depois se despedir do público em um palco armado do lado de fora da rádio. 

17 de fevereiro de 2020

Corpo

Foto: Lucas Mayor

Em cartaz no Teatro Cemitério dos Automóveis, o espetáculo "Corpo" prorroga temporada até dia 8 de março. A peça reúne cinco peças curtas de Carla Kinzo, Fernanda Rocha, Lucas Mayor, Marcos Gomes e Silvia Gomez que surgiram a partir do texto “O Inquietante”, de Sigmund Freud. As cenas investigam de diferentes maneiras as noções de corpo e do efeito de estranhamento do cotidiano. Entre as situações retratadas nas peças curtas, estão um casal que discute as mudanças em suas vidas trazidas pela chegada do filho; uma consulta indiscreta de uma mulher que tem uma mancha na visão com sua oftalmologista; a relação inusitada entre dois vizinhos; uma mulher e um homem que se confrontam com o aparecimento de algo estranho no corpo de um deles; e os comentários de duas irmãs sobre a gravidez de uma terceira.

O Teatro Cemitério de Automóveis fica na Rua Frei Caneca, 384, Consolação. A temporada vai até o dia 8 de março, aos sábados, às 21h; e domingos, às 20h - a peça não faz apresentações no carnaval.

14 de fevereiro de 2020

Ocupo o Minhocão

Foto: Divulgação

Dia 24 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval, estreia o bloco Ocupo o Minhocão. Com música de Ivan Paladini e letra de Hermano Leitão, o bloco vai brincar com umas das vias mais icônicas de São Paulo. A concentração começa às 11h, na Água Branca, no Largo Péricles, e segue até a rua Tagipuru.

Em estreia no carnaval da cidade de São Paulo, o bloco Ocupo o Minhocão nasceu da inspiração do advogado e artista Hermano Leitão, que, na rotina do trânsito engarrafado, tem o elevado como rota na ida e volta para o trabalho. Com tempo para divagar nesse trajeto, compôs uma letra sobre o viaduto mais icônico da capital. A letra então foi musicada por cantor e compositor Ivan Paladini. Com música afinada, Hermano formou o bloco com os atores Claudiane Carvalho, Gabriel Monteiro, Luana Martins e Roger Rodrigues. Os músicos são: Beto Beira, Chiquinho Santos, Luciano Grima, Michel Lopes e Paulinho Pretensão.

O Abadá e a identidade visual do bloco foram desenvolvidos pelo Ivan Paladini.  Os simpatizantes do Minhocão também participam dessa ocupação carnavalesca. Além do puxador oficial, Ivan, outros membros do Minhocão que quiserem poderão puxar a música enredo.

12 de fevereiro de 2020

Este Corpo que Não te Pertence

Foto: Rubens Macedo

Na atual temporada da comédia "Este Corpo que Não te Pertence", a Cia dos Bonitos, buscando maior interação e descontração, serve pequenas taças de vinho para o público, na entrada do sala no Espaço Parlapatões. O espetáculo - com texto e direção de Djalma Lima - está em cartaz às quintas-feiras, às 21 horas, até o dia 27 de fevereiro.

“Servimos vinho ao público na noite da reestreia e percebemos que as pessoas ficaram mais descontraídas, o que é muito propício ao clima da comédia. Com menos prevenção o riso vem mais fácil, e essa singela celebração ainda dá ganchos para improvisos e interação com os atores. E quem não bebe álcool pode optar pela água”, comenta o diretor Djalma Lima.

"Este Corpo que Não te Pertence" conta a hilária história de um militar idoso que planeja trocar de corpo com seu sobrinho jovem por meio de um beijo. Um jogo ágil e divertido se estabelece entre atores Cleber Tolini, Edson Gonçalvez, Rick Conte, Van Manga e Vânia Bowê. Todos interpretam todas as personagens de forma inesperada e surpreendente.

Mascarenhas é um general aposentado e rico que pretende voltar a ser jovem. Para isso, ele planeja trocar de corpo com o ingênuo Henrique, seu jovem sobrinho, e contrata uma mãe de santo que tem o poder de fazer a troca de corpos por meio de um beijo. Paralelamente, a esposa infiel do militar se une ao médico da família para seduzir o rapaz, envenenar o marido e ficar com toda a fortuna. Sem saber dos planos, o sobrinho comparece a uma leitura do testamento do general, em vida, ignorando que seu corpo seja o objeto mais desejado da noite. Sem condições físicas de beijar o sobrinho à força, o general acaba trocando de corpo com outras pessoas, descobrindo seus segredos e verdadeiras intenções.

10 de fevereiro de 2020

15º ABCDança


Estão abertas, até o dia 17 de fevereiro, as inscrições (grátis) para o 15º ABCDança, tradicional festival de dança para grupos, núcleos, companhias e/ou bailarinos da região do ABCD paulista.

Os interessados devem acessar o site da Companhia de Danças de Diadema, onde o edital está disponível junto a todas as informações sobre o evento e as modalidades que o ABCDança acolhe: www.ciadedancas.apbd.org.br.

O 15º ABCDança será realizado entre os dias 7 e 15 de agosto de 2020. Todas as atividades são gratuitas.

Além dos espetáculos, o festival promove ações de difusão e reflexão e ações formativas em dança, que percorrem cidades do Grande ABCD Paulista. Neste ano, acontece em Diadema, Santo André, São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo, incentivando a circulação da linguagem pela região e fomentando a participação de artistas locais.

Além os trabalhos profissionais inscritos e selecionados, participam companhias de dança convidadas, trabalhos que integram a Mostra Ivonice Satie e intervenções artísticas. A Mostra Ivonice Satie incentiva novos grupos e pesquisas em dança, sendo composta por trabalhos selecionados (de iniciantes, amadores ou em processo) de artistas e grupos independentes sediados nas cidades de Diadema, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

7 de fevereiro de 2020

EVA

Foto: José de Holanda

A cantora Ligiana Costa lança seu terceiro disco, EVA (Errante Voz Ativa), em um show que acontece no dia 14 de fevereiro no Sesc 24 de Maio. O disco, produzido por Dan Maia, pode ser conferido pelo público nas principais plataformas digitais a partir do dia 7 de fevereiro.
A apresentação contará com o quarteto formado por São Yantó, Bruna Lucchesi, Marina Decourt e Dan Maia, um coro de câmara (Bruna Black, Giovana Rocha, Ivy Szot, Guilherme Gimenes, Eder Augusto, Daniel Soufer, Diego Maurílio) e ainda Lívia Nestrovski. Treze vozes no palco, saudando a chegada de Eva, Lilith, Luzia, Afrodite e tantas outras!

E no começo, sempre haverá a voz, o verbo, a respiração e o som que todo ser humano é capaz de emitir. No princípio, sempre haverá EVA, a mulher curiosa. De volta à criação em seu novo projeto solo, Ligiana Costa decidiu focar no instrumento que vem sendo seu companheiro de vida, desde seus estudos de canto lírico na Universidade de Brasília até o experimentalismo de seu duo NU (Naked Universe): a voz.

EVA reúne canções de Ligiana e algumas parcerias inteiramente arranjadas para vozes, processadas ou naturais. É ao mesmo tempo um ato primitivo, o de fazer da voz o principal meio de comunicação e expressão artística, mas também contemporâneo, na maneira de arranjar e conceber a música, com suportes tecnológicos e fórmulas do pop e das tendências sonoras contemporâneas. A direção musical é de Dan Maia, conhecido como um dos maiores compositores para teatro do Brasil e tem participação de São Yantó, Bruna Lucchesi, Marina Decourt, Pedro Iaco e Lívia Nestrovski. 

Cada canção deste projeto carrega o nome de uma mulher, cada canção é uma homenagem à multiplicidade de vozes femininas mas também um discurso único, por vezes singelo. EVA é múltipla como as mulheres. Um chamado a esta errante voz livre e ativa que habita em cada uma de nós para a (re)construção de um mundo utópico (diante de tanta distopia cotidiana) no qual o feminismo é conquista real, no qual o fim da cultura patriarcal é também o fim da opressão da Terra e de seus milhões de outros habitantes por parte da humanidade.

6 de fevereiro de 2020

As Mãos Sujas

Foto: Padu Palmeiro

A versão de José Fernando Peixoto de Azevedo para "As Mãos Sujas", do filósofo, crítico e escritor Jean-Paul Sartre (1905-1980), reestreia no dia 7 de fevereiro no CCSP – Centro Cultural São Paulo. O elenco traz Gabriela Cerqueira, Georgina Castro, Paulo Balistrieri, Paulo Vinícius, Rodrigo Scarpelli, Thomas Huszar e Vinicius Meloni, além do músico Ivan Garro e do câmera Yghor Boy.
A montagem, que foi indicada ao prêmio APCA 2019 (Associação Paulista de Críticos de Arte) nas categorias de melhores espetáculo e ator, conta a história de um jovem intelectual que decide matar o líder de seu partido após este propor uma aliança com conservadores.
A encenação de Azevedo estabelece diálogo entre o teatro e o cinema, à medida que imagens captadas ao vivo por uma câmera são projetadas em um telão que é posicionado em vários lugares no palco. “Em seus deslocamentos espaciais, a câmera de fato contracena com os atores. Ela assume uma função de saturar as suas presenças e intensificar planos”, conta o diretor. 
A escolha por esses recursos cinematográficos é inspirada no filme "Terra em Transe", uma das obras-primas do cineasta Glauber Rocha, lançada em 1967, cuja estética também inspirou os figurinos e as músicas executadas ao vivo por Ivan Garro. A trilha sonora sobrepõe sonoridades presentes no filme a outras que foram pensadas a partir do texto de Sartre.
José Fernando Peixoto de Azevedo conta que o desejo de montar esse texto  surgiu há mais de uma década, em meio a pesquisas feitas em conjunto com a companhia Teatro de Narradores  (1997-2016) sobre engajamento político nas artes, que comtemplava textos do francês, de Glauber Rocha, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht e do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini.
O espetáculo elabora o que o diretor nomeia como “deslizamentos temporais”, de modo que a cena transita entre 1943 (ano em que Sartre situa a ação), o presente e interrogações a um futuro próximo. Com esses deslizamentos temporais, a peça discute questões como o conceito de um partido político, o sentido e as consequências das alianças com forças conservadoras e guerra ideológica que vivemos nos dias de hoje. 

5 de fevereiro de 2020

Bertoleza

Foto: Winni Macedo

Com elenco majoritariamente negro, a Gargarejo Cia Teatral estreia o musical "Bertoleza", inspirado no livro O Cortiço, de Aluísio Azevedo, no dia 7 de fevereiro no Sesc Belenzinho. O espetáculo fica em cartaz até 1º de março, com sessões às sextas e aos sábados, às 21h30, e aos domingos (e no dia 22 de fevereiro), às 18h30. 
A montagem, com adaptação, direção e músicas de Anderson Claudir, conta a história do clássico naturalista de Aluísio de Azevedo, agora sob ponto de vista da Bertoleza, uma mulher negra que é tão importante para a construção do romance quanto o próprio João Romão, o protagonista original. 
Na trama, o oportunista Romão propõe uma sociedade à escrava Bertoleza, prometendo comprar a alforria dela. Eles começam uma nova vida juntos e constroem um pequeno patrimônio formado por um enorme cortiço, um armazém e uma pedreira. 
Depois de acumular capital considerável, o ambicioso João Romão já não sabe mais como se tornar mais rico e poderoso. Envenenado pelo invejoso Botelho, ele decide se casar com Zulmira, a filha de Miranda um negociante português recentemente agraciado com o título de barão. Mas, para isso, precisa se livrar da amante Bertoleza, que trabalha de sol a sol para lutar pelo patrimônio que eles construíram juntos.
Para a companhia, o grande desafio foi fazer com que uma narrativa do século 19 questionasse e problematizasse as relações criadas nos dias de hoje. Por isso, o projeto iniciado em 2015 foi ganhando novos contornos. “Quisemos investigar uma identidade brasileira que vem da diáspora africana e pensar em como isso nos afeta artisticamente. Assim, podemos criar novos signos para essa geração e dar uma voz para essa terra periférica”, conta Claudir. 

4 de fevereiro de 2020

Vagaluz

Foto: Giorgio D'Onofrio

O espetáculo ‘Vagaluz’ propõe um mergulho no universo da memória. Com estreia marcada para o dia 6 de fevereiro, às 21h30, no Espaço Cênico do Sesc Pompeia, a peça segue em temporada até 1º de março, com sessões às quintas, às sextas e aos sábados, às 21h30, e aos domingos, às 18h30.  

Na montagem, um casal de atores relembra fragmentos de vida que ora parecem ter sido vividos, ora ouvidos de quem viveu ou até mesmo uma memória inventada. Essas memórias ganham a cena, assemelhando-se aos nossos atos de pensar e sentir, que surgem de forma aleatória, muitas vezes por meio de conexões não-lineares de espaço-tempo, como reverberações do que acontece dentro e fora de nós. 
O diretor Antônio Januzelli (Janô), em mais um delicado e minucioso trabalho de direção, privilegia a atuação: um ator e uma atriz no jogo da cena, em busca de uma memória original. É o homem-ator/mulher-atriz desfazendo-se daquilo que não é necessário, para chegar à sua essência cênica – a memória original de si. 

3 de fevereiro de 2020

Panorama Truks

Foto: Divulgação

Panorama Truks é uma mostra de teatro infantil que reúne cinco espetáculos de manipulação de bonecos e teatro de objetos do repertório da Cia. Truks, entre os dias 1º de fevereiro e 8 de março de 2020, no Teatro Viradalata.

A cada semana, sempre aos sábados e domingos, às 16 horas, a trupe entra em cena com uma montagem diferente: Sonhatório (dias 1 e 2/2); O Senhor dos Sonhos (dias 8 e 9/2); A Bruxinha (dias 15 e 16/2); Isso É Coisa de Criança (dias 29/2 e 1/3) e Zoo-Ilógico (dias 7 e 8/3). 

A história da companhia, iniciada em 1990, traça um panorama sobre as particularidades da infância. Seu trabalho de pesquisa é totalmente investido na observação da criança, sendo cada espetáculo um olhar ampliado sobre o que foi observado em seu mundo real e imaginário. “Temos como missão no teatro respeitar a criança, respeitar o universo infantil, ampliando e potencializando ao máximo suas fantasias com ideias e provocações lúdicas. E, por meio da técnica, levamos isto para cena em busca do encantamento e da identificação dos espectadores, tanto os pequenos quanto os adultos”, comenta Henrique Sitchin.

Em "Zoo-Ilógico" (foto), dois amigos vão fazer um piquenique no zoológico.  Ao encontrarem o parque fechado eles não se intimidam em inventar, com muita criatividade, o seu zoológico particular. Bichos são feitos de pratos, panos, talheres e tudo o mais que estiver ao alcance de suas mãos. As criaturas - nada comuns  - vivem situações cômicas ou poéticas, e está criado o Zôo-ilógico, possível na imaginação de todos. E aberto, sempre.