A peça “O ovo da serpente”
conta com uma ideia original ordinária e a narrativa é bem estruturada em seus
dilemas crescentes e revelações apropriadas, contudo, a temática nazista
inspirada e trabalhada, certamente, não aproxima a audiência do objetivo
definido por tal inspiração. Seja pelo o assunto tão distante à atual realidade
brasileira, seja por um assunto tão batido. Falta o sal do tempero. Entretanto,
tal tônica goste o espectador ou não, entrega o que propõe. O texto é bom, mas
ao se posicionar como visceral, por vezes força a barra e perde sua pujança. O
diálogo restitui o que promete de maneira singular: muitas vezes são monólogos
e repletos de eco. Aliás, diria que este é um ponto alto da dramaturgia. A cenografia
é péssima. As atuações são nítidas e, em certos momentos, significativas.
Na trama, três personagens insólitos, Lascívia (Glória Rabelo), Jack (Zaqueu Machado) e Mike (vivido pelo
próprio autor), fala de um assassino neonazista que convida um jovem psicopata
para testar o caráter de sua esposa, uma ex-prostituta judia. No entanto, algo
foge do controle. O espetáculo “O
Ovo da Serpente”, de Rudson
Mazzorana, está no Viga Espaço
Cênico até o dia 27 de agosto, sempre aos sábados (às 21h) e domingos
(às 19h). O Viga Espaço fica na Rua Capote Valente, 1323 – Pinheiros/ SP.