8 de novembro de 2021

Entre Baratas e Rinocerontes

Foto: Divulgação

O psicanalista Mauro Mendes Dias lança o livro Entre Baratas e Rinocerontes pela Editora Iluminuras, que chega ao leitor após lançamento de O Discurso da Estupidez, no qual mostra, desde a Psicanálise, como funciona do discurso da estupidez, responsável pela produção de efeitos que nomeou de vociferações, que não se reduzem a falas estúpidas ou asneiras, mas sem excluí-las.

 

Entre os termos que compõem o discurso da estupidez, o autor inclui no lugar do agente do discurso, o estúpido; no lugar da verdade, a crença; no lugar daquele a quem o discurso é dirigido, as vociferações; e no lugar do que esse discurso produz, desde as vociferações, inclui a barata. A causa para a instalação desse discurso está no consentimento à retirada da própria voz: o sujeito fala, sem particularidade, na medida em que, incondicionalmente, se entrega ao discurso do Outro. O psicanalista ressalta com o discurso da estupidez, a presença da barata e do rinoceronte entre nós, como já mostrou a literatura de Ian Mc Ewan, no livro A Barata, e o teatro de Ionesco, na peça O Rinoceronte. “Os animais estão entre nós, e são cativantes para muitos. Se as baratas foram incluídas no discurso da estupidez, como produto dele, é pelo fato de que a produção de baratas retroalimenta o estúpido, fazendo-o cada vez mais asqueroso, como na literatura, e na vida – pública e privada”, afirma.

 

É nessa questão que Mauro Mendes Dias se detém no novo livro. “Baratas, rinocerontes e até formigas carnívoras são encontradas no livro. Participam de uma cena social e subjetiva onde as falas e os atos humanos são, ao mesmo tempo, animalescos”. Em Entre Baratas e Rinocerontes segue a abordagem da incorporação animal do homem, da brutalização do humano. “Não é o mesmo que andar e se expressar como eles, mas falar como um animal e andar na vida como ele. Uma coisa é dizer da presença do animal no ser humano, como analogia. Outra coisa é falar do homem pela presença do que ele conserva e admira na conduta animal. Aprendendo, então, com as baratas e os rinocerontes em busca de objetivos hediondos, destruindo o patrimônio ecológico como uma manada de rinocerontes, admirando o ataque em bando das baratas, de forma a aprender com elas as leis do esgoto”. Esclarece o autor.


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